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Capítulo 9 - Um convite inesperado

Esmeralda

Meu celular desperta e eu apenas saio da cama, já estou acordada há alguns minutos. Sempre amei acordar tarde, mas não tenho conseguido isso nas últimas semanas, nem mesmo nesses três dias que estou cuidando de Aurora.

Talvez você esteja pensando que eu não deveria ter me oferecido, que estou aqui para descansar, mas não tem sido nenhum sacrifício ficar com ela. Ela é uma criança muito fácil de se conviver e tenho conseguido fazer minhas ilustrações (ok, novamente eu não deveria estar ilustrando porque eu estou de folga entre o Natal e o Ano Novo, mas eu preciso ocupar minha cabeça).

Além disso, eu preciso alimentar minha página no Instagram, então não posso ficar parada com tudo.
Outro barulho do meu celular me chama a atenção, mas dessa vez não é um despertador. É um toque. Fico com raiva ao ver o nome de Briana na tela e dessa vez, eu não ignoro.

— Pare de me ligar! - Digo com raiva.

— Esmeralda, por favor, vamos conversar!

— Não, Briana, nós não vamos. Você perdeu o direito de falar comigo quando decidiu dar pro meu noivo.

— Amiga…

Ouvir essa palavra me deixa mais nervosa.

— Não somos mais amigas, não me liga mais e para de ligar para minha mãe.

Eu não deixo que ela fale mais nada, apenas desligo o aparelho. Ela chama mais duas vezes, mas não atendo.

Não é possível que essa mulher que está comigo desde nossa infância, ache que uma conversa basta para que possamos esquecer tudo. E não foi só a traição.

Quer dizer, a traição por si só já seria motivo o bastante, mas a forma que ela deixou que ele falasse de mim… a forma que ela falou de mim...

Vou fazer meu café tentando fingir que nada disso aconteceu, que ela me ligar não reviveu cada memória dolorosa. Meu término de noivado não foi apenas um término. Há tantas camadas envolvidas… Uma traição já dói o suficiente, mas ter que lidar com tudo o que veio junto com essa história é doloroso demais e faz a culpa bater em mim cada dia.

Racionalmente eu sei. Eu sei que os culpados são Rafael e Briana. Todo mundo deveria terminar se quer ter relações com outras pessoas, mas eu não tenho conseguido ser racional. Eu penso em cada vez que fui rejeitada por causa do meu corpo. Penso nas piadas sutis - e outras não tão sutis - que já ouvi. Penso em cada médico que já me mandou emagrecer sem nem pedir um exame e verificar como está minha saúde. Penso em cada loja que fui experimentar uma roupa G que não serviu. Não sei se as pessoas têm noção que as formas de roupa estão diminuindo. Há cada vez mais roupas grandes que estão se tornando pequenas e, não, não somos nós que estamos engordando cada dia mais.

Limpo minhas lágrimas porque me recuso a tomar um café chorando, mas logo a tristeza me invade de novo. Penso na véspera de ano novo passada. Penso em como eu estava feliz e ansiosa para começar a organizar meu casamento. Minhas amigas e eu bebemos horrores e estávamos abraçadas dizendo que nossa amizade era eterna. Agora estou sozinha aqui. Sem noivo, sem amigas e com uma mãe raivosa.

Por isso ontem, quando me despedi de Aurora, eu disse a ela que não sabia se eu estaria hoje no bar. Gustavo não faz uma festa como a de Natal. Por causa da praia, os turistas passam a virada na orla e o bar enche depois disso, mas eu não queria dar a ele outra cena como a do Natal e, mesmo sem prever a ligação de Briana, eu já estava me sentindo para baixo.
Meu celular apita novamente.

Eduarda: Eu disse para Briana que te ligar era uma ideia ruim, eu também não estou falando com ela. Eu realmente não sabia de nada, você precisa acreditar em mim. É ano novo, amiga, mesmo longe a gente deve se falar e desejar um ano maravilhoso como sempre. Me liga, por favor.

Nós éramos um trio. Briana, Eduarda e eu somos amigas desde a primeira série. Penso se respondo ou não, mas Eduarda não mentiria assim para mim. Pelo menos é o que eu acho, posso estar enganada já que nunca pensei que Briana teria um caso com meu noivo.

Esmeralda: Se não está falando com ela, como disse que a ideia era ruim?

Eduarda: Ela me ligou antes, eu estava desligando e ela disse que ia te ligar. Mandei não fazer.

Esmeralda: Ela ligou.

Eduarda: Eu imaginei.

Esmeralda: Ainda não quero conversar, Duda.

Eduarda: Eu entendo, mas acredita em mim. Fui tão pega de surpresa como você. Não estou devastada da mesma forma, mas tenho a mesma sensação de traição.

Esmeralda: Eu acredito. Eu te ligo em breve. Feliz ano novo!

Eduarda: Feliz ano novo, amiga, eu te amo!

Esmeralda: Eu também amo você!

Ela me manda uma figurinha de um bebê mandando beijo. Termino meu café e meu interfone toca. Eu estranho. Acho que só Alex e Gustavo sabem onde moro, aliás, só Alex e Gustavo viriam até aqui. Qual dos dois irmãos está em minha porta?

— Oi!

— Esmeralda, sou eu, Gustavo.

Meu coração dispara e eu me olho imediatamente, estou com um conjunto de short e blusa rosa. Não vou ter tempo de trocar, devia ser proibido um homem bonito chegar em sua casa de surpresa.

— Ei, vou abrir!

Abro o portão e vou direto para a porta. Quando ele sai do elevador eu mudo de ideia, devia ser obrigatório um homem bonito como ele aparecer de surpresa em minha porta.

Acho que ele estava na academia ou coisa do tipo, veste um short preto, uma regata vinho, tênis e meia. Lindo.

— Oi, você!

Ele diz sorrindo.

— Ei, tudo certo com Aurora?

Eu pergunto porque qual outro motivo ele teria para vir?

— Tudo certo, desculpa vir do nada, eu estava fazendo uma caminhada.

Ele diz enquanto se aproxima da minha porta, seus olhos correm meu corpo. Ele parece se demorar em minhas coxas e eu lembro de tudo o que ele me falou. Fico vermelha.

— Eu nem disse nada. - Ela fala rindo e eu fico mais vermelha.

— Você é um idiota. Vem, entra. Acabei de fazer um café. Você aceita?

— Aceito.

Ele diz entrando e se sentando em minha mesa como se sempre estivesse por aqui, como se a gente se conhecesse há anos e não pouco mais de uma semana.

Tenho que admitir que eu demorei pouco para beijar esse homem, mas não é muito diferente de ir em uma festa ou show, conhecer alguém e ficar com ela. Então, apenas estou deixando acontecer. Obviamente que ser babá da filha dele trouxe uma camada a mais nessa história toda. Mas o que é minha vida no momento, além de um emaranhado de histórias cheias de camadas?

Eu pego uma xícara limpa e estou prestes a pegar o bolo que fiz quando lembro que ele é diabético. Volto para a sala.

— Você come pão francês? Sei que as restrições da diabetes não são apenas doces.

Ele parece surpreso por um momento.

— Sim, eu como. Obrigado.

Eu sorrio, volto para a cozinha e além do café, sirvo o pão e um queijo branco.

— Eu não faço café doce, então você pode beber à vontade.

— Obrigado. - Ele sorri e eu sorrio de volta. — Você deve estar se perguntando porque estou aqui.

— Na verdade, estou mesmo.

— Pra falar a verdade, o que eu tinha para falar podia ser por telefone, mas eu realmente estava caminhando e quis vir falar pessoalmente.

Meu coração se aperta. Talvez ele esteja aqui para dizer que não me quer cuidando da filha dele, talvez ele diga que nós dois não teremos mais beijos na chuva e nem conversas com vinho e amassos. Talvez ele apenas queira dizer que ele não quer mais fingir que está interessado em uma turista. Eu não fui merecedora do amor do meu noivo e de uma das minhas melhores amigas, serei de atenção de um homem que nunca me viu na vida?

— Estou ouvindo… - Digo fingindo que meu coração não está pequeno.

—  Você quer ir pra praia comigo e com a Aurora hoje para ver a queima de fogos?

Opa. Não era isso que eu estava esperando. Ele continua.

— Achei que fosse te ver, mas ela me disse que você deu feliz ano novo ontem e disse que hoje ficaria em casa.

Ah, então é isso… minha mais nova amiga me quer por perto. É algo que partiu dela e não do pai. Eu devia ter imaginado, certo?

Gustavo

Eu quase vejo as engrenagens da mente dela rodando como em um desenho animado. Eu também posso ver que ela estava chorando antes. A pele clara dela não esconde seu nariz vermelho e seus olhos levemente inchados me indicam isso. Tive que me segurar para não perguntar o que estava acontecendo, mas eu preciso ter meu pé no freio para não assustá-la. Quer dizer… não que aparecer aqui do nada para chamá-la seja colocar o pé no freio.

— Ah, Gustavo, tudo bem… Sei que Aurora está preocupada que eu esteja sozinha hoje, mas tudo bem. Você não precisa fazer isso por ela.

Eu sou rápido em esclarecer:

— Eu não estou fazendo isso por Aurora. Achei que você estaria lá de qualquer forma e que eu não precisava te chamar.

Ela parece hesitar, então, eu continuo:

— Hoje o bar fica cheio, eu nem poderia te oferecer um encontro longo, provavelmente quando a gente fosse pro bar seria como todos os dias com você sentada e eu indo até você quando as coisas desafogam… E… Estou sendo insistente, né? Desculpe.

Eu não sei o que essa garota tem que desperta em mim um adolescente inseguro que eu nunca fui. Sei que soa arrogante, mas insegurança nunca fez parte da minha adolescência.

— Não, imagina! Na verdade, eu pensei em não ir por sua causa.

Ai. Essa doeu.

—  Hum… talvez seja melhor você me explicar isso.

Ela suspira e eu fico confuso. Quer dizer, sei que passamos bons momentos. Eu vi que ela gostou tanto quanto eu. Agora pouco ela me surpreendeu, achei que ela não estivesse prestando atenção quando eu falei sobre minha diabetes e aqui estava ela preocupada com o que eu podia ou não comer. Não é possível que estou interpretando errado todos esses sinais.

— Eu não estava me sentindo bem ontem e não queria te proporcionar outra cena como a do Natal. Eu não quero que nossos encontros sejam sempre cheios dos meus lamentos.

Ela diz isso e abaixa o olhar. Eu dou um foda-se para o pé no freio e pego sua mão, também faço com que ela me encare.

— Esmeralda, eu quero te conhecer e quero que você me conheça. Eu não me importo se a fase é ruim, aliás, se você está na merda, eu prefiro mil vezes que você esteja na merda perto de mim do que aqui sozinha.

Ela sorri e eu ganho meu dia quando vejo que seu sorriso é sincero e bobo. Ah, eu gostaria tanto que as pessoas que apagaram esse sorriso pudessem ver quando ela se reerguer de vez. Eu sei que vai ser lindo e épico.

— Tudo bem, Gustavo. Eu adoraria passar o ano novo com vocês. E me desculpe.

— Desculpe por quê?

— Eu juro que não sou assim tão triste e quebrada. Eu sou uma pessoa feliz e animada, eu sempre quero ir em festas e ver pessoas, apenas… - Ela solta um suspiro e seus olhos se enchem de lágrimas, uma começa a escapar pelo seu olho e eu levo meu polegar até ela para que não caia. - Eu vim para cá porque é um lugar que me traz paz e boas lembranças, eu sei que esse lugar vai me fazer ficar bem.

— Está recente, ninguém fica bem do dia para noite, você não precisa me pedir desculpas.

Ela sorri e afirma com a cabeça.

— Você quer que eu te busque? Não acho que compensa você ir de carro. Fica tudo muito cheio.

— Não, posso ir a pé.

— Então, eu acompanho você na volta. Eu paro de beber quando chego no bar e posso dirigir.

— Combinado! Então, não pega mal meu patrão me trazer em casa de madrugada?

Ela provoca e eu reviro os olhos.

— Eu não sou seu patrão.

— Na verdade, desde que você decidiu me pagar para ficar com sua filha, você é sim.

— Eu não sou um aproveitador, você está abrindo mão de muitas horas de descanso para cuidar de uma criança.

— Aurora é maravilhosa, quem dera todo trabalho fosse assim.

— Então fique feliz que estou te pagando para ficar com uma garota maravilhosa!

— Certo, então estou feliz que estou tirando o dinheiro de você!

— Você está totalmente certa. Eu já disse, se você não quer gastar com algo aqui, junte para seu estúdio.

Ela ri de novo e se antes eu estava confuso sobre ter feito ou não a coisa certa, agora tenho certeza que fiz!
Eu saio pouco depois e vou até a casa dos meus pais, Aurora estava lá porque tinha combinado com minha mãe de tomar café com ela. Eu cumprimento as duas.

— Como você está? - Pergunto para minha mãe.

— Essa merda coça como o inferno.

Aurora ri.

— Você não corrige sua avó quando ela diz merda?

— Eu não papai, só corrijo você porque você fala que eu não posso falar.

— Isso quer dizer que sua vó deixa você falar coisa que não deve? - Pergunto arqueando a sobrancelha, minha mãe desvia o olhar como uma criança pega em flagrante. Aurora sorri.

— Minha vó defende a liberdade feminina.

Ela diz em tom sério. Eu não aguento, estarei perdido quando essa garota for uma adolescente. Eu juro.

— Deixe de encher o saco da sua filha. - Minha mãe diz.

— Você e meu pai a mimam demais.

Eu digo como se eu não fizesse e minha mãe me lança um olhar que diz que todos nós fazemos isso.

— Eu vou ver meus desenhos. - Aurora diz.

— Filha, antes eu queria saber uma coisa.

— O que papai?

— Você liga se a Esmeralda for com a gente na praia?

Ela arregala os olhos e me dá um sorriso.

— Não, papai, vou amar!

— Ela decidiu ir com a gente.

— Isso é muito legal. Eu adoro a Esmeralda, vou contar para o vovô!

Ela diz e sai da sala. Quando eu me volto para minha mãe, ela está me olhando.

— O que foi?

— Esmeralda? A garota que você beijou na chuva e que agora é babá da sua filha? A amiga do seu irmão?

Pro inferno viver em uma ilha! A gente não faz nada sem que os outros não fiquem sabendo. Eu não sei como meu irmão consegue ter uma amante aqui.

— Mãe, ela só quis ajudar com a Aurora e eu não podia aceitar sem pagar. Não é como um emprego formal. Você também é mãe do meu irmão e isso não atrapalha minha relação com você, certo?

Ela faz uma carranca.

— Isso não faz sentido nenhum, Luís Gustavo.

— Você vai mesmo me chamar pelo nome inteiro? Só porque eu chamei uma garota para sair? Eu sou adulto, mãe.

— Não vai ser honesto com ela que você a convide só porque quer provocar o seu irmão.

— Sério? Você realmente acha que eu sou capaz disso?

Eu pergunto bravo porque se ela tem um filho babaca, não sou eu. Antes que ela responda, eu digo:

— Talvez, em vez de me perguntar por que eu a chamei para sair, você deve se questionar por que o seu outro filho não estará aqui hoje. Já que você está tão preocupada com qual dos seus dois filhos é um escroto.

— Filho, eu…

— Vou chamar a Aurora, mãe, antes de ir para praia passamos aqui para um abraço. Até mais tarde.

Nota da autora:

Evito rivalidades femininas em minhas histórias, mas em alguns momentos ela existe e não dá para ignorar esse tipo de coisa. Pensei bem antes de colocar a Briana aqui, mas acho que ela é necessária para a construção da Esmeralda, então, vamos seguindo, mas, meninas, nunca esqueçam: a sociedade é uma máquina de fazer mulheres se odiarem. Vamos sempre tentar nadar contra essa corrente!

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