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Despertei me sentindo estranha, a minha barriga doía e a minha cabeça girava com muita velocidade. Me sentia como se um caminhão houvesse passado por cima do meu corpo e agora somente os restos estavam disponíveis. Abri os meus olhos e olhei em volta, não estava em casa, mas me sentia bem por estar ali. Me virei na cama e notei que estava sozinha, o cheiro de Taehyung emanava de todos os lados e isso era tão bom. Ergui o cobertor e notei que estava vestida com roupas suas e que o meu corpo estava gentilmente posicionado, sorri de canto ao imaginar o trabalho que ele teve ao me vestir. Após alguns minutos, respirei fundo e me sentei na cama. Não tinha a certeza, mas eu sabia os possíveis motivos de me sentir assim.

Eu sabia que comer aquele refogado me faria mal, mas não podia dizer não para a pessoa que escolheu a receita. Me levantei da cama e procurei por minhas roupas, as vestindo em seguida. Dobrei as suas roupas e organizei a sua cama, não queria deixar o seu quarto do jeito que deixava o meu. Calcei os meus sapatos que estavam delicadamente posicionados ao lado da cama e senti o meu estômago revirar. Corri para o banheiro e procurei conter o meu desconforto em mim, sem conseguir conter, me ajoelhei no chão e agarrei o vaso sanitário. Tudo o que estava dentro de mim foi colocado para fora em jatos de vômitos incontroláveis. A quantidade de líquido que saía de mim era impressionante.

Ao concluir que não vomitaria mais, eu me levantei e fui em direção a pia. Lavei o meu rosto e limpei tudo para não deixar rastros da minha indisposição. Era vergonhoso passar mal na sua casa, o que ele pensaria de mim? Não podia permitir que ele me encontrasse assim, era indelicado. Enquanto limpava tudo pude ouvir passos em minha direção e a figura de Taehyung adentrou o ambiente.

— Bom dia meu amor. – ele soava feliz. — Está tudo bem com você? – continuou se aproximando.

— Não sei. – murmurei me olhando no espelho.

— Você vomitou? – retrucou olhando para o sanitário.

Acenei com a cabeça e continuei lavando o meu rosto, eu já sabia que isso aconteceria.

— Você tem certeza de que está bem? – eu não sabia. — Está sentindo algo a mais? – persistiu.

— Ficarei bem. – murmurei limpando a minha boca com água.

Ele sorriu e se aproximou.

— Aqui está um kit higiênico, pode usar. – ofereceu me entregando o pacotinho.

— Obrigada. – aceitei sem questionamentos.

Taehyung permaneceu em silêncio, me observando. Ele parecia preocupado comigo, mas não era necessário. O meu mal-estar se devia ao fato de comer algo que não devia, tudo ficaria bem. Assim que terminei de fazer a minha higiene, ele se aproximou e me abraçou por trás beijando a minha nuca. Senti um arrepio e sorri de canto, estes momentos ao seu lado não tinham preço.

— Vamos, me deixa cuidar de você. – murmurou me puxando para fora do banheiro. — Vou preparar um chá para você e algo leve para comer.

— Isso foi a comida de ontem, não posso comer metades dos ingredientes que lá estavam e eu disse que pizza era uma boa ideia. – poderia ter evitado.

— Pode deixar que você não cozinhará mais. – respondeu sorrindo. — Já compreendi que você pode acabar nos matando se cozinhar de novo. – cerrei os olhos ao ouvir.

— Não tem graça. – disse fazendo biquinho.

Ele soltou uma gargalhada e piscou para mim, respirei fundo e admirei a sua presença. Taehyung vestia roupas confortáveis, mas elegantes. O meu coração palpitava diferente sempre que o via, tudo nele era mais do que perfeito e eu não me cansaria de exaltar isso.

— O meu amor está dodói, não posso magoar você. – respondeu fazendo biquinho. — Ah, antes de sairmos você precisa saber que a casa está cheia.

— Isso é estranho. – murmurei. — Eu não quero soar intrometida ou vulgar.

— Não se preocupe. – disse segurando a minha mão.

Sorri de canto e o segui em silêncio, não tinha medo dos rapazes e adorava a companhia deles, eu só que não queria soar intrometida. Taehyung nos guiou pelo corredor em silêncio e eu ainda procurava me recompor, não queria demonstrar desleixo. Ao fundo pudemos ouvir vozes e ao chegar na sala avistamos todos os rapazes na cozinha.

— Alice! – exclamou Hoseok animado.

Sorri de canto, ele parecia feliz ao me ver. Hoseok sempre me tratava bem desde o dia em que nos conhecemos e a forma como ele gritava o meu nome era diferente. Me sentia bem ao seu lado como se ele fosse um amigo íntimo.

— Não somos surdos Hoseok. – disse Namjoon.

— A Alice não está se sentindo bem. – disparou Taehyung. — Precisamos cuidar dela hoje. – ele me tratava como uma criança.

A chegada da minha família colocou muita pressão em mim, os abusos de James também podiam influenciar na minha indisposição.

— Vamos cuidar de você. – murmurou Jimin se aproximando. — Vamos, se sente no sofá que eu cuidarei de você.

Taehyung apertou a minha mão e me guiou em direção a sala, ele parecia gostar de me guiar de um lado para o outro. Ele me sentou no sofá e começou a me acomodar, eu me sentia desconfortável. Não queria dar trabalho e no fim, dava trabalho. Hoseok logo apareceu carregando algumas almofadas e as colocou em volta do meu corpo, a minha cabeça girava com muita força. Jungkook que até o momento não estava presente, apareceu do nada e tirou os meus sapatos, me dando uma massagem nos pés.

— Não quero dar trabalho. – disse. — Isso é um exagero, eu ficarei bem.

— Não se preocupe. – respondeu Seokjin.

Senti o meu rosto corar e queria um buraco para enfiar a minha cabeça, ao fundo, na cozinha pude ver o semblante de Suga. O meu coração batia forte ao vê-lo, algo dentro de mim tinha a certeza de que eu o conhecia de algum lado, mas não sabia de onde, por algum motivo eu não queria me lembrar.

— Somos uma família. – murmurou Hoseok. — Não se preocupe com o resto.

Jimin se aproximou com uma xícara de chá e Taehyung se sentou ao meu lado.

— Aqui está meu anjo. – disse me entregando o recipiente. — Em breve você se sentirá melhor.

— Muito obrigada. – respondi. — Me sinto constrangida, isso é tão fofo.

Jungkook massageava os meus pés, a sensação era muito boa. As suas mãos macias e delicadas despertavam arrepios em mim. Ao notar os meus olhares, Namjoon lhe deu um leve tapa nas costas e trocou de lugar com ele. Senti o meu coração acelerar, ele havia deixado claro que não gostava de mim. Por qual motivo ele fazia isso? As suas mãos me causaram arrepios instantâneos, elas estavam frias e eram firmes. Ele apertava os meus pés com força e os seus olhos me devoravam, o que ele queria de mim?

Desviei o meu olhar para evitar mais constrangimentos, o momento ficou estranho. Estava rodeada de amor, mas quando voltasse para casa teria de conviver com a minha mãe e a sua agressividade. Taehyung me deu uma nova família e eu não queria deixá-los, queria ficar ali para sempre.

— Você passará o dia aqui? – indagou Jimin. — Diz que sim. – sorri de canto.

— Sim. – respondeu Taehyung antes que eu falasse algo.

— Acho que esse acontecimento merece uma sopa, que tal Hyung? – indagou Jimin olhando para Seokjin.

— Claro. – respondeu sorrindo.

— Não precisa, eu estou bem meninos. – tentei. — Não é nada, por favor.

— Não se preocupe. – retrucou Taehyung. — Não é como o seu refogado, a sopa dele não tem contraindicações.

Ele segurou um sorriso e eu cerrei os meus olhos ao ouvir, não era legal usar os meus dotes culinários contra mim. Não gostava da ideia de passar mal por causa da minha própria comida. Taehyung se aproximou e beijou o meu rosto, me arrancando dos meus pensamentos.

— Cuidaremos de você. – sussurrou após o beijo. — Deixei o amor deles te envolver.

— Vocês são sempre assim? – indaguei confusa.

— Somente com a nossa família. – respondeu Suga do nada.

Taehyung sorriu e eu me senti bem com a resposta de Suga, o momento era lindo. Os sete cuidavam de mim e me davam amor, não tinha esse amor em casa e em todos os anos que estivesse ao lado de James, ele jamais me tocou dessa forma. Os amigos de Taehyung me abraçaram de uma forma que seria impossível esquecer. O carinho era reconfortante e marcante. 

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