Ariane estava às voltas com os preparativos para o casamento, quando Jemima ligou pedindo o número do telefone de Adriana, e Ariane passou o número, estava tão distraída que não percebera de imediato que a voz da outra estava bem animada.

- E você, está melhor hoje? - Perguntara Ariane cautelosa.

-"Só me falta ela ter oscilações de humor!" - Pensara preocupada.

- Estou muito bem! Há muito tempo eu não me sentia assim, quero te agradecer pelo conselho. Falei para a minha família sobre o Bruno, quer dizer não tive coragem de falar para os meus pais, e também não falei sobre o Alex, uma vergonha por vez! - Dissera ela constrangida.

- Você sabe que em ambas as situações, você não tem do que se envergonhar, você já se arrependeu do que fez, e a pessoa mais prejudicada foi você mesma, e merece seguir em frente de cabeça erguida!

- Obrigada Ariane! Meus irmãos são homens abençoados. - Dissera alegre.

Ariane ficou feliz por Jemima assumir que tinha um problema em casa, e compartilhar o problema com aqueles que podiam ajuda-la foi o primeiro passa para se libertar dele. Enquanto a pessoa esconde a violência é difícil escapar dela, passa tanto tempo fingindo que está tudo bem, que começa a acreditar mesmo que está tudo bem, e a violência começa a ficar natural.

Logo depois ligou para a irmã, pedindo orientação sobre o casamento. Adriana lhe dissera que estudaria alguns locais para a cerimônia e a recepção, e também assumiria a decoração, e quando chegasse Ariane diria a ela como queria a decoração.

- Como assim? - Perguntara Ariane aflita. - Não é você que vai fazer a decoração? O que eu ainda tenho que fazer? - A irmã gargalhara do outro lado da linha.

- Maninha, eu vou fazer a SUA decoração, você escolhe e eu faço, entendeu? - Perguntara ainda rindo.

- Drica eu tenho mil e uma coisa para escolher, você não pode fazer isso pra mim? - Perguntara angustiada.

- Não! Mas eu posso te ajudar. - Dissera ficando séria. - Não se preocupe vai dar tudo certo. Respire, e aproveite os preparativos do seu casamento.

A conversa com a irmã, não a acalmara pelo contrário. Quanto mais ela pensava no quanto de coisa que tinha para fazer, mais ela se perguntava, porque todo esse alvoroço, sendo que ela queria um casamento simples.

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- Mãe! - Chamou o filho assustando-a. - Está tudo bem? A senhora está com uma cara! - Comentou preocupado.

- Está tudo bem. Quer ajudar sua mãe com os preparativos? - Perguntou sorrindo.

- Na verdade eu quero é tirar, a minha mãe dos preparativos. Que tal a senhora e o meu pai, levar a todos nós para tomar sorvetes? Eu ajudo a pagar a conta. - Concluiu empolgado.

- E todos vocês seriam quem? - Perguntou sorrindo.

- Todos os meus primos, incluindo o Ben. E acho que menos o Gabriel, não creio que a tia Renata vai deixa-lo ir à sorveteria. - Refletiu.

- Até porque creio eu, que o pequeno Gabriel não toma sorvete. - Disse a mãe sorrindo.

- Mãe o Gabriel tem um ano, eu nessa idade eu já me esbaldava no sorvete. - A mãe gargalhou. - Eu sei, eu estava lá. E ainda tem as fotos como prova.

- Pois é, isso só prova o quanto que a sua mãe não tinha juízo, tenho certeza que sua tia é mais ajuizada que sua mãe. - Disse guardado a papelada em que ela mexia.

- Liga para o seu pai, se ele, e os outros pais concordarem, nós vamos a tarde. Pode ser?

- Perfeito! - Disse beijando a mãe.

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Pedro e André, discutiam a sua lista de convidados para o casamento.

- Sério, que sua lista de convidados é só isso? - Perguntou André rindo.

- Não entendi o motivo da graça. - Disse emburrado.

- Deixa a mãe pôr as mãos nessa lista, que ela aumenta duzentos por cento. Já decidiram aonde será o casamento?

- Ainda não. Mas vamos resolver ainda essa semana. Mas eu quero uma coisa mais íntima, só com a família e os amigos pessoais, não quero muito alvoroço. - Disse desanimado.

- Então converse com a Ariane, o casamento é de vocês, vocês decidem como vai ser, mas eu vou te avisando, a mãe vai te fazer mil e uma chantagem emocional. - Alertou André.

- Ela reclamou muito, quando vocês disseram que não queriam um casamento convencional? - Perguntou Pedro solidário.

Quando André estava noivo, a mãe sempre ligava reclamando, que a noiva não era adequada, e de suas ideias descabidas para o casamento.

- Foi um período estressante. Eu cheguei ao absurdo de falar pra ela, que se ela não parasse de atormentar a Renata, eu iria sumir no mundo, e não iria mandar notícias como você fazia não, eu iria sumir que ela nunca mais iria saber de mim. - Lembrou triste. - E eu acho que eu falei sério, porque depois disso ela ficou mais tranquila, e parou de pegar no pé da Renata.

- Algum dia se arrependeu, de ter enfrentado todo mundo por ela? - Perguntou orgulhoso.

- Nunca! Faria tudo outra vez. - Disse rápido, carinhosamente.

O telefone de Pedro tocou, era o filho.

- Oi filho! - Atendeu animado.

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Ariane e Pedro, se encontraram na sorveteria com os sobrinhos, com exceção dos filhos de Felipe, que ele próprio os levou. As crianças fizeram a festa.

- Oi tia! - Disse Asafe sorridente.

- Oi meu querido, tudo bem? - Perguntou ela, abaixando para olha-lo nos olhos.

- Tudo bem, graças a Deus. Eu disse para a senhora, que sonhei com a gente vindo tomar sorvete! - Lembrou ele animado.

- Você disse mesmo! - Concordou ela sorrindo. Lembrando da primeira vez que viu o garotinho. Ele a abraçou sorrindo.

- Asafe, venha! - Chamou Ben, ele foi correndo encontrar os outros.

- Ele te disse que sonhou com a gente aqui, na sorveteria? - Perguntou curioso.

- Sim. Aquele dia que fui a sua casa falar com os seus pais. Ele disse que havia sonhado duas vezes comigo, uma em que estávamos na sorveteria, e a outra vez eu estava me casando. Não lembro se necessariamente nessa ordem.

- Às vezes acontece, dos sonhos dele, se realizar. - Sussurrou Pedro, Ariane arregalou os olhos. E Pedro levou-a até uma mesa.

- Uau! Por isso a mãe dele, não gosta que ele fala dos sonhos! - Deduziu encantada. - Mas ele deve ter sonhos normais de crianças? - Perguntou.

- Os pais acreditam que sim. Às vezes ele diz apenas sonhei com isso mas não me lembro, ou sonhei com fulano, e não entra em detalhes. Quando ele sonha com algo profético ele desenha.

- Muito interessante! - Disse eufórica. - E muita responsabilidade! O que os pais fazem em relação aos sonhos?

- Eles oram. Eles não sabem como lidar com essa situação direito, então na maioria das vezes eles oram, e esperam em Deus. A Carol tem medo, do que podem querer fazer com o filho, já o Felipe é mais tranquilo, ele acredita que por enquanto eles só devem cuidar de Asafe e orar, por aquelas pessoas, com quem o Asafe sonha, e eles oram para quando for adulto, Deus o ensine a usar o dom que Ele lhe deu, eu acho que por este motivo a família inteira ora! - Concluiu sorrindo.

Ben e Paulo juntaram umas mesas, e sentaram todos juntos, deixando os dois sozinhos, eles olharam um para o outro e sorriram emocionados, com a gentileza dos dois garotos.

- Eu estive pensando sobre o casamento, e sobre a banda do Paulo. - Começou Pedro tímido.

- Eu também estive pensando sobre o casamento, o que você pensou? - Perguntou aflita.

- Você faz questão de uma festa grande? Com um amontoado de pessoas que não conhecemos? - Perguntou receoso, ela sorriu.

- Louvado seja a Deus! Você também prefere uma cerimônia mais simples? - Perguntou esperançosa, foi à vez de ele sorrir.

- Se você não se importar, eu preferiria.

- Pois eu não me importo, por exemplo, eu não quero vestido branco, e nem um vestido pomposo, tudo bem pra você?

- Pra mim está ótimo. E eu gostaria que os convidados fossem apenas nossos familiares e amigos íntimos, o que você acha?

- Perfeito! Apesar de que só os familiares já fazem uma grande festa! - Comentou ela sorrindo.

- Verdade! Agora eu não sei na sua casa, mas na minha vai ser complicado, esse assunto de casamento simples.

- Lá em casa também. Você precisa ver a lista de convidados da minha mãe. - Os dois sorriram.

- Vamos falar com os quatro juntos, o que você acha? - Perguntou Pedro.

- Acho muito bom, poderíamos jantar com eles hoje. - Sugeriu Ariane.

- Bom! E quanto ao local eu pensei em uma chácara aonde poderíamos passar o dia todo, nos preparavamos lá, casariamos ao lar livre... - Começou ele sonhador.

- Tipo essas chácaras que a gente aluga para encontros de famílias, ou de amigos? - Perguntou interessada.

- Sim. O que você acha? - Perguntou aflito.

E ela gostou da ideia e quanto mais ela pensava, mais ela gostava da ideia, era lindo e romântico. Ela conseguia imaginar a cerimônia, os familiares, os amigos, as crianças correndo para lá e para cá.

- Eu acho que seria o casamento perfeito! - Respondeu emocionada, uma lágrima teimou em descer por seu rosto. - Obrigada! Mas será que uma chácara e convidados por um dia, dependendo de nós, cabe no nosso orçamento? - Perguntou preocupada.

- Vamos fazer o orçamento, eu tenho uma ideia a respeito do local, eu vou verificar e te falo, mas eu tenho fé, vai dar tudo certo. - Disse eufórico.

- Tudo bem! Vamos na fé! E quanto a banda, o que você pensou? - Perguntou mudando de assunto, estava emotiva demais.

- Vocês disseram que um dos pais, sempre quis lançar a banda, e que apenas o Paulo era contra.

- Sim. - Respondeu confusa.

- E como funciona a banda quem faz o quê? - Perguntou interessado.

- O Paulo, o Ricardo, e o Mário, escrevem. Mas geralmente quem faz as pesquisas bíblicas para as músicas é o Marcos, ele pesquisa o tema e dá para os meninos, e eles escrevem, depois da letra pronta, volta para o Marcos, que junto com o Joaquim e o Lucas, vão fazer a música; e a parte mecânica da coisa, mixagem, iluminação e outras coisas a mais de palco isso é com o Natanael. E todos cantam e tocam.

-Uau! São profissionais. - Disse orgulhoso.

- Os dons são importantes, e eles sabem que são diferentes e que têm, que respeitar o dom e o espaço de cada um. E que os dons se completam. - Disse também orgulhosa olhando para o filho.

- Pois bem. Mesmo que o Paulo não possa continuar tocando na banda, ele pode continuar contribuindo, e assim fazendo parte do projeto. - Disse com um meio sorriso, beijando a mão dela que estava na sua.

- Ele não precisa estar lá para escrever! - Disse iluminada.

- Exatamente! E assim ele poderia participar do projeto da Lauren, por conta própria como ele queria.

- Hoje você está inspirado! - Disse ela encantada.

Percebendo que sentia por ele, o mesmo orgulho que sentia pelo filho. Independentemente de qual aflição viesse, ele estaria do lado dela, segurando em sua mão.

- Eu vou agradecer a Deus sempre, por Ele ter me trazido até aqui neste momento, por ter te guardado para mim, por ter me perdoado, e me trazido de volta para você. Eu sei, que assim como eu estarei do seu lado, você estará do meu. Eu sei que estaremos juntos, no mesmo propósito quando as aflições vierem. E todos os dias orarei para que Deus faça de mim, a sua mulher virtuosa. - Disse ela emocionada.

Ele mordia o lábio, tentando se manter firme, mas uma lágrima escapou, não importava o quanto seria complicado, Deus estaria no controle, e ela estaria ao seu lado.

- Mulher, eu já disse o quanto eu te amo! E o quanto eu amo a Deus por ter me presenteado com o seu amor. - Disse emocionado. Ela encostou a testa na dele sorrindo.

- Eu também te amo varão de Deus! - Disse também emocionada.

Continua...