Capitulo 02 - Criando Raízes
Meu Plano inicial era ficar poucos dias naquela cidade, mas descobrir aqueles bichos me fez mudar meus planos, precisava saber mais sobre as onças, precisava a todo custo conseguir de algum modo amostra de tecido, sangue ou qualquer coisa do tipo, mas para tal eu teria em primeiro lugar achar um local adequado para fazer as pesquisas que tanto deseja. De brinde havia ganhado uma ótima companhia que a cada tinha parecia me cativar cada vez mais.
Hoje estava fazendo mais de dois meses que "morava" em Colombo com JP, havia contado a ele o que estava querendo fazer, de início ele achou um lugar, foi difícil de convencer ele que acabou concordando em me ajudar, eu precisava testar o sangue daquelas Onças, mas sabia que seria difícil ou quase impossível pegar sangue ou qualquer material genético. JP me disse que o número de Andantes ali estava caindo, que quando ele chegou à cidade ele encontrava muitos Andantes espalhados pela cidade, mas este número caiu desde a chegada das onças.
Havia bolado um plano com ele, seria um tanto arriscado, mas iríamos tentar prender elas em uma armadilha, a primeira parte do nosso plano era limpar o Hospital da cidade, onde descobri haver uma quantidade enorme de andantes dentro e fora daquele local, era nosso décimo dia tentando limpar o local, matávamos os andantes e depois deixamos os corpos podres nas ruas próximas para evitar que os novos sentissem de algum modo nossa presença.
— Vamos logo, aquele são os últimos aqui do lado de fora, depois disso fechamos os portões e isolamos o local. - JP me disse isso acertando o pescoço de um andante que caiu para o lado.
Seu cabelo encaracolado amarrado em um coque improvisado dava um charme a ele, a cada dia que passo Eu sentia que seu corpo me chama, poderia ser a abstinência de falta de sexo de anos, mas ver aquele homem sempre seminu diante de mim me deixava louco, e comecei a imaginar que ele também estava se controlando.
— Já te disse para não ficar me olhando assim Kauã, na próxima não respondo por mim.
— Te olhando como?
— Mano você me olha como se desejasse transar comigo.
Ele falou isso empurrando aquele grande portão de aço é fechando o último portão que dava acesso a área do hospital, somente o observava sem dizer nada, o vi se aproximar com certa calmante mim, sem desviar seu olhar veio em minha direção, quando parou na minha frente me mediu dos pés à cabeça, eu respirava de maneira ofegante, ele deu mais um passo à frente diminuindo ainda mais a distância entre nossos corpos, quando senti seu sua boca encostar na minha meu corpo ficou mais imóvel ainda, caralho ele me beijou somente, sem encostar uma mão em mim.
— Se você for bonzinho quem sabe hoje à noite não fazemos algo melhor.
Senti uma necessidade de aprofundar mais aquele beijo, porém ele não me deu tempo de falar nada e me jogou uma pequena lanterna e indicou com a cabeça para entrarmos dentro daquele hospital, respirei fundo e tentava me controlar para recobrar a minha sanidade que quase se perdeu por um leve momento. A iluminação daquele lugar não existia, a luz que entrava por algumas janelas quebradas era pouca, olhei em volta e a área da recepção estava um caos, cadeiras caídas, computadores quebrados, ali eram um dos poucos lugares que ele ainda não havia feito à limpa no centro da Cidade.
Observava ele olhar com calma cada canto daquele lugar como se procurasse algo mais específico. O deixei sozinho e fui andando com calma onde vi algumas placas indicando emergência e sala de medicação, somente segui naquela direção, conforme adentrei mais naquele hospital a única luz que passei a ter foi daquela lanterna que tinha a mão. Havia várias marcas de sangue seco nas paredes e piso do local, quando cheguei à ala da emergência passei a procurar por medicações e qualquer coisa que fosse útil.
Na primeira sala que abri me deparei com um Andante enorme usando jaleco, não pensei duas vezes e acertei dois golpes em sua cabeça o fazendo tombar para o lado oposto. Passei a vasculhar sala por sala e tive a sorte de não encontrar mais nenhum Andante naquele lugar, quando terminei de pegar algumas coisas que achei, ouvi um barulho enorme vindo da recepção, inferno o que será que o JP está aprontando.
Voltei correndo por aquele corredor escuro o chamando que não me respondia, — Será que algum... Não, melhor não pensar nisso ainda. – Disse a mim mesmo conforme apertei o passo tentando não tropeçar em nada.
— JP, cadê você? - O chamei em um tom de voz baixo.
— Corre aqui que achei algo tão gostoso quanto eu. - Sério que ele se achava tão gostoso assim?
Segui na direção de sua voz, e vi uma placa indicando "Cafeteira", devia ter imaginado que o primeiro lugar seria onde tem comida, quando entrei naquele lugar me deparei com ele ajoelhado no chão, e jogava alguma coisa desespero dentro de sua mochila.
— Para de ficar me olhando e anda logo e vem me ajudar!
Conforme me aproximei dele me toquei que ele estava à frente de duas máquinas, uma era de refrigerante e a outra de guloseimas que ele havia quebrado seu vidro é pegava tudo o que conseguia.
— Será que conseguimos abrir está máquina? - O que mais me interessava ali era os refrigerantes, não lembrava a ultima vez que havia tomado algum.
— Acho que conseguimos quebrar as duas trancas fácil. - Ele disse sorrindo assim que terminou de pegar a última barra de chocolate.
Olhei que próximo dele no chão havia uma pequena barra de ferro que lembrava um pé de cabra, realmente JP era um homem extraordinário, sempre pensava dois passos à frente. Ele olhou nas laterais daquela grande máquina de refrigerantes, como se procurasse uma fechadura ou algo do tipo.
— Tem uma tranca, vai ser fácil!
Ele falou isso e bateu com tudo ao lado do pequeno miolo com a parte mais "lisa" do pé de cabra e fez força para tentar quebrar, ao observar minha expressão ele parou o que fazia e ficou me encarando, acho que minha cara dizia pra ele andar logo.
— Toma, já peguei os chocolates, você que abra está geladeira.
Ele falou isso me entregando o pé de cabra, eu o olhava incrédulo para ele, mas não fiquei bravo, iria demonstrar aquele filho da mãe que também poderia abrir qualquer coisa com facilidade. Joguei minha mochila e espada no chão, e comecei a fazer força, até ouvir o ranger do metal cedendo aos poucos, retirei pé de cabra e o afundei novamente onde havia um buraco maior. Não demorou muito e um barulho enorme se fez com a porta sendo aberta é varias latas caindo pelo chão, olhei para ele que ria da minha cara, joguei o pé de cabra que ainda segurava em sua direção é me abaixei pegando as latas e arrumando elas de algum modo na mochila, elas estavam espalhadas naquele cômodo.
Fui em direção a um balcão e me abaixei pegando mais umas quatro latinhas, minha mochila estava super pesada, quando me virei para o JP ele tinha uma arma apontada na minha direção. Senti um frio tremendo percorrer minha espinha, aquele infeliz estava planejando me matar este tempo todo? Não, meu coração não acreditava isso, senti algo frio escorrer pelo meu rosto, só podia ser uma lágrima, não acredito que estava chorando, eu sabia que um dia iria morrer, mas não queria que fosse por suas mãos. Ouvi o barulho de dois disparos e fechei meus olhos, aquele provavelmente seria meu fim, são tantas as coisas que passam em nossa mente em frações de segundos, que o mundo a nossa volta parece desacelerar.
— Seu idiota, isso não é hora para chorar, levanta... Anda logo Kauã.
Abri meus olhos é JP estava bem a minha frente, segurando minha mochila com uma mão e na outra sua arma. E novamente ouvi mais três disparos ecoar naquele lugar, quando eu olhei para trás e vim um andante caído atrás de mim com a cabeça aberta, da direção que ele veio tinha mais um, peguei a mochila de sua mão, e prendi-a ao meu corpo e corri na direção onde estava minha espada e seu facão.
— Qual seu problema? Achou mesmo que eu ia te matar? - Ele falou puto da vida, conforme saímos correndo de dentro do hospital sendo seguidos por mais de dez andantes.
— Você me apontou uma arma e não disse nada! - Disse em minha defesa.
— Seu cuzão, eu estava salvando a droga de sua vida!
Já estávamos quase no portão pequeno que dava acesso à rua, ele era o único que não havíamos trancado, quando passamos por ele, consegui ver o grau da merda que poderia ter acontecido caso ele não tivesse atirado.
— Puta que pariu! Deve ter mais de cinquenta deles.
— Viu seu idiota, se eu não tivesse atirado você teria morrido e isso não seria o pior.
Ele falou ofegante e olhando se mais andantes não haviam aparecido na rua, o que seria pior que eu ter morrido naquele momento? Ele me olhava tão sério que não tive a coragem de perguntar o que poderia ser pior que minha morte. JP disse que chegava de matar andantes e fazer burradas por hoje, somente acenei concordado com ele e saímos de volta para a delegacia, foi uma caminhada de meia hora em silêncio. O calor naquele dia estava de fritar ovo no asfalto, quando chegamos "em casa", a primeira coisa que ele fez foi tirar quase toda sua roupa, digo quase toda, pois a única coisa que ele usava ainda era uma cueca preta.
— Vou tomar um banho! Depois vejo o que dá para aproveitar.
Ele falou isso é saiu até os chuveiros, coloquei tudo na grande mesa que tinha usávamos para tudo, fui até minha cela-quarto, e tirei minha roupa e me veio a lembrança daquele beijo, de como meu corpo havia reagido, naquele instante e como estava começando a reagir com uma simples lembrança. Meus envolvimentos românticos sempre foram mínimos, sem relacionamentos amorosos grandes, na maioria das vezes não era nada mais do que algumas noitadas de sexo, isso com mulheres, com homens, meu senhor, este era mais fácil ainda de contar, uma mão dava e sobrava.
Tirei toda minha roupa e sai andando como vim ao mundo em direção aos chuveiros, JP estava lá parado, como que em transe, perdido no seu mundo, ter a visão daquela sua bunda morena e durinha, só fez meu pênis ficar ainda mais duro. Segui caminhando até ele e o abracei com tanta força o que fez gritar para soltar ele, mas não o fiz e grudei mais ainda seu corpo ao meu.
— Me desculpa JP, por favor! Eu fui um idiota. - Falei isso sentindo que minhas lágrimas se misturavam com a água fria que caia sobre nossos corpos.
Ele não disse nada, simples ficou parado não esboçando nenhuma reação, era como se ele não estivesse mais ali, como se o seu Ser tivesse deixado aquele mundo, depois de algum tempo a única coisa que ele fez foi desligar o chuveiro.
— Kauã, eu amei tanto meu esposo, que não consegui acabar com ele mesmo depois de ter virado uma coisa daquelas, eu não pude dar ao seu corpo o mesmo descanso de sua alma.
Sua voz estava embargada de uma tristeza, seu corpo ainda estava imóvel, porém quando ele começou a falar a única coisa que fez foi segurar meus braços e apertados mais ainda em seu peito como se desejasse nós fundir em um só.
— Se passaram dias, até que aquelas um grupo de Onças atacaram a última existência dele neste mundo, eu vi tudo de longe assustado, com um medo tão grande no meu peito.
Eu o abracei com força, e depositei um beijo na curva de seu pescoço o que fez respirar fundo, por um momento senti sua dor, e também entendi por que dele ter ficado tão puto da vida comigo.
— Aquele dia que te vi pela primeira vez meu coração acelerou de um modo que não sei te explicar, nunca fui muito de expor o que Eu sentia. João Pedro sempre se queixava disso que eu deveria falar mais, deveria demonstrar mais meu sorriso ao mundo.
Então ele avia adotado como seu nome as siglas que faziam parte do nome do seu falecido marido. Que gesto mais lindo, por sua parte, se fosse eu não teria aguentado nada disso que ele me disse, talvez tivesse tirado minha vida no mesmo instante que visse meu amor virar uma criatura destas.
Aos poucos o virei de frente para mim tentando não afastar muito nossos corpos, JP tinha uma vermelhidão em seus olhos, algo havia surgido entre nós dois, eu levemente me inclinei e tomei seus lábios para mim, o suave toque de seus lábios intensificou cada sentido do meu corpo, o sabor de sua língua invadindo minha boca foi o primeiro deles, quando fechei meus olhos senti um aroma adocicado invadir minhas narinas, cara toque de suas mãos que passou a percorrer meu corpo, me deixava cada vez mais excitado, quando suas desceram até a minha bunda desnuda me apertando ele levemente tentou me levantar do chão, agora entendi o que ele tentou fazer quando seu alojou melhor entre minhas coxas.
Não sei quanto tempo ficamos ali aos beijos, sentindo somente nossas mãos percorrendo sobre nossos corpos que agora soavam se antes só calor estava intenso por conta do sol forte, acredito que o nosso fogo estava muito maior, a vontade de transar com ele era enorme. Mesmo tendo um mundo apocalíptico em nossa volta, de andantes que por pouco não me devoram hoje, da descoberta de onças que aparentavam serem imunes ao vírus, tudo aquilo deixava de ser importante para mim, e a única coisa que me importava era ter o JP, eu desejava como louco ter aquele homem dentro de mim.
Olha quem voltou a escrever
Resolvi deixas o NM invadirem minha mente de vez e devorar minha sanidade
Beijos e na próxima semana
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