Epílogo - Eu te louvarei Senhor, de todo o meu coração.
Naquela noite na fazenda não houve fogueira, fazia parte da decoração inúmeras lâmpadas pelo terreno, e elas estendiam até à beira do rio.
Zeca e Lucia, conseguiram cobertores, e foram com alguns convidados para a beira do rio, enquanto as crianças brincavam com os pais as brincadeiras que eles brincavam quando crianças. Alguns adolescentes tocavam e cantavam.
A noite estava encantadora, e prometia muitas esperanças amorosas, dependendo da interpretação de cada coração apaixonado.
- Que tal ligarmos o aparelho de som? - Sugeriu Paulo.
- Boa ideia! - Aceitou Ben. - Pode deixar que eu arrumo isso.
- Obrigado! - Disse Paulo, e os outros garotos dissiparam em uma rapidez impressionante, Ben e Paulo sorriram. - Que Deus me ajude! - Disse olhando Bia do outro lado com a família.
- Vai dar tudo certo! - Disse Ben olhando na mesma direção e piscou. Respirando fundo Paulo foi até lá.
- Boa noite! - Disse ele sério, todos responderam, menos Bia. - Eu gostaria de falar com a Bia em particular, seria possível? - Perguntou olhando para os pais dela, mas sem se dirigir a nenhum em especial.
- Você quer falar com o Paulo minha filha? - Perguntou o pai, ela assentiu. - Ok! Só não se afastem demais. - Pediu gentilmente.
Ele com as mãos nos bolsos da calça e ela de braços cruzados, caminharam para um balanço de dois lugares, que foi preparado para tirar fotos. Sentaram, agora ambos de braços cruzados.
Olhando para o nada ele lembrou do beijo que deu nela no salão de festas do condomínio onde moravam, e que agora nenhum dos dois morariam mais lá; suspirou, seu coração quebrava ao meio de saudades dela.
Perguntara ao Davi se ela viria para o casamento, e ele disse-lhe que a mãe havia dito que não, então quando a vira com Katherine vindo em sua direção, seu coração quase saira pela boca de tamanha felicidade!
Enquanto Katherine correu para abraça-lo, ela ficou parada olhando os dois, e quando ele olhou interrogativamente para ela, ela apenas deu de ombros e sorriu timidamente, e antes que pudesse desvencilhar dos braços da amiga, eles foram cercados, e ele não teve mais oportunidades de falar com ela, até aquele momento, mas agora não sabia por onde começar, mexeu-se inquieto no balanço.
- Por que você chamou a Katie para cantar com a banda? - Perguntou Bia em um sussurro.
-Oi? - Perguntou confuso, pensou não ter entendido direito.
- Sempre que vocês precisavam de uma voz feminina, você chamava a mim! - Disse ressentida.
- Até aonde eu sabia, você não viria ao casamento dos meus pais! - Respondeu ainda mais confuso. - "Qual é o problema dela?" - Pensou intrigado.
- É verdade! - Disse amargurada. Ela estava estranha, Paulo nunca a tinha visto amargurada.
- Está tudo bem com você? - Perguntou cauteloso.
- Está tudo bem. - Disse irônica. - Na verdade não é de todo ruim, se não fosse a saudade seria mais fácil. - Disse mais amena, encarando o nada à frente. - Sinto muito a sua falta, e parece que você não sente nada minha falta. - Sussurrou, e ele sorriu amargo.
- "Misericórdia! Esse negócio de amargura é contagioso!" - Pensou alarmado, e respirou fundo.
- O que te faz pensar que eu não sinto sua falta? - Perguntou cauteloso.
- Você está sempre ocupado quando eu ligo, e agora a Katie cantando no meu lugar. - Respondeu frustrada.
- Essa história da Katie ter cantado com a gente é sério isso? Você está com ciúmes dela? - Perguntou excitado, ela ficou rubra de vergonha.
- Não estou com ciúmes! - Disse mordendo o lábio. - Eu só... - Suspirou. - Nada é mais como antes, você não vai voltar pra casa, eu não te verei quando vir para o Brasil, e você estará tão ocupado que não me atenderá mais. - Disse fungando. Ele pegou o queixo dela virando-a para olha-la, as lágrimas desciam por seu rosto sardento e lindo.
- Perdoe-me! - Disse passando de leve o polegar por suas lágrimas. - Eu estava sim muito ocupado, meus pais precisavam de mim, você sabe como a minha mãe é com mudanças. - Disse com um meio sorriso, e ela revirou os olhos.
- Sim eu sei! E imagino o quanto ela está preocupada com você, com todas as mudanças que estão acontecendo na sua vida. - Disse envergonhada.
- E você tem razão tudo mudou, eu e você não moramos mais no mesmo condomínio, não estudamos mais na mesma escola, não congregamos mais na mesma igreja; mas o que não mudou é o que você representa pra mim. A Katie é uma amiga querida, e se eu soubesse que você estaria aqui, você sabe que seria você comigo naquele palco cantando para a minha mãe, e a Katie também sabe, tanto que ela sugeriu que você cantasse no lugar dela, porque ela sabe que eu preferiria isso, mas eu não achei justo depois de ela ensaiar a música, você entende, não entende?
- Eu entendo! Mas você tem que convir comigo que ela é linda! - Disse insegura.
- Tem razão ela é mesmo linda! Mas ainda acho a minha ruiva, sardenta mais linda, se você não se importar! - Disse sorrindo, ainda acarinhando o rosto dela, ela sorriu.
- É uma pena que você não vai mais voltar para São Paulo, aquele condomínio nunca será o mesmo sem você. - Disse deitando a cabeça em seu ombro.
- Você está voltando pra casa? - Perguntou esperançoso.
- Não! Só vou ficar duas semanas. - Respondeu pesarosa. - O tempo que você e o Ricardo estarão viajando.
- Só ficaremos uma semana. E se eu pedisse meus pais para eu ficar uns dias na casa da tia Bel? - Perguntou empolgado, mas murchou imediatamente. - Seus pais jamais me deixariam chegar perto de você. - Lembrou triste. Ela chegou mais perto dele.
- Eu não vou ficar nos Estados Unidos pra sempre! Meus pais não podem me obrigar a vida inteira a fazer o que eles querem.
- Bia! Já conversamos sobre isso, você não pode ficar brigando com os seus pais. Nós decidimos deixar Deus cuidar dos nossos corações, não foi? Vamos continuar assim, tudo vai dar certo, tenha fé! - Pediu passando a mão no cabelo dela.
- E se você desistir de mim? Eu só estou aqui hoje, porque a Claudia e o tio Marcelo interferiram, meus pais não queriam que eu viesse. - Disse levantando a cabeça e ele viu o quanto ela estava infeliz, e seu coração quebrou em cacos.
- Eu não tenho nenhuma intenção de desistir de você. E seus pais só estão preocupados com você, vamos manter a calma, e fazer as coisas direito, e eles passarão a confiar em mim, a confiar em nós. - Ela olhou cética nos olhos dele, e virou a cara.
- Não sei se será tão simples assim! - Disse em dúvida.
- E quem disse que será fácil? Por que você acha que eu disse para deixarmos nas mãos de Deus? - Perguntou sério.
- Você acha mesmo que Deus nos dará a vitória, não acha? - Perguntou encarando-o.
- Não, eu não acho! Eu tenho certeza! - Disse sorrindo.
- Ah, Paulo! O que eu faço com você? - Perguntou deitando a cabeça no ombro dele novamente, ele a abraçou sorrindo.
- Não faça nada, apenas me ame, como eu amo você e deixe Deus realizar os projetos dEle em nossas vidas!
- Amar você! Isso é fácil! - Sussurrou.
- Tenha fé, minha ruiva! Amar é fácil, o difícil é esperar no Senhor, e isso é o que faremos, esperaremos nEle, e não esqueça eu sempre vou amar você! - Sussurrou apertando os braços ao redor dela.
♥♥♥
Alex olhava o sobrinho, e pensava na inocência do primeiro amor, quando tudo era novo e agradável; e se perguntou se ele herdara da família materna, a grande dificuldade em esquecer o primeiro amor, ou pior ainda jamais esquecer.
- Ainda me evitando? - Perguntou Jemima assustando-o.
- Não estou evitando você! - Disse cauteloso.
- Tem certeza? Porque me parece que você está fazendo exatamente isso. - Disse tensa.
- Sinto muito! Não era a minha intenção. - Disse angustiado.
- Pensei que quando soubesse do meu divórcio você iria me procurar. - Disse visivelmente magoada.
- Eu também pensei! Mas eu não poderia simplesmente aparecer na sua vida novamente como se nada tivesse acontecido. - Disse angustiado.
- Você quer dizer com 'acontecido' o fato de eu ter me envolvido com uma pessoa abusiva, e eu ter permitido que ele abusasse de mim? - Perguntou ferida, e ele a fuzilou com o olhar.
- Você só pode é estar de brincadeira! É sério que pensa isso? - Perguntou ele furioso.
- Isso o quê? Que eu sou culpada pelo que me aconteceu? Sim, eu sei que sou, não preciso...
-Eu sei que você se sente culpada. Não sei porque mas a maioria das mulheres que sofrem violência doméstica acha que a culpa é delas, vai entender! Mas eu perguntei se você pensa mesmo que 'eu' acho que a culpa é sua?
- Acho que sim, a maneira como você falou 'como se nada tivesse acontecido'! Eu não sou toda maravilhosa, forte, guerreira, e excepcional como a sua esposa. Tenho certeza que se um homem levantasse a mão contra ela, antes dele abaixar ela já estava com ele no chão. - Disse enciumada.
Ele passou as mãos pela cabeça exasperado, como que essa conversa que ele ansiava tanto por ela estava indo ladeira a baixo desse jeito? Suspirou desanimado.
- Quanto a Valéria você está certa, ela era treinada para isso, era a profissão dela. E quanto a você! O que aconteceu com você foi uma fatalidade, e eu jamais pensaria menos de você por causa disso. Eu fico triste por você ter sofrido nas mãos dele, ter demorado a pedir ajuda e se livrado dele, mas fico triste também, porque eu te fiz sofrer primeiro, se eu não tivesse sido tão idiota, você não estaria tão fragilizada a ponto de não perceber o lobo na pele de cordeiro, e isso não foi ele quem fez, fui eu.
- Santo Deus! Você se culpa pelo que aconteceu comigo? - Disse suspirando. - Eu fui idiota em não fugir no primeiro empurrão, ou palavra abusiva, e preferi ficar e apostar contra todas as evidências, eu não procurei por isso, mas escolhi manter, você entende? Eu e o Bruno somos os únicos responsáveis pelo nosso casamento ter chegado aonde chegou, bem talvez a esposa dominadora dele também, mas...
- Como é que é? Ele tem outra esposa? - Perguntou surpreso.
- Ops! Eu não deveria ficar falando da vida pessoal dele, fizemos um acordo e eu honro os meus acordos. - Ele a olhava com os olhos arregalados. - É claro que um dia eu te contarei toda a história se você quiser saber, mas não hoje. Desculpe, eu deveria ter ficado na minha, claro que você só estava sendo cavalheiro quando me defendeu anteriormente. Eu que fiz confusão.
- Sério? Você acha que fez confusão? Se você quer saber! Eu quero sim e muito, ir atrás de você, quero me ajoelhar aos seus pés e pedir que me perdoe, queria agarrar você e beijá-la até que toda a dor que você estivesse sentindo passasse, mas então eu me lembro que eu também te feri. - Disse desolado.
- Eu te perdoei há muito tempo, e a ferida que você deixou em mim? Bem, eu consegui uma bem maior! - Lamentou. - Tem certeza que é por isso que você não me quer?
- Eu não quero você? De onde você tira essas coisas? - Perguntou intrigado. - Você ouviu o que eu disse? - Virou-se ficando de frente pra ela. - Você é tudo o que eu quero; mas eu já tive o meu tempo de luto, já me reencontrei, já me acertei com Deus; tudo o que eu queria era pegar você nos meus braços, e cuidar de Você, te proteger de toda a dor, te mostrar o quanto a vida a dois é boa, mas infelizmente eu não posso fazer nada disso; existem coisas na vida da gente que precisamos superar sozinhos, para então estarmos prontos para nos doar para outra pessoa, e permitir que essa pessoa se doe para a gente. - Ela se jogou nos braços dele.
- Obrigada! Eu pensei que você não me queria, porque agora eu sou quebrada, porque eu tenho cicatrizes físicas e psicológicas muito feias. - Disse com o rosto enfiado no pescoço dele, ele a apertou forte, como quisera fazer em todos aqueles dias em que ficou em Paraíso no final do ano.
- Quando você estiver pronta, nós vamos juntos lidar com as cicatrizes um do outro. Se você ainda me quiser, é claro!
- Se eu ainda te quiser? Eu nunca deixei de querer você. Mas e você vai, esperar por mim? - Perguntou insegura.
- Esperarei pelo tempo que você precisar! E obrigado, por me perdoar. - Ela sorriu no pescoço dele.
♥♥♥
Adriano observava Alex e Jemima, não exatamente surpreso, mas curioso, quando Ariane e Pedro foram embora, ele e Felipe desconfiaram que rolava alguma coisa entre os irmãos, mas nenhum dos dois nunca admitiu nada, e os dois amigos esqueceram o assunto, até o natal passado, quando Felipe comentou que estava acontecendo alguma coisa entre os dois, ele contara a Adriano o episódio da discussão do Alex e do Bruno na casa dos pais, e os dois nem se olharam no natal, e Adriano brincara dizendo que era paixão do passado mal resolvida, e agora olhando para os dois abraçados lhe parecera uma paixão bem presente!
- Alguma coisa errada? - Perguntou Mariana, olhando na direção em que ele olhava. - Aquela não é a cunhada da sua irmã e o seu irmão? - Perguntou intrigada.
- Sim! Alex e Jemima. - Confirmou suspirando, abraçando-a. - E aí, pronta para ser a próxima a casar? - Perguntou lembrando-a que ela pegara o buquê da noiva, ela fez uma careta.
- Você sabe que essa história de pegar o buquê da noiva e ser a próxima a casar é bobagem, não sabe? - Perguntou suavemente, enquanto ele a beijava.
- Sim, eu sei! Mas espero mesmo que você seja a próxima a se casar. - Disse sério.
- Entendo! Então eu terei que sair por aí procurando por um noivo, o que você acha? Alguma sugestão? Eu não conheço bem os homens por essa região! - Respondeu bem-humorada.
- Conheço um rapaz interessante, cristão, de boa família, boa índole, bonitão, simpático, bem sucedido! - Disse sorrindo.
- E muito modesto! - Disse às gargalhadas. - E quando eu posso conhecer esse príncipe?
- Agora mesmo! Muito prazer senhorita, Adriano ao seu dispor! - Exclamou garboso.
- Muito prazer cavalheiro, sou Mariana! - Exclamou sorrindo. - Mas quero que saiba que estou a procura de algo sério e permanente.
- Sério e permanente? Você me define com essas palavras senhorita! - Disse abraçando-a. Ela encostou a cabeça no peito dele sorrindo. - Obrigado, por permitir que eu faça parte da sua vida!
- Eu sou grata, por Deus ter te colocado no meu caminho. - Disse emocionada. Ele beijou o alto da sua cabeça, e apertou o abraço feliz, pelo recomeço que Deus estava lhe proporcionando.
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Ben entrou quase correndo na cozinha, pensando que não teria ninguém, estava chateado com toda aquela demonstração de amor por todo lado. Parou surpreso.
- Oi! - Cumprimentou Katharine, comendo bolo.
-Oi! Ainda tem desse bolo? - Perguntou tímido.
- Na geladeira. Quer que eu pegue para você? - Perguntou atenciosa.
- Não precisa, obrigado! - Olhou para o prato dela, estava acabando. - Quer mais um pedaço? - Perguntou pegando o bolo.
- Ai! Você vai me achar uma gulosa! - Comentou sem graça.
- Fazemos assim, você e eu não diremos a ninguém o quanto gostamos de comer guloseimas, afinal o que se passa em casamentos fica em casamentos! - Disse gentil, e ela sorriu.
- Bem! Eu acho que o ditado não é bem assim, mas eu concordo plenamente, então o que acontece em casamentos fica em casamentos! - E ela estendeu o prato para ele. - Não sei você mais eu amo bolo, pra mim não existe sobremesa melhor que bolo.
Ele olhou surpreso para ela, as garotas não costumavam admitir que gostavam de coisas que engordam. Se bem que ela era especial e ele sabia disso desde a primeira vez em que a vira, e com certeza ela não tinha problemas com engordar.
- "Ela é tão linda e especial, pena que eu não sou bom o bastante para ela!" - Pensou ele triste, e então se lembrou que ela era atleta.
- Você está bem? Ficou triste de repente. - Perguntou preocupada.
- Sim, estou bem! - Respondeu rápido e constrangido voltou sua atenção para o bolo. E ela sorriu.
- "Ele é tão lindo, é uma pena, que em dados momentos, ele fique tão triste, e em seus olhos reflita tanta dor e mágoa!" - Pensou ela triste.
E impulsivamente colocou sua mão sobre a dele, e surpreso ele olhou para a mão dela, mas não tirou a sua, olhou-a nos olhos, e sério entrelaçou os dedos nos dela, ela sorriu e ele sentiu paz e tranquilidade, e sorriu com ela; e ambos começaram a comer, com os dedos entrelaçados.
♥♥♥
Melissa observava as estrelas, enquanto pensava na própria vida, assustou-se com Augusto falando ao seu ouvido.
- Boa noite moça bonita! - Cumprimentou em um sussurro.
- Boa noite moço bonito! - Respondeu sorrindo.
Ela abriu espaço para ele sentar na espreguiçadeira ao lado dela, e ele começou a beijar seu pescoço.
- Amor por que não aproveitamos que estão todos entretidos, e você me mostra o seu quarto? - Perguntou rouco.
- Porque eu sei o que você quer fazer comigo no meu quarto, e a minha resposta continua sendo 'não'! - Disse derretida.
- Você não acha que já me disse muito 'não' nessa vida? - Perguntou mordendo sua orelha.
- Meu amor, se eu não fui pra cama contigo quando éramos jovens e imaturos, imagine agora! - Disse ela empurrando-o de leve.
- Mas quando éramos jovens e imaturos não éramos casados! - Lembrou ele beijando a ponta do seu nariz.
- E agora também não! Estamos divorciados. - Lembrou ela beijando a ponta do nariz dele também.
- A bíblia diz que o que Deus uniu o homem não separa, então tecnicamente, ainda somos casados! - Ela gargalhou.
- E você tecnicamente está parecendo aqueles pastores hipócritas que interpretam a bíblia segundo a sua própria vontade e prazer.
- Ai! Essa doeu! - Disse rindo também, mas ficando sério logo em seguida. - A minha mãe disse que eu vou tornar a estragar tudo, pois tudo que eu ponho a mão eu destruo. - Disse triste.
- Você não vai destruir nada! E o fracasso do nosso casamento não foi só sua culpa, já conversamos sobre isso. - Disse abraçando-o.
- Obrigado! Eu senti tanta saudades de você! E fico feliz por você ainda ter bom senso o suficiente por nós dois. - Disse sorrindo, beijando-a delicadamente.
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Os pais de Ariane e Pedro, sentados em uma das mesas no iluminado quintal, viram quando Alex e Jemima de mãos dadas foram para a beira do rio onde estavam os demais irmãos, e sentaram juntos em um cobertor.
- Será, que teremos outro casamento entre nossos filhos? - Perguntou dona Ana.
- Grande mulher a filha de vocês! - Elogiou seu Henrique.
- Você não se importaria, em ter como nora uma mulher com o passado da minha filha? - Perguntou o pastor.
- Claro que não! Além disso fui eu que a defendi se eu tivesse qualquer dúvida antes, hoje eu não teria mais. E além do mais, desde quando eles se importam com o que nós queremos? - Perguntou seu Henrique sorrindo.
- Eu só quero que meus filhos sejam felizes, e façam a Vontade de Deus! - Disse dona Andreia.
- Eu também! Eu atormentei tanto o coitado do André quando se apaixonou pela Renata, que quando eu lembro, eu fico envergonhada; então seu Henrique louvado seja a Deus, por eles não nos darem ouvidos, porque eu não consigo imaginar esposa melhor para o meu filho do aquela que ele escolheu.
- Pensamos que sabemos o que melhor pra eles, mas como poderíamos saber? Se o futuro só Deus conhece? Se o íntimo de cada pessoa só Deus sabe? - Lembrou dona Andreia.
- Quebramos a cara com os nossos filhos, porque esquecemos que somos apenas cuidadores, que quem sabe o que realmente é melhor para eles, é única e exclusivamente Deus. - Disse o pastor Gustavo.
- Vamos orar, para que seja feita a Vontade de Deus na vida de todos eles, e nas nossas também. - Pediu dona Ana, olhando mais uma vez para o grupo onde estava reunidos os filhos dos dois casais, com exceção de Pedro e Ariane.
- "Obrigada, Senhor! Pois o Senhor tem cuidado dos nossos filhos, e abençoe ao Pedro e à Ariane para que juntos continuem a TE buscar, e o que quer que esteja acontecendo entre o Alex e a Jemima, toma o Senhor a direção, e que seja feita a Sua Vontade na vida deles. E nos dê sabedoria para sermos uma família que segue ao Senhor." - Pediu dona Andreia.
- Amém! - Disseram todos juntos.
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Ariane acordou de bruços com os cabelos emaranhados, exatamente como imaginara, a intenção era levantar antes que Pedro acordasse, no entanto.
- Bom dia meu amor! - Disse ele sorrindo.
- Ah, não! - Exclamou enfiando a cabeça no travesseiro. - Eu disse que meu cabelo iria estar um horror... - E lembrou do que havia acontecido depois que ele a pegou nos braços e a levou para a cama, com certeza seu cabelo estava bem pior do que imaginara.
- Ariane! Olha pra mim! - Pediu com um sorriso na voz. Ela apenas negou. - Eu preciso ver você. - Disse suavemente, tentando virá-la, mas sem forçar. Ela se virou pra ele, mais corada do que ele jamais vira.
- Bom dia! - Disse tímida. Ele se aproximou e a beijou.
- Você está linda! - Disse em sua boca.
- Não estou não! - Disse tentando se afastar. Ele a deixou livre, mas ela não levantou.
- "Ele é meu esposo, não posso ficar envergonhada com tudo." - Pensou.
- Levando em conta, que eu estou vendo você, e você não, então obviamente eu estou certo.
- Você é lindo! - Ela contornou a boca dele com o dedo. E ele a beijou novamente.
- Minha amada esposa ... Temos uma viagem marcada! - Disse ofegante.
- Não temos ... Algum tempo? - Perguntou no mesmo tom.
- Se não tomarmos café da manhã, e ...
- Então sem café da manhã! - Concluiu ela deitando sobre ele, ele apenas sorriu e recebeu a boca dela na dele.
Ela dormiu no peito dele, na viagem de táxi até Goiânia. No aeroporto conseguiu falar com o filho; e no avião até Canela, ela voltou a dormir no peito do seu esposo, e por várias vezes ela pensou que estava sonhando, mas ele sorria pra ela, e então ela tinha certeza de que era real e não apenas um sonho e mais uma vez ela louvava a Deus por tamanha felicidade.
- "Eu Te louvo, e sempre Te louvarei, pois jamais Se esqueceu de mim. Mesmo quando eu pensava que tinha tudo do que precisava, o Senhor me deu muito mais. Estou aqui para fazer a Tua Vontade Senhor!" - Pensou Ariane deitada no peito de Pedro.
- "Eu irei aonde o Senhor me mandar para levar o Seu amor pelos pecadores, pois Me amou, mesmo eu não merecendo, Se sacrificou por Amor a mim, e estou aqui, para fazer a Tua Vontade." - Pensou Pedro fazendo carinho nos cabelos de Ariane.
E assim a vida se renova, para um novo começo. Um começo em família.
Fim...
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