CAPÍTULO 12 - LIMPOS OU SUJOS?
Desencontro: Ato de não estar no lugar combinado ou previsto, desacerto. Falta de coincidência nas opiniões, ideias, sentimentos, etc. Desconformidade ou divergência. Quando pessoas discordam em algum assunto, tendo opiniões opostas, dizemos que é um desencontro de ideias. E quando uma pessoa vai até outra, mas ambas não se encontram, isso foi um desencontro.
Joana e Roger foram atrás de Felipe. Eles chegaram ao supermercado após o jovem já ter deixado o local, mas não sabiam que ele não estava mais lá, causando um desencontro. Roger destrancou a porta do estabelecimento com a chave que estava no chão, libertando as zumbis Luísa e Sofia.
As zumbis abriram a porta violentamente, Joana e Roger viram as duas mortas e ficaram sem reação.
- É real... – disse Roger, ainda incrédulo.
- Meu Deus... – suplicou Joana.
As zumbis começaram a caminhar na direção do casal. – Não fica parada. – Roger pegou Joana pela mão e se virou pra correr, nesse momento ambos perceberam mais um zumbi do outro lado da rua, que prontamente também começou a caminhar na direção dos dois.
- O que vamos fazer? – perguntou Joana, desesperada.
Já ficando encurralados pelos três zumbis, Roger e Joana num momento de desespero correram para dentro do mercado e trancaram a porta, ficando presos lá dentro enquanto os zumbis batiam na porta do lado de fora.
- E como a gente vai sair agora? – perguntou Joana.
Roger correu até o final do supermercado e viu que a porta dos fundos estava trancada, ele tentou usar a chave da outra porta, mas não obteve sucesso. O pai de Felipe ainda chutou a porta na esperança de arrombá-la, mas como já foi dito antes, as portas eram do melhor material disponível, ou seja, quase indestrutíveis. Frustrado, o homem voltou até sua esposa.
- A porta de trás tá trancada e eu não consegui arrombar... – ofegante explicou.
- O que a gente vai fazer agora?
Roger pegou seu celular e tentou ligar para a polícia, mas a ligação nem completou, linhas congestionadas.
- Fodeu... – pensou Roger.
Enquanto isso os sete chegaram à delegacia, todos desceram dos carros. Em frente à entrada havia uma barricada feita com madeirites, e a porta estava trancada.
- Daniel, abra! Sou eu, Rodrigo! – gritou.
- Um momento! – respondeu o homem do lado de dentro da delegacia.
A porta foi destrancada e três policiais removeram a barricada.
- E aí, tudo certo? – disse Rodrigo, cumprimentando seu amigo.
- Por aqui ainda tá tranqüilo. – Respondeu Daniel, capitão da polícia militar, que tem por volta de quarenta anos.
- Bom saber. – respondeu Rodrigo. - Esses aqui são Felipe, Lucas, Mariana, Alfredo, Gustavo e Carlos. Duas amigas deles viraram zumbi e achei melhor trazê-los pra cá.
- Fez bem! Bom pessoal, eu sou o capitão Daniel, e esses aqui são os sargentos Raul e Garcia. – se apresentou com um sorriso duvidoso em seu rosto.
- Prazer em conhecê-los. – respondeu Carlos.
- Mas é melhor a gente entrar logo, esses monstros podem aparecem a qualquer momento. – sugeriu Garcia.
O grupo entrou na delegacia e a porta voltou a ser trancada. Enquanto todos conversavam sobre a causa do vírus e possíveis curas, Rodrigo e Daniel discretamente foram para uma sala ter outro assunto.
- Eles estão limpos? – perguntou Daniel.
- Não tenho certeza... – respondeu Carlos.
- Como não, porra? – questionou, alterado. – Como você trás seis pessoas pra cá sem saber se estão limpas?
- Eu não estava com eles o tempo todo, achei os garotos tentando soltar um deles de um zumbi. Os outros estavam no supermercado tentando escapar das outras duas zumbis que já te falei. – explicou.
- Alguns deles teve contato físico com os zumbis?
- Alguns sim, o garoto Lucas estava sendo enforcado por um quando eu os encontrei...
- Puta merda...
- Mas esse nem é o pior. – suspirou Rodrigo.
- Quem é então?
- Carlos, o do braço enfaixado.
- O que tem ele?
- Um gato infectado o arranhou... E uma das zumbis sujou ele de sangue...
- Rodrigo, por que você trouxe essas pessoas pra cá? – perguntou Daniel, irritado. – O trabalho que tivemos pra isolar a delegacia pra você trazer gente infectada pra cá?
- E eu devia deixar eles pra morrer?
- Tudo bem, mas espero que você saiba que qualquer movimento brusco de algum deles, eu mato sem hesitar! – concluiu.
- Eu mesmo já os adverti sobre isso, fica tranqüilo.
Enquanto isso Felipe recebeu uma ligação.
- Pai?
- Felipe, cadê você? – perguntou Roger, desesperado.
- Eu tô aqui no... – interrompido.
- A gente veio atrás de você no mercado, mas... – A ligação caiu. Felipe tentou retornar, mas a ligação foi direta para caixa postal.
Felipe ficou apreensivo. O garoto obviamente preocupado já sabia o que deveria fazer, ir até o supermercado resgatar seus pais. Mas ainda estava em duvida de como executar. Seu objetivo é claro, porém, ele deve avisar alguém? Ele deve pegar o carro e ir sozinho?
Depois de pensar muito, Felipe concluiu que seria melhor fazer isso sem contar para ninguém. Num momento de distração de todos o garoto pegou a chave da porta em cima de uma mesa e saiu da delegacia, deixando as chaves na fechadura. Com alguma dificuldade o jovem conseguiu pular a barricada, e lá estava ele, na rua, sozinho, sem ninguém saber o que ele estava fazendo, e apenas com uma faca na mão, a mesma que estava em posse de Alfredo anteriormente, e que ele descartou assim que chegaram à delegacia.
Sem pensar muito Felipe começou a andar rapidamente, qualquer segundo desperdiçado poderia ser crucial, uma vez que o supermercado ficava a vinte minutos de onde ele estava. Ele cogitou correr, mas chegaria lá muito cansado, e não se pode perder o fôlego em situações com essa. Sem perder tempo ele se lançou ao seu destino, sem nem saber o que estava acontecendo por lá.
Dentro da delegacia Mariana percebeu a porta aberta. – Quem abriu a porta? – perguntou.
- O quê? – gesticulou Garcia.
- Eu disse pra ninguém abrir a porta! – gritou Daniel, que estava voltando junto a Rodrigo da sala onde conversaram.
- Peraí... – Lucas observou. – Cadê o Felipe?
- É mesmo... – percebeu Carlos.
- Puta que pariu... Pra onde esse moleque foi? – questionou Rodrigo.
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