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Capítulo 18: Eu sou Puta Daniel?

Os dias passam com uma regularidade angustiante. Às vezes, sinto um mal-estar persistente, como se algo estivesse errado dentro de mim, mas nunca me dou ao trabalho de procurar um médico. Sempre encontro uma desculpa, uma razão para adiar o que, no fundo, sei que terei que enfrentar mais cedo ou mais tarde. O mais difícil é o silêncio dos meus currículos, esperando por uma resposta que nunca chega.

É um sábado comum, e estou tentando ser forte. Depois de um dia adorável com Ana, ao deixá-la na casa de Clara e Lucas — que, por sorte, são pessoas incríveis e me aceitam sem questionar meu passado — sinto-me um pouco mais leve. Clara se tornou uma verdadeira amiga, alguém que entende minhas lutas sem me julgar.

Antes de sair, Daniel me liga, dizendo que quer me levar para jantar. A ideia de passar uma noite com ele, longe dos meus problemas diários, me anima, mas também me deixa ansiosa. Espero que esse jantar seja uma chance para nos conhecermos ainda mais, uma oportunidade de construir algo verdadeiro e, quem sabe, deixar o passado para trás.

Quando chego ao restaurante, um lugar sofisticado e acolhedor, sou recebida pela luz suave e pela música tranquila que preenche o ambiente. Daniel já está à mesa, concentrado no cardápio, mas, ao me ver, seu rosto se ilumina.

— Você está linda! — ele diz, levantando-se para me cumprimentar, com aquele sorriso que sempre me faz sentir especial.

— Obrigada! Você também está ótimo — respondo, com um sorriso genuíno. Sento-me ao seu lado, e a conversa flui de forma leve, sem pressa, enquanto decidimos o que pedir. Sinto-me bem ali, confortável, como se a noite fosse perfeita. Mas algo, como uma sombra, parece pairar sobre nós, embora eu não saiba dizer exatamente o que é.

No meio da refeição, tudo muda. Um de meus ex-clientes entra no restaurante, e o ar que antes era tranquilo fica pesado. Ele é daquele tipo de homem que gosta de flertar, de jogar charme, e nunca sabe quando parar. Quando me vê, um sorriso de superioridade se espalha em seu rosto.

— Lana, você está ainda mais deslumbrante do que me lembrava! — ele diz, inclinando-se na minha direção. Seu tom é tão íntimo que me faz sentir desconfortável instantaneamente.

Tento ignorá-lo, mas Daniel está no banheiro, e naquele momento, não há ninguém para me ajudar a lidar com a situação. Respiro fundo, tentando manter a compostura.

— Estou bem, obrigada — respondo, de forma superficial.

Mas ele insiste, avançando um passo a mais. — Você sabe que ainda pode contar comigo, não é? Sempre haverá um espaço para você. — Ele pisca, e me sinto invadida, como se não tivesse controle sobre o que está acontecendo. O desconforto cresce, e minha vontade de sair do restaurante só aumenta.

Nesse instante, Daniel volta, e assim que percebe a situação, sua expressão muda. Ele fica atento, e percebo que isso não é bom. Tento disfarçar, mas ele sabe que algo está errado.

— Lana, está tudo bem aqui? — ele pergunta, o tom de sua voz carregado de preocupação.

— Sim, tudo certo — minto rapidamente, tentando evitar mais tensão. Mas o homem, persistente, faz uma piada de mau gosto sobre nós dois, e isso é o suficiente para Daniel perder a paciência.

— Quem é esse? — ele pergunta, a raiva começando a transparecer.

— Só um conhecido, Daniel — explico, mas, antes que eu possa continuar, o ex-cliente faz outro comentário insuportável.

— Um conhecido para o qual ela já deu muito — fala o homem, com deboche.

Foi o que bastou. Daniel lhe desfere um soco, e todos ao redor nos olham em silêncio. Ele está visivelmente furioso.

— Ela não está interessada em você. Deixe-a em paz! — Daniel rosna, e a tensão entre eles se torna palpável.

O homem, visivelmente surpreso, levanta as mãos em sinal de rendição, mas Daniel está longe de se acalmar. Ele puxa meu braço com firmeza e me leva para fora do restaurante sem esperar por mais explicações.

— Vamos embora! — Daniel grita, a raiva evidente em sua voz, e o silêncio no carro é opressor. O ambiente entre nós está carregado de um peso denso e desconfortável, e eu não sei o que dizer.

Quando chegamos em casa, a tensão já está insuportável. Sei que preciso falar, explicar, mas as palavras parecem presas na minha garganta.

— Daniel, por favor, eu posso explicar... — começo, mas ele me interrompe, a raiva ainda vibrando em sua voz.

— Você realmente não se cansa de ser vista como uma puta? Isso é o que você é, Lana! — Ele me fere com aquelas palavras, e um calafrio percorre minha espinha. Não consigo acreditar no que estou ouvindo.

A dor e a raiva me invadem como uma tempestade, e antes que eu consiga controlar o impulso, empurro Daniel e lhe dou um tapa. O som é quase ensurdecedor, ecoando na sala, e meus sentimentos explodem em palavras que já não posso conter.

— Puta, Daniel? Puta? É isso que você pensa de mim? — Minhas palavras saem entre lágrimas, cada uma mais carregada de revolta do que a anterior. Aquelas palavras que ele usou, jogadas tão facilmente, estão me destruindo por dentro, como facas abrindo feridas que eu já pensava ter superado.

Daniel parece congelar por um momento, talvez percebendo a dimensão do que disse. Tenta remediar, mas cada palavra parece apenas aprofundar a dor.

— Não foi isso que eu quis dizer, Lana. Me desculpe, eu... — Ele gagueja, sua voz falhando, como se ele também não soubesse como consertar o estrago. A tentativa dele de justificar o injustificável soa fraca, desesperada.

Tremo de raiva e tristeza, e, num impulso, pego o celular dele. Abro a mensagem de Caroline — ou Carol, como ele a tem salva — e jogo a verdade na cara dele. A tela ilumina a sala, as palavras dela claras, cruas. A mensagem é tudo o que eu temia e muito mais.

— Então explica isso, Daniel! — Minha voz sai firme, quase como um grito de dor. — Por que você ainda a mantém por perto? Por que você ainda a deixa entrar na sua vida? Por que você pode ter um passado e eu não?

Ele respira fundo e fecha os olhos, sua expressão tomada por uma mistura de culpa e dor. Quando abre os olhos, seu olhar encontra o meu, e eu posso ver o arrependimento estampado em seu rosto.

— Lana... — Ele começa, a voz mais baixa, talvez tentando me alcançar, mas sem saber como. — Caroline... não significa nada para mim agora. Eu estou aqui, com você. Eu te escolhi, mas...

— Escolheu? — Minhas palavras saem entrecortadas pelo choro, cada sílaba carregada com a mágoa acumulada. — Escolheu mesmo, Daniel? Então por que ela ainda está aqui? Por que você não ouviu meu lado da história? Toda vez que esbarramos com alguém do meu passado vai ser assim? Como se eu tivesse que pagar por tudo o que vivi antes de você?

Eu tenho tantas perguntas, mas o soluço me impede de continuar. A dor me aperta o peito, como se cada lembrança, cada momento ao lado dele, estivesse sendo rasgado e jogado fora. Eu sinto o chão sumindo sob meus pés, como se a única coisa em que eu confiava estivesse desmoronando diante de mim.

Ele passa as mãos pelo rosto, mas não parece ter uma resposta. O silêncio dele me corta como uma lâmina afiada, cada segundo sem palavras ampliando a dor e a frustração.

— Lana, eu... — Ele começa, mas as palavras soam fracas, insuficientes para aliviar a dor que ele mesmo causou. — Eu só... Eu só não esperava que tudo fosse voltar assim. Esse passado, ele te afeta mais do que você imagina.

— Me afeta? — Eu rio sem humor, secando uma lágrima que escorre pelo rosto. — Daniel, a única coisa que me afeta é a sua desconfiança. É saber que você, depois de tudo que passamos, ainda não consegue me ver pelo que sou hoje.

Ele me olha com uma mistura de culpa e tristeza, mas ainda há algo que ele não consegue enxergar.

— Você está certa, Lana — ele murmura finalmente, sua voz mais baixa, como se admitisse a si mesmo. — Eu preciso confiar em você, preciso entender que o que você foi não muda o que nós temos. Eu... eu fui tolo, deixei minha insegurança me dominar. Mas me dá uma chance de fazer as coisas certas...

A intensidade de tudo aquilo me deixa exausta. As emoções, o desgaste, a necessidade de que ele me veja além dos erros que cometemos... E então, a fraqueza toma conta de mim. Minha visão escurece, e sinto meu corpo ceder. Antes que tudo desaparecesse, ouço a voz dele, desesperada — Lana! Não... Por favor, fique comigo... — diz me segurando.

Quando acordo, estou deitada no sofá, com Daniel ao meu lado. Seu rosto mistura preocupação e raiva, e, ao me ver acordando, ele parece aliviado, mas também distante. Posso sentir que está em conflito.

— Lana, você está acordada! — Ele fala, quase em um sussurro, como se tivesse medo de me perder. Levanta-se rapidamente e traz um copo de água, colocando-o em minhas mãos. — Beba devagar.

Tento tomar um gole, mas o cansaço me domina. A dor, não só física, mas emocional, me consome.

— Como você está se sentindo? — pergunta, com a voz suave, mas ainda tensa.

Fico em silêncio, minha mente gira entre as lembranças dolorosas e a incerteza sobre o futuro. Sinto-me deslocada, como se estivesse em um lugar onde não pertenço, mais sozinha do que nunca.

Ele se senta ao meu lado. Sua presença é familiar, mas carrega mágoas que ambos tentamos ignorar. Sei que precisamos conversar, que não dá mais para adiar a verdade, mas o medo da reação dele me impede de olhar diretamente em seus olhos. Fico em silêncio por um momento, depois respiro fundo.

— Não posso continuar assim — falo, minha voz falha, mas firme. — O que aconteceu entre nós... as coisas do passado... não vão desaparecer. Por mais que tentemos ignorar, elas sempre voltam. Não importa o tempo que passe, Daniel, sabemos que isso nunca vai mudar.

Ele franze a testa, confuso e incrédulo.

— O que você está dizendo, Lana? — Pergunta, a voz baixa, carregada de preocupação crescente, como se não quisesse ouvir o que estou prestes a dizer.

Respiro fundo, as lágrimas começam a surgir, mas tento ser forte. Não posso mais me permitir fraquejar.

— Meu passado sempre estará entre nós, Daniel. Eu sou uma acompanhante, e você não merece estar com alguém como eu. — Pauso, encarando-o desafiadoramente. — Eu não vou mais fingir que estou bem com isso. Eu te amo, mas esse fardo é meu, e você não sabe o quanto ele me sufoca.

Ele me olha com aqueles olhos que sempre pareciam ver além da superfície, tentando entender, tentando me alcançar. Mas, por mais que tente, sei que o abismo entre nós está crescendo a cada palavra.

— Isso não muda quem você é — diz ele, tentando me convencer, com uma voz suave e calma que, naquele momento, me parece insuportável.

O interrompo, sem deixar que continue.

— Isso muda tudo! — grito, a raiva e a dor transbordando. — Você acha que pode aceitar isso só porque me ama? Não, Daniel, você não pode! Eu não sou a mulher que você merece, e esse amor vai me destruir.

Cada palavra sai com tanta força que mal consigo segurá-las. Elas cortam meu coração, mas não posso mais ignorar a verdade.

O silêncio entre nós é insuportável. Ele olha para o chão, como se tentasse entender o que está acontecendo, seu olhar distante, vazio, como se a esperança tivesse se quebrado.

Ele se levanta devagar, como se tentasse se afastar de algo que está prestes a desmoronar.

— Então é isso? Você quer terminar? — pergunta, a voz baixa, mas a dor é evidente.

Olho para ele, o peito apertado, a respiração difícil. Respiro fundo, tentando não chorar, e deixo as palavras saírem em um sussurro.

— Sim, Daniel. Acho que sim. — As palavras são um soco no meu estômago, e mal consigo segurar o choro. Sei que essa é a melhor decisão para nós dois, mas meu coração não consegue aceitar.

Ele se vira em silêncio. Por um momento, nossos olhares se cruzam, mas o que antes era uma conexão profunda agora é uma linha partida, impossível de reparar. Ele não diz mais nada, apenas vai em direção à porta. O som do trinco ecoa pela casa, e meu coração se despedaça em silêncio.

A porta se fecha com um estalo, e fico ali, sozinha. O silêncio que se segue é mais doloroso do que qualquer palavra poderia ser. Sei que tomei a decisão certa, mas a dor da despedida ainda me consome. Ele se foi, e com ele, uma parte de mim também se foi.

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