11 - O Senhor concederá os desejos do seu coração.
Pedro acordou sentindo cheiro de café.
-"Jesus! Deixei a Tina sozinha a noite toda!" - Pensou alarmado.
Escorregou e pluft! Caiu no chão.
- Aí! - Sussurrou.
Abriu os olhos, não, não estava na casa do Zeca, estava na sua casa, no seu sofá desconfortável. Segunda noite mal dormida, mas quem estava contando?
Levantou e olhou a hora, 5:10 da manhã. Esfregou os olhos, ainda tinha cinquenta minutos para dormir, mas alguém estava fazendo café na sua cozinha.
Definitivamente as regras dessa casa estavam precisando ser revistas e atualizadas. Chegou na porta da cozinha e parou estático.
- ... - não é como se você fosse criar o garoto, - Dizia Lucia coando o café.
- O garoto já está com um pé na fase adulta, e pelo que eu compreendi, a mãe não me parece ser do tipo que vai simplesmente largar o filho com o pai e sumir do mundo.
- Para ser sincera eu me sinto mais insegura com a mãe do que com o filho....
Ele foi para o quarto.
As duas que ficasse lá conspirando contra ele, ia voltar a dormir. Deitou, mas não conseguiu dormir. Resolveu ler a bíblia, nem lembrava quando foi a última vez que leu a bíblia dentro em casa.
Pensando bem, nunca leu a bíblia dentro daquele apartamento. Lia a bíblia com os amigos, quando estava "assistindo" ao culto.
- "Meu pai ficaria horrorizado. Se bem que desde que ele se livrou de mim, ele não se importou muito com o que eu estava fazendo ou deixando de fazer." - Pensou triste.
Leu a bíblia, orou; e se arrumou para o trabalho.
As duas ainda conversavam.
Ele fez barulho o bastante para que elas soubessem que ele estava acordado, não queria ouvir o que elas falavam.
- Bom dia! Caiu da cama Lucia? - Perguntou indo direto para a garafa de café.
- Eu liguei pra ela. Eu precisava falar com alguém, e você disse que ela é uma boa amiga. - Respondeu Tina, ele sorriu.
- Fico feliz por você ter me ouvido, e obrigado Lucia por estar com ela.
- Foi um prazer, o café é um bônus. - Brincou Lucia.
- Pedro, eu sempre te ouço. - Disse Tina triste.
Lucia levantou.
- Eu já estou indo. Tenho que trabalhar. Foi muito bom conversar com você Tina, a gente poderia fazer isso mais vezes. Até logo Pedro.
Tina levantou para acompanha-la.
- Obrigada, por ter vindo me ajudar! E sim eu vou ligar mesmo, e aí a gente marca; e mais uma vez, me desculpa pela hora que eu te liguei, eu nunca vou esquecer o que você fez por mim.
Pedro ficou tão entretido no diálogo das duas que esqueceu o café, sentou aonde Tina estava antes e se serviu.
- Como você está? - Perguntou quando ela voltou.
- Porque você resolveu falar desse filho justo agora? Que a gente estava tão bem? - Perguntou ela ignorando-o.
- Eu tenho pensado muito sobre isso nos últimos tempos, principalmente depois que a Lucia pegou a guarda da Isa
'E domingo enquanto aquela garotinha me abraçava, eu me toquei que nunca recebi um abraço do meu filho, de repente, ali naquele corredor eu percebi que se eu não for atrás dele agora, depois será tarde.
'E Deus está me dando a chance de consertar as coisas, e eu não vou desperdiçar.
'Eu sei que eu fui horrível com você te escondendo quem eu sou, mas eu não sou igual a sua mãe, e eu sinto profundamente por ter magoado você.
- Eu vou esperar você voltar do trabalho, e então você me conta, porque abandonou o seu filho. Tenha um bom dia Pedro.
E foi para o quarto.
💮💮💮
Finalmente Pedro conseguiu colocar as coisas em ordem no escritório.
Outra vez não teve tempo de almoçar, pelo menos o corpo não doia tanto por causa da dormida no sofá.
- "O meu corpo está se acostumando com o sofá." - Pensou sorrindo.
Sua única preocupação ao entrar em casa era que precisava de um carregador, pois seu celular descarregara, bem no momento em que falava com o filho.
Mas as surpresas naquela casa só aumentavam!
Tina estava sentada na sala, cercada por suas malas.
Ele ficou boquiaberto parado na porta.
- Boa noite. Se importa de entrar, e fechar a boca! - Retrucou mal humorada.
Ele entrou e sentou de frente para ela.
- O que você pretende? - Perguntou aflito.
- Voltar para a minha casa. Eu não posso continuar com você. Eu sei que você não é igual àquela mulher, e eu te amo, e tudo o que eu mais queria era que ficássemos para sempre juntos, até que a morte nos separasse. Mas isso não é possível. Você lembra quando nos conhecemos?
Ele apenas confirmou com a cabeça.
- Enquanto todas as minhas amigas, 'que delicadamente você deu um fora em cada uma delas!'
'achavam que você era gay eu achava que você era o tipo de homem, que seria de uma mulher só, e elas ficaram debochando de mim.
'E como você sabe eu não levo desaforo pra casa. Ei fui até você, e você lembra o que eu te perguntei?
- Você foi audaciosa. - Lembro ele sorrindo.
- Você olhou bem no meu olho e perguntou "Qual é o nome dela?" - Ele disse ainda sorrindo.
- E você me olhou com a mesma intensidade e respondeu.
'"Alguém que roubou a minha vontade de viver. Não compensa falar sobre ela."
'E naquele momento eu soube que estava certa. Você é homem de uma mulher só.
'A única coisa em que não pensei, foi de que o mais provável seria que você já tivesse encontrado essa mulher.
- Tina... - Passou a mão pela cabeça. - Eu não sei o que te falar, eu preciso...
- Só me diz uma coisa, você não sente mais nada pela mãe do seu filho? Você não ficou intimamente esperando, por ela todos esses anos? Você nunca pensou em como seria se ela retornasse para a sua vida? Você pode verdadeiramente, me dizer que não está ansioso para reencontra-la?
- Eu não sei te dizer se estive ou não, esperando por ela, porque eu realmente não pensei nisso mas ... - Ele abaixou a cabeça envergonhado. - Mas tenho pensado muito, em como será reve-la, e sinceramente não sei como vou regir a ela. - Ele olhou pra ela. - Sinto muito.
- Eu sei que sente. - Respondeu ela e o abraçou. - Obrigada pelos momentos maravilhosos que você me proporcionou, foram os melhores da minha vida.
- Me perdoa! Se eu soubesse, que poderia te magoar assim eu jamais...
- Nem ouse completar, por favor, você foi a melhor coisa que me aconteceu, eu acho que desde sempre.
Ele passou as mãos pela cabeça aflito.
- Não é seguro você ficar sozinha na sua casa. Fica aqui até seus pais chegarem.
- Não acho uma boa ideia.
- Talvez você tenha razão. - Ele começou a andar de um lado para o outro.
- Então a gente conversa com o Zeca e a Lucia, e você fica lá até eu viajar, e então você vem pra cá. Lá tem o quarto que era da Leandra...
- Você vai viajar? - Ela o interrompeu. Ele voltou a sentar.
- Ah, sim! Ainda não falei com você sobre isso; sim eu vou para o Tocantins.
- Tocantins....?
- Minha família é de lá..., e a Ariane também. Ela e o meu filho também irão pra lá o mês que vem.
Ela respirou fundo.
- Entendo. Você sabe tudo sobre mim, e agora eu vejo, que não sei nada sobre você. - Refletiu melancólica.
- Antes de viajar, eu vou te contar tudo sobre mim, se você ainda quiser saber. Mas agora vamos falar com Zeca e a Lucia. - Disse levantando e tentando levanta-la.
- Isso não vai dar certo. O Zeca me detesta e quanto a Lucia não sei se ela vai me querer perto da sobrinha dela.
- Nada haver! Você e o Zeca, se provocam gratuitamente. E Lucia vai saber lidar com você, ela é mesmo uma boa garota.
Tina sorriu.
- Bem! Hoje ela veio ao meu socorro, e olha que eu liguei pra ela 4:30 da manhã. E ela foi incrível. Talvez se eu não tivesse falado com ela, não estaríamos tendo essa conversa, tão adulta e civilizada. A propósito quando foi que ela passou a falar tanto em Deus?
Ele olhou pra ela sorrindo.
- Talvez se você não implicasse tanto por ficarmos lá fora ouvindo o pastor da igreja, e tivesse ficado com a gente, talvez você também já estivesse assim, falando em Deus o tempo todo.
- Você fala de um jeito como se algum dia eu fosse ter aquela luz que eu vi nela. - Ele a encarou.
- Por favor não me olhe como se eu fosse louca, ela não brilhava como um césio-137. Mas o modo como ela me disse, que eu não precisava ter medo de escolher o que era certo, porque ela iria orar por mim e que Deus iria me por no caminho. Eu não sei te explicar, acho que por causa do brilho dos olhos dela não sei, mas parecia que ela inteira brilhava.
- Eu tenho certeza que você não é louca! E quanto a você ter a luz que você sentiu em Lucia? É só você deixar o Espírito Santo de Deus habitar em você.
- Já falamos sobre isso. - Ela suspirou. - Acho que vou pra casa. Não tem como ele saber que estou lá sozinha.
- Ele é amigo pessoal do seu pai, não vamos arriscar, não vou ficar tranquilo sabendo que aquele maníaco pode te descobrir lá; e não quero você nenhum segundo sozinha com aquele louco.
- Não sou mais criança, ele não pode mais me machucar.
- Sei! Por isso que você não me deixou denúncia-lo? Não, e não, e além disso é por pouco tempo, e eu tenho certeza que eles vão te receber muito bem.
- Eles vão querer saber porque eu não vou pra minha casa.
- Dizer a verdade a eles ou não, só depende de você. Eu vou dizer que seus pais estam viajando e só voltam dias antes do natal, e que não quero que você fique sozinha, o que é verdade. E quando eu viajar você vem pra cá, eles vão entender.
- Talvez meus pais nem venham mais. Quando eu disser que meu namorado misterioso não vai mais conhece-los, meu pai vai vir com aquela conversa que tudo foi fruto da minha imaginação.
- Se isso acontecer você fica aqui até eu voltar, e veremos o que fazemos. Tina, você precisa contar para os seus pais, o que aconteceu. Eles não podem ficar pensando que tudo o que você diz ou faz é uma fantasia.
- E quem vai provar que eu não sou uma mitomaníaca ou que sofro de devaneio excessivo? Outro psicólogo de merda? - Perguntou alterada.
- Você sabe que existem profissionais decentes! - Disse ele, abraçando-a.
- Certo. Vamos falar com seus amigos, eu só espero que eles não nos expulsem de lá à balas. Eles não tem armas tem? - Perguntou se afastando dele.
- Você tem cada ideia. - Disse sorrindo. - Vamos. Espera só um minuto eu preciso por o celular pra carregar.
Minutos depois sairam de mãos dadas do apartamento.
Continua....
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