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CAPÍTULO 15 - DISTRAÇÃO

Contagioso: Que passa pelo contato; que se transmite ou se propaga por contágio. Geralmente apresentado como doença, o agente biológico, que é um vírus, bactéria ou parasita, aparece em contrate com causas físicas como queimadura e intoxicação química. Uma doença contagiosa contamina quem tiver contato com o enfermo, seja contato físico ou pelo ar. A tuberculose e a catapora são exemplos de doenças contagiosas.

Ainda não se sabe a causa das infecções zumbis que estão ocorrendo e nem o tempo que leva pra uma pessoa ser afetada, mas já deu pra perceber que é extremamente contagioso e que Luísa virou zumbi segundos após ser mordida, enquanto que Sofia só apresentou a infecção minutos após ser atacada. Também não se sabe se o vírus é transmitido apenas pelas mordidas ou outros tipos de contato também, sabendo disso, Daniel dobrou sua atenção quanto a todos que vieram do supermercado, mas logo todos se retiraram, remanescendo entre eles apenas Alfredo na delegacia, que minutos após estava cuspindo sangue dentro do banheiro e nesse momento está com um arma apontada em sua direção.

- Atira logo! - ordenou Daniel.

- Mas e se ele não estiver infectado? - perguntou Rodrigo.

- Que merda é essa? - questionou Daniel. - Você ouviu o jeito que esse cara tava tossindo, ele tá infectado sim. É só questão de tempo pra ele levantar com os olhos vermelhos. Atira logo!

Rodrigo colocou o dedo no gatilho, se preparando para atirar. Mas no mesmo momento ele foi interrompido por um barulho vindo do andar de cima.

- O que foi isso? - perguntou Alfredo assustado, ao mesmo tempo em que caia do sofá.

- Eu vou lá ver. - disse Daniel, que foi correndo até o local. Lá ele viu Raul e Garcia sendo esmagados por uma velha e pesada porta de ferro que estava dentro da sala, Raul sendo esmagado o corpo inteiro e Garcia apenas o braço esquerdo.

- Puta que pariu, quem mandou vocês mexerem nessa porta? - perguntou Daniel, tentando levantar a porta.

- Pensamos que era pra tirar ela também. - respondeu Raul, ofegante pela falta de ar e pela dor. - Não sabia que era tão pesada.

- Não tô conseguindo levantar. - disse Daniel, fazendo força pra remover o objeto. - Rodrigo, me ajuda aqui! - gritou.

- Tô indo. - respondeu Rodrigo, que foi o mais rápido que podia, levando em consideração que sua lesão na perna o impedia de ter muita agilidade.

Alfredo, ainda com dores, ficou curioso pra saber o que acabara de acontecer e decidiu ir também ao andar de cima. Chegando lá, Rodrigo e Alfredo perceberam a situação.

- Ajuda logo chefe, tô ficando sem ar. - suplicou Raul.

Rodrigo andou o mais rápido que podia e junto a Daniel, tentou levantar a porta, sem sucesso. Garcia também tentou, mas não conseguiu fazer muita coisa apenas com uma mão. Nesse momento Raul já estava quase desmaiando. - Ajuda aqui, Alfredo! - pediu Rodrigo, como último recurso. Alfredo relutou um pouco, mas se dispôs a ajudar, e após muito esforço, eles conseguiram levantar a porta por poucos segundos, tempo suficiente para Raul e Garcia saírem de baixo. Logo em seguida à saída dos dois, Daniel, Rodrigo e Alfredo soltaram a porta no chão, causando outro barulho bastante alto, mas devido ao enorme esforço físico, Alfredo, que já não era mais nenhum jovem, começou a ter tonturas e cuspir sangue novamente. Vendo essa cena, todos ficaram assustados, e Daniel sacou seu revólver e deu uma coronhada na cabeça de Alfredo, que caiu desacordado na hora.

- Ele tá cuspindo sangue, vai virar zumbi. Vamos matar ele! - disse Daniel.

- Mata ainda não chefe. - implorou Raul, ainda dolorido. - Ele ajudou a me tirar dali. Mata não...

- E daí que ele ajudou? Ele vai virar zumbi. - explicou Daniel.

- E o que garante que ele não virar zumbi se você atirar nele? - questionou Raul. - Tranca ele na sala, se passar algumas horas e ele ainda estiver consciente, a gente solta ele na rua. Eu sei que a gente tava limpando a sala pra ele mesmo.

- Raul, eu vou...

- Capitão. - disse Garcia, interrompendo Daniel.

- O que foi?

- Eu não estou sentindo meu braço... - disse Garcia, enquanto seu braço escorria sangue, para a surpresa de todos.

Enquanto isso, Felipe ia ficando cada vez mais encurralado pelos zumbis, e armado apenas com uma barra de ferro e com a faca, o garoto já se via perdido. - Mãe! Pai! Vão para o fundo do mercado e fiquem lá até eu chamar vocês! - gritou o garoto a plenos pulmões.

- Você ouviu isso? - perguntou Roger.

- Felipe? - gritou Joana.

- Faz o que eu falei. - gritou novamente o garoto.

- Vamos logo, Joana. - disse Roger.

- Não, ele tá lá fora com aqueles monstros.

- Ele tem algum plano, vamos logo.

- Não. - insistiu. - Eu não vou deixar você aí fora sozinho! - gritou Joana.

- Vão logo!

- Não!

Após pensar um pouco, Felipe teve outra idéia. - Tá bom. Eu vou distrair eles, quando não tiver mais nenhum na porta, saiam e corram! - gritou.

- E você vai pra onde? - perguntou preocupada.

- Eu encontro vocês. - respondeu. - Só saiam quando não tiver nenhum no caminho. E corram pra bem longe! Tchau. - após terminar a frase, Felipe saiu correndo, chamando a atenção de todos os zumbis, que passaram a lhe seguir.

Joana desesperada tentava tomar a chave de Roger, mas o marido se recusou a deixá-la pegar. - Não ouviu o que ele disse?

- Ele vai ficar sozinho com aqueles monstros?

- Se ele mandou a gente esperar pra sair, é porque ele vai fazer alguma coisa!

- Mas ele vai morrer. - disse chorando.

- Não vai não! E se morrer, vai ser pra salvar a gente. Você acha justo ele se sacrificar à toa? Pra você sair antes da hora e morrer? - respondeu Roger, tranqüilizando parcialmente sua esposa.

Após minutos desviando de obstáculos e correndo absurdamente rápido com o carro, Carlos e os demais chegaram à casa de Felipe. Lucas e Mariana entraram na casa desesperados enquanto Carlos e Gustavo esperavam no veículo. Após alguns minutos Lucas e Mariana perceberam que nem Felipe e nem seus pais estavam em casa. Eles voltaram para a rua para avisar para os outros dois, mas esse foi o menor dos problemas, já que os quatro perceberam dois cachorros da raça Rottweiler metros à frente, escorrendo baba da boca e com os olhos vermelhos, se aproximando lentamente.

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