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CAPÍTULO 5 - COMEÇA O CAOS


Orgulho: É um sentimento  de satisfação de alguém pela capacidade, realizações ou valor de si próprio ou de outrem. O orgulho pode ser visto tanto como uma atitude moralmente positiva (honra) ou negativa (arrogância), dependendo das circunstâncias. De forma pejorativa, o orgulhoso é aquele que demonstra vaidade exagerada. É geralmente associado a uma teimosia, à dificuldade em aceitar ajuda ou admitir erros por ser um sinal de fraqueza. O orgulhoso faz de tudo para mostrar que não está errado. Felipe é um pouco orgulhoso, nada tóxico, afinal, quem gosta de estar errado? Mas Felipe sabe reconhecer seus erros e nunca se apegou à vaidade, na situação em que se vê agora, onde o dono da papelaria tentou o morder e está com uma expressão assustadora e olhos vermelhos, Felipe nunca desejou estar tão errado sobre sua teoria do que estaria acontecendo...

- O que você tá fazendo, cara? – perguntou Felipe, receoso.

- Com quem vocês estão falando? – perguntou Mariana do lado de fora, sem respostas.

- Eu te falei... – sussurrou Felipe para Lucas.

- Isso não é possível. – respondeu Lucas, surpreso.

O homem descontrolado tentou agarrar Felipe, mas o garoto desviou e lhe deu um chute nas coisas. – Vamos sair daqui! – gritou Felipe, ele e Lucas saíram correndo, Mariana que já estava assustada ficou ainda mais ao ver seus dois amigos correndo desesperados para o lado de fora.

- O que aconteceu? – perguntou a garota, desesperada. Felipe não respondeu, apenas a agarrou pelo pulso e a puxou para que ela corresse também.

- Corre sem olhar pra trás! – gritou Felipe, ainda segurando a mão da garota.

- Que merda foi aquela? – Questionou Lucas.

Ao virar em uma esquina os três pararam de correr. Felipe olhou em sentido à papelaria para se certificar de que o homem não estava os seguindo.

- O que aconteceu? – Mais uma vez perguntou Mariana, desesperada.

- O cara tentou morder o Mike... – respondeu Lucas, ainda confuso.

- O quê? – disse a garota, sem acreditar.

- Eu disse! E vocês ficaram rindo de mim! – exclamou Felipe, irritado.

- Mano, para com essa merda! – exigiu Lucas.

- Para você, L. Eu tô falando sério! – afirmou Felipe.

- Não existe zumbi, aquele cara deve ter tido algum ataque, sei lá. – explicou Lucas.

- Expliquem como aconteceu. – pediu Mariana.

- O cara tava embaixo de um monte de caixa. A gente tirou as caixas de cima dele e quando eu tentei levantar ele, ele tentou morder minha mão. – contou Felipe. – Eu desviei e ele veio correndo pra tentar me agarrar. Eu desviei, dei um chute nele e a gente correu.

- Nossa... – disse Mariana, assustada. – Mas o Lucas tá certo, esse homem pode ter alguma doença que causa essas reações, pode ter sido uma convulsão, um ataque epilético ou qualquer coisa assim.

- Não parecia ser nada disso. – afirmou Felipe.

- Você não é médico! – disse Lucas, já bravo.

- E nem você!

- Você está afirmando uma coisa que é impossível, cara.

- Tá certo, vamos supor que ele seja doente. Que doença é essa que deixa a íris do olho vermelha? – perguntou Felipe.

- Não tava nada vermelho! – afirmou Lucas.

- Claro que tava! Para de tentar mudar o que aconteceu! – gritou Felipe.

- Se fosse um zumbi mesmo, ele devia estar com a pele deteriorada. – disse Lucas.

- Isso não é um filme, pode ser diferente. Pode ser que nem seja um morto vivo, pode ser que ele ainda esteja vivo, mas foi infectado por algum vírus, eu não sei, mas não muda o fato de eu estar certo! – disse Felipe, imponente.

- Se é um vírus, você mesmo tá dizendo que é uma doença então. - riu Lucas.

- Então volta lá pra ajudar ele! - ordenou Felipe.

- Gente, essa discussão não vai levar a gente pra lugar nenhum... Melhor a gente voltar pro mercado, aqui na rua já ficou claro que não é seguro. – disse Mariana.

Felipe e Lucas acataram o pedido da garota e pararam de brigar, eles aceitaram voltar para o mercado, pensando que lá vão estar seguros, mas...

Enquanto isso no mercado, Luísa entranhou o comportamento de Félix que estava muito inquieto, correndo de um lado para o outro, sem parar. Sofia até jogou um pouco de ração pelo chão, mas não obteve sucesso em chamar a atenção do gato. Porém, Luísa se irritou ao ver que Félix, além de correr, agora começou a pular em cima das coisas, e o estopim para a fúria da mulher foi quando ele pulou em cima de uma prateleira e derrubou um vazo de vidro bem caro, o quebrando.

- Eu vou colocar esse gato pra fora! – disse a gerente, que estava bem brava. – Félix, vem aqui! – gritou.

O gato parou perto da moça, ele foi tentar lhe segurar, mas o gato se irritou e arranhou seu rosto, um corte não muito fundo, mas que sangrou e ardeu bastante. – Filho da puta! – gritou Luísa, que tentou chutar o bicho, mas Félix lhe cravou os dentes com uma mordida no tornozelo, já que ela estava de sandália. Ela gritou de dor. Sofia desesperada gritou por socorro, logo Carlos, Alfredo e Gustavo apareceram para ver o que estava acontecendo.

- Meu Deus... – suplicou Alfredo.

- Félix, para com isso! – gritou Carlos. O açougueiro segurou o gato e com ajuda de Gustavo conseguiu fazer o bichano largar o pé de Luísa, que caiu tremendo por causa da dor. Carlos tentou levar o gato para o lado de fora, mas Félix começou a se debater e consequentemente a arranhar os braços do rapaz. Carlos enfurecido segurou o felino pelo pescoço, o enforcando. O gato começou a ficar sem ar e foi parando de resistir, mas antes de finalmente ficar inconsciente, o bicho ainda teve tempo de soltar um jato de vômito na cara de Carlos que soltou o animal no chão e começou a reclamar enquanto se limpava com sua camisa.

- Que porra é essa? – perguntou Gustavo, ainda sem acreditar.

- Rápido, liguem pra uma ambulância! – gritou Sofia.

- Já estou ligando. – respondeu Alfredo, que estava tremendo de nervosismo.

Luísa desmaiou por causa da dor. Carlos começou a fazer pressão na ferida da gerente para tentar estancar o sangramento que era muito. Sofia se ajoelhou tentou acordar sua superior, mas todos foram surpreendidos quando em questão de segundos Luísa levantou bruscamente e cravou os dentes no pescoço  de Sofia.

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