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19 - REBELDE

Juliah, Mau e Ale voltam a biblioteca depois do lanche, estavam focados na mesa redonda de centro, cada um fazendo suas anotações necessárias. Mau se concentra como pode, mas seus olhos parecem ter vontade própria e vez ou outra se pega olhando para Juliah, que estava bem de frente a ele. 

As vezes ela colocava uma pequena mecha de seus cabelos rebeldes atrás da orelha, um gesto banal mais que Mau adorava, ele percebeu também que ela tinha mania de morder a caneta, sorriu levemente. - "Ela parece um anjo…" 

Esse foi um jeito só dele que achou de ficar perto, apenas como observador …um admirador….quase que um fã que não pode ter perto seu ídolo e tem que se contentar em admirar a distância.

Ele sozinho se colocou nessa posição e de um certo modo era um pouco reconfortante, assim não sentia aquela angústia de querer saber onde ela estava, pois estava ao alcance de seus olhos e isso já bastava para ele, apesar de quase colocar tudo isso a perder a pouco naquele canto da biblioteca... precisava manter distância.

Ela pegou algumas vezes os olhares de Mau, que tentou disfarçar sem sucesso...assim como ele também pegou alguns olhares dela nele.

Uma leve batida na porta fez ele despertar de seus pensamentos.

_ Pode entrar! - Juliah responde sem parar de fazer as suas anotações.

_ Srta. Ryckel o dia já está acabando e preciso deixar tudo preparado, já fez suas escolhas para amanhã? - a governanta entra com uma agenda e caneta nas mãos.

_ Já!  - ela responde ainda sem parar de fazer suas anotações.

_ A Srta. pode me dizer, pois o James te acompanhará e ficará o dia todo a sua disposição para …

_ James??? - Juliah para na mesma hora o que estava fazendo e encara a governanta. 

_ Sim, ele está com ordens de te acompanhar para ir e fazer o que a Srta. quiser.

_ Você está me dizendo que amanhã meus pais não vão estar aqui….de novo??? - pergunta com um fio de voz.

_ Srta. Ryckel, seu pai pediu para o Gregory ligar e dizer que sente muito, mas não será possível ele estar presente no dia do seu aniversário.

Mau e Ale se olham discretamente começando a entender o que está acontecendo.

_ Gregory??? Mas nem para me dar os parabéns por telefone meu pai tem a capacidade de fazer….precisa mandar o seu assistente fazer isso??? - Juliah pergunta encarando a governanta que fica em silêncio.

_ Onde está minha mãe? - Juliah pergunta desviando seus olhos para a mesa com anotações, tirando os óculos.

A governanta hesita um pouco. - _ Indo para Dubai nesse momento...Srta. Ryckel...eu sinto muito…

_ Eu sei que sente...todo mundo sempre sente mais nunca param de errar… - ela fala num sopro.

Mau sente essas palavras indiretamente para as mancadas dele e entendeu o comportamento distante dela.

_ Vocês me dão licença...eu já volto. - Juliah se levanta e fala com Ale e Mau se dirigindo para a porta.

_ Porque não aproveita e compre qualquer coisa que queira. - Stella vai atrás dela tentando contornar a delicada situação. - _ A Srta, irá fazer 18 anos e seu pai deixou ordens expressa dando liberdade  total sem limites dessa vez!!! Você pode escolher qualquer coisa no mundo!!!!

_ Qualquer coisa no mundo… - Juliah se vira com a voz embargada. - _ Qualquer coisa no mundo??? - Repete com os olhos cheios de lágrimas tentando assimilar. 

 _ O QUE EU MAIS QUERO NO MUNDO NENHUM DINHEIRO PODE COMPRAR!!!!

As palavras dela saíram mais alto e um pouco mais rude do que esperava. Ela para por um momento abaixando a cabeça visivelmente envergonhada. - _ Me desculpem por isso… - e sai da biblioteca sem olhar para mais ninguém. 

Mau segurou seu impulso involuntário de ir atrás dela, seu coração apertou vê-la assim, tão frágil.

A governanta fica um tempo parada sem ação antes de também sair. - _ Com licença senhores.

Mau e Ale estão estáticos. 

_ Como assim os pais não estarão presente no dia aniversário dela? - Mau consegue enfim falar alguma coisa.

_ Que barra. Eu lembro de ver algumas vezes fotos nos jornais e até revistas sobre o aniversário dela, mas já faz algum tempo isso.

_ Eu vou falar com ela. - Mau levanta.

_ Cara isso é assunto de família, sei lá se ela quer alguém de fora nisso. - Ale tenta em vão impedir o amigo.

_ Já volto. - Mau sai pela porta, anda pelo corredor até chegar na enorme sala de estar. - "Como é que eu vou achar ela?" - ele pensa, tinha esquecido do tamanho da casa, era um verdadeiro labirinto. 

Até que ele percebe uma cortina voando com o vento no canto da sala chamando a atenção que a porta balcão estava aberta e vai na direção da mesma.

A porta dava numa enorme varanda que tinha a vista de parte da propriedade. Ele encontra Juliah sentada encolhida num grande banco de madeira estofado com algumas almofadas de cor creme, abraçada nas próprias pernas vendo o sol que começava a se pôr, dando um tom alaranjado. 

Ele chega devagar sentando na outra ponta do banco sem falar nada, apenas fica observando o pôr do sol também.

_ Que vergonha. - ela quebra o silêncio. - _ Realmente me desculpe pela cena desagradável lá dentro…

_ Você não tem nada que se desculpar.

_ Tenho sim...estou tentando deixar "tudo isso" o mais normal possível - ela balança os braços se referindo a casa - _ ...mas falhei miseravelmente ...eu perdi o controle… - Juliah fala com a voz baixa.

Mau fica em silêncio tentando assimilar, o porquê ela está constrangida de mostrar sua casa para ele.

_ Sabe...eu já perdi a conta de quantos pores de sol eu vi aqui, nesse lugar, esperando meus pais voltarem. - Juliah fala depois um bom tempo em silêncio. - _ Talvez não tenha sido de todo ruim isso…

Mau se vira para ela que mantinha seu olhar fixo no horizonte.

_ Eu pude observar um belo espetáculo todos os dias. - ela se vira para ele com um sorriso triste.

_ Juliah eu nem sei o que dizer...

_ Porque não tem mesmo o que dizer...me desculpe pelo constrangimento, eu perdi a paciência e nem tinha motivo...desde os meus 15 anos meus pais são ausentes em meus aniversários, não sei porque achei que desse ano seria diferente...eu sou mesmo uma tola.

_ Eu não consigo compreender como uma data tão importante é tratada desse modo...eu queria saber o porque mais não sei se devo me meter em um assunto tão pessoal. - Mau fala meio sem jeito, ele não queria ver a Juliah desse jeito, mais não sabia como ajudar sem saber a história.

Juliah o olha por um momento antes de voltar seu olhar no horizonte. - _ Acho que nem é tão pessoal assim tirando que metade da família e dos amigos da "sociedade" sabem, só mantém as aparências, mas no fundo eles… - ela para de falar por um instante. - _ Deixa para lá….já não importa mais…

_ Mas importa para mim! - Mau fala ainda a encarando.

Juliah volta a olhar para ele admirada com sua determinação e Mau percebeu isso nos seus grande olhos cor de mel com aquele brilho que ele gostava tanto.

_ Sabe Mau, esses seus olhos azuis me confundem às vezes.

_ É a segunda vez que você diz isso e não falou o porquê?

_ Bom...não vi meu pai esse ano ainda. - ela continua mudando de assunto. - _ E minha mãe...devo ter visto de relance mês passado ou retrasado...acho.

Mau pensa um pouco surpreendido. - _ Mas...porque?

_ Eles não ficam muito no país. 

_ E você fica com quem???

_ Ninguém… - ela responde sem emoção olhando para o horizonte. - _ Eles eram para ter vindo aqui a uns dois meses e não deu certo, então eu iria até eles...mas acabei adiando também.

Mau jamais esperava uma coisa dessas. - _ Eu vi fotos de vocês lá dentro e estão tão…

_ Felizes? - ela termina a frase levantando levemente uma sobrancelha com um sorriso sarcástico.

 _ É…

_ Meus pais nunca foram presentes, é que antes por eu ser criança era mais fácil disfarçar. Minha mãe sempre me vestia como uma boneca...impecável, para mostrar a sociedade como éramos a "família perfeita". Mas quando fui ficando mais velha, percebi que eles só me procuravam quando tinha algum evento importante como festas, reuniões, entrevistas ou viajens de interesses específico...quando esses "eventos" terminavam, eles simplesmente "guardavam sua boneca na caixa" até quando precisasse dela de novo. - Juliah faz aspas invisíveis com as mãos, para frisar essa parte que os pais deixavam ela em casa sozinha e iam viver suas vidas .

Mau não fala nada, apenas escuta atentamente.

_ Nunca pude convidar os meus amigos para meus aniversários, quando percebi que eu não tinha amigos na verdade…eram apenas os filhos das pessoas que meus pais escolhiam a dedo para frequentar o ambiente deles, e escolher pessoas por causa de seus estatus não pode considerar amigos... - ela dá um profundo suspiro. - _ Foi então que compreendi que  as minhas festas serviam apenas para meus pais chamarem a sociedade e fazer fotos felizes para as colunas sociais e ostetarem decorações temáticas exorbitantes.

Mau pensa nas suas festas de aniversário, sempre foi muito simples na sua casa mais, com toda a família reunida, era um evento tão especial então esperado, passava o dia brincando com os primos e os tios que vinham de longe. Na hora de cantar os parabéns era sempre uma disputa por um lugar na pequena mesa de tantos amigos família e vizinhos, são as suas lembranças mais felizes. Como pessoas com tanto dinheiro e tão importantes com uma mansão desse tamanho, deixa tão vazia...não tinha absolutamente ninguém.

_ Meu último aniversário foi feito  quando eu fiz 15 anos, fizeram meu baile de debutante aqui em casa que foi inteira preparada para o grande evento, toda a prioridade decorada...minha mãe mandou um estilista famoso fazer para mim um vestido especial para a ocasião...como sempre, pediu para uma equipe do salão de beleza da amiga dela vir aqui me arrumar. Eu estava impecável, uma verdadeira "boneca Barbie"...minha mãe pediu para eu ficar no quarto, que somente descesse quando todos os convidados chegassem, iria vir convidados de fora do país, então eu seria anunciada e desceria as escadas com todos aplaudindo, como uma peça ensaiada do teatro...ser aplaudida por aquelas pessoas vazias, fúteis, falsas...meu estômago embrulhou em ser a "atração principal" para entreter eles...me senti um objeto, uma coisa comprável…

Mau se mantém imóvel, agora entende a reação tão forte que ela teve na festa da primavera quando ele fez a mesma besteira de querer "comprá-la"

_ Eu fiquei um tempo me olhando no espelho...não me reconhecia mais...eu não queria ser aquilo que eles estavam me transformando, não queria mais ser a boneca perfeita deles...não mais! Peguei uma tesoura e cortei meu cabelo inteiro, de qualquer jeito todo despontado e curto. - ela passou as mãos nos seus cabelos. -  _ Cortei todo meu vestido, arranquei as mangas deixei bem "estiloso" e coloquei meu All Star no pé. E quando eu desci as escadas assim… - ela soltou uma risada alta e ficou séria logo em seguida pensativa. - _ …bom...meu pai teve uns bons gastos para comprar os fotógrafos e jornalista que estava na festa nesse dia, afinal a boneca deles não poderia aparecer nas colunas sociais "estragada"..

_ O que eles fizeram? - Mau estava realmente chocado.

_ Me mandaram para vários psicólogos para "curar a filha rebelde", só que quando o psicólogo falava para eles que o problema não era eu e sim o ambiente em que eu vivia, meu pais trocavam de médico, eles queriam encontrar algum que isentasse eles da culpa. Até que o último diagnosticou como "adolescente mimada" e que com os anos eu iria "amadurecer".. ficou por isso mesmo, a velha história da pobre menina rica. Sem ter mais o que exibir, cada vez menos meus pais paravam aqui... é isso. 

Mau suspira fundo e pensativo. - _ Eu jamais poderia imaginar que pessoas burguesas… - ele para um momento e corrige. - _ ...pessoas mais abastadas tivesse algum tipo de problema na vida, sempre achei que nesse mundo de vocês tudo fosse perfeito! 

Juliah continua olhando o horizonte apesar do sol já ter se posto. - _ Esse é o principal erro das pessoas...dinheiro nem sempre é tudo nessa vida…eu poderia simplesmente sumir agora e nunca mais aparecer que ninguém sentiria falta…

_ Eu sentiria... - Mau responde rápido automaticamente fixando seu olhar nela.

Juliah vira o rosto na direção de Mau também começa a encará-lo. Ficam assim por um momento.

_ Sabe Mau...seus olhos azuis realmente me confundem...

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