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Capítulo 16

Sem dúvida nenhuma esse acampamento foi extremamente conturbado, cheio de grandes emoções. Eu me sentia como se eu estivesse caindo de uma ponte, de ponta cabeça, e sem nenhum equipamento de proteção e, por azar o meu, eu teria ido ao encontro direto com o chão.

Eu estava numa verdadeira montanha-russa, com oscilações de humores frequentes e fora do meu juízo perfeito. Nunca que em minha sanidade eu tomaria a iniciativa de beijar Alex. Sabia perfeitamente que qualquer atitude precipitada, seria como deixar uma brecha de esperança para ele. Meu objetivo principal era fazer ele se afastar e cortar suas expectativas, mas eu fui fraca novamente. Não resisti àqueles olhinhos brilhantes em minha direção, e nem aquele sorriso tímido depois daquela declaração. De certa forma, era bom sentir Alex.

O último dia foi o mais calmo. Quero dizer, o menos abalado. A festa estava como em todos os outros dias e prometi que não iria beber nem me comportar feito uma louca. Eu estava mais tranquila, apesar de estar eufórica. Talvez eu estivesse mais cansada do que o normal já que o dia havia sido agitado e eu não consegui pregar o olho uma única vez.

Acordei cedo o suficiente para dar tempo de arrumar todas as minhas coisas. Preparei-me para um bom banho tentando tirar toda a moleza acumulada do meu corpo, mesmo sabendo que dormiria a viagem inteira. Era o mínimo, uma vez que esses últimos dias o meu sono fora corrompido. Na entrada do ônibus, Alex praticamente implorou para se sentar ao meu lado novamente. Sem muito êxito em negar, acabei consentindo. Não conversamos muito durante o caminho, e isso me ajudaria a dormir mais facilmente.

Deitei-me no banco e como de costume contemplei a janela. O sossego tomava conta do meu corpo, eu suspirei pedindo que o sono chegasse de pressa. Alex deitou seu banco de modo a me acompanhar, mas antes pegou em sua mochila seu celular e um fone de ouvido. Ele parecia confortável. Estendeu-me um dos fones para que eu ouvisse junto a ele e por um instante eu hesitei, porém logo acabei aceitando.

- Música clássica? - perguntei incrédula.

Ele me olhou de canto de e olho e riu.

- É bom pra relaxar.

- Sério? Você não parece uma cara que curte música clássica.

- Eu gosto de vários estilos. Mas a clássica me relaxa. É cultura.

Levantei minhas duas sobrancelhas e balancei a cabeça, achando bizarro seu gosto musical.

-Deve fazer dormir mesmo. Porque elas são sempre lentas e monótonas.

- Como pode dizer isso? São maravilhosas. Sabe, você bem que podia ouvir um pouco de vez em quando, quem sabe acalma seus nervos.

- Ta dizendo que eu sou nervosa?

- Imagina, quem sou eu pra dizer uma coisa dessas? Você é tão doce.

- Seu sarcasmo é tão convincente. - reviro os olhos.

- Tá legal, e o que a senhorita Walker escuta?

- Gosto de vários estilos. Não tem um preferido pra dizer bem a verdade. Mas música clássica com certeza não está incluso. Porém, escuto mais pop rock no meu dia a dia.

- Uma música preferida? - Alex quis saber.

- Daylights.

Ele deu uma risada.

- O que foi? - levanto uma sobrancelha.

- Acabei de concluir que não gosto dessa música.

- Por que? - franzo o cenho, incrédula. Como não gostar dessa música? É tão perfeita.

- Sabe a tradução, não sabe?

Consenti com cabeça e então entendi.

- And when the daylight comes I'll have to go

But tonight I'm gonna hold you so close

Cause in the daylight we'll be on our own

But tonight I need to hold you so close. - começo a cantar o refrão. - Ela não é tão ruim assim.

- Você abriria mão de um amor pelos seus sonhos? - aqueles olhos verdes pareciam preocupados.

Limpo a garganta e olho para a janela.

- A pergunta é ao contrário, eu acho. - falo ainda encarando a janela.

- É por isso que não gosto dessa música. - Conclui Alex.

Volto minha visão a ele.

- Apesar de ser de manhã, a luz do dia ainda não chegou.

Ele dá um meio sorriso, entendendo o que eu queria dizer e muda de assunto.

- Sabe, daqui a três meses é meu aniversário. Quero que você vá. - ele convida, embora parecesse uma intimação.

- Se eu não tiver nada melhor pra fazer.

Seu rosto fez uma careta perfeita de indignação e eu não pude conter o riso.

- Deveria ter visto a sua cara.

- Não é legal brincar com as esperanças dos outros. - diz fingindo estar magoado.

Aquelas palavras pareciam bombas em minha cabeça. Quebrar as esperanças de Alex era um futuro muito certo em minhas convicções, mas preferi ignorar e fingir estar tudo bem.

- Desculpa. O que você quer ganhar?

- A sua presença. - a seriedade tomou conta de sua face.

Engoli seco.

- Estou falando sério.

- Surpreenda-me. Tem três meses para pensar. - ele simplesmente se virou encarando o banco da frente e ameaçou dormir. Eu me virei ao lado oposto e fiz o mesmo.

Não há nada melhor do que a sua casa, já dizia Dorothy de o Mágico de Óz, e ela tinha absoluta razão. Viajar era a melhor coisa do mundo, mas estar em casa ainda melhor. Suas coisas, seu espaço, sua privacidade, seu chuveiro, sua cama, tudo seu. A parte mais chata de ter que voltar, é arrumar as malas. Eu odiava com todas as minhas forças ter que fazer isso. Separar a roupa limpa da suja, lavar, estender, recolher, passar, guardar, oh, como eu desejava ter uma empregada nesse momento. Estava decidida a arrumar tudo antes me jogar em minha cama novamente e estava crente a visitar vovó. Eu necessitava de um conselho e do seu cafuné, e quem sabe encontrar respostas na brisa do jardim de Dona Branca.

Comecei a separar as roupas sujas, não era tão difícil já que eu havia feito boa parte na arrumação das malas, mas ainda assim era cansativo. No meio de todo aquele fuzuê, escondida no fundo da mala, encontrei a camisa de Alex, a mesma emprestada por ele naquele dia frio e tão perfeito. Nem pensei e resolvi cheira-la. Ainda tinha partículas do seu perfume, e mesmo um tanto fraco, era delirante. Porém, eu teria que dizer adeus ao seu cheiro maravilhoso e trocá-lo pelo sabão.

Dormi tranquilamente. Estava precisando depois de três dias em claro, ou com pesadelos que invadiam a minha noite. Liguei pra Vovó e a mesma se animou em me receber.

A casa de Dona Branca tinha um ar tão agradável e puro que chegava a ser relaxante. Eu poderia muito bem morar ali novamente, mas era um trabalho desnecessário àquela senhorinha de cabelos tão branquinhos. Vovó como sempre, me recebia de braços abertos e era tão bom sentir o seu cheirinho e o seu colo, era como se todos os meus problemas fossem embora.

- Entre, minha filha. - pediu vovó. - que devo a honra de sua visita?

Respirei fundo.
- Preciso desabafar.

- Eu percebi sua voz meio pra baixo no telefone. Tem a ver com aquele rapaz? - Vovó às vezes parecia vidente.

Acenei com a cabeça um tanto tímida.

- Ótimo... Enquanto me conta a gente toma um cafezinho que eu acabei de coar.

Sentamo-nos a mesa uma de frente a outra. Dona Branca colocou duas xícaras e me serviu.

- Pronto minha neta. Pode começar. - avisou.

- Eu contei a ele a história de Bill. - digo dando um gole no meu café.

- E que fez você tomar essa atitude?

- Digamos que Alex e eu tivemos um momento um tanto romântico, e eu me senti na obrigação de contar a ele. Uma forma de esclarecer as coisas entre nós.

- Dizer que vocês não têm chances porque existe um trauma dentro de você, não permitindo que fiquem juntos.

- Exatamente. Não quero criar falsas expectativas a ele. Não quero que ele se machuque.

- E por que se importa tanto com os sentimentos dele? - Vovó foi direto ao ponto.

- Eu não sei direito. Fico me perguntando isso desde o dia em que eu o conheci, mas tudo se encontra obscuro. Nenhuma resposta, nenhuma certeza.

Vovó segurou minhas mãos.

- A resposta está mais perto de você, do que imagina, mas você não acredita que seja essa a realidade, por isso parece tudo tão confuso.

Eu apenas encarava aqueles olhinhos por trás das lentes de seus óculos, eram tão doces e tão autênticos, que eu fiquei sem resposta. Levantei-me num impulso e comecei a andar de um lado para o outro. Vovó só me observava.

- Sabe Vovó, eu tentei, juro que eu tentei fazer Alex desistir de mim, parar de gostar de mim, literalmente me esquecer, mas ele é persistente. Disse que não ia desistir. E... Pediu pra eu dar uma chance a ele.

- E o que você respondeu?
- Que iria pensar. Mas acho que só falei isso porque não queria magoá-lo.
- Isso, ou porque você realmente quer tentar.

Volto a me sentar.

- Eu não sei. Ainda tenho medo. Muito medo. Eu tenho os meus sonhos, quero muito realiza-los, mas o amor, por muito tempo não esteve incluso. Eu não sei se abriria mão de tudo.

- Não precisa abrir mão de tudo, querida. - Vovó sorria docemente. - pode apenas conciliar as duas coisas.

- Não posso. Não acredito que vá dar certo.

- Só vai saber se tentar.

- É esse o problema. Não sei se estou pronta a pular de um precipício, pra ver se eu vou me machucar ou não. A ideia é clara, é verdadeira.

Vovó deu um gole em seu café e ajeitou os óculos.

- Sabe por que as pessoas se jogam de um precipício?

Fiz que não com cabeça, e franzi um pouco o cenho não entendendo o porquê de vovó estar em fazendo aquela pergunta.

- Bem. – continuou. - As pessoas se jogam por vários motivos. Nós temos atração pelo proibido, ele é mais atraente e um tanto irresistível. É como alguém que tem medo de altura e pedem pra ela olhar para baixo. Não precisa ser muito esperto para saber que ela vai olhar pra baixo. É um instinto. É impensado. Mas talvez se você pensar demais, não vai conseguir chegar ao outro lado e permanecerá sempre no mesmo lugar. Perderá uma grande vista que existe do outro lado. Se jogar é uma forma de se livrar dos seus problemas, porque a escuridão parece ser a melhor solução. Mas também poder ser a liberdade quando a vida te prende com suas idas e vindas, e se existe só idas o vazio é maior. Mas uma coisa é certa, por mais que a queda seja brusca, se você tiver os equipamentos necessários, você chegará até o solo de maneira segura. Minha filha, se Alex for o seu amor verdadeiro, não há porque se preocupar.

- E se o equipamento arrebentar, falhar, ou sei lá? - questionei.

- O bom das metáforas é justamente o fato delas não se encontrarem no sentido literal.

- Não entendi. - confesso.

Vovó deu um sorriso.

- O bom, é que no final você ainda tem a chance de tentar de novo. Mas o tentar, só depende de você.

Respirei fundo. Dona Branca sabia mesmo usar as palavras. A verdade era uma só - o peso estava sobre as minhas costas, a decisão estava em minhas mãos como sempre esteve.

- Estou muito confusa, vovó. Não sei se eu quero seguir à diante. Permanecer parada no mesmo lugar me parece ser a melhor solução. É mais fácil.

- Nem sempre. O medo pode ser maior e mais intenso. Pode vir a tempestade, e te derrubar. A dor pode ser maior. E se a ponte desabar, não existe uma segunda chance, a menos que construa outra no lugar. Mas quanto tempo você estará disposta a esperar a ponte ficar pronta? No final, você se dá conta que viveu esse tempo todo na escuridão, enquanto que se você for capaz de se dar uma oportunidade, mesmo que o final não seja o esperado, em algum momento valeu a pena. Quantos momentos bons você e o Bill tiveram?

- Vários. - digo me recordando dos momentos. - Mas eram apenas ilusões.

- Não era ilusão enquanto você estava vivendo. A mentira partiu dele, não de você. - conclui vovó.

- Mas então, por que dói tanto? - meus olhos estavam marejados e minha garganta estava inteira embolada.

- Tudo depende do modo como você enxerga as coisas e de como você lida com elas. Bill foi a sua primeira grande perda. E posso lhe garantir, não foi e nem será a maior.

Superação era a palavra que vovó tentava me dizer nas entrelinhas. Mas eu estava crente que a superação era algo o qual eu já havia me deparado e talvez eu estivesse enganada. Você só consegue vencer seus medos quando você os supera, não quando foge deles. Entendi que era exatamente isso que eu estava fazendo - fugindo. Fugindo dos meus traumas, fugindo dos meus sentimentos. Percebi o quão tola eu era por achar que era forte, mas a verdade é que eu era fraca demais para lidar com problemas mais graves. Meu passado me atormentava, minhas decepções batiam a minha porta e eu estava presa num labirinto que eu mesma construí.

- O que você me aconselha vovó? - peço alguma dica, já que estava perdida.

- Seria muito clichê se eu te dissesse pra seguir seu coração. Não deixa de ser uma saída. Mas acredito que parar de fugir ainda seja a melhor solução.

- Então eu devo dar uma chance a Alex?

- O mais importante. - começa vovó segurando minha mão. - É você dar uma chance a você de ser feliz. Dê tempo ao tempo, e quando estiver pronta, se joga. - Dou uma risada e vovó corresponde em seguida. - Quero conhecer esse rapaz. Quando puder, traga-o para eu conhecê-lo.

Dou um sorriso meio tímido, mas consinto.

Volto pra casa um tanto entediada. Não havia muito o que fazer, então me jogaria em meu sofá e ficaria por lá assistindo minhas séries. Tive que começar a assistir o mesmo episódio várias vezes porque meus pensamentos se voltavam para uma única direção: Se eu deveria ou não ceder. Faltava algum tempo para a luz do dia finalmente chegar, mas ela parecia tão próxima e ainda mais atraente, mesmo um arrepio dominando meu corpo sempre que pensava nisso.
Uma coisa eu me decidi. Tentar. Mas não tentar abrindo mão de tudo e de todos, meus sonhos ainda estavam fixados em meu consciente, e se Dona Branca tivesse razão, com toda certeza eu poderia conciliar uma coisa a outra. Eu só deveria dar tempo ao tempo, viver e parar de pensar por um instante. Nem sempre pensar significa existir. Pode ser que se desgaste mais e morra aos poucos. Estava disposta a agir como a rotina me conduzisse, e somente quando estive certa, talvez, apagaria a luz do dia.

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