Promessa de mindinho
Kaira levou um susto quando a porta em sua frente bateu contra a parede, fazendo-a dar um passo para trás. Depois, tudo o que ela viu foram fios de cabelo laranja-avermelhados e mechas douradas, eles tamparam sua visão quando o corpo maior colidiu contra o seu, levando-a de costas ao chão do corredor.
Não se machucou, mas definitivamente se assustou. Encarou o teto com os olhos esbugalhados e depois olhou em direção a própria barriga, fitando a testa do garoto que a abraçava. A mãe dele mandava o mesmo sair de cima dela, mas ele fez o contrário. Esfregou-se nela como Leo costumava a fazer e soltou alguns ruídos adoráveis.
Ela gargalhou alto, aquilo fazia cócegas em sua barriga.
O menino ergueu o rosto e Kaira pode visualiza-lo por completo, era diferente de tudo o que ela tinha visto até então, mesmo que muitíssimo parecido com o macho que os atendeu no andar de baixo. Ele quase parecia humano, o nariz era largo e achatado, como o de seu pai. As bochechas proeminentes dominavam a face dele e os olhos de gato eram hipnotizantes.
— Gosto de gatos — murmurou. Ele sorriu, mostrando-lhe as presas branquinhas e pontiagudas. — Gosto dos seus dentes também.
Kaira se apoiou sobre os cotovelos e se inclinou para frente, deixando seus rostos mais próximos.
— Saía de cima dela agora, Noble! — era a mãe dele, Tammy, quem gritava. — Venha para trás!
Noble fez como a mãe dele mandou, afastando-se de Kaira. Ele esticou as mãos e ela o segurou, puxando-a para cima com força. Os corpos deles colidiram novamente e os dois riram, achando graça.
— Oi — ele disse. — Sou Noble.
— Você já sabe o meu nome — Kaira empurrou o ombro dele levemente, batia na altura da cabeça dela.
Ele abriu a boca para falar, no entanto a voz de sua mãe soou mais alta.
— Me desculpem, eu disse para ele não fazer isso! — Tammy o puxou pelos ombros e o menino apenas sorriu, balançando a cabeça. — Mas pelo jeito Valiant vai ter que conversar com ele mais tarde.
Noble se agitou e fugiu do agarre de Tammy, voltando até Kaira e a olhando de baixo a cima.
— Você é ainda menor que a minha mãe, incrível!
Stella escondeu o riso com as mãos e fingiu um olhar inocente. Kaira, pelo contrário, não gostara nada daquele comentário. Ela estava dando duro, comendo todos aqueles alimentos verdes apenas para crescer e agora ele dizia isso. A pequena estufou o peito, orgulhosa.
— Eu estou em fase de crescimento.
— Pequena! — ele brincou, provocando-a e Kaira apertou os olhos. Ela, definitivamente, não era do tipo que levava desaforo para casa.
— Olha só quem está falando, girafa!
Noble riu mais alto, dando mais um passo à frente e mostrando suas presas a ela.
— Sou um leão, não uma girafa.
— Leão? — Kaira sorriu com o canto dos lábios. — Você está mais para um gatinho.
Foi a vez de Tammy rir, ninguém chamava Noble de gatinho, principalmente quando o via em ação com suas garras. Ela resolveu se pronunciar e tomou toda atenção de Kaira, afastando Noble com a lateral de seu corpo e lançando um olhar sério sobre ele, só esperava que o mesmo entendesse.
— Olá, gracinha — colocou uma das mechas castanhas dela para trás e observou melhor o rosto delicado da menina. — Faz algum tempo que não vejo nenhuma menininha e você é tão fofa, me faz querer ter uma bebezinha.
— Oi.
— Fiz torta de chocolate, você gosta? — as três ouviram o barulho de chiado. Tammy o ignorou.
— Amo chocolate!
— Eu não!
Kaira deu um passo para o lado e esticou o rosto, olhando para Noble escondido atrás do corpo de Tammy e sorriu.
— Bom que sobra mais, não é?
— Temos uma espertinha aqui! — Tammy a abraçou e juntas começaram a caminhar em direção as escadas. — Vamos lá ou o jantar vai esfriar!
Kaira ignorou com facilidade o olhar de Noble enquanto comia e era paparicada o tempo todo por Tammy. A mulher a enchia de elogios e não parava de falar, levando a pequena a pensar que finalmente encontrara alguém a sua altura. Discutiram sobre várias coisas juntas, desde moda a comida, não que Kaira entendesse muito dessas coisas.
Ela queria falar sobre personagens e desenhos, além de que ansiava mostrar seus brinquedos ao menino.
Noble comeu e ficou ouvindo a conversa dos machos, sem interrompe-los, mas ela bem que podia perceber que ele queria se intrometer na conversa delas.
Estava se segurando para não implorar a Tammy que a deixasse ir até a sala com Noble. Bateu as mãozinhas levemente contra a mesa e manteve os olhos sobre ele depois de algum tempo, nem ouvia mais a conversa das mulheres. Ele abriu um sorriso de quem estava prestes a aprontar e se levantou, caminhando em direção a sala onde ela deixara sua caixa. Antes de sair Noble ainda teve a coragem de fita-la por cima do ombro e escapar de sua vista com uma risada.
Ela desceu da cadeira com um pulo, confessava estar um pouco incomodada com o quanto tudo era grande, principalmente depois de ser chamada de baixinha.
Seguiu os passos de Noble devagar, pousando as solas dos pés levemente contra o assoalho, queria pegá-lo de surpresa. Invadiu a sala com um olhar sério, mas que logo foi tomado por confusão. Estava tudo vazio, Noble não estava em nenhuma parte.
Kaira olhou atrás do sofá e depois de agachou no tapete, encarando o escuro embaixo da estante.
Ele não estava mais ali!
Sentou-se no tapete e recolheu as pernas, cruzando-as como índio. Ela puxou a caixa para perto de seus joelhos e estava para pegar um brinquedo quando ouviu um barulho leve e forte atrás de seu corpo, em um ponto acima de sua cabeça no sofá. Algo soprou contra sua nuca e ela pulou para longe, assustada. Seu coração bateu mais rápido e ela quis gritar de raiva ao ver o olhar orgulhoso de Noble.
— Onde você estava?!
— Você quis me assustar, Kaira.
Ela ergueu as sobrancelhas, descontente.
— Não quis não.
— Senti o seu cheiro e o som dos seus passos — ele riu e depois se pendurou no braço do sofá, encarando-a de cabeça para baixo. — Até o coelho velho e quase surdo de Torrent ouviria o seu barulho.
— Mentira!
— Verdade!
Kaira respirou fundo, sua mãe sempre dizia que a melhor forma de enfrentar um engraçadinho era o ignorando e foi o que ela fez. Voltou toda sua atenção para caixa e tirou alguns brinquedos que particularmente gostava muito, também dois gibis com as bordas amareladas do Jurassic Park. Fingiu estar muito entretida que nem ergueu os olhos quando ele se moveu atrás dela, mas pode ver os pés descalços dele enquanto dava a volta em seu corpo.
— O que são essas coisas?
— Dinossauros.
— Eles parecem ferozes! — disse, pegando um dos pequenos brinquedos que parecia rugir.
— Com certeza foram um dia, eles estão extintos, mesmo que alguns digam que as galinhas são dinossauros.
Noble parecia confuso e ela pegou um gibi, abriu-o e apontou para algumas imagens.
— Vê? — ele assentiu. — Os dinossauros eram assim antes dos meteoros os matar.
— Não conheço essa história.
— Como não? — ela estava horrorizada. — É a minha favorita! Eu queria ser uma paleontóloga, mas então eu descobri a arqueologia e quis ser uma também, mas então decidi que não, deixo isso para a Lara Croft. Prefiro os dinossauros.
Ele a encarou como se estivesse falando em outra língua.
— Você certamente vai aprender isso quando for para escola. Eu sei um pouco mais que as outras crianças porquê meu avô amava essas coisas e me deixou vários dos seus almanaques de dinossauros. Também tenho um velho videogame e vários jogos da Lara — Kaira suspirou, sonhando acordado. — Eu quero ser como ela, bonita e inteligente.
— Minha mãe disse que vamos ter uma professora logo, logo.
— Mesmo? — perguntou. — Também quero participar das aulas, mas aqui não tem uma escola?
— Não — ele balançou a cabeça várias vezes, como se a menção de uma escola fosse algo muito ruim e se aproximou dela, sentando-se ao seu lado com os joelhos se tocando. A pele dele era muito mais quente que a dela. — Os humanos não podem saber que filhotes como eu existem, pelo menos não a maior parte deles.
— Por quê?
— Por causa da Mercile, aquelas pessoas são más de verdade.
Kaira tremeu levemente, lembrando-se da história que o seu pai contara há algum tempo sobre o que ele era e o motivo de ser assim. Ela pensou nos piores tipos de vilões e segurou as lágrimas em seus olhos, piscando rapidamente.
Ela agarrou a mão dele que estava próxima, apertando a pele quente com força.
— Não quero pensar nisso — murmurou tão baixo que provavelmente só ele ouviria. — O que eles fizeram foi horrível, não consigo e nem quero imaginar o meu pai preso em correntes e sendo maltratado.
— O seu pai e o meu são os mais fortes daqui, ninguém vai machucá-los de novo e quando eu crescer vou ser um oficial e proteger todos — declarou de queixo erguido, exibindo novamente suas presas.
Kaira se lembrou também que falara a Leo que protegeria os Novas Espécies e ela queria fazer parte daquilo, ajudá-los de alguma forma.
— Também quero protegê-los. Por isto vou comer muito e treinar.
Os dois estavam com as mãos juntas e com as costas no sofá. Noble era uma cabeça mais alto e a perscrutava de cima com firmeza, talvez tentando encontrar alguma brecha em seu olhar, mas ela estava séria em suas palavras. Queria tanto aquilo quanto queria correr livre pela floresta.
— Tiger me disse que Forest e Salvation são uma dupla, como irmãos e um ajuda o outro — Kaira não conhecia nenhum daqueles que ele citou e nem entendia aonde ele queria chegar com aquilo. — Quando minha mãe falou de você pensei que nós dois também seríamos assim, mas você é pequena e frágil. Não posso lutar com você.
— Sou mais forte do que pareço!
Ele riu, piscando os olhos dourados.
— Você nunca ganharia de mim, nem se treinasse sua vida inteira.
Kaira sentiu um calor de raiva a invadir e seu rosto ficou corado, fazendo com que o garoto desse mais risadas. Ela não pensou muito no que fez a seguir, apenas seguiu o instinto e se jogou sobre ele. Suas palmas pequenas deslizaram dos ombros dele até um ponto acima das costelas, seus dedos então pressionaram a pele embaixo da camiseta com força e ela os mexeu para todos os lados. Não sabia se ele tinha cócegas, mas entendia que era uma boa forma de fazer com que alguém pedisse por socorro.
Noble soltou um barulho engraçado, parecia um rosnado junto de uma risada alta e sua costas se curvaram e ela pode senti-lo vibrar em suas mãos. Ele tinha um ponto fraco. Sorriu, aproveitando que ele se deitou no chão e foi ainda mais para cima, tocando em todos os cantos onde também sentia cócegas.
Um movimento rápido a deixou embaixo dele, com as mãos erguidas e juntas sobre a cabeça.
— Me solta! — tentou empurrar Noble para longe, mas o corpo dele era maior e mais pesado. — Noble!
— Você quer brincar? — ela sentou a mão dele em sua barriga e automaticamente soltou um riso, seu rosto estava em brasas.
— Por favor, não! — pediu, encarando-o meio sôfrega, a respiração dele também batia forte contra seu rosto.
Noble olhou para baixo e ela se contorceu, gargalhando alto e lágrimas escorram por suas bochechas. Ela tinha um péssimo hábito de chorar facilmente quando estava rindo. A mão dele correu pela lateral de seu corpo e ela o sentiu pegar num lugar realmente frágil, seu pobre pé.
— Não! — arregalou os olhos. — Por favorzinho, meu pé não!
Ele saiu de cima dela e segurou seus pés com força, arrastando a unha em sua pele como se fosse uma tortura. Kaira tentou se afastar e ficou de barriga para baixo, chutando as cegas.
— O que está acontecendo aqui? — Valiant perguntou, encarando os dois filhotes com estranheza, mas principalmente curioso com o instinto de Noble que, inesperadamente, colocara-se protetoramente sobre a pequena fêmea.
Todos sabiam que ultimamente era difícil pegá-lo distraído, até ele mesmo andava fracassando quando se aproximava e Noble subia pelas vigas, escondendo-se em uma brincadeira que poderia durar muito tempo.
O filhote relaxou ao perceber o pai e se afastou de Kaira, deixando-a respirar novamente. Ela se sentou comportada e limpou os olhos, depois olhou divertida em direção a Noble.
— Eu estava vendo se Noble tem cócegas — ela quem respondeu entre respirações rápidas. — E ele tem, mas eu tenho ainda mais!
— Hum — Valiant não parecia convencido e ela não sabia o que pensar, o enorme macho ainda parecia assustador para ela. — Minha Tammy colocou o doce na mesa, filhote, você deve vir e comer.
Kaira estava sem jeito quando se levantou, olhou para trás e perguntou a Noble:
— Você vem?
— Não gosto de chocolate.
— Humpf — ela resmungou. — Acho que você deveria aproveitar a melhor coisa desse mundo ou vai acabar perdendo a melhor parte!
Dito isso, ela correu e voltou para a cozinha.
🌡️
Tammy e sua mãe ficaram juntas na cozinha, arrumando as louças e conversando e os machos adultos foram para fora da casa. Ela queria ir atrás do pai, mas ficou para trás ao perceber que Noble fazia o mesmo. Ele estava sentado no tapete da sala, observando-a na passagem.
Duas palmadinhas no espaço ao lado dele a fizeram caminhar até lá e se sentar. Abriu um sorriso tímido e virou a caixa de brinquedos no tapete.
— Você tem vários dinossauros, em.
— É, são os meus preferidos — pegou uma Barbie descabelada e com o rosto rabiscado de caneta. Não era bonita como antes, mas estava inteira. — Mas tenho bonecas também e brinquedos da Lego. Você gosta de quebra-cabeça?
— Eu nunca brinquei com isso.
Kaira pegou uma outra caixa que estava guardada antes, abriu-a e despejou todas as pequenas peças próximas a eles.
— Vamos fazer um então!
No começo ela pensou que aquele não seria um tipo de hobbie que Noble aproveitaria, mas depois de alguns minutos ele estava tão concentrado quanto ela, encaixando as peças nos lugares certos e praticamente terminando o quebra-cabeça sozinho. Era uma paisagem simples e com um sol no céu.
Ele sorriu, satisfeito e rolou para o lado de Kaira. Os dois estavam de barriga para baixo e estendidos no chão.
— Tem mais?
— Sim, olha... Este daqui é o mapa de todo o mundo!
— Então é grande, vamos começar.
Eles fizeram o quebra-cabeça do mundo e depois outro de dinossauro, brincaram com alguns objetos pela sala e Noble, numa demonstração orgulhosa de força e velocidade, subiu em um dos pilares da casa, exatamente como sua mãe dissera para não fazer.
Kaira estava entusiasmada com aquilo, olhava com a cabeça erguida para Noble no teto. Estava agachado e parecia um felino pronto para pular e atacá-la.
— Era ai que você estava então — ele riu, concordando. — Eu deveria ter olhado para cima!
— A primeira regra de sobrevivência de um caçador é olhar por onde anda, então você estava certa.
Kaira franziu o cenho.
— E como você sabe sobre regras de caçadores?
Ela segurou um grito na garganta quando Noble simplesmente saltou da viga e pulou sobre o sofá. O coração dela estava literalmente na garganta, podia senti-lo pulsar com força. O garoto só riu da cara dela e se colocou de pé num único pulo.
— Eu sou um caçador.
— Você é uma criança como eu.
— Filhotes de humanos não aprendem as mesmas coisas que nós, percebi hoje à noite enquanto você falava. Sabe sobre um monte de coisas, mas não sabe nada do que eu sei.
Uma careta se formou em seu rosto.
— Não sou burra.
— Eu não disse que era — respondeu travesso, irritando-a. — Não pode negar que somos diferentes.
Ela deu de ombros, sem se importar com as características que os tornavam mais animais do que humanos.
— Somos iguais.
Noble abriu a boca para continuar, mas ela o interrompeu.
— Amanhã vou passar o dia com Torrent, venha conosco.
O sorriso dele chegou aos olhos e Noble concordou, fazendo-a dar outra passo para frente. Não deixou que a incerteza a abalasse, estava com aquela ideia na cabeça desde que disseram que ela poderia conhecê-lo e agora estava em frente a pessoa em quem ela mais pensava antes de dormir.
É tudo ou nada, pensou.
— Você pode ser meu melhor amigo — ela comentou como quem não queria nada. — Seremos uma dupla imbatível, eu tenho certeza!
— Então você seria minha melhor amiga? — Noble perguntou de volta e ela revirou os olhos, não era óbvio? Ele era um pouco lento e parecia que às vezes não entendia o que ela dizia.
Ela balançou a cabeça, dispensando alguns pensamentos, tinha que ser boazinha.
— Sim, é como uma irmandade — custou a Kaira falar aquela última palavra, parecia tão difícil, mas sabia que o significado era grande e importante.
Os olhos dourados dele pareciam meio desconfiados, embora ele tenha concordado logo depois.
— Certo, seremos melhores amigos então!
Ela se empolgou e se colocou de joelhos, arrastando-se com os mesmos para mais perto dele. Noble fez o mesmo em frente a ela. Ergueu a mão direita e fechou o punho, deixando apenas o dedo mindinho levantado.
— Agora vamos fazer uma promessa de dedinho!
Seu olhar se estreitou e um breve som saiu da garganta de Noble, surpreendendo-a de início. Ele acabara de rosnar suavemente para ela.
— O que eu tenho que fazer? — Noble perguntou.
Ele realmente não sabia? Ela muitas vezes vira crianças fazerem o mesmo na escola, a ideia de que ele nunca tivesse estado perto de outras crianças a deixou confusa. Será que Noble nunca tinha saido daquele lugar?
Kaira disfarçou o olhar chocado e sorriu, sem graça.
— Faça como eu — ele ergueu a mão esquerda e ela balançou a cabeça. — Não, tem que ser com a mão direita. Isso. Agora, levanta o dedinho e junta com o meu. Bom, assim mesmo...
Ela olhava para os seus dedinhos conectados; a pele de Noble era consideravelmente mais dourada que a dela, a mão também era maior e o dedo dele poderia cobrir o dela, além de que a unha dele parecia ser forte e afiada.
Quando ergueu a cabeça e encarou os olhos de gato acabou sorrindo, pareciam ouro derretido e os cílios dele eram grandes e chamativos.
— Você sabe o que uma promessa de dedinho significa? — perguntou baixinho, ele balançou a cabeça negativamente. — É um acordo que nenhum de nós pode quebrar, vai valer para o resto de nossas vidas.
— Então nós vamos ser amigos por um longo tempo — ele murmurou de volta, sorrindo e mostrando suas presas afiadas. — Por mim tudo bem, Kaira, gosto do seu cheiro.
Ela estreitou os olhos, afinal, o que o cheiro dela tinha a ver com aquilo?
— Certo — Kaira riu baixinho e inclinou o dedinho, apertando o de Noble. — Agora você aperta o seu dedo contra o meu, assim.
Ele fez como ela disse e Kaira usou a outra mão para erguer o rosto dele, deixando seus olhares alinhados novamente.
— Eu prometo ser sua melhor amiga — murmurou cada uma das palavras com firmeza, abrindo um sorriso de fechar os olhos no final.
Noble pareceu ter entendido e se adiantou antes que ela pudesse dizer como continuar.
— E eu prometo ser seu melhor amigo!
A mão dele se apertou sobre a dela e Noble fungou em sua pele, roçando-se contra ela como um gatinho e ronronando.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro