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Capítulo 14 - Um bom remédio


Quando volto para a sala, Esmeralda ainda está assistindo a série. Eu ouço o som de sua risada e isso me hipnotiza um pouco. Ela combina com minha casa. Eu encosto na parede e continuo a admirá-la. Olho a TV e sorrio ao perceber o episódio que ela está assistindo.

Ela nota minha presença. Olha para mim e diz:

— Vou pegar seu mingau.

— Posso fazer isso.

— Não, se acomode, hoje você vai ser servido.

Ela sorri, pausa o episódio e vai até minha cozinha. Naturalmente. Como se essa casa fosse dela e não fosse a primeira vez que ela está aqui. Sei que isso é perigoso, ela vai partir. Essa não é a casa dela e eu não posso imaginar que poderia ser. Eu sou um adolescente, por acaso?

— Como você está?

Ela diz quando entra com uma bandeja e uma cumbuca. O cheiro é bom como o mingau que minha mãe faz.

— Dolorido.

Ela me entrega a bandeja e eu imediatamente como uma colherada.

— Gostoso.

De novo ela sorri e se senta na outra poltrona.

— Quer assistir outra coisa? - Pergunta.

— Não, eu gosto.

— Sério?

Penso na coincidência do episódio que ela está assistindo.

— Sim.

— Então tá…

Ela volta o episódio e nós ficamos em silêncio assistindo. Até que uma cena acontece:

Ted Mosby diz: Nós devíamos comprar um bar.
Barney responde: É mesmo, nós deveríamos comprar um bar.
Ted: Devíamos com certeza.
Barney: Devíamos mesmo.
Ted: Um bar seria incrível
Barney: Cara, cara, cara… O nome do bar seria Quebra-cabeça e as pessoas se perguntariam qual o quebra-cabeça. E esse é justamente o quebra-cabeça!

Ela ri e eu também. Eu a olho e ela clica.
— Espera aí! - Ela diz e eu fico estranhamente satisfeito porque ela entendeu. — O nome do seu bar é por causa disso? Eu fiquei tentando adivinhar.

— Viu? É mesmo um quebra-cabeça…

— Não tô acreditando! Essa é uma das minhas séries de conforto e eu não me liguei… Sabe, vou ter que agradecer por você ficar doente porque senão eu ia viver com essa dúvida a vida inteira.

— Claro, porque você não poderia me perguntar, não é?

Ela sorri e eu também. Feito um bobo. Meu sorriso é interrompido por um acesso de tosse.

— Como você está se sentindo?

— Estou um pouco melhor. Minha cabeça e meu corpo ainda doem um pouco.

Deixo a bandeja com o prato ao meu lado.   Solto um suspiro e fecho um pouco os olhos.

— Por que você não vai se deitar?

Eu também não sei. Então, percebo que não quero ir porque quero a companhia dela. Estranhamente, ela está repondo minhas energias, apenas estando aqui. Eu não sei como lidar com isso. Ela vai embora. Ela veio aqui apenas por meu irmão, nós dois juntos é apenas um desvio de caminho. Mas ela está aqui, certo? Isso devia significar algo.

— Estou com uma baita preguiça.

Uso de desculpa.

— Você quer que eu arrume sua cama?

— Claro que não, estou bem, Esmeralda. Não se preocupe, você já fez demais.

— Eu vim para ajudar. Então, você não hesite em me chamar.

— Você falou sobre dormir no quarto da Aurora...

— Sim.

— Por quê? Quer dizer, você está com medo de ficar doente?

— Não, eu já disse… Não fico gripada, é meu superpoder!

— Então você apenas não quer dormir comigo?

— Claro que não… Sua mãe disse que você estava preocupado em ser contagioso.

Resolvo não dizer a ela que Dona Marta manipulou a situação, dessa vez estou agradecido ao fato de minha mãe ser meio intrometida. Graças a isso, estou aqui com Esmeralda quando eu podia apenas estar sozinho com dó de mim mesmo.

Um trovão grita no céu anunciando a tempestade da noite e me imaginar deitado em minha cama com Esmeralda, enquanto a chuva cai, me parece um bom remédio.

— Então, por que você não dorme comigo?

Ela cora e depois sorri.

— Você sabe… apenas estava esperando você chamar.

Esmeralda

A falta do braço de Gustavo me abraçando, me desperta. A falta da claridade natural me mostra que ainda é madrugada.

Nós dois fomos deitar um pouco depois da nossa conversa na sala. Foi tão natural. Deitamos e ele me abraçou como se fizéssemos isso todos os dias. Como se o último homem que me abraçou antes dele, não estivesse tendo um caso com minha melhor amiga.

Gustavo entra no quarto novamente.

— Tudo bem? - Eu pergunto.

— Sim, só fui beber um pouco de água.

Ele se deita e mais uma vez me abraça. Beija a lateral do meu pescoço e eu me arrepio.

— Não gosto muito disso. - Ele diz.

— Beijar meu pescoço? - Brinco e ele ri.

— Dormir com você e não ter força para fazer algo. Passou muito tempo do ano novo. Estou com saudade.

Eu ouço isso e prendo um suspiro. Tenho andado confusa. Então, eu me viro de frente para ele, mesmo no escuro, posso ver seus traços.

— Você está? - Pergunto.

— Por que a pergunta? Não costumo dizer coisas que não sinto.

— Não sei… você não achou nossa última semana estranha?

— Não, eu apenas pisei um pouco no freio.

— Por quê?

Ele demora um pouco para responder. É como se ele decidisse entre me dizer a verdade ou inventar alguma desculpa, apenas espero.

— Acho que casualidade tem limite, Esmeralda, e se você vai ficar com meu irmão, eu meio que prefiro recuar um pouco.

— Ficar com seu irmão?

— Vocês iam viajar juntos.

— Nós somos amigos, Gustavo. Eu não tenho interesse no seu irmão desse jeito. Nunca estaria com você se eu tivesse. Você podia ter me perguntado sobre isso.

— Eu podia. - Ele diz como se isso fosse algo banal. - Mas você veio por ele.

— Eu vim por mim e encontrar um amigo foi o plus. Eu não viria se eu não amasse esse lugar. Às vezes até penso que…

Então, eu me calo. Não quero que ele interprete mal o que estou prestes a falar.

— O quê?

— Nada…

— Pode me dizer.

— Às vezes penso em voltar para São José, resolver toda minha vida e então… Voltar para cá, mesmo que por um tempo. Para estar bem aqui e não usando esse lugar apenas de cura. Faz sentido?

— Faz. - É a única coisa que ele diz e eu torço para que ele não me ache uma emocionada ou coisa do tipo. — O Rio deve ter uns cursos e eventos legais na área das tatuagens, é cansativo ir e vir, mas você poderia tentar. Seria bom.

— Pois é, eu também pensei sobre isso.

— Acho que você pode amadurecer essa ideia.

— Vou pensar sobre isso sim.

Eu digo, ele não responde e então, me preparo para virar de novo.

— Esmeralda…

Ele me impede.

— Sim?

— Desculpa não te perguntar sobre o Alex e pensar que você estaria com os dois. Eu evito falar sobre ele, mas também não quis parecer que estava te cobrando algo. Eu entendo que estamos só nos divertindo.

Não consigo deixar de pensar que ele está afirmando nossa diversão apenas porque eu acabei de dizer que gostaria de ficar. Amaldiçoo minha boca grande e já estou arrependida de ter falado com ele sobre isso.

— Sem problemas, confesso que imaginei que você pensasse algo do tipo, mas eu também não quis falar sobre o assunto.

Ele faz carinho em meu rosto e beija minha testa.

— Quer saber de uma coisa? - Ele me pergunta.

— Sim?

— Estou me sentindo bem melhor, acho que você é um bom remédio.

Não consigo controlar meu sorriso. Mais uma vez, percebo como o homem que está aqui, não combina com a versão que tenho de como ele foi na adolescência.  Decido que amanhã vou conversar com ele sobre isso. Agora estou meio que perdendo o rumo porque ele está me fazendo carinho e me puxa para seu peito. Eu me aconchego e sinto uma sensação de calma. É como se ele silenciasse todo o meu barulho. Então, eu durmo.

Quando amanhece, eu acordo antes de Gustavo e mais uma vez, resolvo invadir sua cozinha. Faço café sem açúcar, enquanto procuro coisas para comer, observo os itens específicos da alimentos de Gustavo e penso que talvez, eu devesse manter alguns alimentos sem açúcar em minha casa, só por garantia.

Estou colocando pão integral e uma geleia na mesa quando ele aparece na cozinha.

— Bom dia! Invadi sua cozinha de novo.

Ele sorri para mim, cara amassada de sono e tudo, cabelo ainda despenteado.

— Você fica linda nela. Bom dia!

Ele entra, me dá um selinho e nos sentamos.

— Eu estava pensando em comprar almoço hoje e assim podemos não fazer nada o dia inteiro. Vemos uns filmes, séries… O que você acha?

— Eu acho ótimo.

— Você tem trabalho hoje?

— Não, mandei sábado as últimas ilustrações e amanhã saberei sobre as próximas. Você está se sentindo melhor? Mais pra de tarde posso buscar Aurora, o que você acha? Podemos fazer um chá de princesas.

Eu teria sugerido isso antes se soubesse que ganharia o sorriso que ganhei agora. Ele me dá um sorriso devastador.

— É claro! Vou ligar para falar com ela.

— Como você está se sentindo? Acho que você não teve mais febre, né?

— Meu corpo ainda está estranho, mas estou melhor. Também acho. - ele se serve de café e bebe um pouco. - Hum.. Está uma delícia.

— Obrigada.

— O que você vai fazer amanhã?

Dou de ombros, eu vou receber as novas ilustrações amanhã, mas como eu iria viajar, já deixei planejado para começar o trabalho quarta-feira.

— Acho que vou pegar uma praia.

— Você quer fazer um piquenique?  Eu tinha combinado com a Aurora de irmos na colina. Não é época das cerejeiras, mas é um lugar bonito. Você já foi lá?

— Não, nunca fui.

— Você pode ir na praia de manhã e de tarde sai com a gente. O que você acha?

Na verdade, eu acho que eles poderiam ir na praia comigo também, mas nós não somos uma família.

— Adorei a ideia, Gustavo. Quero ir com vocês sim!

— Ótimo! A Aurora vai adorar e eu também, claro…

Ele diz isso e começa a passar geleia em uma fatia de pão. Eu o observo, meus olhos correm pelo braço tatuado. Não estava nos meus planos vir para cá e viver isso, mas agora que estou vivendo quero que seja intensamente e para isso, preciso ser transparente.

— Qual a história da sua queimadura?

Pergunto de novo. Ele se surpreende, primeiro parece não gostar, mas depois ele aperta levemente os olhos como se tivesse desconfiado de algo.

— Você me perguntou isso outro dia, hoje de novo, por quê?

Não quero colocar mais pilha na rivalidade que Alex e Gustavo têm, mas eu perguntei e ele merece entender o motivo.

— Ouvi uma história sobre ela…

Gustavo suspira.

— Tenho certeza que não foi da minha mãe.

— Não, não foi.

Ele fica em silêncio por uns segundos.

— Olha, Esmeralda, tenho certeza que você ouviu uma versão bem diferente dos fatos.

— E eu não vou ouvir a sua?

— Você precisa? Você realmente precisa ouvir uma história que se passou em minha adolescência? - Ele solta um suspiro irritado. - Aposto que eu te disse que eu estava tentando mirar em um cachorro, não é?

Eu apenas assinto com a cabeça, por algum motivo, sinto vergonha da minha desconfiança, ele continua:

— Não foi o que aconteceu, mas eu me recuso a te falar tudo o que houve naquele dia. Eu poderia, mas acho meio absurdo eu ter que justificar uma história antiga para você quando eu sequer falo do Alex com você. Eu evito totalmente estar entre vocês. E se eu te dissesse que ele estava mirando no cachorro ?  Você possivelmente ficaria dividida também, certo? Eu não quero isso, Esmeralda.

— Eu… Me desculpa, Gustavo. Você tem razão.

Estou sendo sincera. Gustavo nunca disse nada do Alex para mim e preciso ponderar que Alex sempre encontra um jeito de alfinetar o irmão. Além disso, mesmo que isso seja verdade, claramente o homem que está em minha frente não teria uma atitude dessas. Então, continuo:

— Não justifica, mas acho que eu me impressionei porque claramente não é algo que combina com você.

— Imagino que você não ache que isso combina com ele.

— Não, eu não acho.

— E é por isso que eu evito falar. Eu já te disse de outras vezes, todo mundo nessa ilha vive entre a gente e nunca temos problemas. Eu não quero ter problemas logo com você, Esmeralda.

— Eu também não. Desculpa, é uma situação estranha para mim, mas prometo que vou separar as coisas.

Ele apenas assente com a cabeça e eu tenho medo de ter estragado nosso dia, porém, ele começa a falar sobre Aurora e depois me pergunta o que eu gostaria de comer. Acho que assim como eu, ele não quer desperdiçar o tempo que temos.

Enquanto conversamos, eu admito para mim mesma que os dois irmãos são muito diferentes. Quer dizer, Alex sabe ser agradável, mas ele tem alguns momentos de hostilidade.

Gustavo foi hostil comigo quando entrei no bar pela primeira vez, mas isso nunca se repetiu e ele pediu desculpas na mesma hora. Às vezes, a forma que Alex me olha, causa um pouco de estranheza, enquanto Gustavo faz com que eu me sinta venerada. Porém, preciso parar de pensar nisso e fazer comparações. Não é isso que Gustavo quer e eu preciso aprender que não tenho que escolher.

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