67 - É melhor ter companhia do que estar sozinho.
Na manhã seguinte, Pedro os levou para o aeroporto. Ele estava triste porque eles estavam indo embora, mas também estava feliz, porque se veriam logo.
- Recebemos um convite, para sermos padrinhos de casamento. - Disse Ariane a caminho do aeroporto.
- Sério? De quem? - Perguntou curioso.
- Zeca e Tina. - Respondeu sorrindo.
- Uau! Que maravilha! - Exclamou feliz, mas ficou sério logo. - Mas porque eles não me falaram nada? Aliás ninguém comentou nada comigo. - Disse magoado.
- Me desculpa! Mas acho que a culpa é minha. Eles não queriam me deixar em uma situação aonde eu fosse obrigada a aceitar o convite. - Disse ela cautelosa.
Ela perguntara a mesma coisa para Tina, e ela lhe respondera que eles combinaram que ela entregaria o convite sozinha. E o pedido para padrinhos, ela decidira fazer de última hora, pois ela realmente acreditara que Ariane aceitaria, e o Zeca não iria fazer.
- Você pode conversar com o Zeca, e ele te explica. Mas basicamente foi isso, eles sabiam que você ficaria imensamente feliz por eles, e temiam que isso me influenciasse mais que o desejo real de estar presente.
- E como você se sente, em relação ao convite? - Perguntou aflito e ela sorriu.
- Estou muito grata pelo convite. E já aceitei em nosso nome, então espero sinceramente que você não faça nenhuma objeção. - Respondeu sorrindo. E seu coração se alegrou quando viu o sorriso de alegria no rosto amado.
- E quando será o casamento? - Perguntou ele ainda sorrindo.
- Em maio. Eu deixei o convite com a Tina, para ela te entregar.
- Mas você poderia ter trazido!
- Sim. Mas eu acho que eles gostariam de te entregar pessoalmente.
No aeroporto Ariane o abraçou forte e apesar da tristeza por estar indo embora, ela estava feliz, pois dessa vez ela não estava indo embora, para ficar longe dele. Ela estava indo acertar as coisas, para ficarem juntos, enquanto assim Deus o permitisse.
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Na segunda-feira, Ariane foi até a empresa, ela ficava meses sem comparecer na empresa, então era sempre uma novidade quando ela aparecia por lá.
- Bom dia querida! - Cumprimentou a secretária.
- Bom dia minha querida! Como estão você e as crianças? - Perguntou gentil.
- Estamos bem graças a Deus. E vamos marcar um horário, quero saber tudo sobre essas férias, e principalmente sobre este anel maravilhoso. - Disse animada.
- É lindo mesmo, não é! Vamos marcar sim, quando você estiver com um horário livre, para o almoço, é só me avisar, o horário e o local. - Disse sorrindo.
- Ainda essa semana eu te ligo. E pode entrar, eles estão te esperando. - Disse eufórica.
- Eles? Eles quem? Eu disse ao Márcio que precisava falar com ele em particular! - Disse Ariane aflita.
- Pois é, mas você conhece a Clarissa, e ela disse que precisava falar urgentemente com você.
- Sério que a Clarissa está aqui? Uau! Liga para combinarmos o almoço. - Disse se dirigindo à porta do seu superior.
- Pode crer que eu não esquecerei. - Disse para Ariane ouvir, e ela apenas sorriu e bateu na porta.
- Entra! - Disse Márcio.
- Oi! - Disse ela tímida na porta.
- Ora, ora! Se não é a doce Ariane. - Disse Clarissa alegremente, abraçando-a.
Márcio levantou e afastou Ariane da irmã, abraçando-a também.
- Deixa a menina respirar! - Disse ele. - Não se iluda com a minha irmã ela só quer te comprar. Você parecia agitada ao telefone o que foi? - Perguntou preocupado, deixando-a sem graça.
Os três sentaram, e Clarissa encarava Ariane, que nem piscava, deixando-a constrangida.
- Tudo bem Ariane? Pelo amor de Deus, você não vai pedir conta, vai? - Perguntou Clarissa.
- Estou bem, e não vou pedir conta. Na verdade quero saber Clarissa, se a sua proposta para eu trabalhar contigo, ainda está de pé. - Disse constrangida.
Márcio entregou uns papéis para Ariane, enquanto Clarissa gritava.
- Estávamos justamente discutindo sobre esse assunto. - Disse ele.
Ariane leu com calma. Era uma excelente proposta, alguns clientes continuariam com ela, e eles aumentariam seu salário; ela continuaria trabalhando de casa; continuaria a receber a comissão por clientes; e receberia um cartão auxilio para suas despesas por um ano; se precisasse de transporte seria por conta da empresa.
- O que você me diz, quer acrescentar alguma coisa? - Perguntou Clarissa aflita.
- Não tenho nada a acrescentar. Mas o que exatamente seria esse cartão auxílio, e o transporte? - Perguntou ela.
- O cartão terá uma quantia para te auxiliar com aluguel ou supermercado, o que você precisar, e quanto ao transporte, apesar de você trabalhar em casa, às vezes precisaremos de você no escritório, e como você terá clientes aqui, poderá acontecer do Márcio também precisar de você aqui, e nesses casos, será por conta da empresa. - Explicou Clarissa.
- Entendi. - Disse calmamente.
- Eu posso te perguntar uma coisa? - Perguntou Clarissa.
- Claro! - Pediu olhando-a nos olhos.
- Você realmente, fica em casa no horário do expediente? - Perguntou duvidosa.
- Sim. Estou a disposição do escritório durante todo o expediente. - Respondeu confusa.
- E se você precisar sair, ou precisar fazer alguma coisa? - Perguntou incrédula, e o Márcio respondeu.
- Ela liga para a Carla e avisa, e se precisarmos dela, ela está com o celular. - Respondeu ele orgulhoso de sua pupila.
- Tudo bem! E quando você pode ir para Goiânia? - Perguntou Clarissa.
- Eu preciso me organizar. Preciso arrumar lugar para morar, escola para o meu filho... - E Clarissa viu seu anel.
- Não acredito, você está noiva? - Perguntou boquiaberta. - Quando foi isso?
- Deixa de ser curiosa Clarissa! - Pediu Márcio sorrindo. - Agradeça que ela está noiva, porque só assim para ela, ir embora contigo. - Provocou o irmão.
- Sério? Ele é de lá? Que coincidência interessante! - Argumentou Clarissa.
- Você vai descobrir Clarissa, que na vida da Ariane não existe coincidência, não é mesmo Ariane? - Perguntou Márcio sorrindo.
- Não existe mesmo, existe providência Divina. - Disse ela sorrindo, e Clarissa olhava confusa de um para o outro.
- Depois minha irmã eu te explico. Agora vamos voltar aos negócios. Ela pode ficar aqui até julho, será mais fácil transferir o Paulo no meio do ano, do que agora, e assim Ariane terá tempo para se organizar e fazer tudo o que ela precisa para se mudar. O que vocês acham?
As duas assentiram, e responderam juntas.
- Ótima ideia! - E juntas caíram na risada.
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Pedro esperava por Arabela, que havia avisado que estava presa no trânsito. E ele andava de um lado para o outro, não era necessariamente uma pessoa ansiosa, ou impaciente, mas não gostava de ficar esperando por pessoas atrasadas. Ele sentou, era isso que Deus queria dele, que ele esperasse. Com a cabeça nas mãos sorriu.
- "Obrigado Senhor meu Deus, meu Orientador, meu Guia nos momentos difíceis e meu Consolo, na hora do desespero. Eu sei que não preciso ficar ansioso, sei que não tenho nada a temer, porque é o Senhor que está no controle da minha vida. Obrigado Senhor, porque o Senhor me trouxe até aqui, o Senhor tem me amado e me protegido, e obrigado por também cuidar da minha noiva e do meu filho. Em nome de Jesus amém." - Orou acalmando seu coração e esperou Arabela chegar.
- Me desculpa pelo atraso, esse trânsito hoje está uma loucura. Parece que todo mundo está querendo tirar o atraso dos dias em que estiveram de folga. - Disse ela entrando e colocando uma pilha de papel na mesa. Ela olhou para ele e sorriu.
- É um prazer conhece-lo Pedro. Eu fui mandada para cá, só para resolver essa alocação de pessoas para Goiânia. E espero sinceramente que você tenha uma resposta positiva para mim.
- Sim, a minha resposta é sim. Vamos trabalhar. - Disse ele sem rodeios.
- Louvado seja Deus, por sua resposta! E então vamos formar a sua equipe. E vamos trabalhar. Março está logo aí.
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Ariane chegou em casa, chamando Paulo para ajuda-la com as compras, ele e Ricardo vieram correndo.
- Oi tia! - Cumprimentou o garoto abraçando-a.
- Oi, meu filho! Senti saudades de você. - Respondeu sorrindo e abraçando-o também.
- Eu também senti saudades tia. - Disse pegando as sacolas com o Paulo.
Terminada a tarefa de guardar as compras, Ariane fez suco para os garotos e café para ela, com pãozinho recheado, não havia comido nada, e estava com fome. Os garotos também quiseram pão, que idade boa de garfo a adolescência!
- E aí mãe, o que o seu Márcio achou da sua transferência? - Perguntou Paulo curioso.
- Tudo acertado, nos mudamos em julho. - Disse casualmente.
- Julho! - Exclamou Paulo sorrindo. - Será que ainda sou o único a ver o agir de Deus aqui? - Desafiou Paulo, a mãe apenas sorriu.
- Então vocês vão mesmo embora? - Perguntou Ricardo triste.
- Vamos. Mas não precisa ficar triste, vamos continuar amigos, e irmãos, e vamos ter mais um lugar para viajarmos em férias! - Lembrou Paulo sorrindo. E Ricardo sorriu também.
- Pensando por esse lado, você tem razão! - Disse Ricardo dando de ombros. E começaram a comer.
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Pedro ligou para Ariane no horário do almoço. Estava indo encontrar com o Zeca.
- Bom dia meu amor! - Cumprimentou ela atendendo ao telefone.
- Bom dia meu amor! - Respondeu ele felicíssimo. - E aí falou com o seu patrão? - Perguntou tentando manter a calma.
- Sim falei com eles. E temos algumas coisas para acertarmos amor! - Disse ela séria.
O coração dele disparou, será que deu tudo errado? Será que não foi possível transferi-la? Ele já estava à beira do pânico.
- "Pelo amor de Cristo cara! Se controla, Deus tem o melhor para vocês, aceite a bênção que Ele tem para a sua família, e acalme-se." - Pensou respirando fundo.
- Que tipo de coisas? - Perguntou ele engolindo seco.
- Casa para morarmos, escola para o Paulo... - Começou ela visivelmente sorrindo, ele conseguia imaginar seus olhos brilhando ao sorrir. E ele gargalhou.
- Obrigado meu Deus! - Gritou no meio da rua, algumas pessoas olharam para ele assustadas. E ele as ignorou, "elas ainda não sabem, o que é ter Deus dirigindo a sua vida." - Pensou ele sorrindo.
- E quando você vai para Goiânia? - Perguntou se concentrando.
- Eu só vou em julho. Pensei que você poderia aceitar o apartamento da empresa, assim teríamos mais tempo de procurar uma casa. - Sugeriu ela.
- Boa ideia! E o Paulo, como está? - Perguntou preocupado, mesmo o filho entendendo a situação, ainda assim ele ficava preocupado com tudo que o filho teria que deixar para trás.
- Ele está bem! Ele continua vendo o agir de Deus em todas as coisas. Ele vai ficar bem, não se preocupe. - Respondeu ela calmamente, ele suspirou.
- Deus nos ajude que sim. - Disse fervorosamente. - Estou entrando no restaurante, vou almoçar com o Zeca. Te ligo a noite.
- Tá bom! Diz que mandei um abraço, fiquem com Deus, beijos.
- Beijos. Te amo! - Disse ele, sonhando com o dia, em que ela estaria diariamente com ele.
- Eu também te amo. Saudades! - Disse ela com uma pontada de tristeza, que fez seu estômago gelar.
- Eu também estou com saudades, e tudo está se ajeitando, e quando menos esperarmos, estaremos casados, e juntos.
- Verdade, falta pouco! Beijos amor. - Disse ainda tristonha.
- Beijos! - E desligou.
- Você precisava ver a sua cara de bobão! - Provocou Zeca quando ele se aproximou mais da mesa.
- Olha quem fala! Você deveria se olhar no espelho. - Disse sorrindo ao sentar.
- Certo! Somos dois bobos felizes. E justo agora que você resolveu achar tempo para almoçar, você vai embora!
- Goiânia está logo aí, não ficaremos tão longe um do outro. - Disse melancólico.
Claro que estava feliz, com tantas maravilhas que lhe estava acontecendo, mas não conseguia parar de pensar nas pessoas que estava deixando para trás.
- Só não esqueça jamais, de colocar este seu amigo em suas orações. Aliás não apenas este, mas todos os outros também. - Pediu Zeca emocionado.
- Jamais esquecerei. E espero que vocês também não esqueçam de orar por mim. - Respondeu também emocionado.
O garçom chegou e a conversa, passou para assuntos mais ameno, e suave, como o trabalho de ambos, e o tratamento de Isa, com a psicóloga que começaria naquela tarde, e a dificuldade que foi convencer Tina, de que a psicóloga era uma boa pessoa, para garantir a segurança da garotinha, Tina marcou uma consulta para ela, e assim Tina também marcou uma consulta para ela naquela tarde.
"Deus colocou pessoas bem interessantes na sua vida!" - O filho lhe dissera isso, e ele estava certíssimo. Pedro sentia em seu coração, que mesmo mudando, aquelas pessoas sempre fariam parte da sua vida, e ele estava pronto, para receber os novatos, que Deus tinha guardado para ele.
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Naquela noite Ariane e Paulo, reuniram com os adolescentes da banda Heróis da Fé, e seus respectivos pais. Ariane explicou que no meio do ano estariam indo embora, e que Paulo tinha uma proposta para a banda.
Paulo expôs a ideia do pai, de gravarem um CD, e apesar de Paulo estar indo embora, ele disse que gostaria de continuar fazendo parte da banda, pelo menos por enquanto, ele gostaria de continuar compondo, se os amigos permitissem. Todos ficaram felicíssimos, afinal era o sonho deles cantarem profissionalmente, e amaram a ideia do Paulo.
Fernando pai do Ricardo, já tinha o contato de uma gravadora, e no dia seguinte entraria em contato com eles, em comum acordo os pais concordaram que Fernando ficaria responsável por cuidar da banda, seria ele o empresário da banda, sendo que tudo teria que ser discutido com os pais primeiro. Nada poderia atrapalhar os estudos, ou as responsabilidades com a igreja.
Tudo o que foi discutido, foi posto no papel, que seria redigido em um contrato entre eles, Fernando iria fazer o contrato, para que eles assinassem antes que fossem ver a gravadora.
- Lembrando amor que a gravadora deve saber que eles só cantam, músicas com fundamentos bíblicos. - Lembrou Isabel.
- Verdade! - Disse Fernando, escrevendo em seu rascunho. - Ok! Aqui está tudo o que queremos uns dos outros, e o que temos a oferecer, e o que queremos da gravadora.
Os pais leram o rascunho de Fernando e concordaram, passando o rascunho para os filhos, que também concordaram. E para comemorar, jantaram todos juntos.
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Nos dias seguintes, as vidas de Pedro e Ariane quase voltaram ao normal, 'quase'. Foi uma correria, vestido de noiva para experimentar, e isso porque era simples, madrinhas para convidar, convites para enviar. E ainda tinha a roupa que ela usaria para ser madrinha no casamento do Zeca, presente para comprar.
- Sério! Que um dia eu reclamei, porque minha vida era pacata! - Dissera ela uma vez para Melissa, enquanto preenchiam convites.
- Saudades, da vida pacata e tranquila? - Perguntara Melissa sorrindo.
- De jeito nenhum! As coisas estão como deveriam estar, e graças a Deus por isso. - Respondera ela feliz da vida,
💞💞💞
Duas semanas depois, ela finalmente estava indo ao encontro do noivo, e estava eufórica com este encontro. Pedro os aguardava no aeroporto.
Paulo foi correndo encontrar o pai, que o recebeu de braços abertos. Ela jamais se cansaria de ver os dois juntos, seu coração transbordava de amor, ao ver os dois sorrindo um para o outro daquela maneira, aquelas pessoas que Deus havia colocado em sua vida para ela amar, cuidar e proteger.
Ela caminhou até eles, com passos lentos, apenas curtindo a dádiva de receber as bênçãos de Deus em sua vida. E quando chegou até ele, o filho se afastou, e ele a abraçou, e ela soube que estava em casa.
O caminho até o apartamento foi tranquilo, com Paulo conversando sem parar sobre todas as novidades de São Paulo. Enquanto observava o movimento lá fora, Ariane só pensava, nas maravilhas que Deus havia feito em sua vida. E no quanto ela era grata ao Deus do Impossível.
Continua...
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