|| Capítulo 33 ||
Jimin on.
— Me amou no silêncio! — falei.
— Eu te amo! — beijou-me apaixonadamente.
Sua mão em minha cintura e as minhas em seu pescoço.
Não me arrependo de ter escolhido continuar apaixonado pelo Jungkook após saber que ele era um mafioso, foi a melhor escolha que fiz.
Alguns traumas eu não teria vencido sem ele.
— Eu te amo! — declarei após afastarmos. — Obrigado por ser o melhor namorado que eu poderia ter, ter paciência, porque me amar não foi muito fácil já que sou péssimo demonstrando o que sinto, mas estou melhorando para você não ficar inseguro pensando que não te amo.
— Você não é péssimo! Seus olhos não mentem, neném. — fez carinho na minha bochecha rosada. — Sua forma de demonstrar só é diferente da minha, e eu amo isso em você, perfeito nos mínimos detalhes!
— Quero ser como você! — falei.
— Não, permaneça como está! — pode nem mudar mais. — Mostrando que me ama, me batendo. — bati no peito dele. — Viu?
— Engraçadinho! — ele riu. — Eu nem te bato.
— Claro que não! — odeio quando ele é irônico.
— Vou te jogar nessa nascente se continuar sendo irônico! — riu mais.
— Meu neném bravo. — beijou minha testa. — Biquinho fofo!
— Vamos até onde a nascente termina. — segurei a mão dele.
Fomos conversando pela floresta até a lagoa que a nascente morre.
— Tem patinhos. — apontou.
— Patos? São cisnes, Kook. — entende de bicho que é uma beleza.
— Mesma coisa. — só que não.
— Aqueles são patos. — apontei os pretos. — Olha a garça.
— Está pescando. — sim.
Ficamos um tempo olhando os bichos da lagoa, depois voltamos à sede da fazenda.
— Droga! — falei.
— O que neném? — parou me perguntando.
— Minha prima. — ele olhou para onde estou olhando, viu ela na varanda falando com minha avó.
Olhei ao redor, Melissa está com Polina, Jin ao lado do Tae.
Fomos para perto deles.
— Aquela puta estava dando em cima do Tae, se ela chegar perto eu pago a Melissa para bater nela, puta desgraçada! — Jin já está só o ódio.
— Precisa nem pagar, faço de graça. — Melissa estalou os dedos.
— O que está acontecendo? — Guilherme chegou com o Jake.
— A prima puta do Jimin está aqui. — Jin respondeu. — Cuidado com o Jake, ela é a maior oferecida.
— Se ele quiser, pode ir com ela. — falou de braços cruzados olhando Jake.
— Credo, eu sou gay! E estou interessado em outra pessoa! — direto ele.
— Venham tomar café! — minha avó chamou.
— Eu tô com fome, mas não quero comer na mesma mesa que essa vaca. — Jin reclamou.
— Não ofenda minhas vacas. — meu avô falou passando do nosso lado.
— Desculpa vô! — o vô é meu!
Caleb e Peter chegaram, o mais velho abraçando o loiro de lado.
— Que clima tenso! Quem morreu? — Peter perguntou.
— A arrombada da prima do Jimin. — ela estressou muito o Jin.
— É a que dá em cima de todo mundo, até do tio? — Caleb perguntou, confirmamos. — Não respire perto dela Peter, tô de olho em você!
— Sim, senhor! — olhei Jungkook.
— Já sei, mudo, surdo e cego perto dela. — exatamente.
— O mesmo para você Taehyung! — Jin falou.
— Só eu que fiquei de boa. — Polina falou.
— Vai sonhando, essa homofóbica não me engana, ela não aceita querer uma mulher, fica longe dela Polina! — Melissa avisou a namorada.
Entramos na casa, na sala de jantar ela estava sentada perto da minha avó.
Sentei bem longe dela com o Jungkook, Caleb sentou do meu lado com o Peter. Ninguém sentou do lado dela.
Na verdade, um lado da mesa é ocupado por nós e o outro é por ela com a minha avó, meu avô está na ponta da mesa.
— Você deve ser o namorado do meu priminho. — falou com o Jungkook.
Jeon não falou nada, continue assim.
— Eu sou a neta mais velha, prazer te conhecer. — estendeu a mão.
Pega a mão dela que coloco a sua dentro da soda para desinfectar.
— Que mal-educado! — ele é educado, menos com puta. — Mas o que esperar de quem namora o mudinho.
Segurei o braço do Jungkook, que já ia na arma.
Lembra dos meus avós.
Mas esqueci de segurar a língua dos meus amigos.
— Vou te mostrar quem é o mudinho, puta de esquina. — Jin falou.
— Se encostar um dedo em mim eu ligo para a polícia! — que voz irritante!
Minha cabeça já está doendo!
— Não preciso encostar em você, bosta ambulante! — é, mas você iria querer que fosse ele. — Você deveria parar de ser tão podre, fingindo que gosta dos seus avós, sendo que só está interessada em ficar com a fazenda.
— Mentira vó. — minha vó só olhando e comendo bolo.
— Mentira teu cu! Eu sei que você só quer a fazenda e a herança, mas tenho uma péssima notícia para te dar. — não, não fala. — A fazenda vai ficar para o Jimin e para o Hoseok. Seu nome não foi nem colocado no testamento, porque você não merece nenhum centavo do que eles conquistaram. Inútil, que não pensa em conquistar seu próprio dinheiro! Desgraçada!
—Ele está mentindo, né? — perguntou a minha avó.
— Não. — minha avó respondeu.
— Velha desgraçada. — bateu a mão na mesa. — Como pode deixar para eles? Eu que merecia! Espero que morra! Vou dançar no seu caixão.
A partir de agora, só tenho uma palavra para descrever "barraco".
— Melissa. — Jin só citou o nome dela.
Não deu tempo da Polina segurar, Melissa pulou na minha prima a derrubando.
Levantei para ver melhor.
— Sai de cima de mim! Ela está tentando me matar! — espero que consiga.
— Se encostar em mim vai apanhar junto. — Polina se afastou.
Minha avó disse que não se meteria porque é uma idosa e não tem mais idade para separar gente brigando, e ela também quer ver a neta levar um cacete faz anos.
Já o meu avô foi proibido pela minha avó de separar as duas, então ficamos assistindo Melissa acabar com a minha prima.
Minha amiga puxou o cabelo da puta, socou, deu joelhada, tapa, arranhou.
— Me lembre de não provocar mais ela. — Peter falou comigo.
— Tira a Melissa de lá. — falei com o Jungkook.
— Por que eu? — olhei para ele. — Tô indo!
Se aproximou das duas, abraçou o corpo da Melissa deixando os braços presos ao tronco.
— Solta! Eu mato essa puta oferecida. — nós sabemos, mas deixa a morte para outro dia.
— Segura sua namorada. — entregou a raivosa para a Polina.
A puta conseguiu levantar, o cabelo está parecendo vassoura velha, e a Melissa arrancou um tufo de cabelo.
O rosto dela, misericórdia! Está parecendo que ela saiu de uma luta de UFC e perdeu.
A roupa está rasgada, mostrando a roupa íntima.
Jin tampou os olhos do Tae, Caleb fez o mesmo com Peter.
Está cheia de hematomas pelo corpo e sangue, Melissa acabou com ela.
— Vocês me pagam! — e saiu mancando.
— Você se machucou, Melissa? — Caleb perguntou.
— Não, eu prendi os braços dela com as pernas. — mostrou estar inteira. — Menina insuportável.
— Insuportável é pouco. — Gui falou. — Se eu falasse isso da minha avó, minha mãe arrancava todos os meus dentes com um soco e me matava em seguida.
— A minha faria o mesmo. — Melissa falou.
— Minha mãe sabe que me bater não muda nada, ela tiraria todos os meus cartões e me proibiria de sair. — Jin falou.
— Meu pai é dos que me mataria se eu falasse assim com a minha avó. — Peter.
— A mãe dessa menina é uma frouxa que não educou a filha, então ela se tornou isso. — minha avó falou. — Agora podem comer.
Sentamos novamente, tomamos café da tarde.
Como sei que meus avós dormem cedo, pedi ao Jungkook para chamar os outros para ir embora.
— Hora de ir cambada, anda, rapidinho. — esse meu namorado é único.
— Eu volto amanhã, vó. — Melissa falou para minha avó.
Essa avó é minha!
— Rápido Jake! — apressou o outro.
Em cinco minutos estávamos voltando para a pousada.
Eu agradeci a Melissa e ao Jin, eles disseram que foi um prazer colocar minha prima no lugar dela.
Fui para o quarto que estou com o Jungkook, ele estava tomando banho.
Entrei no whatsapp, ver as mensagens. Não mexi no celular o dia inteiro.
Vittorio
Jimin seu irmão fez merda.
Qual dessa vez?
Fiquei até com medo!
Ele respondeu.
Vittorio
Ele foi para uma festa e ficou bêbado, seu pai está furioso!
Vittorio
O Yoongi pensou que ele tivesse ido para casa, porque os dois brigaram, mas ele foi para uma festa e bebeu todas.
Vittorio
Seu pai está querendo terminar a lua de Mel agora e nós voltamos amanhã, chegando segunda-feira.
Vittorio
Seu irmão ainda não sabe que nós sabemos, mas Yoongi contou com medo do seu pai pensar que ele o incentivou. Ele está na nossa casa, eu vi ele chegando de Uber pela câmera da garagem.
Hoseok enlouqueceu?
Não precisam voltar por causa dele, curtam a Lua de Mel.
Eu vou conversar com ele.
Vou bater nesse menino.
Vittorio
Ele iria preferir que fosse seu pai, está fudido!
Vittorio
Obrigado, Ji!
Estou levando vários presentes, mesmo seu pai reclamando por ter que comprar mais malas, não ligo.
Por nada! Traz mesmo!
Jungkook saiu do banheiro, coloquei na mesa de cabeceira. Milagrosamente ele está de bermuda.
— Falava com alguém? — perguntou.
— Sim, Vittorio. — respondi, fui até a minha mala, peguei um pijama. — Depois que eu tomar banho, preciso falar com você.
Sua expressão continuou relaxada.
— Não fiz nada de errado! — falou.
— Será mesmo que não fez?
Entrei no banheiro após deixar ele paranóico.
Tomei banho, lavei meu cabelo. Sequei meu corpo, passei creme nas tatuagens. Vesti o pijama de seda branca, shortinho e blusa de botão. Passei fio dental nos dentes, escovei, e enxaguante bucal.
Saí do banheiro, ele lá na sacada fumando.
Tadinho, preocupei ele demais.
Me perfumei. Sequei um pouco meu cabelo, algumas pontas ficaram úmidas.
Abri a porta da sacada, ele continua olhando lá embaixo.
— O que está olhando? — perguntei.
— Um casal do primeiro andar transando. — puxei ele para dentro.
— Não veja isso. — fechei a porta. — Safado!
— Não, voyeur. — mesma coisa. — Deixa eu apagar isso. — falou do cigarro.
Foi até o cinzeiro e apagou.
— Um minuto. — foi até o banheiro, escovar os dentes.
Sentei na cama, esperei ele sair.
Quando ele saiu, sentou ao meu lado.
— Neném, eu não sei o que fiz, mas já peço perdão agora. — ri da cara dele. — Está rindo do quê?
— De você! Você não fez nada Kook-ah. — tadinho. — Estava brincando.
— Quer me matar do coração? Usa uma faca, mas não faz isso. — que dó! — Você precisa mesmo falar comigo?
— Sim, mas não é sobre você. — respirou aliviado. — É sobre meu irmão, ele se embebedou e meu pai está furioso! Como eu disse que resolveria para o Vittorio, vamos voltar amanhã para Seul, cedo, e não a noite.
— Tudo bem. — ainda passaríamos mais um dia com meus avós. — Primeira vez que fiquei bêbado foi com catorze.
— Você é russo! No seu país o povo toma uísque para esquentar. — falei.
— Verdade. — confirmou. — Mas o que seu irmão fez foi doideira.
— Foi mesmo. — o Yoongi com medo do meu pai é o melhor. — Meu pai ficou sabendo porque o Yoongi contou, estava com medo do meu pai pensar que ele incentivou.
— Eu faria o mesmo. — belo namorado eu tenho. — Um pai furioso é mais perigoso que um bandido, só não supera um mafioso russo.
Por que será?
— Eu te amo, neném! Mas se aprontar enquanto estiver sob minha responsabilidade, eu conto para o seu pai. — traíra.
— Se isso é amar, não quero nem saber o que é ódio. — falei. — Vou avisar meus amigos que vamos mais cedo amanhã.
Mandei mensagem no grupo, todos avisados.
Deixei o celular de lado novamente, deitei e Jeon também.
Abraçou meu corpo e me colocou em cima dele, me ama ter no colo.
— Está com sono? — perguntou.
— Não, por quê? — já sei o motivo.
— Vamos fazer algo para te dar sono. — não sei onde beijar dá sono. — Quer neném?
— Quero! — até parece que irei recusar.
Juntou nossas bocas, apertando minha cintura. Suas mãos faziam carinho na pele da minha cintura.
Sinto sua língua com a minha, me fazendo esquecer que preciso respirar enquanto fazemos isso. O piercing no lábio junto ao meu, me deixa louquinho.
Enfim senti minha bunda ser apertada, com as duas mãos, alisou minha coxa nua.
Quando apertou minha coxa e minha bunda, não consegui segurar os sons que saíam da minha boca.
Que vergonha!
— Neném sensível! — culpa sua.
— Para Kook-ah! — falei.
— Mas eu não estou fazendo nada, apenas ajudando você a sentir sono. — como que sente sono me beijando e me tocando desse jeito?
— Cínico! — ele riu. — Quero mais!
— E depois eu sou o safado. — você é.
Beijou-me novamente, fiquei já esperando pelos seus toques abusados.
Realmente está parecendo que minha virgindade anda correndo perigo.
— Ouviu isso? — me afastei dele.
— Não tem nada, rosado. — quis me beijar de novo, coloquei a mão na boca dele.
— Tem sim. — prestei atenção.
Lambeu minha mão, tirei.
— Agora eu ouvi. — falou. — Alguns de nossos amigos estão transando.
— Não acredito! — levantei e ele também.
Abrimos a porta do quarto, Jake, Gui, Polina, Melissa, Caleb e Peter já estão no corredor.
— Eu disse que não eram os dois. — Gui falou.
— Não acredito que o Jin está transando aqui. — Peter desacreditado. — Puta que pariu! Geme alto para um cacete.
— Às vezes é o Tae gemendo. — Melissa falou, olharam para ela.
— O Tae gemer fino assim? — nem sabia que mudava a entonação do gemido.
— Já ouvi ele gemendo, não é assim. — Jake se pronunciou, olhamos para ele. — Eu não transei com ele, mas já dividimos apartamento por um mês, infelizmente as paredes eram finas.
A tá!
Jin saiu do quarto com o Tae.
— Que porra de barulheira é essa? — perguntou.
— Não são vocês? — Melissa chocada.
— Óbvio que não, meu gemido não é igual a uma galinha sendo estrangulada. — que assunto delicioso! — Né vida?
— Sim, Jinnie! — que mel!
Jungkook saiu do quarto e seguiu no corredor, parou em uma porta.
— É aqui. — o que ele vai fazer?
Voltou para cá, entrou no nosso quarto, telefonou.
Os gemidos continuavam, então não foi para o quarto dos barulhentos.
Ele desligou e veio para perto de mim.
Um funcionário da pousada apareceu, foi até o quarto que está saindo os barulhos.
Bateu à porta, os barulhos pararam.
Um homem abriu a porta.
Eu só estava olhando o funcionário pedir para que eles fizessem menos barulho.
O homem olhou o corredor, viu as pessoas que estavam incomodadas com o barulho. A forma que ele me encarou fez eu me esconder atrás do Jungkook.
Ele voltou ao quarto, o funcionário pediu desculpas pelo inconveniente.
— Gostei da sua tatuagem de cobra, Jimin. — Gui elogiou. — Quem faz suas tatuagens?
Apontei o Jungkook.
— São lindas! — elas são mesmo.
"Obrigado!" Agradeci.
— Jimin. — olhei o Jin.
"Consigo te ouvir, safado!" Usou linguagem de sinais em espanhol.
Fiquei rosa na hora.
"Eu te mato se abrir o bico, cobra fofoqueira!", Ele riu e entrou no quarto.
— O que estão falando? — Peter perguntou. — É inglês, bebê?
— Não, parece espanhol. — Caleb respondeu.
— De segredinhos, não se faz mais amigo como antigamente. — Melissa fez drama. — Ainda diz que ama.
O drama em pessoa.
Voltamos para dentro do quarto, Jungkook fechou a porta.
— O que Jin te falou? E, por que está rosa? — deitei na cama.
— Jin nos ouviu. — respondi. — Que vergonha!
— Sério? — confirmei.
Deitou ao meu lado.
— Espero que só ele tenha ouvido. — falei.
— Por que? — por que será?
— Eu tenho vergonha! — enfiei o rosto no travesseiro.
— Não fica assim neném, ele é seu melhor amigo, já fez coisa por ele que eu não faria nunca pelo Tae. — eu sei, e nem me lembre desse episódio. — Quando vai me contar o que ele usou para te chantagear e fazer aquilo?
— Ele não usou nada. — virei o rosto para a porta da sacada.
— Usou sim, o que foi? — que insistência.
— Eu nunca vou te falar, pode desistir! — até parece, vai me zoar para sempre.
— É tão pesado assim? Você é mais safado que eu. — mostrei o dedo para ele. — Dedinho lindo!
— Não terá seu beijo de boa noite se continuar me provocando. — ficou quieto na hora.
— Neném cruel! — senti um beijo na minha nuca. — Está com fome?
— Não. — tô sim.
— Tá! Eu vou pedir algo. — hein? Olhei para onde ele está.
— Eu disse que não. — falei.
— Mas é mentira! — discordo. — Você não mente bem.
— Só com você, sou um ótimo mentiroso. — me gabei.
— Claro. — antes que ele ligasse para pedir algo, o telefone tocou, ele atendeu. — É a Melissa.
Ela sabe que estamos com nossos celulares, né?
— Eles pediram pizza, querem saber se queremos comer. — confirmei. — O Jimin aceitou. — ainda está falando. — Não, se o Jimin quer, eu quero, simples.
Desligou.
— Estão na área da piscina. — precisei trocar de roupa.
Calça moletom rosa e cropped branco. Jungkook só colocou uma regata, eu preferia que fosse blusa de manga comprida e gola alta.
— Neném ciumento! — não sou.
Descemos e fomos até a área da piscina, achamos nossos amigos, uma mesa com muita pizza.
Estão passando fome tadinhos.
Jeon puxou a cadeira para mim, me sentei.
"Por que pediram tanta pizza?" Perguntei.
— Melissa se esqueceu que os coreanos de Busan falam um pouco diferente dos coreanos de Seul, e a atendente entendeu a quantidade errada. — Peter respondeu.
— Quando criança, e eu fui brincar com o Jimin, não entendia nada do que ele falava por ter acabado de chegar de Busan. — Jin comentou.
Em minha defesa, eu tinha quatro anos, completamente normal não entenderem o que eu estava falando.
— Você falava bastante quando criança? — Jake perguntou, Jungkook colocou um pedaço de pizza no meu prato.
"Até os oito anos, sim" respondi.
— Foi quando desenvolveu "fala seletiva"? — confirmei.
— A maioria das pessoas desenvolve na infância, mas minha mãe tem um aluno que desenvolveu com dezessete. — Gui comentou.
— E você Caleb, quando apareceu a questão de não conseguir falar em situações de estresse? — ele bebeu refrigerante antes de responder.
— Com doze anos. — não faz tanto tempo.
— Se sente confortável em falar como? — Jin perguntou com cuidado.
— Sim. — nem me pergunte sobre isso. — Eu estava passando por muito estresse, por bullying, a perda da minha avó, um garoto me perseguindo da escola até em casa. — Peter não gostando nenhum pouco desse garoto. — Na semana de apresentar um trabalho, meu grupo todo faltou só para eu fazer sozinho, e eu sempre fui extremamente tímido e recluso. Perguntei para a professora se ela aceitava só a parte escrita por que eu não iria conseguir apresentar, mas ela insistiu e disse que tiraria a nota de todo meu grupo se eu não apresentasse.
Tem professores que não estão prontos para terem alunos tímidos, não entendem que não é tão simples quanto "é só falar".
— E como tinha gente que fazia bullying comigo nesse grupo, eu acabei indo, mas na hora de falar fiquei olhando pessoas cochichando sobre mim, tive uma crise de Pânico. — viu como não é "só falar"? — Agora toda vez que estou em situação de estresse, não consigo falar.
— Não chora, Shokolad. — Polina falou com a namorada emotiva.
— Choro sim. — deitou a cabeça no ombro da mafiosa.
— O que aconteceu com essa professora e o garoto que te perseguia? — Jin perguntou.
— Nada com nenhum deles, porque supostamente a culpa era minha de não ter recusado mais sobre apresentar, e não falar antes sobre um doido me perseguir. — alguém mata quem disse isso por gentileza?
— Está vendo como será bom ter um namorado mafioso, eu posso matar quem fizer isso com você. — Jake falou com o Gui, até engasgou o coitado.
— Mesmo não sendo mafioso, Peter consegue me defender. — Caleb falou. — Ele luta.
— Quais artes marciais você sabe? — Jeon perguntou.
— Karatê, Jiu-jitsu, Taekwondo, Kung Fu, e Judô. — nossa, eu não sei nenhuma.
Só sei algumas coisas que a Selina me ensinou.
— Sabendo uma dessas você já consegue entrar para a máfia. — Tae comentou. — Tá afim?
— Vou pensar. — isso, pense mesmo.
— Ganha bastante. — Caleb falou.
— Como você sabe, Caleb? — Melissa perguntou.
— Eu já fiz um trabalho para a máfia. — ela e o Gui abriram a boca chocados, brasileiro é parecido. — Jimin, me chamou.
— Vocês mataram quem? — Gui perguntou e eu ri.
— Ninguém, o trabalho que eles fizeram foi para a parte burocrática da máfia, e não a física. — Jeon respondeu, exatamente.
Eu matando alguém, que engraçado!
— Agora que eu notei uma coisa, é fácil saber quem são os passivos dessa mesa. — Peter soltou do nada. — Todos estão comendo com garfo e faca, enquanto os ativos pegam com a mão.
— Coincidência! — Jin falou.
— E que os passivos estão com canudos, isso já não é. — olhei minha latinha de refrigerante com o canudo, realmente.
— Dúvida que surgiu, quem aqui é gay? — Melissa perguntou.
Eu, Jin, Jake, Gui, Peter, e o Caleb levantamos a mão.
— Quem é bi? — ela mesmo e o Tae levantaram a mão. — Jeon, representando a bandeira pan, e a minha vidinha representando a bandeira lésbica.
— Jungkook tá mais para Jiminsexual do que pan. — Tae soltou.
— E você Jinsexual. — Jin afirmou, vai pegar mais ninguém Tae.
— Com toda certeza, Jinnie. — gado!
— Mas é gado! — Peter falou.
— E você é o quê? — Tae perguntou.
— Calebsexual, óbvio! — outro gado.
— Confirma ser Jiminsexual? — Melissa perguntou ao meu namorado, olhei para ele.
— Sem sombras de dúvida. — fofo!
— Quanto gado, misericórdia! — ela falou. — Se você não for Melissasexual, o namoro acaba agora. — doidinha de tudo.
— Claro que sou, Shokolad. — acho fofo a Polina chamar a Melissa de chocolate.
— Isso não é uma mesa de pessoas, é um pasto, quanto gado. — Guilherme brincou.
— Tá ligado que o Jake é pior que todos esses ativos juntos, né? — Jin o lembrou que ele vai namorar o mais emocionado.
— Detalhes. — claro.
— É tão fácil fazer o ativo cadelar pelo passivo. — Melissa falou. — E posso provar na prática. — quero ver como.
Bebi o restinho do meu refrigerante, só comi três pedaços, mas eu não estava com fome.
— Jimin, Caleb, e Jin, sorrindo em três, dois, um. — sorri mesmo sem entender. — Olha a cara de besta desses ativos, tudo gado!
— Tua namorada é igual. — verdade Peter, a russa falta lamber o chão para a brasileira passar.
— Ela pode! — Polina tem mais direito que os ativos homens.
— Vocês são demais! — Guilherme falou.
Eles são!
Voltamos para o quarto perto das onze horas.
Jungkook foi o primeiro a escovar os dentes, entrei no banheiro em seguida. Passei fio dental, escovei os dentes, e enxaguante bucal.
Sorri para o espelho olhando meus dentes, limpinhos.
No quarto, peguei meu pijama e voltei ao banheiro, só troquei e saí.
Jungkook já está deitado, deitei ao lado dele e apaguei a luz do abajur, me abraçou.
— Meu beijo de boa noite. — vício!
— Um só Kook, precisamos acordar cedo amanhã. — lembrei desse fato.
— Tudo bem! — me beijou.
[...]
Acordei três horas da manhã com sede, a boca chegou a ficar seca.
Soltei dos braços do Jungkook, saí devagar da cama para não acordar ele.
Abri o frigobar, cadê a água? Só tem refrigerante, suco, energético, mas nada de H2O.
Triste!
Posso beber água no banheiro, mas tem uma máquina de bebidas nesse corredor e tem água lá que eu vi.
Porém, o Jungkook pode ficar nada feliz em acordar e não me ver na cama.
Mas será rápido, é só pegar a garrafa de água e voltar correndo.
Abri a porta bem devagar, coloquei a cabeça para fora, ninguém no corredor e nenhum barulho de gente acordada.
Saí na ponta dos pés e fui até a máquina, coloquei o dinheiro, e escolhi a água.
Quando abaixei para pegar a água pela portinha, senti duas mãos na minha cintura e algo roçando na minha bunda.
O Jungkook jamais faria isso sem minha permissão.
— Eu te vi me olhando, bichinha. — a voz, é o cara do quarto com os gemidos. — Ficou doidinho para sentar em mim e não soube pedir.
Me virou bruscamente.
Eu quero muito gritar, mas não sai nada da minha boca.
— Se gritar você morre, então é bom ficar quietinho. — o ar está começando a faltar. — Vou fazer um estrago nessa tua bunda, pode até desmaiar e morrer que não vou parar.
Está passando as mãos nojentas em mim.
— Seja bonzinho! — só fechei os olhos.
— Filho da puta! — ouvi a voz do Jungkook.
Abri os olhos, meu coração se tranquilizou e o ar voltou.
— Tira as mãos do meu namorado, arrombado! — é bom você tirar.
— Vai fazer o que? — era melhor ter tirado do que fazer essa pergunta.
— Te matar! — tira logo a mão de mim.
Mandou quebrar os braços dele em russo.
Quem?
Jake e Tae o fizeram tirar as mãos de mim, cada um quebrou um braço.
— Vai se arrepender de ter nascido! — xingou em russo.
Agora a ordem foi levar ele para o mato.
Era uma vez um estuprador.
— Neném. — corri até ele. — Está tudo bem! Você está são e salvo. — me pegou no colo.
Não consigo evitar as lágrimas.
— Obrigado por me salvar! — o abracei mais forte.
— Precisa agradecer ao Guilherme. — olhei para ele, apontou com a cabeça, na porta do quarto Gui olhando nós dois. — Ele foi me acordar.
Desci do colo.
"Obrigado! De verdade mesmo!" Agradeci.
— Por nada! Sei que faria o mesmo por mim. — sim.
— Eu vou ir resolver esse assunto, e volto para cuidar de você. — Jungkook falou.
"Volta rápido!" Não quero ficar sozinho.
— Com certeza. — e foi pelo corredor.
— Quer que eu fique com você até ele voltar? — Gui perguntou.
"Sim".
Entramos no meu quarto, e sentamos na cama.
Bebi a garrafinha de água todinha de uma vez.
"Como soube o que estava acontecendo?" Perguntei.
— Tenho o sono leve, ouvi o barulho da máquina. — ah! — Saí para ver se era algum de vocês, e ele estava lá te falando aquelas coisas horríveis. — realmente horríveis. — Como eu não poderia fazer muita coisa, chamei o Jungkook, e ele me disse para acordar o Jake e o Tae.
"Obrigado novamente!" Agradeci.
— Como você está? — pensei.
"Eu estou bem!" Ele não pareceu acreditar, "Sério mesmo, já passei por situações piores".
— Que triste! Tão novo com esses traumas. — pois é.
Fiquei pensativo.
— Sabia que as abelhas se comunicam dançando? — olhei para ele.
"Mentira né?" Agora imaginei as abelhas dançando.
— É verdade, agora imagina elas contando umas para as outras que a rainha morreu dançando. — conseguiu me fazer rir.
Tenho um dedo ótimo para amizades, só pessoas incríveis, cada um da sua maneira.
Me fez companhia até o Jungkook voltar.
— Boa noite para vocês! — falou antes de ir com o Jake.
Jungkook fechou e trancou a porta.
— Como você está, neném? — perguntou tirando o moletom, sujo de sangue.
— Bem, mas querendo um banho. — me limpar dos toques daquele imundo.
— Pode ir tomar, você precisa mais que eu. — falou já entendendo o motivo.
Peguei outro pijama e fui.
Tomei banho.
Eu não sei quem está aí em cima, Deus, mas obrigado por colocar o Jungkook na minha vida, sem ele, eu não estaria mais entre os vivos.
Não é nem por me salvar hoje.
Saí do banheiro, vestido com o pijama parecido com o outro só mudando a cor.
— Pode ir. — me deitei.
Ele tomou um banho rápido, logo saiu e veio se deitar comigo, apagou a luz. Abracei seu corpo.
— Agora está protegido! — beijou minha cabeça.
— Obrigado por me salvar! — agradeci.
— Não precisa me agradecer, neném. — precisa sim.
— Não é sobre hoje. — ele não entendeu. — Quando eu te conheci já tinha desistido de viver, e você me salvou. — meu ponto de luz. — Obrigado! Eu te amo!
— Eu te amo! — dormi nos braços de quem tem me protegido.
Acordar que já foi mais difícil, porque não queria sair do abraço do Jungkook. Ficaria o dia inteiro, mas infelizmente terei que sair.
Levantei, peguei roupa na mala e fui até o banheiro. Fiz minha rotina normal de cuidados, terminei passando protetor solar. Troquei de roupa, calça jeans branca, com cropped verde-claro, tem um ursinho branco na frente.
Arrumei meu cabelo e saí. Jungkook estava mexendo no celular, ainda deitado.
— Bom dia, neném! — falou.
— Bom dia, Kook! — coloquei minhas coisas na mala. — Vai se arrumar agora?
— Sim. — mas não se moveu.
— Seu espírito foi se arrumar? Porque você não moveu um músculo. — só riu e levantou.
Me perfumei. Ajeitei meus assessórios, pulseira, colar, e minha aliança.
Após ele se arrumar, nós descemos com as malas, e esperamos os outros aparecerem.
Jin e Tae foram os primeiros.
— Bom dia! — Jin falou, Tae só acenou.
Se afastou e foi fumar com o Jungkook.
— Já falei para ele que se morrer por causa de câncer no pulmão, eu vou chorar uma semana, e na outra vou estar pleno. — faz parte amigo. — Ele me contou o que aconteceu de madrugada, você está bem?
Respirei fundo.
— Estou, o que é surpreendente, mas consegui lidar bem com o que sentia no momento sem transformar em uma crise. — respondi.
— Você evoluiu tanto! — me abraçou. — Estou muito feliz de estar vendo isso acontecer.
— Sem a sua amizade não estaria aqui hoje.— teria ido há muito tempo.
— Mas foi graças a esse russo sem vergonha que você não desistiu esse ano. — isso é verdade. — Agora, mesmo sem ele, você consegue ser feliz.
Sim, mas prefiro ser feliz com ele.
— Amo abraços. — Melissa nos abraçou.
Logo estava o Peter também, Caleb.
— Por que estamos abraçados? — Caleb perguntou.
— Não sei, cheguei aqui, Jimin e Jin já estavam grudados. — Melissa falou.
— Está abafado, soltem já. — Jin falou.
Finalmente!
Deu calor!
"Você é quente, sua pele" falei para a Melissa.
— Menos as mãos, sente. — colocou a mão no meu braço.
"Você está viva?" Mão gelada do cacete.
— Os pés são piores, eu garanto. — Polina falou.
— Caleb vive de meia pelos pés serem gelados. — Peter falou e o loiro concordou. — Sou todo quente.
Só faltava Jake e o Guilherme, mas logo eles apareceram.
— Jake não acordava por nada, tive que jogar água. — Gui falou. — Bem pouco.
— Uma jarra não é pouco, eu pensei que fosse morrer afogado. — ri com isso.
— Drama, foi pouquinho. — sei.
— Vamos? — Jungkook falou se aproximando.
Entramos nos carros e fomos para a fazenda dos meus avós. Se despediram deles e voltaram aos veículos, Jungkook me esperou nele.
— Jungkook é um bom rapaz! — ele é maravilhoso! — Te trata muito bem, e vê um futuro com você. — eu tive sorte. — Qual o motivo de ainda não morarem juntos?
"Quero esperar ter dezenove anos para meu pai não pegar no meu pé" assim já serei de maior.
— Isso vai demorar. — é só um mês e meio. — Pode ir antes, Vittorio se resolve com seu pai. — ele é capaz de convencer meu pai.
Após me despedir dela, fui para o carro, coloquei o cinto e o Jungkook acelerou.
Durante o caminho para Seul eu fiquei escutando música e pensando, no mundo da lua.
Eu não moro com o Jungkook não é pela idade, é por sentir que se for morar com ele estarei mais pressionado a fazer sexo, e isso ainda me assusta. Morar na casa do meu pai e passar uns dias com ele é mais tranquilo.
Não é que o Jungkook vai me pressionar a fazer, eu que me sentirei assim.
Talvez com mais um tempinho eu fique mais tranquilo quanto a dar esse passo na minha relação com o Jungkook. Eu vou me esforçar, e melhorar mais para conseguir isso.
O meu medo com sexo não é relacionado a sentir dor, é o meu corpo, e não ser suficiente para ele.
Mas se eu melhorar mais não terei essas inseguranças e conseguirei, enfim, perder minha virgindade.
Ao chegar em Seul cada um seguiu um caminho diferente.
— O que estava pensando, neném? — olhei para ele.
— Em você. — respondi.
— Pensando em ficar comigo para sempre, ou me colocar para correr? — ri com a pergunta.
— Ficar com você para sempre! — falei. — Enquanto eu respirar, quero ficar com você!
— E enquanto eu respirar nada de mal acontecerá a você, assim ficará comigo. — beijou minha mão.
Vale a pena o esforço para melhorar.
Fomos até a minha casa, ele abriu a porta do carro para mim. Caminhamos até a entrada da casa, abri a porta com a chave reserva.
Troquei meu tênis pela pantufa, Jungkook ficou na sala e eu subi.
Abri a porta com tudo, assustando quem estava jogando.
— Jimin hyung, o que faz aqui? — perguntou.
— O pai está sabendo que você se embebedou. — arregalou os olhos. — Quarto escuro do cacete.
Fui até a janela, abri as cortinas, e a janela.
— Está cheirando ruim esse quarto, Hoseok! — olhei o chão. — Trouxe bebida para cá? Ficou maluco? — peguei as três garrafas.
— Eu não bebi, meus amigos beberam. — pior ainda.
— Me fala por favor que eles eram maiores de idade. — consegui ouvir até o barulho do vento entrando no quarto, o silêncio que ele fez. — Menores de idade beberam na nossa casa? Hoseok, você está caçando jeito de ir para um internato.
— O pai não faria isso. — faria, faria sim.
— Hoseok, suas notas não estão as melhores, você não tem sido bom aluno, andando com má companhia, gente bem da esquisita. — povo se droga com cogumelo, isso não é normal! — E agora deu para ficar bêbado, o pior é que não é a primeira vez. Você foi em uma festa de universitários...
— Você também foi em uma festa de gente mais velha. — quer apanhar?
— Eu voltei bêbado? Eu voltei bêbado, Hoseok? — negou. — Você poderia ter sido abusado por um desses caras. — deixou o cérebro em casa, certeza.
— Por que não posso ser tratado como um adulto igual você? Só me tratam igual criança. — esse é o problema?
— Como você quer ser tratado como adulto agindo assim? — perguntei. — O pai quase acabou com a Lua de Mel por sua causa. — odeio ser irmão mais velho. — Você já tem quinze anos Hoseok, hora de parar de agir como uma criança mimada. — eu não tive essa fase de rebeldia. — Se esforce na escola, pare de desobedecer o pai, não brigue com seu namorado por tentar te ajudar, e seja mais consciente nas atitudes que vai tomar. Não é tão difícil.
— Tá! — olhou o quarto dele. — Mas preciso de ajuda.
— Vou chamar o Jungkook. — falei.
— Não é para arrumar o quarto. — voltei, olhando para ele. — Com a escola e fazer o Yoongi me perdoar.
— O quarto primeiro, isso aqui está um lixão. — saí, e vi ele parado perto. — Vem.
Está ouvindo, curioso!
— Oi, Hoseok! — falou com meu irmão.
— Oi, Jungkook! — por onde começar?
— Kook, dê um fim nessas garrafas. — ele pegou elas e levou para fora do quarto. — Vamos pegar todas as roupas e roupa de cama, precisam ser lavadas.
Eu levei no cesto até a lavanderia. Coloquei em máquinas diferentes, lavagem pesada.
Depois descemos com o colchão dele, limpamos e colocamos no sol. O travesseiro foi para o lixo, alguém vomitou em cima, e a anta não limpou imediatamente.
Estava usando uma toalha como travesseiro.
Ele limpou o quarto com aspirador e passou pano três vezes, depois espirrou bom ar.
O tapete Jungkook vai levar para tacar fogo, não tem salvação.
Eu peguei um tapete novo e coloquei no quarto, arrumamos a cama dele.
— Habitável novamente. — falei.
Dá para respirar sem sentir que os pelinhos do nariz queimam.
— Agora com a escola e o Yoongi. — me lembrou.
— Banho, você precisa de um banho. — ele foi tomar banho. — Eu preciso de um banho.
Entrei no meu quarto, me senti tão estranho.
Eu tô me acostumando a ficar na casa do Jungkook!
Eu tomei um banho rápido, vesti calça jeans branca e cropped branco. Antes eu sempre passo creme, para ter uma recuperação tranquila.
Voltei ao quarto do Hoseok, ele estava saindo do closet.
— Então, o que vou fazer? — apontei para a cama, ele sentou.
— Com o Yoongi, você vai pedir perdão, falar que se arrepende de ter brigado com ele e levar um presente. — simples, ativos perdoam com facilidade. — Isso ajuda?
— Sim, já sei o que comprar para dar de presente. — que bom. — E a escola?
— Qual o seu problema com ela? — perguntei.
— Não consigo aprender, nada entra na minha cabeça. — respondeu.
— Onde costuma estudar? — biblioteca. — Vamos lá.
Fomos até a biblioteca, vi o computador que ele usa, já notei o problema.
— Tira todos os jogos. — ele desinstalou todos. — Esses videogame portátil aí do lado. — tirou de lá. — Não tenha distrações aqui, desse nível não.
— Eu tenho TDAH Jimin, não consigo prestar atenção. — ele é diagnosticado com TDAH.
— Já ia chegar nessa parte apressado. — peguei um cubo mágico e entreguei. — Quando estiver assistindo um conteúdo, monte isso, sua mente irá guardar o que você está ouvindo.
— Tem certeza? — confirmei. — E coisas que preciso ver?
— Você gosta de jogos, procure canais no YouTube que ensinam usando jogos, assim você vai se interessar e conseguir prestar atenção. — falei. — E você gosta de ser recompensado, faça assim, se conseguir estudar por uma hora sem perder o foco, o que gostaria de ganhar?
— Um jogo novo. — vai gostar de jogar assim na China.
— Tudo bem, a cada hora que estudar sem perder o foco, eu te dou um jogo. — fechamos um acordo. — Se prepara para o castigo, o pai vai tirar seu videogame.
— É de se esperar. — já aceitou.
— Se cuida! — ele me abraçou.
— Você é o melhor irmão do mundo! — falou.
— Você também é!
Eu fui embora após colocar ele em um táxi para ir a casa do Yoongi.
— Será um bom pai, neném. — pai, ser pai, meu coração já acelerou.
— Por que acha isso? — perguntei.
— Vendo como agiu com seu irmão. — respondeu. — Deu a bronca, mostrou que ele estava errado, mas também mostrou como melhorar e ajudou nisso.
— Só estava sendo um bom irmão. — apenas.
— Um excelente irmão. — talvez eu seja.
Chegamos em casa, ele subiu com as malas e eu atrás. Deitei na cama, cansado!
— Seu celular, rosado. — Jungkook me entregou.
— Obrigado, Kook-ah! — fiz bico, ele sorriu e me deu um selinho.
Fui ver as mensagens, tem no grupo, são fotos que tiramos na viagem.
Eu postei uma com o grupo, e outra com o Jungkook.
"Minha vida é mais leve com você" a legenda.
E tem mensagem da Melissa, entrei para ver.
Maluquinha
Jimin, briguei com a Polina.
Maluquinha
Me ajuda? Ela não está atendendo minhas ligações.
Nesse pouco tempo conseguiram brigar?
O que aconteceu?
Fiquei esperando ela responder, o que não demorou.
Maluquinha
É porque ela disse que eu estou a escondendo da minha mãe, e eu disse que não estou, também falou que não posto foto com ela, mas postava com antigos namorados.
Espera, ela ainda não conhece a sua mãe?
Vocês já estão há mais de um mês namorando, como você conseguiu esconder?
Mais de um mês, meu Deus!
Maluquinha
Eu não estou escondendo!
Você está!
Sem falar que ela nem conseguiu pedir permissão a sua mãe para namorar com você.
Isso é esconder Melissa.
Maluquinha
Tá! Eu tô escondendo.
Viu?
Maluquinha
Mas é complicado, eu tenho medo de contar a minha mãe e ela me fazer separar da Polina. Com o meu pai nós mudamos para a Coréia para ele não ser gay, comigo, posso acabar voltando para o Brasil.
Maluquinha
Eu amo a Polina, e não quero perder ela.
Então conte a sua mãe que está namorando uma mulher.
Se ela for contra, fica tranquila, Polina foge com você para a Rússia.
Mas acredito que está subestimando sua mãe, ela já deve saber.
E sua mãe não parece ser homofóbica.
Seja sincera com a sua mãe e com a Polina, vai dar certo!
Maluquinha
Tudo bem! Se der errado eu vou me abrigar na casa da avó mafiosa do Jungkook.
Maluquinha
Obrigada Jimin! Te amo!
Também te amo doidinha!
Entrei na conversa com o Vittorio.
Já resolvi tudo com o Hoseok, ele vai melhorar!
Deixei o celular de lado.
Vou dormir!
No dia seguinte Jungkook me acordou cedo para a aula. Eu tomei banho e cuidei da minha pele, minha boca também. Vesti calça cargo preta, e uma camiseta slim verde militar, manga curta.
Saí do banheiro passando a mão no cabelo estressado, minha visão está embaçando, cadê meus óculos?
— Jungkook, você sabe onde está meus óculos? — perguntei.
Eu só uso quando sinto dor de cabeça ou minha visão começa a embaçar, certinho fazer isso né?
Só que nunca.
— Eu nem sabia que você tinha trazido. — entrei no closet, ele está sem camisa escolhendo qual irá usar.
Me desconcentrou!
— Sempre trago, só não uso. — procurei na mala. — Achei! — coloquei.
— Neném — mãos fortes na minha cintura e um beijo no meu pescoço. — Está muito gostoso!
— Jungkook! — coloquei as mãos nas bochechas. — Para de me deixar com vergonha!
— Não posso evitar. — é nítido!
— Vai vestir uma camisa, de preferência com manga e nada colada no corpo, exibido! — ele foi terminar de se vestir.
Eu sentei para calçar minha bota, estilo Jungkook. Antes de arrumar meu cabelo, passei perfume.
Peguei a chapinha, e passei nas partes que achei precisar. Um óleo capilar de morango por último.
Tô pronto!
— Terminou, Kook? — deixei a chapinha enrolada em uma toalha para caso uma funcionária venha arrumar aqui, não se queime.
— Não, tenho que tirar o piercing da língua. — foi para frente do espelho.
Ele faz isso, usa por um tempo tipo duas semanas, depois tira para deixar a língua respirar. Está pensando em tirar de vez, disse que dá muito trabalho.
Dá mesmo, tem que limpar direto após cada refeição, sempre escovar muito bem a língua e higienizar a jóia.
Eu amo esse piercing, mas disse que apoiava se ele ficar com o do lábio.
E ele vai colocar mais dois piercings, outro no lábio, e furar o outro mamilo.
Nossa, vai ficar incrível!
— Pronto, neném. — acordei do mundo da lua.
Fomos para a escola conversando sobre a viagem, disse que quero viajar com ele, mas só nós dois, para um lugar bem calmo e tranquilo.
Que não vou encontrar um doido, ou minha prima maluca.
Ele garantiu que nós vamos.
Após estacionar o carro, veio abrir a porta para mim. Saí, peguei em sua mão entrelaçando nossos dedos.
Entramos na escola, e subimos ao nosso andar.
— Você fica fofo e gostoso com óculos ao mesmo tempo. — esse Jungkook. — Rosado.
— Culpa sua! — entramos na nossa sala.
Caminhamos até nossos lugares, sentamos.
— Bom dia, casal! — Melissa falou.
— Bom dia! — Jungkook respondeu.
"Bom dia!" Cumprimentei o restante dos amigos. "Como foi com a sua mãe?"
— O que aconteceu com a sua mãe? — Peter perguntou.
— Aconteceu algo com a sua mãe? — Caleb perguntou.
— Ela tá bem? — Gui perguntou.
— Quem não tá bem? — Jin lá da frente perguntou.
Meu Deus!
Sou amigo de um bando de curiosos.
— Calma gente, ela está bem! — tranquilizou eles.
— Espera. — Jin trouxe a cadeira e sentou do meu lado. — Agora pode falar.
— Quem disse que eu vou falar? — levantaram as mãos. — Não vou.
— Vai sim, pode abrir o bico Melissa. — Peter falou.
— Tá! É que eu briguei com a Polina ontem. — eu já sabia. — E fui pedir conselho para o Jimin.
— Por que? Ele está namorando pela primeira vez. — Jin questionou. — Sem ofensa amigo.
Bati no braço dele.
— Ai, eu disse "sem ofensa". — mas ofendeu.
— Primeira e última. — Jungkook garantindo que iremos casar.
— Eu fui pedir para o Jimin porque você Jin, disse que iria passar o dia transando com o Tae. — Melissa respondeu.
— É mesmo, esqueci disso. — safado!
— E nós? — Peter apontou ele e o restante do grupinho.
— O Gui estaria ocupado com o Jake, Caleb saiu com a mãe dele, e você estava postando indireta para o Caleb fazendo drama "Namorando, mas sozinho nessa tarde de domingo". — eu vi, ri muito. — Como o Jimin após puxar a orelha do irmão estaria disponível, eu chamei ele.
— Está perdoada! — ela revirou os olhos. — A gente precisa de outra menina no grupo aqui na escola.
— Para quê? — Caleb perguntou.
— Porque nenhum de nós pode bater na Melissa quando ela revira os olhos, se tiver outra menina ela bate por nós, eu pago. — Peter falou, Melissa mostrou a língua para ele. — Agora seria um excelente momento.
— Intocável! — se gabou.
Amigos doidos!
— Então Melissa, você brigou com a Polina, e? — Gui querendo que ela continue.
— Só porque ela não conhecia minha mãe e meu pai, disse que eu estava escondendo ela, o fim da picada. — falou. — E não postava fotos.
— Você estava escondendo ela. — todos concordaram.
Viu?
— O Jimin disse o mesmo e para não perder ela teria que contar a minha mãe. — exatamente. — Foi assim...
[...] Autora on, domingo à tarde.
Melissa estava sentada no canto do sofá olhando as fotos com Polina, tem várias, mas nenhuma postada.
Pensando em como contar a mãe, se vai precisar fugir para a Rússia com a mafiosa, se vai perder a mãe. Muitos perdem os pais ao se assumirem.
Tem medo.
Mudou a pasta de fotos ao ouvir passos da mãe, continuou olhando o celular.
A mulher sentou em outro sofá, com um livro na mão. Olhou a filha, suspirando triste e olhando o celular.
— Brigou com o namorado? — perguntou.
— Que namorado? — ainda olhava o celular.
— É mesmo, brigou com a namorada? — Melissa sentiu seu coração bater tão forte que pensou que iria ter um infarto.
— Q-q-q-que na-na-mo-o-rada? — suas mãos suavam.
— Você é sonsa como seu pai, quando tentou esconder da mãe dele que era gay. — falou. — Melissa, você saiu de mim, te carreguei na barriga nove meses, achou mesmo que eu não iria perceber que estava namorando? Mesmo tirando a aliança em casa, tem a marca no seu dedo.
Olhou a mão, tem mesmo.
— Por que não me contou que estava namorando? — perguntou.
— É que, é que, é que. — nunca esteve tão gaga como agora. — A senhora se mudou para a Coréia para o pai não ser mais gay, fiquei com medo do que a senhora iria querer fazer ao saber que estou namorando uma mulher, poderia me mandar voltar ao Brasil.
A mulher negou com a cabeça, fechou o livro, levantou e foi até a filha, sentou-se ao lado da menina.
— Eu e o seu pai não mudamos para a Coréia por isso. — falou. — Seu pai sempre soube que era gay, e eu era melhor amiga dele, para esconder da mãe homofóbica ele pediu para eu fingir ser namorada dele, sua avó era capaz de matar seu pai por ele ser gay. — sabe disso. — Tivemos que fingir um casamento para aquela velha acreditar, e deu certo. — contou. — Mas após dois anos eu queria ter filhos, e seu pai concordou.
— Mas ele não é gay? — não entendeu.
— Me deixa terminar, até a pressa puxou seu pai. — falou. — Eu fiz inseminação, seu pai nunca tocou em uma mulher dessa forma. — respirou aliviada. — Nove meses depois você nasceu, nós decidimos continuar vivendo juntos para você ter uma base estável familiar quando criança, fase fundamental. — explicou. — Com onze você começou a se interessar pela cultura coreana, eu e seu pai já falávamos por questão de trabalho. Quando completou treze você já falava fluentemente, e seu pai estava querendo ir encontrar um amor.
— Por isso viemos para cá? — perguntou.
— Sim, para seu pai conseguir ser ele mesmo sem a pressão da mãe dele. — respondeu.
— Como descobriu sobre meu namoro? — perguntou.
— Sabe que passei o último mês visitando restaurantes para contratar chefes para o meu novo estabelecimento. — confirmou. — Em uma dessas visitas, eu vi você de costas com uma moça de cabelo vermelho, pensei que fosse sua amiga, mas ela te deu um selinho, e eu vi a mão de vocês, alianças iguais.
Melissa se surpreendeu.
— Esperei que você viesse me falar sobre esse relacionamento, mas nenhuma palavra, nem via a aliança aqui em casa, então percebi que estava escondendo isso de mim. — pegou a mão da filha. — Eu nunca te faria se separar só por ela ser mulher, sou sua mãe, não sua dona, e você é uma adulta filha. Se ela te faz feliz, eu tô feliz.
A menina chorou abraçada com a mãe.
— Desculpa não confiar na senhora. — a mãe sussurrou "tudo bem" até ela se acalmar, como fazia quando a menina caía.
Se afastou limpando as lágrimas.
— Por que vocês brigaram? — perguntou.
— Ela ficou triste que eu estava a escondendo, e por não conseguir pedir permissão a senhora. — respondeu.
— Chame ela para jantar aqui, quero conhecer a moça que está fazendo minha filha andar radiante pela casa. — falou.
— Sério? — confirmou. — Obrigada mãe!
Mandou mensagem para a namorada, falando que sua mãe a convidou para jantar.
— Ela vem, mãe. — contou ao ler a resposta.
— Vou ver o que fazer para jantar. — levantou. — E você vai fazer a sobremesa para a sua namorada.
— Tudo eu também. — levantou seguindo a mãe.
— A namorada é sua, e ela já te deu muito presente, não custa fazer a sobremesa. — notou coisas aparecendo no quarto da filha.
Fez a sobremesa preferida de Polina, torta de limão.
Quando a noite chegou, Melissa estava arrumada esperando a namorada, a mãe ajeitando as taças na mesa.
A campainha foi ouvida.
— Ela chegou! — correu até a porta.
Abriu, viu a russa com um buquê de tulipas amarelas e uma sacola de uma joalheria muito chique.
— Oi, amor! — falou com a mais velha.
— Olá, Shokolad! — beijou a testa da menor.
— Para mim? — se referiu ao buquê.
— Não, para a sua mãe. — fez bico. — Sem bico, mimada.
— Você mimou. — deu espaço para a outra entrar.
— Licença. — entrou, desceu do salto.
— Suas pantufas — Melissa colocou na frente da russa. — Vem.
Seguiu para dentro da casa, a mãe da brasileira esperando.
— Olá, senhora! — se curvou em respeito.
— Olá, Polina! — falou.
— Para a senhora. — entregou as flores e a sacola.
— Obrigada! — agradeceu. — Senta.
— A senhora primeiro. — é falta de respeito na máfia sentar antes do chefe da casa, que é a mãe de sua namorada.
— Tão respeitosa. — se sentou, aí ela se sentou. — Melissa, nossa comida.
— Já volto amor. — com duas idas na cozinhas trouxe tudo.
— Que brincos lindos! — falou após abrir a caixa. — Você tem bom gosto Polina.
— Obrigada! — respirou aliviada da mais velha ter gostado.
— Vou usar na abertura do meu novo restaurante. — fechou com cuidado a caixa. — Se não sentou antes de mim, pegar antes também não né?
— Não. — pode morrer se fizer isso na máfia, a mulher pegou, Melissa já ia indo pegar.
— Você é de casa Melissa, visita primeiro. — deixou a namorada pegar. — Melissa me falou um pouco sobre você Polina, disse que é russa.
— Sim, nascida e criada na Rússia. — confirmou.
— Você tem quantos anos? — Melissa sem nem ligar para as duas, já conhece o interrogatório da sua mãe, e sabe que seu pai será pior.
— Vinte e quatro. — respondeu.
— Tem faculdade? — confirmou.
— Sou formada em administração e gestão financeira. — estudada.
— E você trabalha com o que? — aí Melissa olhou, queria saber o que a mafiosa vai responder.
— Uma organização entre a Rússia e a Coréia, fazemos exportação e importação, resolvemos problemas em vários níveis. — como morte. — Também temos estabelecimentos espalhados pela Rússia e Coréia, já estamos chegando em outros países.
— Nossa! Muito interessante e impressionante. — a mãe gostou do trabalho da nora. — E nessa organização você faz o quê?
— Eu sou vice-presidente na Coréia, na Rússia tem outro. — respondeu.
— E quem é o presidente? — se interessou.
— É o namorado de um amigo da Melissa. — não disse o nome do seu chefe.
— Melissa finalmente está andando com boas companhias. — se segurou para não rir do que a mãe falou.
[...] Jimin on.
— Foi isso. — terminou de contar.
— Jungkook boa companhia, piada. — Peter morrendo de rir.
— O jeito que a Polina conseguiu deixar a Máfia tão legal para responder sua mãe foi incrível. — Gui falou, concordo.
— Sua mãe é legal! Fingir namorar o amigo gay, para não ser morto pela mãe. — Caleb falou. — Não vai parar de rir, pretinho?
— Pretinho? — Jin perguntou.
— É, como eu chamo ele, os outros apelidos ele não gostou, chato! — respondeu. — Aí eu vi o pai dele chamando o outro de "Preto", chamei de "pretinho" e ele sorriu tanto que quase me cegou.
— Que fofos! — Melissa falou.
— Mas sua mãe gostou da Polina, Melissa? — Jin perguntou.
— Ela amou, na verdade, eu tô achando que ela ama mais a Polina do que eu. — falou pensativa. — Como eu tinha aula, minha mãe me colocou para dormir cedo, e as duas ficaram até altas horas conversando, Polina dormiu na minha casa, tomou café com a minha mãe e provavelmente vai hoje conhecer o lugar do novo restaurante.
— Que bom! — Caleb falou.
— Bom nada! Eu ainda não vi nem foto do lugar. — está indignada. — Por que ela deu flores e jóia?
— Regras da máfia. — Jungkook respondeu.
— Tae deu jóia e flores à minha mãe, e um Rolex ao meu pai. — Jin contou.
— Deu o que ao meu pai? — sussurrei no ouvido do Jungkook.
— Você é líder, tem que dar mais? — Gui perguntou, bom ponto.
— Eu dei uma garrafa de tequila, uma caixa de charutos, e duas barras de ouro. — abri a boca chocado.
— Brincadeira, né? — Melissa perguntou.
— Lógico que é brincadeira. — Peter falou.
— Não é, quando eu pedir a mão do Jimin são dez barras de ouro. — misericórdia.
— Como o pai do Jimin aceitou duas barras de ouro sem questionar? — Jin perguntou, excelente pergunta.
— Eu disse que fazia parte do costume dos russos e ele acreditou. — tecnicamente não é mentira.
— Ainda bem que eu não sou da máfia, olha o tanto de presente. — Peter disse aliviado.
— Você já deu flores, jóias, e presentes para a minha mãe. — Caleb falou sem entender.
— Você não entendeu bebê, esses presentes que os russos aí dão não significa só respeito e agradecimento, significa também que se um deles trair ou desrespeitar os namorados, o sogro, ou sogra tem o direito de matá-los. — olhei o Jungkook.
— É verdade, mas quem te contou? — perguntou ao Peter.
— O Jake, ele já está olhando o que vai dar a mãe do Gui. — o citado se encolheu na cadeira com vergonha. — Como eu não vou trair ou te desrespeitar, não vou dar o direito de ninguém me matar.
— Medroso! — Melissa falou. — Minha namorada é corajosa, amo ela, mesmo me trocando pela minha mãe.
As aulas passaram normalmente, fiz bastante lição. Na última aula tive que trocar de lugar com o Taehyung, para conseguir enxergar a letra minúscula do professor.
Quando saímos da sala, Jungkook me abraçando de lado dizendo como sentiu minha falta, uma aula que fica longe já está em abstinência.
Descemos para o estacionamento, hora de ir embora.
— Te vejo à noite! — Caleb falou comigo.
— A noite onde? — Melissa perguntou. — Alguma festinha, quero ir também? Polina vai sair com a minha mãe, traíra!
— Festa? Quero ir! — Jin também.
— Que festa? — Gui perguntou.
— Não tem festa nenhuma, nós estamos fazendo aula de dança juntos. — Caleb explicou.
— E você nem me fala nada. — ganhei um tapa do Jin. — Garanto que o Jungkook sabia.
"Ele que me traz" mais um tapa. "Me bate de novo e seu namorado será deportado".
— Você pega pesado! — sua mão é pesada!
— Dança do quê? Do ventre? Sempre quis aprender. — Melissa falou mexendo a cintura.
— Não, é... — pela boca do Caleb não sai mais nada.
— Deu pane no Caleb, fala você Jimin. — olhando para mim e esperando a resposta.
"Pole dance que estamos aprendendo".
— Safados! — em uníssono.
Agora pronto.
— Onde é? Quero fazer, minha mãe e Polina concordaram que eu preciso achar algo para me movimentar. — Melissa falou. — Parece que brigar não é exercício, discordo.
— A escola de dança que fica nessa rua. — Caleb respondeu.
Melissa e Gui vão entrar, Jin falou que já faz Yoga não fará mais nenhum exercício porque cansa a beleza dele.
É uma autoestima diferente da comum.
Durante o dia, eu tive o treino à tarde, só fui para casa tomar banho e ir a aula.
Melissa e Gui conseguiram entrar e já estavam lá porque os professores passaram para os dois o que aprendemos na semana passada.
Melissa abraçada com a barra de ferro, resmungando "acho que vou morrer".
Gui só olhando e rindo, o vôlei ajuda você nessas horas.
A aula seguiu bem tranquila, eu me saí bem como sempre.
Descobri ter um corpo mais flexível do que o esperado.
Durante a semana fui da escola para a sede da máfia, e para a aula de dança. Na sexta-feira tive a psicóloga, contei da minha semana agitada, da viagem.
Até às coisas ruins, menos a parte que o homem morreu da pior forma.
— E como você está quanto a essa tentativa de estupro? — perguntou.
— Eu estou bem! No momento eu fiquei morrendo de medo do que iria ser de mim, depois fiquei com nojo de onde ele me tocou, mas após o banho me senti limpo novamente. — falei. — Consegui controlar bem, eu não surtei de ter uma crise, só chorei no colo do meu namorado, mas isso era de se esperar.
Ela está com a boca aberta.
— Que foi? — tampei a boca.
— Após sete anos de terapia, essa é a primeira vez que escuto a sua voz. — vejo as lágrimas nos olhos dela. — Essas coisas fazem o trabalho valer a pena.
Eu que segurei para não chorar.
Agora eu falo com seis pessoas, parabéns para mim.
— Park, você merece os parabéns! Evoluiu muito nesses anos! É um mérito seu essa conquista de conseguir falar com mais pessoas fora da sua família. — realmente. — O que você está se segurando para falar a terapia inteira?
— Nada. — olha que incrível, eu falando abertamente com ela.
— Park, já passamos da fase que você mente para não falar do assunto. — passamos não. — Aqui é um lugar seguro, tudo que me contar morre comigo.
Morre literalmente, porque se você falar, meu namorado te mata.
— Eu preciso de ajuda para me sentir mais seguro com meu corpo. — falei de uma vez. — Com o meu namorado ver meu corpo.
— Isso se refere ao sexo? — confirmei com vergonha. — Vamos por parte, primeiro, o que causou você não se sentir seguro?
Pensei.
— Ver como é quem ele já ficou. — respondi, escreveu no caderninho.
— Segundo, por que você foi procurar ver com quem ele já ficou? — excelente pergunta.
— Porque... — não tenho respostas. — Queria ver como eles eram.
Escreveu no caderninho.
— Você não acha o corpo deles bonitos, você acha que o seu é feio, tornando na sua cabeça o deles bonitos. — isso não vem ao caso. — O problema não está neles, e sim, em você! Precisa passar a ver o seu como um corpo bonito, assim a comparação deixará de existir.
Odeio quando ela tem razão.
— Vamos trabalhar nisso nas próximas seções. — já acabou o tempo.
Hora de ir para casa, amanhã meu pai e Vittorio voltam da Lua de Mel.
[...] Autora on.
— Ele cresceu tanto. — o homem falou olhando as fotos que seus capangas conseguiram. — Parece um homem agora.
— Querido! — a mulher entrou na sala, sentou no colo do marido. — Quem são os rapazes?
— Meu filho e o namorado. — respondeu.
— Esse é ele? — apontou.
— Sim, tem meus olhos, meu bebê...........................
Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!
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