Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

ATO 2


     A baía da cidade parecia atravessar o horizonte. Ela separava Darkest City do resto do mundo. Algo imenso como ela, é atraente mas mortal caso alguém ultrapasse suas margens. Metade dos acidentes da cidade era envoltos pela baía Esmerald e cabia essa infeliz tarefa a mim, relata-los para o resto da pequena população.

     — Que café é esse, Rúbia? — perguntei quebrando a linha de raciocínio. 

     — Sumatra. Ele é encorpado e amanteigado, praticamente sem acidez. 

     — Esta ficando chique ein, velha? 

     — Eu tento — sorriu empurrando suas rugas para cima. Dei um ultimo gole e coloquei a xícara em seu balcão. A cafeteria da Rúbia era o local obrigatário por onde eu passava antes do trabalho. Em cada canto daquele pequeno estabelecimento, se via uma parte de sua historia. Rúbia é uma senhora  colombiana, refugiada, socorrida pelo povo de Darkest City a muitos anos atrás. Hoje já tem seu canto e seu café faz parte do alto padrão de qualidade, ao lado do açougue de meu marido. Deixei o dinheiro na mesa e agradeci. 

     Saí apressada para a calçada mal asfaltada, desviando dos buracos e entrei no único prédio da região. Cumprimentei a recepcionista e peguei o elevador que me levou ao último andar, onde o escritório da impressa se alojava. 

     O local era espaçoso, mas ao mesmo tempo, claustrofóbico, repleto de cabines apertadas, enfeitadas por computadores, papéis e seres humanos. Cada um ali tinha deveres com a prefeitura. Raramente ficávamos no ócio, já que noticias transbordavam diariamente. Neste exato momento, inclusive, enquanto enviavam os arquivos para as maquinas e das maquinas para os papéis, mais tragédias aconteciam. 

     Sentei em minha cabine e avaliei a papelada do dia. Algumas anotações estavam preenchidas na primeira pagina. 

     "Um jovem de vinte e seis anos se afogou na baía Esmerald nesta madrugada. Caminhou para as águas e só apareceu no dia seguinte, morto. Apesar das margens serem rasas, muitos buracos na areia podem facilitar uma pisada em falso e puxar o individuo para baixo. Mesmo com a interdição do local há dez anos atrás, as pessoas ainda insistem em dar um mergulho."

     "Um homem de quarenta e sete anos teve um surto repentino e incendiou a casa onde residia sua esposa e seu filho de cinco anos. Sendo o único sobrevivente alegou que foi em legitima defesa. Relatou que via constantes alucinações. Em uma busca policial, foram encontrados remédios de tarja preta, risperidona e Pimozida, ambos para tratamento de psicose. Três dias após sua captura, o rapaz furou os próprios olhos e sangrou até a morte na madrugada desta segunda feira no hospital psiquiátrico da cidade. "

     "O suicídio de um casal recém casados chocou esta semana após se jogarem do alto da torre da catedral Celeste. A igreja reportou que não haviam notado nenhum tipo de atitude suspeita antes da tragédia. A equipe de investigação está em falta em Darkest City. Que Deus tenha misericórdia de todas as pessoas que se foram neste mês". Esfreguei o rosto com as mãos, meu corpo formigava pela caminhada até o escritório. Quando absorvi todas as informações, liguei o computador.

     — Noticia nós temos. O que não temos é segurança — Robert, chefe do departamento apareceu na cabine, parado na entrada me observando. Sua barba estava embrenhada até o pescoço, não estava com a melhor das aparências. Um tom cinza predominava em sua pele e quase se confundia com a cor de seu Paletó mal passado — O velho Xerife Nelman não está dando mais conta do recado a muito tempo. Lamento por ele, mas logo teremos que pedir que renuncie.

     — De fato. As pessoas estão com medo. Sair de casa hoje em dia virou um ato de coragem. Quando eu digo que esta cidade é amaldiçoada eu não estou brincando, Robert. Hoje está uma semana agitada. Qual dessas noticias deixo na primeira pagina?

     — Todas elas. Pode colocar todas de uma forma bem chamativa. Amaldiçoada ou não, este é nosso ganha pão. Quer um cigarro?

     — Sim, obrigada — estendi a mão e apanhei seu maço junto com o isqueiro — Voce não me parece muito bem, Robert.

     — É o que acontece quando você fica meses sem trepar com sua esposa.

     — O que? Ela não liberou ainda? — perguntei com um sorriso despretensioso.

     — Não. Desde que o moleque nasceu, me evita sempre que consegue. Parece que agora só sirvo para colocar dinheiro na merda daquela casa.

     — Da um tempo para ela, deixa ela ser mãe em paz, poxa.

     — Ela tem que ser esposa também.

     — Na primeira pagina? — questionei, desviando o assunto.

     — Exato. As vendas do mês não foram muito boas. Acredito que esses casos vão dar o impulso que precisamos. — Robert deu duas batidas rápidas na parede da cabine e saiu. Suspirei.  

     O trabalho no jornal era muito mais do que ver qual noticia é a mais chocante. As vezes tinha que lidar com os problemas do chefe, que estavam longe de serem profissionais. Todavia, era um excelente emprego. Não havia do que reclamar com a crise que se alastrava na cidade a cada ano. Olhava para os casos e sentia pena de todos eles. Poderia ser com minha família. Em minha casa. Ninguém é imune a tragédias. Tão pouco eu, ou Robert.

      Aquietei e montei as páginas, editando em escritas vermelhas enquanto tragava meu cigarro. Só me faltava um bom wisky com uma pedra de gelo. Naquele momento, o telefone ao lado dos papéis tocou tão alto que prendi a respiração e quase engasguei com a fumaça. Não esperei tocar de novo.

     — Imprensa, boa tarde?

     — Stela. Sou eu, Rosa, por favor, Simon não atende a droga do celular, preciso dele aqui no hospital, urgente! O Nolan... ele... apenas tente contato com ele, por favor.

     — O que houve com o Nolan?

     — Depois eu te conto.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro