Capítulo 8: Sob o Fogo e as Estrelas
À medida que o sol se põe e o céu ganha tons de laranja e roxo, levo Lana para se juntar à minha família em um ritual à beira-mar, realizado ao redor de uma grande fogueira. A cerimônia é simples e profundamente conectada à cultura local, simbolizando a união e o amor eterno. Ao meu lado, ela tenta parecer à vontade, mas seu olhar vigilante em Caroline a deixa inquieta.
Minha família e os amigos estão relaxados, rindo e compartilhando histórias, mas percebo que Lana nota como Caroline sempre encontra uma maneira de se aproximar ou provocar de forma sutil, disparando comentários disfarçados que a fazem questionar cada uma de suas respostas.
— Então, Lana... Como você e Daniel se conheceram? — Caroline pergunta, sorrindo como se fosse uma conversa casual.
Lana é pega de surpresa e hesita por um segundo antes de responder:
— Nos conhecemos em um evento, e desde então soubemos que algo forte nos conectaria.
Caroline ergue uma sobrancelha, claramente não convencida. Sinto o aperto da mão de Lana em resposta a uma pressão quase imperceptível que aplico para assegurar que estou ao seu lado. Olho em seus olhos e reforço, sem desviar:
— Ninguém conhece alguém de verdade até encontrar a pessoa certa.
— É mesmo? Que romântico. — Ela lança um olhar calculado a mim. — Nunca imaginei Daniel assim... tão envolvido. Achei que ele sempre preferisse a liberdade a compromissos.
Caroline sorri, mas posso perceber o brilho irritado em seus olhos. Passamos o resto da noite trocando conversas triviais, mas o desconforto nunca a abandona completamente.
Quando o ritual termina e a fogueira começa a se apagar, anuncio que eu e Lana vamos nos retirar para descansar.
Quando finalmente nos retiramos para a suíte, vejo-a suspirar, aliviada, tirando os sapatos e se jogando no sofá.
— Foi... interessante. Mas, para deixar claro, não vou dividir a cama com você — diz ela, levantando-se para pegar uma toalha.
Dou de ombros, parecendo relaxado.
— Fique tranquila, Lana. Eu durmo no sofá. — Sorri e percebo que ela fica desconcertada em seguida se dirige ao banheiro.
Ela me lança um olhar surpreso antes de entrar no banheiro. Enquanto fico na sala, ouço o som suave do chuveiro. Pouco depois, ela sai do banheiro envolta em um robe branco, e, por um breve momento, não consigo evitar que meu olhar acompanhe cada detalhe da sua silhueta. Ela caminha em minha direção e quando nossos olhares se encontram, ela enrubesce, e me aproximo devagar, seguro de cada passo, estendendo a mão para segurá-la pelo braço com delicadeza.
— O que foi? — pergunta ela, um brilho de confusão e expectativa em seus olhos.
Meu olhar se detém no dela por um segundo antes de eu me inclinar e beijá-la. O toque é suave no início, quase uma provocação, mas logo o beijo se torna mais profundo. Sinto sua hesitação dissolver-se quando ela me puxa para mais perto, e em poucos segundos estamos no sofá, os lábios se movendo em uma sintonia perfeita.
Lana, sem forças para resistir, deixa se levar, suas mãos desabotoam os botões da minha camisa e deslizam a peça por meus ombros. Meus dedos encontram o tecido do robe dela, que se abre quase como uma concessão silenciosa, a observo por um breve instante e com mãos ágeis tiro seu sutiã, seus olhos estão escuros de desejo.
Daniel. — Chama ela, com a voz rouca cheia de desejo.
Shhhh... — a interrompo — abocanhando e chupando seus mamilos, seu corpo responde instantaneamente, ela se esfrega em minha ereção tentando conter os sons que escapam de sua boca, mas meu toque faz com que seja impossível. Toco sua intimidade e sinto que ela está molhada. Havíamos perdido qualquer resquício de autocontrole.
Mas então, algo se altera. Ela abre os olhos, ainda ofegante, e recua, me encarando com uma expressão indecifrável.
— O que foi isso? — ela pergunta, a respiração entrecortada e o olhar confuso, como se tentasse decifrar o que acabara de acontecer.
Eu sorrio, permitindo que o silêncio responda por mim. Aquele momento parece pedir mais do que palavras, como se a resposta estivesse flutuando no ar, entre nós, não algo que se pudesse expressar facilmente.
— Porra, Daniel, isso muda tudo. — ela murmura, a voz levemente trêmula, enquanto se esforça para entender o que estamos fazendo aqui. — Estamos nisso só por causa do contrato, certo?
Vejo o conflito claro no rosto dela. Sinto a tensão da incerteza, a hesitação de alguém que não está apenas lidando com um acordo profissional, mas com algo mais profundo, algo que não pode ser controlado por uma simples assinatura.
Mantenho o olhar fixo no dela, sem pressa para responder. Respiro fundo antes de dizer, com a calma que agora me parece necessária.
— Lana, talvez isso vá além do contrato.
Aquelas palavras caem pesadas, e a atmosfera ao nosso redor muda. Não há mais a leveza do acordo, a simples formalidade do que havíamos discutido até agora. Algo mais surge entre nós, como um fio invisível que nos conecta de uma forma que não consigo desatar.
Ela dá um passo atrás, o corpo ainda tenso, e começa a falar, como se precisasse verbalizar a confusão que sente. Ela fala sobre a linha tênue entre o que é real e o que não passa de encenação. Cada palavra dela é como um reflexo do que estamos vivendo, daquilo que transcende o contrato e toca em algo mais íntimo e incontrolável.
— Mas é complicado... Não quero me machucar. — ela finalmente admite, a voz mais baixa, como se revelasse uma fraqueza que não queria mostrar.
Eu a escuto com atenção, sem pressa de interrompê-la. Sei que o que ela sente não pode ser ignorado, e, mesmo que tenha proposto essa situação, vejo que estamos ambos vulneráveis diante do que está acontecendo. Então, com mais suavidade, respondo:
— Nem eu quero que você se machuque. Então vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente. Não precisamos apressar nada. Temos tempo.
Ela respira fundo, como se minhas palavras a ajudassem a encontrar um pouco de calma. A tensão entre nós diminui, e por um momento, há uma sensação de entendimento silencioso. Sabemos que o que estamos vivendo agora é um terreno desconhecido, mas talvez seja melhor seguir sem pressa, sem forçar um caminho que ainda não está claro.
— Daniel, você precisa focar em Caroline e me deixar fora disso, ok? — Ela fala com um falso tom de resolução, tentando traçar uma linha entre o que queremos e o que somos, estabelecendo uma barreira para que não sejamos consumidos pelo caos que se aproxima.
Noto a sinceridade na sua voz, mas também entendo a complexidade da situação. Eu sabia que este jogo não seria simples, e agora, mais do que nunca, estou consciente de que as linhas entre o que é real e o que não é, estão borradas.
— Eu sei — respondo, com uma sinceridade crua. — Mas, por enquanto, me deixe fazer isso. Preciso disso para tentar algo com Caroline. Ela precisa ver que eu posso seguir em frente. E você... você vai ser a chave para isso.
Ela abaixa a cabeça por um momento, como se estivesse ponderando o peso de suas palavras, antes de finalmente me encarar novamente.
— Tudo bem — ela diz, a relutância clara em sua voz. — Só não me envolva demais.
Com isso, a tensão entre nós parece se dissipar um pouco, mas a compreensão de que algo ainda paira no ar não desaparece. Sabemos que precisamos de tempo para processar o que aconteceu e o que virá a seguir.
O silêncio nos envolve, e finalmente, após uma troca de olhares que diz mais do que mil palavras, decidimos que precisamos de um pouco de espaço para refletir. Me levanto, e sem uma palavra a mais, a acompanho até o quarto. O ambiente agora é mais tranquilo, mas carrega uma energia densa, como se algo ainda estivesse prestes a acontecer.
— Boa noite, Lana — murmuro, minha voz suave, quase um sussurro, enquanto olho para ela por um instante, meu olhar tocando o dela como se fosse uma promessa não dita.
Ela me responde suavemente, tentando manter a calma, mas posso ver que sua respiração ainda está descompassada. Quando ela cruza o quarto e fecha a porta, uma sensação de vazio e expectativa preenche o espaço entre nós. Sabemos que cruzamos uma linha invisível, e agora, tudo parece mais incerto, como se o contrato que fizemos fosse apenas uma formalidade diante do que realmente importa.
Eu fico ali, um momento perdido em meus pensamentos, ciente de que as regras que estabelecemos já não são mais claras. Algo mais, algo imprevisto, começou a surgir entre nós. E o que quer que isso seja, já não há como voltar atrás.
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