12 - Suportai-vos uns aos outros.
Os dias seguintes foram terríveis para Ariane.
Toda a igreja ficou a par das novidades. Paulo era neto de um pastor.
A mãe! A desavergonhada que destruiu a pobre família pastoral.
Mas não foi o bastante apenas fazer as fofocas, a igreja partiu ao meu.
De um lado os "escandalizados" e do outro os "a vida é dela!"
'E assim a comunhão da igreja que já era bastante frágil ruiu de vez.
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No domingo, o pastor pediu que a professora auxiliar assumisse a sala dos jovens da EBD pois precisava falar com Ariane, que o seguiu em silêncio, dando de cara com a Edith e o irmão Roberto.
Ela olhou surpresa para o pastor. Sentou ao lado de Roberto.
- Pois bem? Qual das duas vai me ajudar a acabar com a guerra que se instalou nessa igreja! - Perguntou o pastor, sentando em sua cadeira.
- Ela causou todo esse estrago. - Disse Edith, apontando para Ariane.
Ariane suspirou.
- O que exatamente o senhor quer de mim? No que o senhor acha que eu posso ajudar? - Perguntou Ariane constrangida.
- Eu preciso que vocês resolvam os problemas de vocês, para que eu possa dirigir essa igreja em paz.
- Eu não tenho nenhum problema com a Edith! Ela sim, é quem tem problemas comigo, desde a primeira vez em que ela me viu, desde a primeira vez em que eu entrei nessa igreja, ela me trata mal. Eu ja tentei me entender com ela, foi ela, quem não quis nem saber de entendimento.
- Não é bem assim pastor! Meu Deus! Ela apareceu aqui do nada, grávida, sozinha, não disse nada pra ninguém sobre o pai do bebê, ela não é merecedora da confiança que essa igreja sempre depositou nela.
'Principalmente agora que todos nós sabemos porque ela escondeu quem era o pai do garoto, ela é uma destruidora de família pastoral.
- Irmã Edith, por favor! Vamos manter essa conversa dentro do que está acontecendo agora. O que aconteceu antes, se vocês já se arrependeram, então Deus já perdoou e não devemos mais falar sobre isso. - Lembrou o pastor.
- Lamento muito pastor! Mas essa conversa não vai nos levar a lugar nenhum. Já tivemos essa conversa antes e nada resolveu. - Lembrou Ariane.
'A irmã Edith ainda não compreendeu, que mudança real não é aquela que a gente diz que vai ter, e sim aquela que permitimos que Deus produza em nós.
- Eu já participei de algumas dessas reuniões envolvendo vocês duas. - Começou o irmão Roberto.
- Então pensando em tudo o que vocês já discutiram, eu fiz uma sugestão ao pastor e à sua esposa. - Concluiu o irmão.
- Mas você não tem nada haver com isso... - Irritou-se Edith.
- Aí que a senhora se engana irmã, somos todos dependentes de Deus e co-dependentes uns dos outros. - Disse o pastor.
- E realmente achamos muito interessante, as sugestões do irmão Roberto. - Fez sinal para o outro continuar.
- Pois bem! Não vamos mais falar da importância da comunhão, do suportar uns aos outros, do perdoar, do ofensor procurar o outro em amor e humildade, do ofendido perdoar verdadeiramente.
'Enfim, não vamos falar de nada que vocês já estão cansadas de saber e até de ensinar, pois ambas são professoras de EBD, e tem outros cargos na igreja, e acima de tudo são mães.
'A delícia do primeiro sacerdócio, o prazer de pegar na mão da criança e leva-la pelo caminho!
'Agora, já pararam para pensar em como estão seus filhos, ou os seus alunos, diante de tudo isso?
'E então, o que nós vamos fazer agora? Nós vamos orar!
- Como? - Perguntaram as duas juntas.
- Exatamente. De hoje até o próximo domingo, vocês duas me encontrarão aqui às 19:00, sendo quê! Como amanhã é feriado eu gostaria que você Edith viesse nos três horários de oração por favor! - Pediu Roberto.
- Porque só eu? E ela? - Perguntou aflita.
- Não fiz o pedido diretamente para ela, porque ela já tem o costume de fazer isso. Amanhã não será diferente, será Ariane? - Perguntou preocupado.
- Não, claro que não, estarei aqui às 7:00. Mas o que exatamente o senhor espera de nós?
- Apartir de hoje vocês irão orar, uma pela outra. Em voz alta. Só vocês, eu e a Trindade.
Edith ficou vermelha.
- Você está insinuando que eu não oro pela minha igreja? - Disse Edith tremendo.
- De jeito nenhum! Longe de mim insinuar uma coisa dessas.
'Estou apenas pedindo que a mão direita, e a mão esquerda percebam que o corpo estará melhor cuidado com a ajuda das duas juntas.
Pegou uma caixa e colocou na frente das duas.
- E a massa do pão também ficará melhor, se for sovada com as duas mãos. Vocês duas sabem fazer pão, por isso eu trouxe uma receita de casa. Está tudo aqui.
- Você quer que a gente faça pão? Eu...
- Irmã Edith, vocês duas vão fazer o pão, juntas! - Disse Roberto
- Como vocês duas sabem, amanhã às 16:00 teremos o futebol misto da galera da música versos a galera do evangelismo, e queremos este pão para o evento.
- A receita é daquele pãozinho que a sua esposa faz? - Perguntou Ariane.
- Sim. Eu só preciso saber agora na casa de quem, o pão será feito, com muito amor e carinho para a obra de Deus.
As duas ficaram em silêncio por alguns segundos.
Ariane compreendia o que o irmão Roberto estava tentando fazer e ela desejou que desse certo.
- Se a Edith não se importar, podemos fazer na casa dela.
- E então irmã? O que a senhora acha da sugestão da irmã Ariane? - Perguntou o pastor animado.
- Por mim, tanto faz! - Resmungou.
- Eu só quero lembra-la, que a hora de opinar é agora. - Disse Roberto. - A casa que for decidida é a que será. E não mudaremos.
- Certo, certo! Pode ser lá em casa.
- Muito bem. Então eu levarei as coisas para a casa da irmã Edith, amanhã depois da oração. - Disse Roberto.
- Vocês estão nos castigando? - Perguntou Edith furiosa.
- Claro que não! Vocês não são obrigadas a participarem de nada disso. A escolha é de vocês. - Lembrou o pastor. - Mas claro que eu, como pastor de vocês gostaria que vocês aceitassem o desafio.
- "Com certeza, suportar o mau humor da Edith vai ser mais que um desafio vai ser uma provação, que seja o Senhor meu Deus, a estar no comando deste desafio. E que aprendemos a respeitar uma à outra." - Pensou Ariane.
Lembroi de todas as vezes que a outra deixou bem claro que não a suportava.
- Tudo bem! E agora? - Perguntou Edith.
- Tem algum pedido que vocês gostariam que fosse incluído nas nossas orações individuais?- Perguntou Roberto.
- Não. - Respondeu Edith secamente.
- Como todos já sabem, eu vou viajar dia primeiro, e será uma viagem muito importante em vários aspectos, tanto para mim quanto para o meu filho, então eu gostaria, que os irmãos orassem por mim e por ele.
'Em especial que Deus me dê a Sua sabedoria, para este confronto, que vou ter as pessoas do meu passado, principalmente o pai do meu filho.
'E também que Deus ponha o verdadeiro perdão no meu coração, para que eu possa perdoar as pessoas, que me feriram, e que eu também compreenda, quando eu ferir alguém para que eu possa pedir perdão.
- Esse sermão todo é para mim? - Perguntou Edith.
- Oi! - Exclamou surpresa.
Olhou para os dois homens.
- Em algum momento, eu dei a entender que, gostaria de atingir a irmã Edith, de alguma maneira?
- Não minha filha. Não se peeocupe. - Disse o pastor, se levantando.
Ergueu a mão, impedindo que Edith falasse.
- Então está tudo acertado. Sinto muito por tirar as duas das suas salas, mas foi por um bom motivo. E não esqueçam às 19:00 apartir de hoje. - Lembrou o pastor.
- Mas o culto começa às 19:30. - Lembrou Edith.
- Exatamente. Quinze minutos para cada uma orar. - Disse Roberto. - E já que decidimos tudo. Oremos:
"Senhor meu Deus, fazemos esse desafio de oração, não para engrandecer uma ou diminuir a outra, fazemos esse desafio de oração Senhor, para que seus corações sejam aquebrantados, para que, quando uma ofender a outra, elas não ouçam seus corações traidores, mas ouçam o Seu Santo Espírito. Obrigado Senhor, pois o Senhor permitiu que elas se dessem mais uma chance de fazer a diferença na Sua obra; e que toda essa tentativa do inimigo em separar a Sua igreja seja derrubada por terra. Em nome de Jesus o Cristo. Amém." - Orou Roberto.
- Vamos voltar para as nossas salas! - Pediu o pastor.
Os quatro saíram e cada um dirigiu para uma parte da igreja.
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Ariane ficou sim, muito incomodada, pois nunca fizera nada contra a Edith, mas apesar disso, também não fizera muito para que ela parasse de incomoda-la, pensando bem, nunca tinha orado especificamente por esse motivo.
Até o presente momento nunca se colocara na posição da outra. A achava insuportável e pronto.
Não se interessou em saber porque a outra era tão amargurada, ninguém que serve a Deus é tão amargurado, a não ser que tenha uma ferida ainda não cicatrizada.
Passara os últimos anos tão concentrada no fato de que Edith não gostava dela, que não parou para pensar, no motivo que ela poderia ter para ela não gostar dela daquela maneira.
Estava tão distraída, que não percebeu que estava na porta da sala, e todos olhavam para ela.
- Me desculpem. - Disse sorrindo e sentando na cadeira mais próxima.
Continua...
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