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Capítulo 20: Um Adeus Silencioso


O peso no meu peito ainda persiste na manhã seguinte, como se a noite não tivesse sido suficiente para aliviar a tormenta dentro de mim. O dia anterior me deixou tonta, como se tivesse sido atropelada por uma onda de sentimentos conflitantes, e agora estou presa na ressaca emocional de tudo que aconteceu.

Daniel está em cada pensamento, cada respiração. Mas ele não está mais ao meu lado, e uma parte de mim sabe que isso é o melhor. Preciso seguir em frente, por mim, por Ana, por nós. Mesmo que as lágrimas ainda estejam aqui e o vazio seja imenso, a decisão está tomada. Ainda assim, tudo parece tão irreversível. Eu só queria que a dor desaparecesse.

Me levanto da cama, com o corpo exausto e uma sensação de enjoo que parece constante, resultado do estresse acumulado. Respiro fundo, tentando afastar a náusea e me preparar para o que está por vir. O dia começa, e o mundo lá fora continua girando, mesmo que a minha mente esteja presa em um mar de confusão.

Chamo um Uber para pegar Ana na casa da Clara e faço uma prece silenciosa, torcendo para não encontrar o Daniel. Não sei se teria forças para enfrentá-lo agora, nem o que diria se o visse. O caminho é calmo, mas minha cabeça ainda está mergulhada nas sombras da noite passada.

Quando chego, Clara me recebe com um sorriso caloroso, mas algo no seu olhar não passa despercebido. A preocupação está ali, como uma sombra silenciosa, e me faz querer ainda mais esconder a verdade. Sei que ela percebeu. Como poderia não perceber? Mas, por algum motivo, sinto que ela entende, sem que eu precise dizer nada. A dor que carrego está estampada no meu rosto, mas eu a escondo, disfarço, como sempre.

— Como você está, Lana? — Clara pergunta, puxando-me para um canto onde Ana não pode ouvir. Sua voz, cheia de afeto e preocupação, faz meu coração apertar.

— Estou... bem. Só um pouco cansada — tento soar convincente. As palavras saem como um sussurro, mas não engano ninguém, nem a mim mesma. Estou longe de estar bem. A verdade é que não sei mais o que é sentir-se bem. Estou cansada da luta interna, cansada de carregar uma dor que parece interminável.

Clara me olha com aquele jeito de quem sabe que há mais, mas não pressiona. O silêncio entre nós é um entendimento tácito. Ela sabe que minha vida se tornou uma batalha diária e que não é algo que um sorriso pode resolver.

— Lana, o Lucas me contou o que aconteceu — ela diz, observando minha reação. — Ele disse que o Daniel está arrasado. Parece que ele finalmente entendeu a merda que fez.

Suspiro, sentindo a mágoa ainda fresca. — É? E o que ele contou pra você, exatamente?

Clara hesita, escolhendo as palavras com cuidado. — Disse que vocês brigaram, que o Daniel ficou inseguro... e que acabou falando coisas horríveis. Lucas disse que ele agiu como um idiota.

— Um idiota? — rebato, soltando uma risada amarga. — Clara, ele me chamou de "puta" na minha cara.

O rosto de Clara se contorce em choque, seus olhos arregalados. Por um momento, o silêncio entre nós fica ainda mais pesado.

— Caralho, Daniel... — ela murmura, incrédula. — Sabia que ele tinha sido babaca, mas isso... não fazia ideia de que ele tinha chegado a esse ponto.

Balanço a cabeça, tentando conter as lágrimas. — Ele simplesmente... explodiu. Como se todo o ressentimento que ele guardava sobre meu passado estivesse esperando para sair. E agora, só consigo me perguntar se ele sempre vai olhar para mim com esse julgamento, como se eu fosse menos, como se devesse me envergonhar do que vivi.

Clara segura minha mão por um instante, apertando forte. — Lana, isso é... eu estou sem palavras. Sei que o Daniel é orgulhoso, mas nunca imaginei que pudesse dizer uma coisa dessas. Não justifica, mas acho que ele está tão perdido quanto você. Ele não faz ideia do quanto te machucou.

Assinto, sentindo um amargo no peito. — Clara, eu não sei mais se consigo estar com alguém que vai me ver dessa forma. Ele não me viu como eu realmente sou, entende? E não sei se um pedido de desculpas pode consertar isso.

— Você vai se manter por aqui, né? — Ela pergunta com um tom casual, mas cheio de significados. Eu posso ouvir a expectativa em sua voz, e o peso da resposta me aperta o peito.

— Ah, eu... não sei. Talvez seja hora de mudar de ares. — As palavras saem sem que eu perceba, como se a decisão de partir já estivesse tomada, mas eu ainda não tivesse coragem de admitir.

Ela entende mais do que quero admitir, e seus olhos brilham com uma compreensão silenciosa. Clara não precisa me convencer de nada; ela sabe que estou em uma encruzilhada e que essa mudança é necessária.

— Você sempre pode contar comigo, Lana. Se precisar de qualquer coisa, estarei aqui. — Clara me abraça, e a gentileza em sua voz me faz sentir ainda mais pesada.

— Obrigada, Clara. Você é uma amiga incrível — murmuro, forçando um sorriso, tentando esconder o turbilhão dentro de mim. Cada palavra é um peso, cada gesto de carinho dela é um lembrete do que estou deixando para trás. Não quero sair, não quero virar as costas para aquilo que poderia ter sido, mas o que mais posso fazer? A dor da separação é inevitável, mas necessária. Eu não estou pronta para enfrentar mais um capítulo com Daniel, e com isso, me despeço de uma parte da minha vida que, de alguma forma, ainda tenta me prender.

O abraço de Clara é longo, como se quisesse me dar força, como se soubesse que estou dizendo adeus a ela. Fecho os olhos, tentando guardar essa lembrança, antes de dar o próximo passo. Com Ana ao meu lado, seguimos para casa.

Nos dias seguintes, as lembranças de Daniel começam a se dissipar aos poucos, como fumaça levada pelo vento. Mas as mensagens dele continuam a chegar, incessantes, como se ele estivesse preso em um ciclo eterno de tentativas e falhas. Eu sei o que ele quer. Sei que ele tentará me convencer de que ainda há uma chance, de que podemos consertar tudo. Mas a verdade é que eu não posso mais. O peso das mentiras, das promessas não cumpridas, das palavras ditas na raiva... tudo aquilo me destruiu de uma forma que nunca poderei voltar atrás. Não posso mais ser aquela mulher, esperando por algo que só existia na fantasia. Não posso mais permitir que ele me veja assim.

Vender a casa foi o ato final, a chave para a porta que eu precisava fechar. A casa vazia reflete o vazio dentro de mim, uma sensação de perda misturada com alívio. Sei que deixar aquele lugar para trás é necessário. Ali estão os ecos do que foi, do que poderia ter sido, e eu não quero mais viver com os fantasmas de um passado que nunca voltará.

Com o dinheiro da venda e as economias que já tinha guardado, finalmente vou ter a chance de começar de novo. Quando termino de escrever a carta para Daniel, meu coração está pesado. Mas sei que, de alguma forma, isso é o que preciso fazer. Não tenho mais forças para carregar essa história. Preciso me libertar. E talvez, só talvez, ele me deixe em paz.

Depois de selar a carta e olhar a casa pela última vez, sentindo a dor da despedida, uma sensação de leveza me toma. É uma dor que precisa ser sentida para que eu possa seguir em frente. E assim, com Ana ao meu lado, pego o voo com destino a Madrid, para um novo começo. Sei que tenho muito a reconstruir, mas agora, sinto que é a única maneira de me encontrar novamente.

A vida me aguarda. Não há mais espaço para o passado, e sei que não posso mais olhar para trás.

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