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Capítulo 24

"Nunca diga adeus, porque dizer adeus significa ir embora e ir embora significa esquecer". (Peter Pan)

Alex me odiaria para sempre e isso era o que mais me machucava. Eu não tiraria a sua razão, até porque eu seria hipócrita a ponto de agir assim como Bill agiu: sumir logo depois do momento mais maravilhoso que tivemos, mas ao contrario dele não é com intenção de ferir, mas com a intenção de libertar, de proteger. A cima de tudo estava a felicidade de Alex e se eu não tivesse um coração puro, inteiro, nada do que eu tivesse a oferecer seria suficiente.

Seria eu covarde demais para enfrentá-lo e dizer a ele da minha decisão, então sumir sem dar notícias me pareceu o mais adequado. Os poucos dias de praia que nos restou eu tentei aproveitar ao máximo as últimas horas com ele, mesmo sabendo que seria errado criar expectativas. Mas eu queria decorar as linhas do seu rosto e cada pelo de sua barba e sobrancelha. Eu queria afogar minhas mãos em cada onda do seu cabelo e gravar seu toque em minha pele. Queria descobrir marcas de nascença e as pintas que ele tinha espalhadas pelo corpo, assim como cada curva que ele possuía. Queria eu poder guardar todas as suas manias e toda a sua personalidade. Levar comigo todos os momentos que passamos juntos, a nossa história. Porém eu deixaria seu coração para que ele pudesse entregá-lo a alguém que merecesse mais que eu.

Assim que voltamos eu tratei de cuidar de tudo. A primeira coisa que eu fiz foi passar na casa do meu pai. Ele percebeu meu estado, mas eu não quis tocar no assunto, muito menos entrar em detalhes, apenas passei uma tarde com ele querendo saber das coisas que tinha feito todo esse tempo que passei sem visitá-lo.

- Pai?

- Sim, querida.

- O meu quarto... Como ele está? - papai estranha minha pergunta franzindo o cenho.

- Está do mesmo jeito como da última vez que você o deixou.

Fiquei encarando a escada pensando se deveria ou não fazer o que estava disposta. Respirei fundo e levantei-me.

- Já volto.

Terceira porta a direita. Era girar a maçaneta e entrar, mas minhas mãos estavam trêmulas. Com certa dificuldade abri a porta e pude ver a fresta de luz que surgia da janela.

As cortinas brancas balançavam timidamente e a cama a minha frente tinha o mesmo lençol rosa, o qual mamãe deveria ter lavado algumas vezes. A minha boneca de pano deitada sobre os travesseiros de florzinhas, o tapete de plumas na lateral da cama e até o meu velho baú, onde guardava minhas bonecas e ursinhos. Minha escrivaninha com alguns livros de contos de fadas, pelo menos os que restaram. Aproximei-me para olhá-los: eu tinha a coleção toda, mas havia jogado boa parte. Em cima, havia uma instante que eu me lembro perfeitamente, era onde ficava minhas princesas preferidas até o dia em que joguei-as fora. Deslizei as mãos sobre a mesa voltando as lembranças de mim e Bill estudando e do nosso primeiro beijo. Minha penteadeira tão branquinha, era possível ver meu reflexo pelo seu espelho. Ah! Aquele espelho. Quisera eu quebrá-lo tantas vezes.

Sentei-me na cama passando as mãos pelos lençóis e não resisti em chorar. Por mais que odiasse Bill com toda a certeza ele ainda era um peso em minhas costas. Em cima da minha cabeceira havia algumas fotografias minhas e deles e de algumas amigas do colégio. Sequei algumas lágrimas e levantei-me rapidamente arrancando todas elas do mural e as rasgando uma por uma. De certo modo eu me senti mais leve. Peguei meu baú e o coloquei em cima da cama. O abri e... Droga! O Stitch estava lá me olhando com aquela carinha, e ele era tão fofo que o odiei por isso. Coloquei as fotos rasgadas por cima dele, e fechei o baú. Com ele em mãos, desci as escadas rapidamente, papai ainda estava no mesmo lugar.

- Pai, quero que jogue isso, ou dê para caridade.

- Por que decidiu tomar essa decisão?

- Chega de lembrar do passado. Chega de me desvirtuar dos meus sonhos. Eu tenho um objetivo e pretendo segui-lo. Sinto muito se eu te decepcionei, pai. Mas vai ser melhor pra todo mundo se for desse jeito.

Ele me olha sem dizer nada. Provavelmente entendeu o que quis dizer. Pigarreia e coça a cabeça.

- Você é maior de idade e faz o que quer da sua vida. Mas como pai, não posso deixar de me preocupar. A única coisa que eu quero saber é: você esta feliz?

Encaro o nada e respondo:

- Estou. – minto. - Muito feliz - tento um sorriso forçado.

- Espero que esteja dizendo a verdade. De qualquer forma, boa sorte. - ele pega a caixa das minhas mãos e sai.

Eu não ia ter mais as aulas de manhã o que era um alívio e eu seguira com meu plano sem precisar de uma manobra mais intensa. Meu próximo objetivo era chegar o quanto antes na empresa e conversar com Sarah. Antes do almoço seria ideal, pois Alex não estaria ali.

- Sarah? Posso entrar? - pergunto batendo em sua porta.

- Claro, querida, sente-se. - convida me apontando a cadeira a sua frente. - aconteceu alguma coisa? Seu horário é só mais tarde. - A mãe de Alex me olha confusa.

- Acontece que... Sobre o nosso contrato... Estou o rescindindo. - olho diretamente em seus olhos e não sinto nem um pouco confortável em dizer aquelas palavras.

Ela tira os óculos e apoia os cotovelos sobre a mesa.

- Mas ele só vence no final de julho. Por que quer rompê-lo agora?

- Preciso resolver algumas coisas pessoais e preciso de tempo. - omiti.

- É algo em que eu possa ajudar?

- Infelizmente não.

- É uma pena, pois só tenho elogios sobre você na empresa. É muito esforçada e dedicada, estava pensando até em contratá-la para uma posição efetiva. - ela aparentava estar decepcionada.

- Fico agradecida pela consideração, eu sinto muito. Quem sabe uma próxima. - "Se é que haveria a próxima".

-Tudo bem, vou assinar um termo para sua demissão e você já estará liberada. Vou sentir saudades. - sorrindo, pega alguns papéis e com o óculos no rosto ela começa a digitar algumas coisas. - Como anda a relação entre você e meu filho? - Assusto-me com sua pergunta, tremendo internamente e não digo nada. - Alex está com um sorriso radiante desde que voltaram da praia. Acredito que seja por sua causa - sorri, mas não olha para mim.

Limpo a garganta. É nítido que ela queria uma resposta e eu teria que responder mesmo sem saber como.

-Alex e eu estamos bem. - "Por enquanto". - Na medida do possível.

Ela me olha com o cenho franzido enquanto deixa a impressora trabalhando.

- E por que está com essa cara? Não me parece muito feliz.

- Sarah, eu vou abrir o jogo com você, mas eu lhe peço encarecidamente que não conte nada ao Alex. - seus olhos estão ainda mais juntos e seu semblante ainda mais preocupado.

- O que se passa Liza?

- Eu entrei nesse emprego com o intuito de conseguir um bom dinheiro, pois irei me mudar. - explico.

- Mudar? Para onde vai?

- Alemanha. Vou terminar meus estudos lá.

- E meu filho sabe disso?

- Sabe. - solto o ar. - Mas nesses últimos tempos tanta coisa aconteceu que é bem capaz dessa notícia gerar certo espanto.

Sarah molhou os lábios e pareceu entender.

- Ainda era uma incógnita e agora é uma certeza. - ela afirma.

- Quase isso. Eu venho planejando isso há anos e está mais perto do que nunca. - aperto as mãos quando um frio percorre minha espinha. - Mas essa decisão não tem brechas, se é que você me entende. Alex não pode saber. Diz que... Sei lá, meu tempo já se esgotou.

- Liza, ele tem o direito de saber.

- Não tenho dúvidas Sarah, mas quando eu estiver bem longe daqui.

- Não sei quais são seus motivos para isso, e também não me interessa. Confesso que estou surpresa com a sua atitude. - ela pega os papéis já impressos e me entrega para que eu os assine.

- Vai ser melhor para ele. - encaro aqueles papéis receosa, pego a caneta e deslizo em meus dedos. Respiro fundo e assino um pouco trêmula. Termino e entrego os papéis a ela.

- Bom Liza, seja lá o que se passa nessa sua cabecinha eu só posso te desejar boa sorte. Isso não muda nada sobre o que eu acabei de dizer a pouco. Você é uma excelente profissional e tenho certeza que conseguirá ter uma boa carreira. - estende a mão para mim e eu a aperto.

- Adeus Sarah.

Ainda faltava dois meses para iniciarem as aulas. Tempo suficiente para eu desaparecer e quando partir Alex já terá me esquecido. Iria trabalhar período integral com o doutor Eduardo e moraria na casa da minha avó para que Alex não me procurasse.

Fiz as minhas malas e fui encontrar com Dona Branca que já me esperava com uma cara nem um pouco amigável. Entrei e fui direto ao meu quarto. Quarto este que passei um bom tempo refletindo sobre o rumo da minha vida até chegar onde eu cheguei, e novamente eu retorno a ele pelo mesmo motivo. Vovó me acompanhou até o quarto e parada no batente da porta observava meus movimentos.

- Tem certeza do que está fazendo?

Termino de arrumar as coisas e me viro a ela.

- Tenho vovó. Vai ser melhor assim. Tenta me entender, como alguém como eu pode fazer Alex feliz? Seria egoísmo demais se só eu recebesse sem que eu pudesse oferecer. Acredite em mim eu só quero o melhor para ele. - falo controlando minhas lágrimas.

- Mas sair assim sem se despedir?

- Eu sei. Eu sou uma covarde por completo. Entendo o que todos estão pensando, mas enquanto eu não for capaz de ver as coisas com outros olhos, não poderei dar ao Alex o que ele tanto deseja.

Vovó se aproximou e segurou minhas mãos.

- O que o Alex deseja já está construído bem aqui. - ela coloca a mão no lado esquerdo do meu peito. - Mas você tem medo demais de assumir isso. Cuidado para não morrer sufocada. - vovó ironiza seriamente e sai do quarto.

Sento-me na cama e olho as paredes a fim de abstrair as palavras de Dona Branca. Pego meu celular e entro na galeria vendo aquela fotografia do dia do seu aniversário. Dei zoom para analisar seu rosto mais de perto. Seria a decisão mais difícil a se tomar em toda a minha vida, mas a mais certa. Senti minhas pálpebras pesarem e antes que começasse a chorar, deixei meu celular de lado.

Os dias se passaram, minhas amigas me mandavam mensagens todos os dias e eu só respondia que estava bem e que nos veríamos em breve. Alex ligava e mandava mensagem varias vezes ao dia, sendo todas elas ignoradas. Ficava horas contemplando o jardim de vovó, e aquele balanço tão próximo ao riacho me fazia lembrar de todos os momentos que tivemos e de certa forma eu me sentia mais próxima dele.

Passava o tempo e ocupava a cabeça com o trabalho e com os estudos. Procurava na internet hotéis, apartamentos, casas de família na Alemanha. Empregos, os quais se identificavam comigo e mandava currículos online. O notebook tornou-se minha companhia, as noites me traziam pesadelos horríveis e o dia nunca foi tão obscuro. Vovó decidiu não tocar no assunto e eu a agradecia por isso.

Vez ou outra eu preferia passar a madrugada em claro, porque eu me pouparia de desviar minha mente de meus objetivos. Deixava meu celular a maior parte do tempo descarregado para não ver as mensagens de Alex e nem ligações perdidas, porque a cada mensagem era uma tortura diferente.

"Liza, estou com saudades, meu amor, o que houve"?

"Liza, você sumiu, estou preocupado, me responde por favor".

"Liza, não faça o que eu estou pensando que irá fazer, eu lhe imploro".

"Ei, vamos conversar? Eu te amo".

Um mês se passou, mais lento do que eu gostaria e mais rápido do que deveria. Achei que seria mais forte para lidar com a saudade, mas eu enfraquecia cada dia mais. Fiquei sem dormir, sem comer e nada daquilo estava me fazendo bem. Como eu poderia morar sozinha num país completamente estranho para mim desse jeito? Passei a tomar remédios para sentir sono, e comia forçadamente mesmo com meu estômago travado.

Estava na mesa da sala, estudando e lendo alguns livros. Era sábado então teria a maior parte do tempo disponível. A campainha toca e me arrepio no mesmo instante. Vovó não costumava receber visitas. Fui até a cozinha onde a mesma se encontrava e movimentando os lábios pedi para quem fosse, dizer que eu não estava. Arrumei minhas coisas e fui em direção ao quarto, trancando a porta.

Era possível ouvir nitidamente toda a conversa de lá.

- Pois não, em que posso ajudar? - perguntou vovó.

- A senhora é a avó de Liza? - a voz era mais que familiar. Senti meu coração sapatear e a ponto de sair para encontrá-lo.

- Sim, e você quem é?

- Eu sou Alex, um amigo de sua neta.

- Claro, entre. Finalmente eu o conheci. O que deseja, meu jovem?

- Liza está sumida e estou preocupado com ela. Gostaria de saber se ela está aqui? Peguei o endereço com o pai dela.

"Droga, havia me esquecido desse detalhe".

Vovó fica alguns segundos em silêncio. Ela nunca foi de mentir e tentava mudar de assunto.

- Quer que eu faça um café? Tem biscoitos? Aceita?

- Não obrigada eu já comi, só queria saber mesmo onde Liza está.

- Liza? Ah claro, a Liza ela... Ela... Ela está.

- Aqui. - digo saindo do quarto e indo ao seu encontro. Eu não conseguia respirar e a mesma conversa entre os nossos olhos no primeiro dia em que eu vi aquele anjo de cabelos encaracolados e olhos verdes chegando atrasado à aula, fazia-se presente. Apertei as mãos e me concentrei apenas em sua imagem. Ele era tão lindo. Vovó saiu de modo que ficássemos a sós, mas eu gostaria de tê-la por perto, porque sabia que o tombo que estava por vir, era imenso.

- Oh meu Deus Liza, eu senti tanto a sua falta. - Ele me dá um selinho demorado e me abraça, mas eu não o correspondo. Alex se afasta com o cenho franzido. Eu olho para baixo, pois não consigo ver sua reação. - O que houve?

- Precisamos conversar. - olho seriamente para ele. Mordendo o maxilar ele tem um rosto preocupado.

- Alex... eu... - respiro fundo já que as lágrimas invadem meus pulmões. - Eu vou para Alemanha. - Ele pisca várias vezes.

- Isso eu já sei, mas... Liza...

- Alex, eu vou para Alemanha sozinha. O meu coração vai comigo. - fecho os punhos quando um nó se forma em minha garganta.

- Quer dizer que está me deixando? Depois de tudo o que vivemos?

- Eu disse que ia ser assim.

- Disse, mas disse que ia tentar dar uma chance para gente. - ele diz com a voz fraca.

- Eu sei e eu tentei.

- Não você não tentou, Liza. - ele gritou e seu tom de voz me assustou.

- Tentei. Eu juro que eu tentei, Alex. Todos os dias era uma tortura para mim pensar em como dizer adeus. Dúvidas se tornaram minhas melhores amigas, mas todas as vezes que eu tentava ceder parecia que o mundo me mostrava mais uma vez que o amor não era para mim. Primeiro a separação dos meus pais, depois a mulher no escritório e o reencontro com Bill foram o estopim para a minha decisão, por mais que eu soubesse que ficar longe de você seria uma tortura.

- Liza, isso é coisa da sua cabeça.

- Que seja, Alex. Mais um motivo para você ficar longe de mim. Eu sou uma pessoa conturbada, cheia de complexos, inseguranças. Eu não quero ter que acordar e achar que tudo é um sonho, eu não quero acordar e olhar para o lado e não ter mais o abraço de alguém para quem entreguei minha vida, não quero passar por crise de ciúme que só aumentam a minha insegurança, não quero casar para dizer as minhas amigas que meu relacionamento está se desgastando, não quero dizer aos meus filhos que vou me divorciar do pai deles, eu não quero essa vida. - Começo a derramar as primeiras lágrimas que consigo conter rapidamente.

- Não se pode prever o futuro, Elizabeth.

- Mas pode preveni-lo.

- Não faz isso comigo, por favor, eu te amo Liza. - Alex chorava.

- Posso lhe garantir que está doendo mais em mim.

- Não, não está. Nada se compara a dor que eu estou sentindo, porque eu amo você, e você o que sente? Nada.

- Você me ama Alex? Como sabe que é amor? Por quanto tempo ainda vai me amar?

- Amo. Amo, porque sinto meu coração bater dentro de você. Amo porque eu seria capaz de dar a minha vida pra que você esteja no mundo, porque um lugar onde você não está, não há motivos para existir. Suspirei várias vezes tentando controlar a vontade de chorar. E não disse nada. - Me deixa ir com você? Ou me deixa pelo menos esperar por você? - ele continua.

- Esse é o meu sonho não o seu. E outra, você tem medo de avião. E se eu não acredito no amor, quem dirá ele a distância. - foram as minhas últimas palavras. Alex chorava e eu podia sentir meu coração sangrando. Seus olhos estavam vermelhos e eu desejei que ele fosse embora para aquela cena acabar logo.

- Está certo, como quiser. Adeus Liza. - correndo, ele sai pela porta.

Sinto uma forte atração pelo chão e me vejo sentada nele abraçando a parede fria. Era impossível controlar o choro naquele momento e eu não fazia nenhum esforço para contê-lo. Precisava lavar minha alma e expulsar a minha dor. Vovó chegou logo em seguida e eu a abracei com toda força do mundo enquanto ela apenas acarinhava meus cabelos e esbanjava toda a sua compaixão por mim.

6 meses depois

Encarava o horizonte por trás das janelas da sacada do meu apartamento. Estava frio lá fora assim como dentro de mim. O céu chorava junto com o meu coração. Havia chegado o grande dia, o dia em que eu fecharia a porta e diria adeus a todos a minha volta. O dia em que seguiria em frente sem olhar para trás.

Estava contando os minutos, as malas já estavam prontas e por mais que eu sentisse a tristeza me tocar, a alegria me soprava dizendo que eu encontraria o meu lugar mais cedo ou mais tarde.

Meu pai me buscou em casa e me levou até o aeroporto junto com vovó. Passei um dia antes para me despedir de mamãe e não foi nada agradável. Disse que era perda de tempo e que era infantil demais para continuar a seguir com isso, sem falar que era desnecessário comunicá-la sobre minha partida. Mas, mesmo sabendo de sua indiferença, senti-me na obrigação de comunicá-la.

Cheguei ao aeroporto com minhas mãos suando. Encontrei meus amigos que vieram ao meu encontro se despedir e como esperado, Alex não estava. As meninas me abraçaram uma por uma dizendo para eu tomar cuidado, para entrar em contato, contar as novidades e não esquecê-las jamais, além de me fazerem prometer que eu estaria aqui para a formatura.

- Por favor, Liza, não se esquece de nós e não esquece que a gente te ama tá? - Kate dizia com lágrimas nos olhos.

- Oh meu Deus minha amiga, chegou o grande dia. Boa sorte nessa sua nova vida e que você possa crescer e aprender muito. Sentirei muitas saudades da sua falta da minha amiga insensível e chata. - Back me abraça.

- Se você demorar muito para dar notícias, eu juro que vou até a Alemanha puxar suas orelhas. - Sam sorriu mesmo estando chorando.

- Oh meu Deus Liza, o que será de mim sem sua beleza por perto? - Carter fazia cara de decepcionado.

- Uma fotografia, quem sabe. - pisquei pra ele e o mesmo me abraçou.

- Boa sorte viu, você merece. - desejou-me Carter.

- Ei Liza, espero que na Alemanha tenha muitos bares com sinucas para você deixar os alemães com a cara lá embaixo. - Mat se manifestou e me deu um abraço.

- Cuidado com as bebidas, hein. Quero você inteira e se possível, quando voltar, traga uma cerveja para mim. - Daniel ri e eu o acompanho.

Jhony tinha uma cara emburrada e eu parei a sua frente com certo receio.

- Bem Liza, acho completamente egoísmo de sua parte o que está fazendo. Alex é meu melhor amigo e confesso que o estado dele é preocupante e o fato de você não se importar com isso me gera uma decepção muito grande. Não sei quais são seus motivos, nem me interessa saber. Achei que você fosse diferente. - Com a cara de frustração Jhony me olhava. - Eu nem ia vir, mas Alex me pediu para entregar isso a você. - ele me entrega uma caixinha delicada e eu ameaço abrir, porém ele me interrompe. - Ele disse que era para abri-la no dia do seu aniversário, isso se você achar que deva fazer.

Concordo com a cabeça e então é anunciado que meu voo partirá em breve. Dou um abraço em meu pai e na minha avó e um coletivo em todos os meus amigos. Pego minhas malas e vou indo, mas antes, lembro-me de fazer uma coisa.

- Jhony. - ele se vira para me olhar. - Diga ao Alex que mandei feliz aniversário.

- Creio que ele não irá querer saber. - ele diz num tom sério e vai embora, e eu... Eu sigo o meu caminho.

Aquele corredor parecia imenso e a todo momento era como se Alex estivesse aqui. Eu queria vê-lo mais uma vez antes de ir embora, mas eu sabia que era impossível.

Entre o sonho e o amor a escolha é uma só. Ambos vem do coração e conciliar os dois é uma tarefa extremamente difícil, pois o seu sonho não é o sonho de terceiro e quando o amor é duvidoso, seus objetivos são mais certos.

A Alemanha foi um sonho desde sempre. A sua história, por mais triste que fosse mostrava a sua realidade da forma mais clara possível e se você pudesse entender o que se passa ali você mudaria muita coisa da sua vida. O jeito como as pessoas superaram suas crises, o jeito como saíram ilesos, e as mensagens que deixaram.

Quando li "A menina que roubava livros" a mesma descobriu o amor tão nova, mas só soube dizer eu te amo em meio a guerra, ou melhor, quando as bombas haviam cessado e ela conseguiu dizer pela primeira vez o que realmente sentia, mesmo sendo tarde demais. Ela seguiu a sua vida mesmo que as coisas tenham saído fora do planejado.

Acredito que Alemanha só tenha se superado porque soube lidar com seu passado e seguir em frente, mudando os erros e tentando achar a maneira mais fácil para evitá-los. Éramos muito parecidas e um encontro seria inevitável e quem sabe eu pudesse aprender com ela. Aprender a cantar na escuridão e sorrir para o dia. Brindar com os amigos e saldar o amor. Eu precisava aprender antes de praticar. Eu precisava aprender o amor antes de amar.

E se o destino fosse generoso comigo ele me daria mais uma chance. Marcaria um encontro inesperado para nós e quem sabe com mais algumas coincidências, nos deixaria mais próximos. Quem sabe eu poderia ter a oportunidade de dizer a ele as palavras que ele tanto gostaria de ouvir. Entregar a ele o que ele gostaria de receber. 

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