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contém descrição de violência
O tempo estava agradável e a companhia também, infelizmente não duraria muito. Ao lado de Taehyung eu não sentia medo, ele arrancava os meus medos de mim e me acolhia com o seu amor infinito. Me senti bem ao ver que ele tentou amenizar a situação procurando soluções para os nossos problemas atuais. Sorri de canto ao sentir a sua presença ao meu lado, guardaria esse momento para sempre e sempre que me sentisse mal, voltaria aqui. A sua respiração era calma e pausada, como se ele também estivesse imerso em seus pensamentos. Por um momento desejei questionar o que ele estava pensando e se ele realmente achava que continuaríamos juntos após tantos problemas. Mas estava com medo de ouvir a sua resposta e sentir o meu coração sangrar com as minhas próprias decisões, por isso, seria melhor esperar por ele.
— Você não está chateado comigo? – murmurei ainda apoiando a minha cabeça em seu ombro. — Pensei que você me deixaria assim que ouvisse as minhas palavras.
— Você não tem culpa da situação em que se encontra. – respondeu acariciando o meu rosto. — O meu desejo é sair daqui e ir até lá, acabar com essa palhaçada. No entanto, por você, não o farei. Eu estou aqui e protegerei você John. – sorri ao ouvir.
— Não fale assim, você não é igual a ele. – murmurei. — Não podemos ser como as pessoas que nos magoam.
— Alice? – indagou.
Ergui a minha cabeça e o olhei, ele estava sério. Senti o meu coração apertar, será que ele mudaria de ideias?
— Me desculpe, mas a sua mãe não merece viver. – senti o meu peito apertar. — Não permitirei que ela acabe com o seu emocional da forma que faz, ela é toxica e precisa ser impedida de continuar essa tortura psicológica. – ele era fofo e tinha razão.
— Me promete algo? – pedi.
— O mundo se você desejar. – sorri.
Taehyung me fazia bem e eu queria demonstrar isso. Ele pegou uma de minhas mãos e a levou até os seus lábios, a beijando com delicadeza. Ele realmente tinha o meu coração em suas mãos e podia fazer o que bem entendesse com ele. Passamos de desconhecidos a amantes em segundos e estes momentos seriam os que mais lembraria.
— Não desista de mim. – pedi baixinho. — Mesmo que o mundo desabe, não desista de mim, por favor.
Ele sorriu e me puxou para si, me fazendo deslizar no banco ficando cara a cara comigo. O seu hálito me invadiu e eu me senti indefesa, estar assim com ele era tão bom, não queria voltar para casa.
— Jamais. – disse me fazendo sorrir. — Nem se você quiser. – senti os seus beijos em meus lábios e me senti bem. — Duas semanas sem te ver será a pior coisa do mundo, mas aguentaremos.
— Eu te gosto. – sussurrei em seus lábios.
— Se ficar difícil podemos nos encontrar lá em casa. – murmurou. — Lá tem muito espaço para nós dois e seis atrasados mentais. – sorri. — Não conseguirei dormir sabendo que você está com ele.
— Trancarei a minha porta e podemos adormecer no telefone. – ele sorriu e me beijou. — Não desistirei de mim se você não desistir de mim. – o seu sorriso me invadiu de novo.
— Que bom meu amor. – sussurrou me abraçando. — Eu confio em você.
— Preciso ir. – disse quebrando o clima. — Antes que fique tarde e eles venham me procurar.
— Está bem meu amor. – sussurrou.
Taehyung me soltou e segurou o meu rosto com as suas duas mãos, me envolvendo em um beijo apertado. Fechei os meus olhos e me deixei levar por seus toques, seria o nosso último beijo até nos encontrarmos de novo. Não sabia quando isso aconteceria e em minha mente isso não aconteceria, controlei as lágrimas que gostariam de descer e respirei fundo. Ele parou o nosso beijo com um sorriso, o seu jeito de ser me aquecia por dentro. A noite nos invadia e trazia a lua para o nosso aconchego. Estávamos conectados e eu guardaria esse momento para sempre. Voltei a pousar a minha cabeça em seu ombro e segurei as suas mãos, observando a lua nos cumprimentar.
***
Entrei no meu prédio deixando toda a minha felicidade para trás, a noite estava presente e havia me ausentado mais do que podia. Por mim, eu jamais deixaria a sua companhia, mas não podia ficar por muito tempo. O clima estava frio e eu me sentia triste, sem vontade de fazer nada. A minha casa era o meu único refúgio e agora do nada, estava infestada por pessoas que não gostava. Gostaria de voltar no tempo, mudar as decisões erradas que havia tomado e ser feliz.
Desfaria as decisões que me tornaram de James, não escutaria os conselhos da minha mãe e seguiria a minha intuição sobre um rapaz que realmente se importou comigo. Parei em frente a porta do meu apartamento e desejei não precisar entrar, não conseguiria continuar por muito tempo. Queria lutar por Taehyung, mas precisava fazer do jeito certo. Precisava unir provas contra James e talvez assim a justiça de Seoul me ajudasse.
Parei os meus pensamentos e abri a porta, entrando em seguida. Os meus pais e James se encontravam na sala, e assim que me viu o sorriso do meu pai dobrou de tamanho. A minha mãe me olhou com descaso e voltou a sua atenção para a televisão. James não expressou nenhuma reação sobre a minha presença, fechei a porta trás de mim e permaneci em silêncio, não podia comprar uma briga com ninguém no momento.
— Está tudo bem filha? – questionou o meu pai. — Você parece triste. – eu estava.
— Sim. – murmurei. — O que está fazendo? – ele sorriu e olhou para a televisão.
— Acabamos de ver um filme. – respondeu sorridente. — Aqui tem muitas opções. – sorri de canto.
— Na geladeira tem comida para você. – disse a minha mãe. — Preparei o jantar e separei um pouco para você.
— Não estou com fome, mas obrigada. – ela me olhou com mais raiva ainda.
— Você não comeu no restaurante e ainda está sem fome? – o meu pai parecia preocupado. — Está tudo bem mesmo? Meu anjo você precisa se alimentar.
— Não se preocupe. – murmurei. — Eu comerei mais tarde, ainda preciso de um banho.
Havia perdido o meu apetite para a tristeza, não sentia vontade de comer. No momento eu queria que o tempo passasse rápido e não deixasse marcas pelo caminho.
— Bom, vamos dormir. – interrompeu a minha mãe. — O dia foi longo e o dia de amanhã será também.
— Você tem razão. – respondeu o meu pai se levantando. — Amanhã conversamos mais princesa.
— Está bem. – murmurei. — Boa noite.
— Boa noite. – retrucou a minha mãe. — As roupas de cama estão ali James, espero que o sofá seja confortável.
Ela falava como se ele fosse a pessoas mais importante de todo o mundo, como se o presidente da Coreia estivesse ali. Os meus pais saíram da sala e foram em direção ao quarto de hóspedes, nos deixando sozinhos. Antes que pudesse ficar completamente sozinha com James, me direcionei para o meu quarto passando por ele. Não consegui ir longe, pois, antes de conseguir chegar ao meu destino pude sentir as suas mãos em meus pulsos e ele bruscamente me puxou para trás. Ele havia se posicionado no lugar certo, me impedindo de ir longe.
— Me solta. – pedi tentando me soltar.
— Por onde você esteve? – indagou. — Estava com ele? – ele apertava o meu pulso e eu podia sentir a dor.
— James! – gritei. — Me solta, você está me machucando.
Antes que pudesse falar mais alguma coisa, ele me empurrou para dentro do meu quarto e fechou a porta. Senti os seus movimentos, mas não consegui processá-los, ele me virou e bateu o meu corpo contra a madeira da porta. Os seus olhos continham muita fúria e eu sabia o que isso significava.
— Você saiu para fazer compras e voltou sem nada, ou seja, esteve com ele. – disse colocando um de seus joelhos entre as minhas pernas. — Se entregou de novo?
O seu joelho pressionado contra a minha intimidade me causava dor.
— Se você não me soltar, eu vou gritar. – ameacei.
Ele sorriu de canto e aproximou o seu rosto do meu, eu sentia o medo me invadir.
— Se gritar, eu mato todos vocês. – murmurou apertando o meu corpo contra o seu. — Arranco o coração do seu pai na sua frente, quer isso?
As suas palavras me causaram um sentimento de pena, estava com pena de mim mesma. Pena do que me tornei e do que havia permitido, tive a chance de não voltar, mas por amor ao meu pai, eu voltei. Agora, estava nas mãos de James e a sua brutalidade não teria fim, ninguém podia me ajudar agora. James acabaria comigo de qualquer forma e eu não precisava esperar muito.
— Me solta. – pedi batendo em seu peito.
A sua ira aumentou e ele me pegou pelo pescoço, apertando as suas duas mãos contra a minha pele. Senti um arrepio ruim me percorrer e o meu corpo já esperava, ele bateria em mim.
— Não vou repetir, então presta bastante atenção. – começou batendo a minha cabeça contra a porta. — Se voltar a se encontrar com ele, eu acabo com vocês. – as lágrimas me inundaram. — Se tentar, amanhã mesmo teremos o coração de Kim Taehyung grelhado no almoço e você sabe que não estou brincando. Não se esqueça de que você é minha. – concluiu batendo a minha cabeça por mais uma vez.
James me soltou e eu perdi o equilíbrio do meu corpo, caindo no chão. As lágrimas desciam por meu rosto de uma maneira que não conseguia controlar, eu sentia as dores voltarem para mim. Ele calmamente colocou as suas mãos nos bolsos e abriu a porta do quarto, a empurrando contra o meu corpo jogado no chão. Sem falar nada, ele saiu e me deixou sozinha. O meu corpo tremia e eu não sabia o que fazer, tranquei a porta e me sentei no chão tentando controlar a minha dor, eu não estava bem e não ficaria bem.
Ninguém conseguiria me libertar deste pesadelo.
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