Sem pensar
“Lágrimas não significam que você está perdendo
Todo mundo se machuca
Só seja verdadeiro com quem você é.”
— Who You Are, Jessie J.
Existem pessoas que não gostam do som da chuva?
Noble acordara com o estrondo de um magnífico trovão, o timbre intenso e grave ressoou pelo quarto e o clarão do raio o fez abrir os olhos imediatamente. Precisou piscar várias vezes quando a luz atingiu suas orbes, amanhecia e chovia ao mesmo tempo, assim alguns raios de sol ultrapassavam as frestas das cortinas brancas.
Ele se inclinou em direção ao criado-mudo do lado da cama lentamente, evitando acordar Kaira, pegou o celular e olhou a hora. Eram seis e meia, mas ele relaxou por ser domingo. Deslizou por suas mensagens e sufocou um riso com a primeira delas, era Leo e ele não estava nada contente.
“O limite era onze horas da noite, traga minha filha para casa agora.”
Havia uma mensagem quinze minutos depois daquela.
“Cada minuto de atraso conta como um membro do seu corpo que eu vou tirar, considere-se morto.”
A próxima era no mesmo minuto e havia um emoji de ódio.
“É bom que eu não te veja por semanas, Noble.”
Noble balançou a cabeça, com Leo ele podia lidar depois — com muito cuidado e atenção — mas conseguiria reverter o ódio do macho. Depois entrou na conversa com sua mãe, ela perguntava que horas ele voltaria para casa, no entanto apenas visualizou e não respondeu. Digitou uma mensagem rápida, dizendo que estaria lá para o almoço e deixou o aparelho de lado, voltando-se para o corpo que resmungava algo.
— Meus pés… esquenta eles.
Sabia do que se tratava, Kaira odiava ficar com os pés gelados. Era o ponto fraco dela. Aproximou-se mais da companheira, que estava deitada da bruços e com o rosto virado para o lado contrário do dele, o cabelo castanho se espalhava pelo travesseiro macio. Afastou os fios para longe e passou um braço ao redor da cintura dela, inclinou-se e murmurou próximo a sua orelha:
— Você acha que merece isso?
— Hm…
Os planos da noite passada eram dançar, jogar e depois fazerem sexo, mas é claro que ela pulara etapas. Dançou e bebeu, o suficiente para a deixar embriagada e cansada, desculpas que usara para o deixar na mão quando desmaiou com roupa e tudo na cama do hotel. Noble que a ajudou a tirar os saltos e a se deitar direito no colchão, caso contrário ela estaria do mesmo modo da noite passada.
Pressionou o rosto contra o cabelo castanho, com os fios longos roçando suavemente em seus cílios. Como ela podia ter um cheiro tão delicioso? Aproximou-se mais do corpo pequeno e quente, puxando-a para mais perto, acolhendo-a em seus braços.
Kaira murmurou baixinho e virou as costas até que sua coluna tocasse o peitoral dele, Noble apertou ainda mais o braço ao redor do corpo a sua frente. Uma das mãos quentinhas tocou seu braço e ela pressionou o traseiro contra a virilha dele, fazendo-o soltar um rosnado impaciente, Noble não era capaz de ignorar aquilo. Ele moveu o quadril contra Kaira, esperando que ela estivesse acordada o suficiente para lidaram com sua excitação.
A queria tanto, desejava novamente vê-la gozar gritando seu nome.
Abriu os olhos quando a bunda dela investiu contra ele, agora totalmente desperto. Afastou o cabelo dela para longe da nuca, querendo mais do que nunca a morder, a pele branca era muito convidativa. Acorde, por favor, pensou sozinho. Kaira se aproximou mais, colando ainda mais seus corpos, fazendo-o morder os lábios com força. Não freou seus instintos desta vez, deixando que seu corpo se movesse conforme sua vontade, roçando sua ereção nela.
Era impossível resistir, como pode ficar tanto tempo sem tê-la?
Movia o corpo lentamente, soltando lufadas de ar contra o pescoço de Kaira. Sua mente estava novamente nublada por calor e desejo, não conseguia pensar muito bem quando todos seus instintos estavam no limite, estava mais do que pronto para se enfiar nela.
— Kaira — ronronou o nome ternamente antes de encostar os lábios na pele pálida, entreabriu os lábios e a mordeu com cuidado, sem realmente deixar que seus dentes a machucassem. Isso a fez arfar e se mover contra ele outra vez, precisamente sobre seu pênis.
Era tão gostoso.
A mão em seu antebraço deslizou, até que a mesma segurou sua palma e a desceu para dentro da roupa íntima. Noble rosnou ao sentir a delicadeza dela, assim como sua intimidade.
— Eu quero, Noble…
— Não me sinto muito paciente agora — ela precisava saber. — Posso te mach—
— Cala a boca, você me ouviu reclamar? — Kaira resmungou, fazendo-o abrir um sorriso torto. Adorável como sempre. — Eu quero que você faça o que é preciso, ou seja, o que nós dois queremos.
Kaira o olhou sedutoramente quando ele se levantou e trocou as posições, ficando por cima dela por alguns instantes e se moveu para a parte inferior do corpo feminino, o suficiente para se deitar de bruços até que pernas dele estivessem para fora da cama, com os joelhos no chão. Noble puxou as canelas de Kaira, deliciando-se com a risada divertida e gostosa que preencheu o cômodo, amava o brilho ousado que as orbes azuis tinham quando estavam fazendo aquilo.
Seus lábios tocaram a panturrilha dela, beijou-a lentamente, subindo por vários pontos macios, até pressionar uma cicatriz pequena e antiga que havia no joelho delicado, causada por uma queda. Acariciou a marca com a língua e se ajeitou, voltando para trás.
Ajustou os pequenos pés, colocando-os sobre seus ombros largos, deixando-a de joelhos dobrados. A língua dele passou pelos lábios e os olhos se prenderam aos dela, observando-a atentamente, esperando para poder se deliciar com as expressão de Kaira. Lambeu o interior macio das coxas brancas, segurando-se quando ela respirou de forma entrecortada e mordeu os lábios rosados.
— Noble...
O corpo dele queimava lentamente pelo prazer da paixão, excitação.
Ele abriu a boca e raspou os dentes afiados na curva do quadril dela com gentileza. Kaira respirou de forma trêmula outra vez quando o desejo começou a queimar dentro dela, reduzindo-se ao ponto entre suas pernas e Noble rosnou, o cheiro dela era intenso e delicioso.
Noble colocou as mãos embaixo dela e agarrou seu quadril para a colocar na posição que queria e se inclinou para frente. Os ombros dele eram largos e abriram as coxas dela, dando espaço para usar a boca.
Ele levantou o traseiro dela da cama, segurando com firmeza a cintura macia e usou a língua para começar a lambê-la. Não tirou os olhos dela; Kaira apertou os olhos com força e suspirou de prazer, largando a cabeça para trás. Noble se sentia sem muita calma para fazer aquilo tão pacientemente quanto antes, não provocaria mais. Ele pressionou direto no ponto macio e pulsante, sem explorar ao redor. Só daria atenção ao feixe sensível de nervos. A língua dele o pressionou com força e começou a se mover, esfregando-o com intensidade suficiente para assegurar que ela não aguentaria por muito tempo.
Ele sabia o ponto exato onde manter sua língua e deixá-la ofegando de prazer.
Kaira enterrou as unhas nos lençóis e Noble adorou ver os mamilos pequenos e duros sob o tecido fino da regata, os gemidos dela e o barulho do corpo se movendo preenchiam o quarto, deixando-o ainda mais excitado, como amava a ouvir murmurando seu nome e pedindo por mais. Noble rosnou quando ela gemeu com intensidade. Os seus lábios se fecharam sobre o clitóris e ele começou a chupá-la de uma forma feroz.
— Noble!
Noble se ajoelhou na cama rapidamente, lambendo a boca, totalmente satisfeito com o gosto em sua língua. Deslocou o corpo o suficiente para ficar sobre Kaira, passou as pernas ao redor dela e deixou uma mão em cada lado do travesseiro que ela usava.
Mesmo ofegante e duro, animado estar dentro dela, ele precisou parar para a observar; as bochechas de Kaira estavam rosadas e o peito dela subia e descia com pressa, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Demorou um pouco para que ela abrisse os olhos azuis, no entanto, quando o fez foi capaz de o deixar extasiado com o quão bonita era.
Nunca se cansaria de contemplar sua beleza.
Ele esticou a mão e tocou o rosto com delicadeza, quase se esquecendo do quanto estava animado para continuar o ato.
— Você é muito linda...
— Você também — Kaira riu baixinho quando começou a se esfregar nela, o som da chuva lá fora começava a aumentar. Ela perguntou preguiçosamente: — O que você quer fazer agora?
— Hm… — ele ronronou. — Eu quero te pegar agora, com força e rápido — murmurou, provocando-a quando seus lábios quase se tocaram. — Também quero lamber você de novo, seu gosto na minha língua me deixa louco, eu amo isto.
Ela se mexeu sob ele, sorrindo maliciosamente ao tocar sua bochecha com as pontas dos dedos.
— Nós podemos fazer os dois.
Ele concordou, roçando seu corpo contra o dela.
— Boa ideia.
🌡️
Noble testou a temperatura da água na banheira, deixando que os jatos quentes da hidro batessem em sua mão. Estava bem quente, ótimo. Ele deixou o banheiro e voltou para o quarto, seus pés descalços não faziam som algum e tudo o que ouvia era o som da chuva lá fora e da a água quente na suíte.
Ajoelhou-se na beirada do colchão e pegou Kaira nos braços, levando-a até a banheira, ela não pesava nada se comparada a ele. Tê-la daquele modo, protegida e apenas ao seu alcance, fazia com que seus instintos protetores estivessem o tempo todo em prontidão, mas ironicamente também era quando se sentia mais calmo e relaxado, quando estava com seus olhos sobre ela, observando-a, estivesse acordada ou não. Apertou-a levemente e deu um delicado beijo em sua testa, apenas um roçar de lábios e depois deixou o pequeno corpo com cuidado na água, rindo da expressão relaxada que tomou conta de todo o rosto dela.
— Caramba, como isso é bom…
— Tenho certeza de que é.
— Você não vem? — Kaira bocejou e abriu os olhos, piscando demoradamente.
— Vou, só quero pegar o café da manhã antes e então nada, nada mesmo, vai poder me tirar daí.
— Hmmm — ela se espreguiçou toda e Noble riu. Ajudou-a com o cabelo, prendendo tudo para cima. — Você viu minha droga?
Ele revirou os olhos.
— Óbvio, alguém tinha que cuidar dela enquanto você bebia sem parar.
— Ai, fala baixo — Kaira apertou as regiões da cabeça ao lado dos olhos. — Apaga a luz, por favor.
Noble fez o que ela pediu, desligou a luz e deixou apenas a fraca da hidro acesa. Olhou-a, levemente preocupado.
— Você não me parecia mal minutos atrás.
— E como eu poderia me sentir ruim com a sua boca lá embaixo? — Kaira sorriu, esticando as pernas.
— Engraçadinha — resmungou, a saúde dela era mais importante do que sexo. — Vou pegar a comida e a sua injeção. Não saía da água, não quero encontrar você caída no chão.
— Sim, senhor!
Noble procurou a insulina nos bolsos da calça e a encontrou intacta, depois caminhou pelo corredor da suíte e esperou um pouco na pequena cozinha, não deveria demorar muito. A campainha tocou e ele deixou a seringa em cima da pia. Cruzou a sala pequena e abriu, despreocupadamente, a porta.
O instinto selvagem automaticamente o deixou em defesa ao ver quem esperava do outro lado, fechou os punhos, pronto para usá-los — e ele queria.
O macho de cabelos avermelhados e sorriso pontiagudo o encarava em desafio e Noble aceitaria, ele não iria abaixar a cabeça para aquele merdinha.
— Olá — disse, soltando um riso irônico. — Eu te trouxe comida.
Ele fez menção de empurrar o carinho metálico e com rodinhas para dentro, mas Noble deu um passo para o lado e ocupou o caminho.
— Dê mais um passo e eu juro que acabo com a sua raça — rosnou ameaçadoramente. — E não vai ter tranquilizantes ou alguém que vá me fazer parar, Heaven.
O sorriso largo de Heaven se transformou em uma linha tensa quando outro rosnar vibrou pelo peito de Noble. Não estava brincando com o outro, se ele queria briga, ótimo, mas não sairia como perdedor.
— A última vez não foi o suficiente para você? — provocou quando Heaven não respondeu.
— Eu posso acabar com você na hora que eu quiser.
Noble não conseguiu segurar a risada alta, gargalhou até jogar a cabeça para trás e lágrimas escaparem de seus olhos.
— Porra — apoiou as mãos nos joelhos e continuou a rir. — Tá zoando comigo, né?
— Noble?! — a voz de Kaira chamou atenção dos dois. — Quem tá aí?
— Ninguém, gata! — gritou em direção ao corredor e depois se voltou para o babaca, cujos olhos brilhavam em puro ódio. Noble puxou o carrinho cheio de pratos e o colocou no corredor. — Obrigado por fazer isso por mim, cara — sarcasmo fora algo que aprendera muito bem com Kaira. — Ajudou demais! Agora vou voltar para a banheira, você sabe, né... a minha garota está me esperando. Eu prometi que depois que ela comesse, nós voltaríamos para a cama, você me deu a maior força trazendo tudo isso!
Heaven deu um passo à frente, fazendo-o sorrir com o canto dos lábios.
— Você quer brigar? — perguntou. — Tudo bem por mim, apenas me deixe foder em paz e depois desço para acabar com você. Eu vou demorar com ela, mas com você eu acabo em cinco minutos.
— Noble! — Kaira resmungou, a voz soando alta pelo corredor. — Eu tô faminta, arrasta essa bunda pra cá agora!
O ruivo olhou rapidamente para dentro do apartamento, sua atenção voltada em direção ao banheiro onde ela estava. Então balançou a cabeça e olhou para Noble.
— Vamos lutar novamente, Noble — avisou, indo embora. — Não agora, mas no futuro.
Ficou observando as costas dele enquanto sumia pelo corredor do hotel.
— Humpf, até parece… — uma risada baixa ainda escapou dele, pois achava graça daquilo. — Minhas unhas são mais afiadas que a língua dele, babaca.
Voltou para dentro da suíte, recolheu a insulina de Kaira na cozinha e levou consigo uma bandeja, onde colocou as coisas que mais lhe interessavam; panquecas com bastante mel e banana — para ela — ovos mexidos para ele, um achocolatado e café preto.
— Você demorou!
— Heaven estava na porta, enchendo o meu saco.
Kaira arregalou os olhos.
— Mentira!
— Sério, ele queria arrumar briga e tudo mais, mas eu disse que antes precisava transar com você.
— Você é terrível! — os dois riram juntos. — Mas eu adorei, menos a parte da briga, você não vai, né?
Balançou a cabeça, negando.
— Ótimo, não quero saber de confusão para o nosso lado e nem desavença entre Tiger e seu pai, os dois são amigos demais.
— Nem eu, relaxa, gata. Cão que ladrão não morde, você sabe — disse e deixou a bandeja de lado, ficou de joelhos e mostrou a agulha para ela. — Ergue o corpo.
Kaira fez o que ele mandou e Noble aplicou a insulina nela, passou o dedo por cima da pele antes de penetrar a agulha. A expressão dela continuou a mesma, ela apenas sorriu e depois voltou para a água.
— Onde está a sua carne? — Kaira perguntou ao notar que não havia vários filés no prato dele.
— Estou afim de ovos com bacon.
— Hm, me parece bom! — ela tentou beliscar o prato dele, mas Noble se afastou.
— Coma as suas panquecas com mel, ursinho Pooh.
— Malvado!
Eles comeram enquanto conversavam sobre a série que estavam assistindo juntos, adoravam histórias de sobrevivência. Noble estava com a coluna encostada na banheira e de costas para Kaira, devorou sua comida rapidamente e bebeu todo o café. Depois dela terminar também, ele levou os pratos para a cozinha e tirou toda a roupa, voltando nu para o banheiro apenas com o celular, deixou o aparelho no chão ao lado da banheira.
Entrou na água com Kaira, segurou os pés dela e os colocou em seu peito. Fechou os olhos e também inclinou a cabeça para trás, relaxando.
— Eu estive pensando em uma coisa — murmurou um tempo depois.
— O quê?
— Nós dois deveríamos arrumar um lugar para morar.
— Hm? — Kaira ergueu a cabeça, olhando-o. Noble, que levantara a cabeça, já mantinha os olhos nela, avaliando suas expressões cuidadosamente. — Temos as nossas casa.
— Nós estamos juntos, devemos morar juntos, é o que eu quero dizer.
— Não.
— Não?
Kaira riu alto e Noble fechou a cara.
— Eu não vou morar com você por dois motivos — ela falava lentamente, como se estivesse drogada ou sonhando, mas era apenas a versão preguiçosa dela que, apesar de tudo, ainda tinha a capacidade de o surpreender. — Primeiro motivo: não estou grávida.
— Se você estivesse eu saberia — zombou.
— Segundo motivo: estou na faculdade e gosto do que estou fazendo.
— Morar comigo não te impediria nada. Nossas vidas seriam as mesmas, apenas vamos dormir juntos todos as noites, Kaira. Você apenas vai precisar me ouvir roncar, não é um grande sacrifício.
— Sim, mas isso implica um monte de responsabilidades e eu ainda não estou disposta para arcar com uma casa só minha. Eu disse isso antes, Noble. Sem chance.
— Você faz com que isso pareça o fim do mundo! — reclamou.
— Eu vou fazer dezenove anos e não quero me casar agora, simples.
Noble gargalhou.
— Não vamos nos casar, ninguém aqui está ajoelhado com uma aliança!
— Morar junto, na minha opinião, é casamento sim! Desculpa, mas eu tenho as minhas metas bem claras, Noble e você as conhece desde sempre.
— Sabe acho que tudo o que você quer de mim é o sexo — brincou, estreitando os olhos. — É o que parece às vezes.
— Você demorou para perceber em! — Kaira deslizou, lentamente, os pés pelo seu peitoral e barriga, chegando até a cintura de Noble. Ela se ergueu na banheira, expondo os seios e barriga, então se sentou no colo dele, beijando seu pescoço e causando arrepios por todo o seu corpo. — Só não diga que eu te usei — murmurou próximo a sua orelha. — Ficaria feio para um cara do seu tamanho.
Enfiou os dedos entre os fios na base da nuca dela, puxando-os devagar, até que os lábios vermelhos estivessem a altura de seu rosto.
— Bom, não quero manchar a minha reputação.
Kaira riu.
— Eu tenho uma reputação — a boca dela se moveu precisamente próxima da dele. — Você no máximo é meu seguidor.
Ela não o beijou, ao invés disso deslizou o rosto para baixo.
Manteve os olhos sobre ela quando aquela boca macia beijou o caminho de seu peito, enquanto as unhas pequenas arranhavam seu abdômen. Seus músculos vibraram quando ronronou, amava a sensação quente da língua dela contra sua pele, fazia com que seu corpo correspondesse com leves tremores. Os beijos subiram pelo pescoço e ele fechou os olhos, deixando-o ser conduzido por Kaira.
— Beijaria seu corpo todo se não estivéssemos na água.
— Podemos sair!
— Não, eu gosto assim — ela o beijou com delicadeza, envolvendo o seu pescoço com os braços até que os seios macios estivessem contra seu peito, deliciando-se com a sensação da pele com pele. — Você não gosta?
— Eu amo…
As coxas dela se separaram ao redor do quadril e o traseiro quente pressionou sua ereção. Kaira moveu a cintura, rebolando até que ambos estivessem encaixados e então o seu pênis deslizou lentamente para dentro de onde queria estar.
Noble estava para se mexer, mas ela segurou seu rosto e o manteve parado.
— Não se mova — ele rosnou, impaciente para virar seus corpos e a tomar da forma como queria. — Sou eu quem mando agora.
— Quando estivermos na cama vou acabar com você.
Ela sorriu.
— Tudo bem — Kaira murmurou quando seus corpos se moveram em sintonia e o sopro de seu breve gemido alcançou o rosto dele. — Mas agora vamos lentamente…
Kaira tomava quase tudo dele, quente e molhada. Seus corpos se ajustavam mais rápido do que poderia ter imaginado em qualquer época de sua vida.
Os sons de ronronos da parte dele a motivavam a montá-lo mais rápido. Não tinha certeza de qual deles estava sendo mais torturado por seus movimentos lentos, mas Noble definitivamente se sentia muito bem. Kaira deslizou mais uma vez até o traseiro quente repousar sobre seus quadris, a sensação dele completamente ligado a ela era pura perfeição e ele apreciava muito.
Noble rosnou e agarrou as beiradas da banheira.
Seus olhos se abriram e Noble encontrou o olhar da companheira. Kaira se moveu, estabelecendo um ritmo rápido, montando-o com força. Ele se manteve daquele forma, incapaz de quebrar o contato visual com ela. Sentiu o clímax crescer, a sensação quente e incrível subir por todo o seu corpo, como fogo se alastrando pelos seus músculos. Ela o montou freneticamente enquanto apertava os quadris contra ele a cada movimento. A intimidade dela o apertou intensamente e o prazer o atravessou quando o clímax foi atingido. Noble chamou pelo nome dela, satisfeito.
Kaira o beijou e ele passou os braços ao redor do pequeno corpo, retribuindo. Entreabriu os lábios e provou do sabor achocolatado em sua língua, suas bocas se moviam com harmonia até ela se afastar, suspirando.
Ele se inclinou e deu um selinho nela, sorrindo, voltou a abraça-la e ambos ficaram em silêncio, ouvindo apenas a respiração um do outro por algum tempo, até que o seu celular tocou ao lado. Tinha o plano de apenas ignorar o som, mas o toque irritante o deixou sem paciência.
Noble recolheu o aparelho e bufou.
— Só pode ser brincadeira!
— Atende... — Kaira sussurrou sobre a pele dele.
— Me diz uma coisa, Kismet — rosnou ao atender depois de ver o nome do amigo. — O que você faz quando não estou por perto, como passa o seu tempo quando não está a cada segundo me atormentando?
— Cala a boca, sou seu melhor amigo, seu nojento! — a voz dele estava desanimada. — E só para te responder, é bem entediante, meu grande talento é te irritar!
— Eu sabia!
Kaira riu baixinho, desencostando a cabeça do ombro dele e o encarando.
— O que você quer?
— Lembra que eu disse que ia passar a noite com uma fêmea?
— Tá, e daí?
— Eu tenho uma novidade! — Noble esperava algo besta, já que vinha de Kismet. — Posso dizer com todas as letras que a partir de hoje Forest é o único virgem entre nós. Na verdade, acho que poderíamos fazer um daqueles rituais que envolvem alguém puro, vou adorar zoar com a cara dele.
— Eu topo — Kaira murmurou e Noble balançou a cabeça, como eles conseguiam pensar naquelas idiotices?
— Que seja, Kismet — mudou o celular de ouvido e colocou a mão nas costas de Kaira, deslizando os dedos carinhosamente por ela. — Depois me conta os detalhes.
— Não, não tem detalhes sórdidos! — Kismet rosnou do outro lado. — Foi até que legal, nós lutamos pela dominância, essas coisas, mas depois de tudo…
— O quê?
— Ela teve a coragem de dizer que eu era tão bom quanto o meu pai!
Noble deu um pulo quando Kaira se afastou com tudo e começou a gargalhar gostosamente, até que o rosto dela estivesse todo vermelho; a risada dela era meio estranha, meio que chorava ao mesmo tempo e parecia estar sofrendo com falta de ar, mas ele acha isso muito engraçado e fofo.
— Toma essa, seu trouxa! — ela gritou, erguendo os braços para cima.
— É bom saber que alguém saiu feliz desta situação — Kismet murmurou do outro lado. — Por favor, manda ela se foder por mim.
— Mando sim — brincou. — E então, o que você disse para a fêmea?
— Nada, juntei minhas roupas e dei o fora. Eu quero mesmo é esquecer a imagem que minha cabeça criou, é nojento pensar que meu pai esteve com ela e eu também. Que horror.
Noble riu também, satisfeito porque seu pai não havia sido nenhum pegador antes de Tammy, as fêmeas tinham medo de Valiant.
— Olha, eu vou desligar — Kismet avisou de repente. — Acabei de avistar Forest.
— Tá, vai lá incomodar ele.
— Lógico que vou!
A ligação acabou e Noble foi deixar o celular no chão novamente, no entanto uma mensagem nova chamou sua atenção e o fez gelar.
Que merda era aquela?
— O que foi, Noble? — Kaira soltou um riso controlado, estava limpando as lágrimas do seu rosto. — Ficou pálido, aconteceu alguma coisa?
As cinco palavras o deixaram tenso, chocado.
— Kaira…
— Sim?!
— Você... hm, se lembra da pergunta que mandou ontem à noite para a sua avó?
Ela ergueu as sobrancelhas.
— Sim, ela respondeu? — Kaira se inclinou até ele, tentando capturar o aparelho, mas Noble se afastou. — Que foi?
— Bom… você tem uma resposta.
— Me deixa ver!
Levantou a mão, parando-a.
— Antes de tudo, me promete que não vai arrumar uma confusão, por favor?
— Me deixa ver a porra da mensagem!
A resposta dela estava clara e Noble hesitou, droga, ela arrumaria uma confusão.
— Foi você quem pediu por isso, gata.
🌡️
Noble ficou para trás na entrada do hotel, pulando enquanto enfiava os coturnos completamente nos pés, não conseguira acompanhar o ritmo furioso de Kaira. Apesar de estar perplexo, ainda se perguntava como ela fazia parar manter o equilíbrio em cima daqueles saltos.
O chão estava molhado e a terra fofa, por isso aquelas agulhas mortais afundaram e ela começou a reclamar.
— Puta que pariu, que merda!
Ela tirou os sapatos e andou descalça até a caminhonete, olhou-o distante e o apressou com gestos.
— Vai vir ou não?
— Tô indo, calma.
— Eu não estou nada calma, então não me enche mais a paciência, Noble!
Entrou no carro, passou o cinto e se sentiu rígido quando ela acelerou, cantando pneu na estrada. Caramba, talvez ele devesse estar dirigindo, ela parecia prestes a matar os dois em um acidente.
— Kaira — murmurou, tenso, encostando mais o corpo no assento, como se pudesse se fundir nele. — Talvez eu devesse tomar o volante, encosta e me deixa passar para esse banco.
— Que é? — ela resmungou, sorrindo ironicamente. — Vai querer entrar para a lista de homens que me dão ordens? Não acha que eu tenho pais demais para isso, porra?!
— Okay, relaxa e presta atenção na estrada.
— Relaxar — Kaira riu e Noble podia jurar que havia um tique estranho no olho direito dela; estava tremendo. — Relaxar…
Kaira tinha fogo nos olhos ao o encarar, não lágrimas, como esperava num situação como aquela. Havia apenas fúria; o ódio de alguém que ele detestaria desafiar.
Seguiram pela estrada molhada, o silêncio dentro do carro não era confortável e Noble preferia se jogar na frente da caminhonete ao invés de encarar o destino que os aguardava.
Tirou a mão do apoio do cinto e a deslizou até a joelho de Kaira, alisou a pele nua e sorriu, mesmo que nervoso.
— Estou do seu lado, Kaira.
Por um instante pensou que o brilho nos olhos azuis fossem de lágrimas, no entanto Kaira respirou fundo e engoliu o choro.
— Eu sei.
🌡️
Sabe aquela sensação quente que sobe da garganta, pelas bochechas e finalmente chega aos olhos, tudo isso junto de um sentimento estranho e agonizante, o qual deixa seus olhos molhados e ardentes, mas você não chora?
Kaira não fazia ideia do que a estava mantendo inteira, definitivamente queria explodir com alguém e estava pronta para o fazer quando parou em frente a sua casa.
— Ei, moranguinho — Noble puxou sua mão. — Mantenha a calma.
— Me faz um favor?
— O que quiser.
— Enfia a calma no seu rabo.
Desceu e correu descalça pela grama e lama, não limpou os pés no tapete ao entrar, apenas seguiu para dentro e chegou na cozinha como um furacão. Ótimo, estavam todos reunidos. Kaira sorriu entre arfadas, controlando sua respiração conforme o coração batia como se fossem as asas de um beija-flor.
— Você está atrasada, Kaira.
Virou rapidamente os olhos para Leo, ele estava na ponta da mesa e comia o seu café da manhã.
— Acredite, papai — zombou da palavra. — Você está mais atrasado do que eu — virou o rosto para sua mãe, que já a encarava confusa. — E você também.
— Como assim, Kaira? — Stella perguntou. — Sobre o que você está falando?
— Estou falando sobre Aaron Morgan! — bateu as duas mãos na mesa, assustando seus irmãos. Sua mãe arregalou os olhos, boquiaberta. — Esse nome te lembra alguém?
Stella não respondeu e o silêncio reinou no cômodo. Aurora estava do lado de sua mãe e Leon na cadeira ao seu lado, perscrutando-a com nada além de curiosidade. Voltou sua atenção para Leo que, apesar de tudo, parecia ser o único ali que não estava perdido.
— Meu Deus, eu esperava mais de você — disse para Leo, magoada ao se dar conta de que ele sabia de tudo. — Por quê?
Ele balançou os ombros.
— O que quer que eu diga, princesa?
— O que você deveria ter tido há muito tempo!
Leo se levantou, ultrapassando a altura de todos ali, até mesmo de Noble que estava atrás dela.
— Como você descobriu a verdade sobre Aaron? — ele perguntou.
— A verdade que eu deveria saber desde sempre, você quer dizer? — apontou o dedo para o peito do macho. — Aaron está aqui, há anos… o meu… — a palavra a fazia querer vomitar — pai biológico. Eu não acredito que você sabia e não me contou. O que houve com a sinceridade dos Novas Espécies?
Ele suspirou.
— É assunto da sua mãe, Kaira, não meu.
— Passou a ser seu desde o momento em que me adotou como sua, desde que nos trouxe para dentro da sua casa, como pode olhar para os meus olhos e mentir por todos esses anos?!
— E você própria não tem seus segredos?
Kaira deu um passo para trás, irritada e atordoada. Balançou a cabeça, negando-se a acreditar no que ele disse. Como podia? Era o seu porto seguro por todos aqueles anos, o grande homem que limpara suas lágrimas e a ensinou a ser quem era. Por que então parecia que tudo havia acabado?
Parecia que estava desmoronando, mas nenhuma lágrima escorria pelo seu rosto ainda.
— É o que tem para me dizer, sério? — respirou fundo, tentando não explodir; segurando-se para não dizer um monte de coisas das quais se arrependeria depois.
— Kaira…
— Mãe — chamou aquela que estava até então quieta. — Diga algo, explique o motivo de ter me mantido todo esse tempo no escuro. Por quê?
— Querida, é complicado…
— Complicado, complicado — gargalhou sozinha. — Qual é? Foi tão ruim assim me fazer com Aaron que agora você fica sem palavras?
Leo deu um passo em sua direção mais rápido do que esperava e a segurou pelo braço, a expressão no rosto dele era furiosa.
— Não fale assim com a sua mãe. É um aviso, não me irrite.
— Ou vai fazer o quê? — o desafiou sem pensar nas consequências. — Vai me bater? Nem sequer é meu pai de verdade, não mande em mim!
Kaira entendia que sua razão e lucidez haviam acabado assim que falou aquilo, ela apenas queria ferir alguém com suas palavras, descontar em alguém a dor em seu peito. Os dedos ao redor de seu braço relaxaram aos poucos e Leo a soltou, virou-se de costas e foi até o lugar dele, sentou-se e a olhou como nunca o fizera antes.
— Você tem razão, você não é minha filha e com certeza não sou o seu pai. Aaron é.
— Leo!
Stella se levantou e Kaira ficou parada, seus olhos focados no Nova Espécie.
Ela engoliria tudo aquilo, mas parecia que havia um caroço em sua garganta e por que doía tanto? Kaira ofegou e seu corpo oscilou. Parecia que havia brasas em seus pulmões, fogo em seu coração.
Os lábios dela tremeram e tudo estremeceu.
Já não conseguia segurar suas lágrimas.
— Não importa mais — sussurrou para ninguém e sacudiu a cabeça. — Que seja.
— Kaira — mãos quentes envolveram seus ombros. — Não chore.
— Vá para casa, Noble!
Desvencilhou-se dele e caminhou até a escada, subindo em direção ao seu quarto.
Pela primeira vez em toda a sua vida, não sabia o que pensar de tudo aquilo.
Era uma merda.
🌡️
Noble ficou parado na ponta da escada, observou Kaira subir com o rosto vermelho e logo depois o jovem Leon a seguiu. Sem saber o que fazer, caminhou de volta para a cozinha e resolveu explicar a situação.
— Ontem à noite estavamos no bar, Kaira estava dançando e Aaron foi falar com ela. Na verdade, eu o conheci há algum tempo e todos o mencionaram para Kaira. Ele é tipo uma fera no pôquer e ela também, então todos esperavam que os dois fossem se encontrar uma hora ou outra — tomou fôlego. — Kaira voltou para o balcão e disse que sentia que o conhecia de alguma forma e Aaron havia dito o mesmo, provavelmente porque vocês duas se parecem, Stella. Bom, depois disso ela pegou meu celular e mandou uma mensagem para a avó dela… aqui a resposta.
Tirou o celular do bolso e mostrou para Stella, as palavras eram as seguintes:
“Ele é seu pai, Kaira.”
— Meu Deus, como minha mãe pode falar assim?
Noble deu de ombros.
— Me pareceu bem direto, na verdade eu gosto da vovó — sorriu, mas nenhum dos dois o acompanhou e Noble se encolheu perante o olhar furioso de Leo. — Hum, eu vou esperar um pouco e subir lá.
— Vá embora, querido — Stella quem disse, levantou-se e o acompanhou até a porta e ele a respeitou. — Vou conversar com Kaira e explicar tudo… eu não fazia ideia de que Aaron estava no país, muito menos aqui!
— Kaira vai ir até ele.
— Com certeza vai — Stella sorriu tensa e era impossível não notar as semelhanças dela com Kaira. Era óbvio que um homem que estivesse com ela se lembraria. — Cuide-se, garoto.
— Até depois.
🌡️
Ela desejou usar palavras para ferir Leo, fazê-lo sentir o mesmo que ela; ódio e rancor, embora tenha sido as palavras dele que a machucaram mais. Nunca se imaginou ouvindo algo como aquilo, não do homem que a pegara no colo sempre, que a ensinou o que era ser amada por um pai, tivesse ele o seu sangue ou não.
Pensou em todas as informações que tinha de Aaron até então: homem encrenqueiro, usuário de insulina, soldado e viciado em jogos de condutas duvidosas.
Era triste que ela tivesse muito dele, até a maldita deficiência.
O destino não poderia ter lhe dado um pai rico e presente?
Não.
Sobrara para ela um progenitor doente e provavelmente sem vergonha, pois nunca estivera ao lado dela. Será que fora embora ao descobrir a gravidez? Não a quis?
Sorriu, mesmo que com os olhos cheios de lágrimas.
Kaira queria muito estar cara a cara com ele, diria todas as coisas que sempre estiveram entaladas em sua garganta quando falava do homem que não a assumiu.
Ele pagaria por tudo.
Leon estava deitado com a cabeça em sua barriga, abraçando-a com força.
Ela nunca imaginou que um dia aquilo aconteceria, que ele seria sua âncora, um ombro amigo onde choraria como uma criança. Leon não disse nada, apenas entrara pela porta e se deitara ao seu lado, limpando suas lágrimas e a confortando com um semblante sério.
— Você é meu irmãozinho…
— Sim, eu sou.
— Então por que parece que é o mais velho agora?
— Eu cresci, sou um adulto já! — Kaira riu rouca e fungou, abraçando-o de volta. — E vou cuidar de você!
— Eu sei que vai, obrigada.
Leon ronronou e se esfregou nela.
— Você não quer tomar um banho, irmã?
— Hm, estou fedendo?
— Cheira a Noble, ecaaa!
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