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— Bom dia meu amor. – sorri de canto ao ouvir.

A voz de Taehyung ecoou algumas vezes, mas não me sentia com forças para responder. Também não queria acordar, me sentia cansada e sem motivação para fazer nada. No entanto, ele não desistiu e continuou, tentando me acordar.

— Alice. – chamou me provocando.

— Já amanheceu? – murmurei ainda de olhos fechados.

Ele soltou uma gargalhada que me fez sorrir, me sentia bem ao seu lado.

— Está na hora do almoço. – abriu um olho e o fitei, não queria me levantar.

— Preciso mesmo me levantar? – fiz biquinho esperando que ele tivesse um pouco de compaixão. — Sério mesmo?

— Não. – respondeu sorrindo. — Eu fiz o seu almoço e pensei que gostasse de comer algo caseiro. – ele me olhava com carinha de pidão. — Feito com muito amor.

Revirei os olhos e bufei, não era justo fazer isso comigo. Me sentei na cama e cruzei os braços, fazendo birra. Ele sorriu e me olhou com ternura, ninguém levava as minhas ações a sério, isso também não funcionava com Namjoon.

— Quanto mais você se esforça, mais fofa você fica. – comentou.

— Estou brava, colabore comigo. – continuei fazendo biquinho.

— Está bem. – aceitou. — Eu já volto.

Sem conseguir reagir, ele saiu do quarto e me deixou sozinha. Respirei fundo e olhei para os lados, o nosso quarto estava perfeitamente arrumado e no cantinho dele havia um cãozinho deitado, dormindo. Sorri ao ver o Yeontan, ele era a coisa mais linda do mundo e ninguém mudaria isso. Procurei olhar pela porta, mas não vi nenhum sinal de Taehyung. O que será que ele estava aprontando? Respirei fundo de novo e me assustei no momento seguinte ao vê-lo entrar no quarto. Taehyung voltou com uma bandeja rica em vitaminas e proteínas, muita comida para uma pessoa só. Segurei o meu sorriso ao ver o seu esforço, ele era tão perfeito.

— Você cozinhou tudo isso? – era muita coisa.

— Sim. – respondeu todo animado.

— Nossa. – murmurei.

Não queria assumir, mas todos os pratos me abriram o apetite eu já me sentia faminta.

— Vamos, alimente os nossos filhos. – disse me fazendo um prato e me entregando. — Eles precisam das vitaminas.

Sorri ao pegar.

— Com quem você aprendeu a cozinhar? – indaguei levando um pouco de arroz a boca.

— Seokjin. – respondeu me olhando. — Ele cozinha muito bem, quando quer. Namjoon também me ensinou algumas coisas, mas confesso que tenho memórias boas de Seokjin me ensinando a me virar sozinho em sua ausência. – sorri de canto ao ouvir. — Na época eu ainda era o seu preferido. – ele soou triste ao falar.

— Não sei bem como descrevê-lo. – comentei comendo um pouco de salada. — É difícil imaginar um homem sem a sua postura séria e firme. – não comentaria sobre a preferência de Seokjin.

— Seokjin é um homem bom, mas gosta da sua paz e odeia ser pressionado. – ele respirou fundo. — Ele não mora conosco, mas está sempre presente.

— Está com saudades dos seus amigos? – eu sentia isso.

— Sim. – disse sorrindo de canto. — Mas estaremos com eles em breve. – não senti conforto em suas palavras.

— Quais são os nossos planos para hoje? – precisava mudar de assunto.

— O que você quer fazer? – retrucou me olhando com carinho.

— Trabalhar? – indaguei em um tom irônico.

— Você não precisa trabalhar, nunca mais. – respondeu me sorrindo.

— Até parece. – não aceitaria isso.

— Estou falando sério, não precisa. – continuou. — Temos o suficiente para viver algumas vidas sem nos preocupar com dívidas ou dinheiro.

Ignorei as suas palavras e continuei comendo.

— Estive pensando e acho que podemos sair para fazer umas compras. – começou. — Não temos nada para os bebês e eu acho que precisamos comprar algumas coisas.

— Verdade. – respondi de boca cheia. — Não temos fraldas, se essas crianças vierem ao mundo agora, terão de usar papel higiênico como fraldas.

Ao me ouvir ele soltou uma gargalhada e eu não entendi a graça, mas sorri junto.

— Então faremos compras para os nossos filhos. – afirmou. — Se alimente e depois se arrume.

— Está bem. – murmurei.

— Ligarei para os meninos para conferir se está tudo bem, já volto. – sorri de canto ao ouvir.

Taehyung sorriu e saiu do quarto, me deixando sozinha. Comi a comida que ele preparou com tanto carinho e me senti bem, estava presa em um lar de amor e nada poderia me causar dor ou torturar de novo. O seu amor nos protegia de tudo e agora mais do que nunca, eu me sentia completa ao lado do meu amor. Desejei estes momentos para a eternidade, passei a mão sobre a minha barriga e senti os movimentos dos meus filhos, querendo ou não a nossa vida começava ali. Mal podia esperar para ver o rostinho dos anjinhos dentro da minha barriga. 

***

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— Taehyung?

— Namjoon. – sussurrei para a Alice não ouvir.

— Aconteceu alguma coisa? – ele parecia aflito. — Está tudo bem com vocês?

— Não aconteceu nada. – menti. — Está tudo bem, mas preciso da sua ajuda com algo.

— Se nada aconteceu, por qual motivo você precisa da minha ajuda? – ele era tão paterno.

Respirei fundo e desviei o meu olhar para o quarto, avistei a Alice sentada na cama. Ela comia com muita vontade e isso aqueceu o meu coração, não queria comentar sobre o que havia acontecido com James, não valia a pena.

— Eu vou me casar. – continuei.

— Sim. – respondeu. — Sabemos disso. – retrucou.

— Sei disso, mas quero adiantar as coisas. – senti o meu coração bater mais forte. — Não aguento mais esperar.

— Ah! – exclamou. — Precisamos voltar, é isso? Tudo bem, os meninos compreenderão. Para quando você marcou a cerimônia?

— Não, Namjoon! – murmurei. — Pensei que seria interessante me casar em uma praia.

— Oh. – ele parecia desapontado. — Isso me parece uma boa ideia, o que precisa?

Voltei o meu olhar para o quarto e me certifiquei de que ela não estava escutando os meus planos. Entretanto, a cena que vi amoleceu o meu coração. Alice brincava com Yeontan e comia as frutas que com muito carinho, cortei em formas de coração. A minha Alice estava bem e feliz, nada mudaria o sentimento de paz que sentia no momento. Após a morte de James os seus enjoos cessaram e ela se alimentava melhor, algo que pude observar rapidamente.

— Preciso que você organize tudo. – pedi. — Não faço deia de como ou por onde começar, você tem os melhores ajudantes ao seu lado. – ele soltou uma gargalhada ao ouvir.

— Isso é verdade. – afirmou. — Eles ficarão animados ao saber disso, já posso ouvir os gritos de Hoseok.

— Namjoon, a Alice não pode saber. – isso precisava ser mantido em segredo. — Por favor.

— Como assim? – retruquei. — A Alice não pode saber, como você fará isso?

— Não sei. – murmurei. — Preciso que isso seja uma surpresa, ainda preciso falar com o seu pai e marcar as passagens para a Espanha. – isso precisava dar certo.

— Não será fácil conseguir isso. – murmurou. — Mas darei um jeito, vou me informar melhor e te ligo quando souber de algo.

— Obrigada, Nam. – agradeci.

— De nada, até mais. – disse se despedindo, desligando em seguida.

Assim que terminamos a chamada, guardei o meu telefone no bolso e fui em direção ao quarto. A minha pequena brincava com o meu pequeno e isso me fez bem, por momentos assim, eu lutaria o máximo que fosse possível. Contemplar a mãe dos meus filhos e a sua alegria, fazia de mim alguém mais feliz e completo, apenas pelo fato de estar ao seu lado.

— Você é tão linda. – murmurei entrando no quarto. — Como alguém pode ser tão bela?

— Não minta para mim. – respondeu. — Aish, seu tolo. – sorri ao ouvir.

— Acho que o dia de hoje merece um sorvete. – os seus olhos dobraram de tamanho ao ouvir. — O que você acha?

— Está falando sério? – pude ver o brilho de longe.

— Sim. – murmurei. — Podemos passar na agência e buscar as nossas passagens para visitar os meninos.

— Sério? – indagou sorrindo.

— Sim, meu amor. – ela me olhou com carinho e fez biquinho derretendo o meu coração.

— Eu preciso de Kim Namjoon. – disse se jogando na cama. — Me sinto só e somente a energia de Hoseok e as massagens de Jungkook podem ajudar. – sorri ao ouvir.

— Então se apresse, se arrume e vamos fazer isso. – ela sorriu e se levantou vindo em minha direção.

Sem falar nada, ela me envolveu pela cintura e me olhou. Dei um beijo em sua testa e respirei fundo, todo o meu amor estava ali, se ela ao menos soubesse disso.

— Eu te amo meu amor. – disse colocando os seus lábios aos meus.

— Eu também te amo minha flor. – sussurrei lhe devolvendo um beijo.

O sorriso da Alice me transmitia paz, faria o possível para que essa felicidade não nos deixasse. 

***

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