|| Capítulo 4 ||
Jimin on.
Fechei o livro após terminar, coloquei na mesa de estudo, peguei meu celular o que o Jungkook faz acordado uma hora dessa? Mandou um monte de emoji estranho.
Vai dormir.
Também preciso dormir, vou acordar cedo para arrumar as coisas para o trabalho.
Chegou mensagem dele, achei estranho que a ortografia está errada, é a irmã dele.
Cara tatuado - Oi Jimin, komo cê tá?
Jungkook escreve tudo certo e nada abreviado.
Olá, é a irmã do Jungkook né? Qual seu nome?
Cara tatuado - Cim, é Kiara Geon.
Nome italiano, com toda certeza Jeon tem descendência italiana.
Nome bonito, o que faz acordada essa hora mocinha?
Passou um tempo chegou um vídeo, entrei para ver e é ela, não parece com Jungkook tirando os olhos grandes.
Ela diz "Muito difícil escrever, estou acordada esperando meu irmão chegar, ele sempre conta uma história e dá beijinho de boa noite, não consigo dormir sem isso".
Ela sabe ler, mas escrever é difícil, eu aprendi ler e escrever junto.
E onde seu irmão foi para demorar tanto assim? Está sozinha?
Jungkook irresponsável, sai e deixa a irmã para trás.
Outro vídeo dela, esse ela fala "Não sei, só sei que não posso ir, ele disse que não é lugar para criança, a babá está comigo, mas ela já dormiu enquanto tricota um cachecol para mim".
Deve ser uma senhora de idade, minha avó passou das dez não conte com ela para nada, entra em coma e só volta cinco da manhã.
Chegou mais um vídeo, "Tchau! Ele chegou, vem na minha casa para gente brincar"
Tchau! Pode deixar que eu vou.
Lugar que criança não pode ir, balada seria uma sugestão, covil da máfia dele também, ponto de encontro da gangue.
Mafioso e gangster, esse povo da escola não bate bem.
Chegou mensagem dele, vamos ver o que ele achou da conversa que tive com a irmã dele.
Cara tatuado - Desculpe pela minha irmã se ela te incomodou.
Não incomodou, gosto de crianças.
Lugar que criança não pode ir né? Foi para uma balada certeza.
Jogando verde para saber onde ele foi, sou curioso e quero saber qual lugar ele foi para não levar ela.
Cara tatuado - Você está certo, estava em uma balada, mas só para buscar o Tae que bebeu demais e não conseguiria dirigir para casa.
Porque ele está se justificando para mim? Você não me deve nada Jungkook.
Cara tatuado - Já foi em uma balada?
Eu sou de menor Jungkook.
Cara tatuado - Quem disse que precisa ser de maior para isso?
A lei seu rebelde.
Ir em balada sendo de menor, meu pai é advogado, ele iria me tirar da cadeia depois me mandar para um internato católico.
Cara tatuado - Tudo bem toquinho, já vi que você gosta de obedecer.
Porque senti malícia nisso? Sem vergonha.
Vou fingir que não entendi.
Terminei seu livro, te devolvo quando vir aqui.
Isso é também para confirmar que ele vem, se não vir faço o trabalho só com meu nome.
Cara tatuado - O que achou dele?
A escrita é bem interessante, a história é bem contada, a leitura não é cansativa e o final é perfeito, gostei.
Nota 9/10.
Não pergunte sobre o sexo eu te imploro.
Cara tatuado - Porque faltou um ponto? Quero saber o achou das cenas eróticas.
Porque comecei gostando da mãe dele e terminei a odiando com todas as forças.
Vai ficar querendo Jungkook, não vou falar nada.
Muito vergonhoso falar disso, lendo eu vivia com as bochechas rosadas.
Cara tatuado - Fale logo toquinho, você gostou? Mudou sua opinião?
Cara tatuado - Também a odeio, mas ainda acho o livro 10/10.
Gostei e mudou, satisfeito?
Cara tatuado - Não, quero um feedback completo, rápido toquinho, fazer o mesmo com o livro que me emprestou.
Não, eu quero saber o que ele achou.
Tudo bem.
As cenas de sexo são ótimas, bem explícitas, apesar de gostar com o personagem narrando prefiro a autora para saber o que os dois estão sentindo, parece que estou assistindo de tão explícito, gostei do personagem ser desobediente, as punições também são boas e faz querer saber como é.
Satisfeito seu chato?
Em uma hora meu avião vai sair da Coréia para fora da órbita da Terra, alguém por gentileza me mata, agora se for possível.
Porque eu falei isso? Saber como é nada, safado pervertido, ele vai zombar de mim eu sei que vai.
Desliguei o celular, vou ir dormir isso sim.
Coloquei para carregar, me enfiei debaixo do edredom, eu precisava tomar o remédio antes de dormir, mas estou com preguiça.
Saí da cama, peguei o remédio e tomei com água da garrafa, voltei a deitar.
Dormi querendo morrer durante o sono, porque raios eu fui falar aquilo? Nossa que ódio de mim mesmo.
Quando amanheceu não queria abrir os olhos para enfrentar a realidade, mas uma hora ou outra eu iria precisar acordar e ver a mensagem que ele mandou zombando da minha cara.
Abri os olhos, peguei o celular ligando ele, enquanto isso fazia uma oração para que ele não tenha zombado, mas se fez que Deus o mate.
Fui para as mensagens assim que ligou, entrei nas conversas com ele.
Cara tatuado - Quer saber como é ser punido Jiminsinho? Não esperava isso de você, a carinha fofa pode enganar.
Cara tatuado - Qual punição gostou mais?
Cara tatuado - Agora estou satisfeito, mesmo sabendo que não vai me responder por um tempo por vergonha pelo o que falou.
Porra, o cara é vidente.
Eu não quero nada, coisa da sua cabeça.
Com palmatória de coração que ele precisa contar.
Não estava com vergonha, eu acabei dormindo por isso não respondi.
Nossa que mentira, foi por vergonha mesmo, mas nunca que eu vou admitir isso.
Essa praga já está acordada, acabou de responder.
Cara tatuado - Bom dia! Não dormimos juntos, bem que você queria.
Cara tatuado - Você quer sim, um pequeno masoquista.
Cara tatuado - Ela também é minha preferida, algo em comum.
Cara tatuado - Conta outra toquinho, foi por vergonha sim.
Você está muito safado Jungkook, bateu a cabeça enquanto dormia.
Bom dia! Eu não queria dormir com você coisa nenhuma, deve roncar e eu não gosto de barulho.
Vou te bloquear se me chamar de masoquista de novo, pervertido!
Nem te falo nada, não foi por vergonha, eu não tenho vergonha dessas coisas.
Tenho sim, posso morrer para falar disso cara a cara, estou mentindo muito misericórdia.
Cara tatuado - Eu não ronco, sou silencioso não irei atrapalhar seu sono.
Agora eu imaginei dormir com ele, psicóloga do demônio, vou ficar imaginando essas coisas agora e pensar sobre gostar dele.
Cara tatuado - Não sou pervertido, mas você é masoquista, quer saber como é sentir dor.
Cara tatuado - Se não tem, quando eu for na sua casa vai repetir o que disse, sem ficar vermelho.
Duvido muito que seja silencioso, nós não vamos dormir juntos mesmo.
Só não te bloqueio porque não quero, motivo não falta, sem vergonha.
Nem amarrado sob ameaça de morte, não vou falar isso.
Falar isso pessoalmente, cara engraçado.
Cara tatuado - Você diz isso, não sabe do futuro.
Cara tatuado - Então quer ser amarrado também? Você é uma caixinha de surpresa toquinho.
Porque ele levou para o outro lado? Merda.
Porque você quer dormir comigo?
Eu não falei isso Jungkook, você é muito safado misericórdia.
Não sou caixa de nada.
Pensei merda nesse momento, eu não deveria ficar imaginando essas coisas, não gosto de deixar ninguém curioso.
Eu pensei como ele seria entre quatro paredes, naquele momento íntimo.
Vou para uma igreja, muito safado.
Porque pensei isso? Alguém me mata.
Cara tatuado - Não sei, você deve ser fofinho dormindo.
Nunca me vi dormindo para saber se sou fofinho.
Cara tatuado - Não posso negar, concordo com você.
Cara tatuado - É caixinha sim.
Ainda bem que sabe ser um safado.
Não sou.
Assustei quando alguém bateu na porta, estava concentrado no celular.
Respirando fundo, contei até três.
— Entra. — muito difícil falar de manhã.
Eu falei muito mesmo do Jungkook ontem e esqueci de comentar como tenho falado muito essa semana.
— Bom dia! — meu pai falou após entrar. — Vem tomar café, a garganta está melhor?
— Sim, quase boa. — ainda sinto falhar de vez em quando. — Mas não está doendo, só falhando um pouco.
— Tem chá quente, isso vai ajudar. — falou. — Se arruma e desce.
Saiu do quarto fechando a porta, saí da cama.
Vou ir tomar café, falo com você depois.
Cara tatuado - Te espero.
Deixei o celular na mesa de estudo, arrumei a cama antes de entrar no banheiro, fiz a rotina normal de todos os dias.
Calcei a pantufa antes de descer, meu irmão quase dormindo na mesa, passou a noite acordado e não faz muito tempo que dormiu, mas meu pai acordou ele.
Ele vira a noite jogando com o Yoongi, e mais outro menino que eu não conheço, às vezes o Yoongi vem e eles ficam assistindo a noite inteira, a parede dos quartos são grossas você não ouve nada do outro quarto.
Isso é ótimo, o dia que esse menino inventar de fazer algo explícito, não irei ouvir.
Coloquei chá para mim, comi com torradas e geleia de morango, amo.
Hoseok terminou de comer de olho fechado e já subiu para dormir de novo, eu ajudei meu pai tirar as coisas da mesa, mas ele não deixou eu lavar nada.
Voltei para o meu quarto, sentei na cadeira, ela é branca e preta aquela de gamer, a diferença é que eu não jogo nada, sempre perco então não quis mais.
Prefiro meus livros, nada contra quem joga, mas não é diversão para mim se vivo perdendo, com livro só perco a água do meu corpo ao sofrer com algum final dramático.
Peguei meu celular, mandei um emoji para o Jungkook de coração roxo só para avisar que voltei.
Cara tatuado - Sabe o que significa esse coração em um livro que eu li?
Vindo de você eu prefiro não saber.
Quero saber não, certeza que não vou gostar.
Cara tatuado - Assim ofende toquinho, eu querendo te passar informações valiosas e você negando.
Dramático, fala logo o significado.
O carro do drama ele, misericórdia.
Cara tatuado - Significa "sexo sem proteção", então Jiminsinho? Quer fazer isso?
Odeio ele, puta que pariu.
Vai tomar no cu Jungkook, eu não quero fazer nada disso, eu nem sabia o que significava até você falar, peste.
Bicho safado, tudo que eu falo ele leva para o outro lado.
Cara tatuado - Calma toquinho, muito estresse para uma hora dessa, você precisa de um chá.
Já tomei não faz nem dez minutos.
Como alguém pode ser tão pervertido a esse ponto?
Cara tatuado - Não é desse chá que eu estou falando, é o chá do livro que te emprestei.
Falou a página, peguei o livro e procurei a página, fui lendo pensando em uma forma de matar o Jungkook.
Você não presta Jungkook.
Eu não quero esse chá, prefiro de camomila.
Que vergonha, vontade de desmarcar o trabalho, pode deixar que eu faço sozinho.
O problema é que eu quero ver ele, não gosto disso, mas fazer o que.
Cara tatuado - Está certo, eu não presto mesmo.
Cara tatuado - Nem sabe como é para dizer que não quer, precisa experimentar antes.
Experimentar isso, como você é engraçado.
Não é questão de não querer fazer, é questão de com quem fazer, mas não admito isso em voz alta nunca, nem pagando.
Cara tatuado - Pelo quê já conversei com você, pensa que não vai fazer sexo nunca também assim como beijar.
Sim, agora muda de assunto.
Muda por favor, parece que estou com febre de tanta vergonha que estou sentindo, meu rosto está queimando.
Cara tatuado - Não, esse assunto é mais interessante.
E você um chato, saiba disso.
Cara tatuado - Falando sério Jimin, porque você impossibilita as coisas para você?
Por quê? Ele ainda pergunta.
Vou te explicar algo, preste bem atenção porque não vou explicar de novo.
Eu não consigo falar com as pessoas, tem uma barreira entre mim e elas, tem mais uma barreira que me faz ter medo de gostar de alguém, chamada trauma.
Uma vez me interessei por um menino, até ele se juntar para zombar de mim com outras pessoas, na minha cabeça eu penso que vai ser exatamente assim se eu gostar de alguém.
Passei boa parte da vida ouvindo que iria terminar sozinho por esse problema, eu passei acreditar nisso porque é verdade.
Eu vejo meu irmão que namora desde os treze anos, com treze eu estava escondido para não apanhar de alguém na escola, às vezes tenho inveja dele porque tudo que quero fazer ele faz, e eu não consigo.
Você dizer que vou fazer essas coisas que para todos é normal e uma coisa diária é legal, mas não vai acontecer porque se responder o "bom dia" do carteiro é difícil imagina fazer sexo.
Coisas que exigem eu falar, criar confiança, perder o medo, pode esquecer que não vou fazer.
Uma bíblia minha resposta, mas é a verdade, esse jovem aqui vai morrer virgem.
Desliguei o celular, liguei o iPad, passei um tempo desenhando até meu celular vibrar com a resposta dele sobre o que eu mandei.
Cara tatuado - Compreendo o que falou, faz sentido tudo que falou (menos as partes tristes).
Cara tatuado - Tanto o medo como a confiança é questão de tempo, você perde o medo com o tempo, e ganha a confiança com o passar dele.
Cara tatuado - Você falar é simples, após você gostar da pessoa pode falar com ela não é?
Cara tatuado - Só tem uma coisa que eu não entendi.
Sim, o que não entendeu?
Cara tatuado - Você não percebeu?
O quê?
Era para perceber algo?
Cara tatuado - Sim, tudo bem, posso esperar você perceber.
Fala Jungkook, me deixou curioso.
Cara tatuado - Você perceber sozinho vai ser mais legal, acredite em mim.
Não acredito, me conta.
Cara tatuado - Tchau! Vou sair com a minha irmã, te vejo mais tarde.
Tchau! Não vou abrir a porta, seu chato.
Agora eu preciso decifrar o que ele falou, perguntaria ao Jin, mas o conhecendo ele não vai dizer o que significa e concordar com o Jungkook.
Li a mensagem de novo para entender melhor, não entendi nada, como eu me odeio por ser lerdo.
Desisto, vou ir ler um pouco na biblioteca que eu ganho mais.
Com celular e fones fui para lá, escolhi um livro bem romance chiclete, aquele que você fica com diabetes ao ler, mas com um sorriso bobo no rosto desejando o mesmo.
Sentei no puff, coloquei a playlist que uso para ler, é aqueles fundos só de piano, eu amo esses porque não tira minha concentração, se for música com gente cantando eu começo a cantar junto e adeus leitura.
Fiquei lá lendo e sonhando em ter algo assim, como será você gostar de alguém e a pessoa gostar de você, nunca me ocorreu.
— Jimin hyung. — ouvi a voz do Hoseok, entrou na biblioteca. — Almoçar.
— Lembrou que sou mais velho. — ele revirou os olhos, só não ataquei o livro nele porque ele não merece isso, o livro no caso.
Guardei o livro e saí com ele, coloquei celular com fones no bolso do moletom, sim, vivo de moletom em casa só se estiver calor que não.
Descemos a escada, comida na mesa meu pai já sentado olhando o celular.
Sentamos, me servi e comecei a comer, falta bem pouco para o Jungkook aparecer.
— Após o amigo do Jimin aparecer irei sair. — meu pai falou.
Esse tom que ele usa para falar "amigo", o Jungkook é só meu amigo, não tem mais nada.
— Porque não vai antes? — Hobi perguntou.
— Quero conhecer o amigo do Jimin que ele ficou chamando enquanto estava delirando de febre. — não me lembra desse episódio vergonhoso.
— Esquece isso pai. — falei.
— Nem pensar, quando ele chega? — sinto que a vergonha vai aumentar.
— Não sei, daqui a pouco. — mandar mensagem e falar para ele não vir.
Terminei de comer bem antes deles porque não estava com tanta fome.
— Vou tomar banho, se ele chegar pode o deixar na sala. — falei.
Subi para o meu quarto, meu celular e fones foi para a cama, olhei todo o quarto, o chão é tudo tapete azul escuro não está sujo ainda bem!
Tudo organizado, só ajeitei as coisas na mesa de estudo, sinto que estou esquecendo algo.
Guardei meu moletom no closet e peguei roupa para vestir, deixei a pantufa na porta do banheiro, entrei já tirando minha roupa, comecei o banho com a escova na boca.
Será que o Jungkook vai trazer o pacote de pirulito? Espero que traga.
Fiquei divagando sobre o Jungkook durante o banho, às vezes me xingava por fazer isso, menos de um minuto depois estava fazendo a mesma coisa.
Seco meu corpo após terminar, vesti a cueca, coloquei calça jeans preta e blusa manga longa de lã branca gola alta, no espelho ajeitei meu cabelo com a escova.
Abri a porta do banheiro, quase morri do coração, levei a mão até o peito.
— Oi! — praga!
Calcei a pantufa enquanto me recupero do susto.
"Oi, quem te deixou subir?" Perguntei.
— Seu irmão me trouxe até aqui, abriu a porta e me empurrou para dentro. — bem a cara dele fazer isso. — Conheci seu pai.
"O que ele fez?" Já espero coisa ruim.
— Ele disse que já me conhece, me viu no escritório de advogados, eu não vi ele. — falou. — Perguntou sobre o que eu faço, quem são meus pais, quantos anos tenho, se pretendo fazer faculdade, tenho estabilidade para sustentar você e outras coisas.
"Está brincando né? Fala ser brincadeira" negou "Eu vou matar meu pai, ignora tudo o que ele te perguntou, ele é doido!".
— Ele também queria saber porque você estava me chamando enquanto estava tendo um delírio de febre. — olha a minha pressão baixando, puta que pariu.
Alguém me mata, eu pago.
— Então Jiminsinho, porque estava me chamando? — sai do meu quarto peste.
"Quer levar um soco? Fica quieto" ele está sentado na minha cama com algo na mão "O que é isso na sua mão?".
— Você mais jovem. — mostrou o quadro que fica na mesa de estudo, fui até ele tirando da mão dele. — Eu já vi, um pouco tarde para tirar da minha mão.
Abri a gaveta e coloquei lá fechando de novo, virei para ele.
"Não gosto dessa foto" mentira, é outro motivo que não gostam que vejam "Quer fazer o trabalho aqui ou na biblioteca?".
— Tem uma biblioteca aqui? — confirmei. — Lá.
Peguei meu iPad e a caneta dele, o caderno que está tudo sobre o trabalho, ele me seguiu para fora do quarto abri a porta ao lado.
— Nossa, quanto livro. — concordo.
Apontei um dos puffs e ele sentou, sentei ao lado dele.
"Você é bom em desenhar né?" Confirmou "Vai fazer os desenhos então" abri o aplicativo de desenho no iPad e passei para ele "Tem oito desenhos na aba, escolhe três e faz, vou fazer a parte escrita tudo bem?".
— Claro, não quero escrever. — ele pensa que eu vou escrever, tem computador aqui.
"Boa sorte aí" levantei e sentei na cadeira do computador.
Ele não trouxe o pirulito, tenho que parar de fazer bico.
— Ei. — girei a cadeira para o lado dele. — Isso é seu. — tirou o pacote de pirulito do bolso da sua jaqueta, jogou para mim, peguei no ar.
Coloquei na mesa, de morango.
"Obrigado, fale o que gosta de comer e eu te dou" ele sorriu de canto "Que foi?".
— Nada toquinho, não precisa. — tudo bem.
"Toquinho seu rabo, eu não sou pequeno" ele riu, vai rindo otário.
Virei a cadeira para a mesa de novo, abri o pacote e peguei um pirulito, tirei da embalagem colocando na boca, morango.
Liguei o computador, olhando o caderno para ver quais eram os tópicos principais, assim comecei a fazer o trabalho.
Estava na quinta página quando ele me chamou, virei para olhar.
— O primeiro. — mostrou. — O Segundo.
"Muito lindo, queria desenhar assim, vamos tirar nota máxima" ele desenha muito bem.
— É só treinar que você consegue. — detesto gente que faz algo bem e fala "é só treinar", não é fácil assim.
"Não, sou feliz com meu bonequinho de palito" virei a cadeira de novo, voltei a me concentrar e com isso eu terminei.
Comecei a revisar e tirar os erros de ortografia, em vinte minutos fiz isso, eu leio muito rápido em coisas assim.
Olhei para ele que está concentrado no desenho, eu quero saber se ele quer olhar e ver se está bom.
Estiquei a perna e chutei a canela dele, ele olhou para mim.
— Isso doeu. — mentiroso nem chutei forte.
"Quer olhar para ver se está bom?" Perguntei.
— Deu quantas folhas? — fiz "dez" com as mãos. — Não, obrigado, deve estar ótimo.
"Preguiçoso, terminou o desenho?" Voltou para o iPad, fez algo.
— Sim, o que eu faço? — pedi o iPad, ele me passou.
Enviei para o meu e-mail, juntei ao restante do trabalho da forma certa, salvei o restante na minha conta.
"Vamos" peguei as coisas, saímos da biblioteca e entramos no meu quarto, coloquei tudo na mesa, conectei o iPad na impressora, organizei e revisei, coloquei para imprimir "Pronto, só esperar agora".
— Está acostumado fazer isso né? — confirmei.
"O que respondeu ao meu pai sobre a faculdade?" Ele poderia fazer de arte, ou algo que envolve desenho.
— Que não vou fazer. — respondeu simples.
"Por quê?" Sou curioso.
— Preciso cuidar da minha irmã e eu não quero também. — a tá! — Você vai fazer?
"Não, também não quero" respondi.
— Porque seu pai perguntou tudo aquilo? — difícil responder isso.
"Ele pensa que estamos namorando" ainda bem que a impressora terminou de imprimir, peguei os papéis.
Peguei uma caneta assinando na frente meu nome, ofereci a caneta para ele sem o olhar pela vergonha, ele pegou.
— Porque ele pensa isso? — perguntou ao lado do meu ouvido enquanto assinava, fiquei todo arrepiado.
"Não sei, ele tem a imaginação fértil" peguei outro pirulito, deixar a boca ocupada com açúcar para diminuir o nervosismo.
— Você é fofo com vergonha. — me deixa respirar eu agradeço.
Ele sentou na cama, mas perto da mesa e ficando próximo a mim.
Usei o grampeador para unir todas as folhas, está pronto nosso trabalho.
"Está com fome? Posso fazer bolo" virei a cadeira para ele.
Só não esperava que tivesse o olhar fixo em mim, até mordi o pirulito, tô rosa.
— Pode fazer. — terminei de tirar o pirulito do palito, joguei no lixo da mesa.
"Vamos" saímos do quarto, desci com ele me seguindo, entramos na cozinha "Você come de chocolate?".
— Sim. — peguei as coisas no armário, esse bolo eu já sei os ingredientes. — Aonde seu pai foi?
Pensei um pouco, ele só disse que iria sair, mas não falou o lugar.
"Possivelmente encontrar a namorada, ele está namorando escondido, mas eu e o Hobi sabemos de tudo" voltei a colocar os ovos, óleo, comecei a mexer.
— Porque ele está escondendo? — levantei os ombros em sinal de não saber. — Vocês tem mãe?
"Ela faleceu quando eu era criança, desde então ele é sozinho, parece que agora ele viu que pode se casar e ter alguém" expliquei, meu medidor de xícaras caiu, curvei e peguei ele.
— Sinto muito por sua mãe, você terá uma madrasta, está bem com isso? — confirmei.
"Meu pai com certeza escolheu alguém que não terá problemas comigo nem meu irmão, se ela não aceitasse ele não iria querer continuar o relacionamento" conheço meu pai "E seus pais, nunca falou deles".
— Os dois faleceram. — não deveria perguntar. — Só eu e minha irmã, tem meus avós maternos na Rússia, mas eles preferem deixar ela comigo disseram que tenho capacidade de cuidar dela.
"Sua mãe nasceu na Rússia?" Confirmou.
— Só minha irmã é coreana legítima, também nasci lá, mas minha mãe com meu pai vieram para cá eu tinha três anos, só meu pai é coreano. — estou passando a acreditar que você é mafioso mesmo.
Máfia russa ainda, quando finalmente faço um amigo é mafioso.
"Você se parece muito com seu pai então, não tem traços mostrando ser alguém de fora" Jungkook nem parece ser da máfia.
— Vou te mostrar uma foto deles. — pegou o celular, mexeu um pouco. — Aqui.
Olhei a tela que tem os dois, ele tem mais semelhanças com a mãe que o esperado, só os olhos e nariz é do pai.
"Você tem muitas semelhanças com a sua mãe, apenas seu nariz e olhos é do seu pai" ele guardou o celular.
Liguei o forno, peguei uma forma com furo no meio, passei o desmoldante em spray nela, coloquei a massa do bolo.
Foi para o forno, defini o tempo que vai ficar assando, peguei a vasilha suja de massa comecei passar o dedo e comer.
— Você também gosta de fazer isso, minha irmã só come a massa crua do bolo, assado nem pensar. — eu como dos dois jeitos. — Sobre o livro que te emprestei.
Já comecei a ficar vermelho, tinha que lembrar disso.
— Você vai querer ler mais um? — perguntou, só confirmei.
Eu comecei lavar o que estava sujo e ele me olhando fazer tudo, na segunda vez que vir não é mais visita, vai me ajudar fazer as coisas.
— Posso fazer perguntas de sim, e não? — pensei, porque raios ele quer fazer isso? Mas confirmei. — Você nasceu com fala seletiva?
Neguei, muito raro isso acontecer.
— Então quando criança? — confirmei. — Um dia você pensa que vai conseguir voltar a falar com qualquer pessoa? — neguei.
Isso é um sonho, mas perder a fala seletiva é um longo caminho, faço terapia desde os meus nove anos, antes eu tinha crises de pânico em ficar lugares com muita luz, isso eu já perdi.
Faz três anos que não tenho crise de pânico, é horrível e eu quero continuar assim, a fala seletiva eu já aprendi como lidar com isso.
— Você lê muitos livros de romance que eu vi na biblioteca, já se imaginou no lugar daqueles personagens? — incontáveis vezes, confirmei. — Falou ser impossível você ter uma relação romântica com alguém, beijar, fazer sexo, entre outras coisas, mesmo achando impossível se tivesse a oportunidade faria isso?
Qual o interesse em saber isso? Confirmei.
Ouvimos barulho na escada, meu irmão apareceu arrumado para sair.
— Vou ir ao cinema com Yoongi, já avisei o pai, volto antes das dez. — falou. — Tchauzinho!
Acenei para ele, saiu pela porta, menino sortudo.
— Vamos supor que alguém se interesse por você, porém, ela tem problemas com a lei. — lá vem. — Se importaria com isso?
Foi bem específico isso, mas sou lerdo então leva um tempo para eu entender e juntar os pontos.
Neguei, quando finalmente alguém se interessa por mim não posso exigir muito, gostando da minha pessoa do jeito que eu sou é suficiente.
Espera um instante, parei de lavar a última colher.
"Que categoria de problema com a lei?" Só para eu ter uma noção.
— Coisa pesada. — pensei um pouco.
"Eu um garoto certinho com alguém fora da lei, interessante de se pensar" terminei a louça, agora é só secar e guardar.
— Agora que estamos sozinhos aqui. — Deus me livra de todo mal, amém. — Você já se masturbou?
Quase derrubei o copo de vidro, chequei os batimentos pelo pescoço, acelerado.
Quer me matar só pode, me recuso responder isso.
— Então Jiminsinho, não é tão difícil responder isso. — tantos na escola, justo o safado faz amizade comigo.
"Porque quer saber isso?" Não tem motivo plausível para ele querer saber sobre isso.
— Jimin isso é uma questão normal, ainda mais para nós jovens, quem não fez ainda vai fazer, não é algo para sentir vergonha. — é para sentir vergonha sim.
"Você diz isso porque é profissional no assunto, eu não falo nada desse assunto com ninguém, apenas leio em livros adolescentes passando por essa fase" cada coisa.
— Vai Jimin, é apenas um sim, ou não? — vai ser insistente assim na China.
Confirmei e quis que a faca na minha mão escorregasse fincando em meu coração, vergonha do cacete.
— Eu jurava que seria não. — tenho tanta cara de santo assim? Obrigado Deus. — A carinha engana.
Sou um anjo, culpa dos livros que me desvirtuou.
— Como você já fez isso, qual foi o estímulo? — está aproveitando que eu terminei de fazer as coisas.
"É pergunta de sim, e não, essa não é desse jeito" sem vergonha.
— Eu mudo a pergunta, o estímulo foi pornô? — neguei. — Livro? — neguei. — Música? — também não. — O que raios você usou?
"Não te interessa, curioso" olhei o bolo no forno, falta pouco.
— Como você é ruim. — teu rabo. — Ainda vai me contar o que usou.
"Procura uma cama e deita para esperar, sentado vai cansar" palhaço.
— O que de tão proibido você poderia fazer que não quer me contar? — peguei as coisas para fazer a cobertura. — Já sei, tem a ver comigo, né?
Tem, mas isso não vem ao caso.
"Você se acha muito, não tem nada a ver com você exibido" com certeza tem.
Coloquei tudo na panela e comecei a mexer, detesto fazer cobertura, mas amo bolo com cobertura.
— Sei, não foi convincente. — isso eu decido. — Qual seu maior medo?
São tantos, a pergunta deveria ser, do que você não tem medo.
"De morrer sem saber o que é uma pessoa me amar, não amor de pai ou irmão e amigos, você entendeu" voltei a mexer.
— Meu maior medo é amar alguém que não se vê sendo amado. — isso se encaixa comigo, mas não deve ser de mim que ele está falando. — Você pensa em fazer vingança com quem fez bullying com você?
"Nunca pensei nessa hipótese" pensei agora "Não consigo fazer algo assim, no máximo iria perguntar o motivo de fazer isso comigo" terminei a cobertura "Por quê?".
— Nada de mais, agora vai responder porque estava me chamando em um delírio, estava com saudades? — já tomou no cu hoje, deveria.
Ignorei ele tirando o bolo do forno com ajuda da luva, peguei uma faca para soltar os lados, facilmente virei ele na boleira.
— Não vai responder? — neguei. — Por quê?
"Não tem uma motivo para eu te chamar, provavelmente meu subconsciente estava pensando em você sumido, por isso devo ter falado seu nome" peguei a cobertura e coloquei em cima, com ajuda da colher espalhei.
— Legal seu subconsciente se preocupar comigo e você não. — dramático.
"Triste né, se eu fosse você chorava" agora sou obrigado me preocupar.
Eu me preocupei, só não vou admitir, aquela psicóloga maluca vai ter certeza que gosto dele.
— Parabéns. — olhei para ele sem entender. — Conseguiu ser debochado e sarcástico com linguagem de sinais.
Eu sou incrível, obrigado.
"Mereço aplausos, o que você quer beber?" Coloquei água do meu chá para ferver.
— Chá, se tiver do livro melhor ainda. — que cara de mente poluída.
"Eu não quero nem saber o que se passa na sua mente enquanto fala essas coisas" abri o armário pegando minhas canecas colecionáveis da Marvel.
— Você iria querer saber sim, garanto que iria gostar. — amar. — Qual você gosta mais? — apontou os dois vingadores.
"Homem de ferro, capitão América fica para você" já grudei minha cabeça.
— Também gosto do Homem de ferro, é o melhor vingador. — concordamos em algo. — Vai assistir o próximo filme? — neguei. — Por quê?
"Meu irmão e Jin não gostam desses filmes, meu pai vai estar ocupado em um evento de advogados importante, quando passar para televisão eu assisto" talvez voltar falar normalmente seja um sonho maior que eu imaginava.
— Eu te levo. — sugeriu.
"Você está falando que vai fazer muitas coisas por mim, se não conseguir cumprir" vai me deixar muito triste, detesto me firmar em promessas vazias.
— Se eu não conseguir cumprir vai acontecer o quê? — perguntou querendo que eu terminasse a frase.
"Nada, quer chá de quê? E se pensar besteira seu chá vai ser de barro" perguntei já avisando ele.
— Agressivo, hortelã está bom. — peguei de hortelã para ele, e preto para mim.
Coloquei cada um em uma caneca, a água também.
"Quer adoçar?" Eu tomo sem açúcar para não perder o gosto.
— Não, sem está bom. — peguei pratinho e garfo, coloquei a boleira no balcão com a espátula.
"Vem comer" sentamos nas cadeiras altas do balcão, cortei um pedaço para ele e um para mim.
Ouvi a porta abrindo, deve ser meu pai.
— Cheiro de bolo. — entrou na cozinha. — Separou um pedaço sem cobertura para mim?
"Eu esqueci, desculpa" ele não come bolo com cobertura, no aniversário compramos um enfeitado para ele tirar foto, mas um separado sem nada, só o bolo mesmo.
— Tudo bem, só vou tomar banho e sair bom café para vocês. — saiu da cozinha e subiu.
— Aonde seu pai vai? — não sei.
"Encontrar algum cliente, ou ele vai em uma reunião com os sócios de escritório" voltei comer, espera "Ou sair com a namorada".
— Você conhece ela? — neguei. — Então como sabe que ele está namorando?
"Intuição, tem meses que ele sai para jantar e só volta no outro dia bem cedo, almoços estranhos, sorrindo para o celular, e fica suspirando apaixonado parecendo adolescente" bocó.
— Deve estar mesmo. — concentrei no pedaço de bolo, assim eu terminei primeiro que ele.
— Tchau! Eu volto antes das onze. — sei, a porta fechou.
Fiquei só bebendo o chá, minha visão fixou em um ponto específico no armário enquanto deixava a mente levar meus pensamentos longe.
A concentração esqueceu que um sem o que fazer estava do meu lado, só lembrei ao sentir o dedo dele sujo de cobertura passando na minha bochecha.
"Você não presta Jungkook" e ele rindo, tem uma pelota vermelha no meu nariz certeza.
Peguei um guardanapo e passei no lugar.
— Ainda está sujo. — obrigado pela informação otário. — Eu limpo.
Com o quê? Ele me lambeu, porque ele me lambeu.
— Sua cara está ótima. — porque raios ele me lambeu?
"Se me lamber de novo, eu te mato" passei a mão na bochecha e não tem mais nada, ótimo!
— Eu vou te lamber de novo, mas não a bochecha. — chegue perto com essa língua de mim, e eu vou te esfaquear. — E você vai pedir.
"Vai sonhando, não vou pedir nada" bebi o resto do chá.
— Vai sim, te lembrarei desse dia. — cara engraçado.
Ele terminou o pedaço e o chá.
"Quer mais?" Negou, Hobi vai devorar esse bolo quando chegar.
Ele sai para comer com Yoongi e chega com mais fome do que quando saiu, eu não entendo.
— Quantos anos o namorado do seu irmão tem? — perguntou.
"Dezesseis, eu acho" deve ser isso, ele é dois anos anos velho que o Hoseok.
— Dois anos de diferença, como nós. — falou.
"Mas nós não namoramos como eles" ele resmungou algo, mas eu não entendi.
O celular dele vibrou, ele pegou olhando, alguém mandou mensagem, deve ser alguma ficante certeza.
— Preciso ir toquinho. — claro que precisa.
"Vou te levar até a porta" desci da cadeira e ele me seguiu até a porta, abri a porta dando espaço para ele sair, acendi a luz de fora "Até segunda".
— Até Jiminsinho, está com um bico muito fofo. — tem bico nenhum sem graça. — Tchau!
Acenei, ele desceu a varanda passando pelo caminho até o carro, antes de entrar piscou para mim.
Pode parar de acelerar coração, não vamos cair nesse abismo.
Entrou sorrindo no carro, gosto como o piercing se destaca na boca dele ao sorrir, o da língua eu quase não vejo.
Após ele ir eu entrei, fechei a porta e apaguei a luz, voltei para cozinha.
Arrumei tudo antes de subir, ele não levou o livro dele, segunda eu entrego, fechado em um cofre para ninguém ver a capa.
Deitei na cama, parece tão legal esse abismo, mas a queda é tão longa e vai doer quando parar de cair, fiquei tentado a pular de cabeça.
Mas vou usar equipamentos, assim não irei quebrar tanto.
Só se vive uma vez, pulei......................
Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!!
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