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Em minha mente as regras eram simples, precisava agir com calma e naturalmente tudo daria certo. Eu sou uma boa pessoa e Taehyung gosta de mim por este e muitos outros motivos, não preciso me preocupar com mais nada. Provavelmente os seus amigos também gostarão de mim, talvez não todos, mas alguns deles. Se Jungkook gosta de mim seria questão de tempo até Kim Namjoon também gostar. Necessitava me agarrar as ideias positivas e esquecer as minhas maluquices, tudo daria certo. Por passar tanto tempo isolada do mundo, eu acabei por esquecer que a vida é muito mais do que as paranoias que me acompanham diariamente. Todo este medo que carregava comigo era desnecessário e tolo, nada de ruim aconteceria se algumas pessoas não gostassem de mim do mesmo jeito que Taehyung gosta, afinal de contas, somente ele importa para mim.
— Alice? – ouvi o meu nome e me assustei.
Voltei o meu rosto para a sala e encontrei o sorriso de Hoseok, ele estava sentado no sofá e acenava para mim. Sorri de canto e respirei fundo, todos os olhares da sala estavam voltados para mim, menos Taehyung que não se encontrava no ambiente. A maioria dos rapazes sorriam para mim, somente Kim Namjoon e Suga não compartilhavam o mesmo sentimento de alegria ao me ver.
— Sente-se aqui conosco. – pediu Hoseok. — Não precisa ficar aí sozinha.
Levei o resto de água que se encontrava no copo até a boca e o esvaziei, em seguida respirei fundo e me levantei da cadeira onde estava sentada, indo em direção aos meninos. Respirei fundo mais uma vez e com calma me direcionei em sua direção, eu não podia cair, então todos os meus passos precisavam ser calculados. Hoseok parecia ter muita energia e seria difícil acompanhar o seu ritmo se necessário, sem falar nada, ele fez sinal para que me sentasse ao seu lado. Me aproximei com calma e tomei lugar ao seu lado, agradecendo baixinho.
— Tem algum filme legal para vermos? – questionou Jimin quebrando o silêncio. — Que tipo de filmes você gosta Alice?
— Não assisto televisão. – disse com calma. — E não tenho um filme preferido, mas se poder nomear um que gosto muito provavelmente é "Meninos não choram." – conclui.
— Um filme pesado para ser considerado preferido. – murmurou Namjoon com sarcasmo.
— Ela não disse que é o preferido. – retrucou Jungkook. — Apenas disse que gosta muito do filme, qual é o seu problema?
— Também gosto muito desse filme. – disse Suga. — Não se preocupe, não tem nada de ruim nisso. – sorri de canto ao ouvir.
Kim Namjoon bufou e se afastou, respirei fundo e abaixei a minha cabeça. Não sabia por qual motivo ele me tratava assim, não o conhecia de lado nenhum e nunca lhe havia feito nada. Por algum motivo, ele não gostava de mim e aos poucos eu precisava compreender isso, nem todas as pessoas nesta sala gostariam de mim e isso também seria algo normal.
— Está tão calada. – disse Jungkook. — Por acaso o Taehyung te proibiu de falar conosco? – brincou.
— Não. – sorri de canto. — Não sei o que falar.
— Bom. – retrucou Hoseok. — Nos conte como é ser namorada do Taehyung. Quer dizer, como você aguenta conviver com ele? – sorri de canto. — O homem procura confusão por causa de bolinhos de arroz e mesmo assim conseguiu uma namorada? – segurei o meu sorriso, não podia compactuar com isso.
— Não sou fanática por bolinhos de arroz, talvez seja por isso. – ele sorriu ao ouvir.
Taehyung não havia me pedido em namoro e nunca chegamos a falar sobre isso. De certa forma aceitamos que estaríamos juntos por um bom tempo e nem sequer ponderamos as consequências disso. Antes de conseguir responder os questionamentos de Hoseok, a voz de Namjoon ecoou atrás de mim me causando um arrepio.
— Não responda nada para estas amebas. – ordenou me olhando. — Se arrependerá depois.
No momento seguinte Taehyung entrou na sala e sem falar nada, se aproximou de mim. Ele inclinou o seu corpo sobre o sofá e pousou o seu rosto em meu ombro, senti o seu cheiro por meus sentidos e tremi. Os seus lábios encontraram a pontinha da minha orelha e sussurrando pesadamente, ele me invadiu.
— O anel é o pedido. – sussurrou.
Senti um arrepio percorrer outros lugares e lembrei do bilhete, a caixa com o anel ainda estava em cima da mesa da sala e eu sorri de canto ao vê-la. Taehyung havia me pedido em namoro, mas não da forma que eu pensei que ele faria. Os seus amigos me olharam com curiosidade e eu pude sentir o meu rosto corar novamente, sorri de canto e tentei não pensar em mais nada. Porém, do nada, Hoseok, Jungkook e Jimin se levantaram e começaram a dançar. Será que eles haviam escutado o que ele disse?
— Não comecem. – disse Taehyung. — Olha a vergonha.
— Deixa os rapazes serem felizes. – pediu Namjoon. — Ser idiotas é tudo o que lhes resta.
— Não estamos em casa e eles não podem simplesmente fazer o que querem. – continuou Taehyung. — Isso é desrespeitoso para com a Alice.
— Não seja tão chato. – desdenhou Hoseok. — Agora que está namorado, ficará careta? – segurei o meu sorriso. — Até parece que essa garota não sabe que você bateu com a cabeça quando nasceu. – soltei uma risadinha ao ouvir.
— O que você chama de caretice, eu chamo de respeito. – ele permaneceu firme.
— Eu sou ouço mi, mi, mi. – disse Jimin. — Só tempo dirá se você ficará tão sério assim.
— Está insinuando algo? – indagou Taehyung.
— Não. – disse Suga se intrometendo. — Mas talvez a moça mude de ideias ao conhecer o seu verdadeiro "eu."
— Isso é um absurdo! – gritou Taehyung. — Falam de mim como se eu não estivesse aqui, é isso mesmo? – ele parecia chateado.
— Não aja como um santo. – disse Namjoon. — Sabemos que a realidade é outra.
Namjoon sorriu ao concluir as suas palavras e eu senti o meu coração parar ao ver, ele era tão lindo, mas escondia a sua beleza por trás dos seus olhares cruéis. Em seu rosto havia covinhas dos dois lados que ao sorrir, se tornavam mais nítidas do que nunca. Será que ele um dia gostaria de mim ao ponto de sorrir assim mais vezes? A dança dos rapazes foi interrompida pelo toque da campainha e sem compreender o que aconteceu, Seokjin correu em direção a porta. Gargalhadas ecoaram pelo ar e alguns comentários foram proferidos, não consegui segurar e também sorri ao ver o seu desespero por comida.
— Comida! – gritou. — Finalmente.
— Me sinto em um jardim de infância. – disse para mim mesma.
— E você nem os conhece direito. – respondeu Namjoon me assustando.
Sorri de canto ao ouvir, aos poucos eu me sentia em um hospício. Convivia com malucos e isso era tão bom, não pude esconder um sorriso ao ver Seokjin correr para a porta, toda a sua felicidade por comida era maluquice. Assim que ele abriu a porta o seu semblante mudou e ele pareceu desapontado. Ele esperou alguns segundos e voltou o seu olhar para mim.
— Não é a comida. – disse. — É para você Alice.
Franzi o sobrolho ao ouvir e me levantei, não esperava visitas e as únicas pessoas que sabiam o meu endereço se encontravam ali e os meus pais estavam longe demais para simplesmente virem me visitar. Caminhei com calma em direção a porta, passando por Seokjin que nitidamente estava triste. Eu só queria dar comida para este homem, seria pedir demais? Parei em frente a porta e senti o meu coração parar, as minhas pernas tremiam e tudo começou a girar. Me senti paralisada e não tinha como revidar, não podia correr.
James.
A minha respiração oscilou e a minha cabeça começou a doer, senti o meu corpo perder o equilíbrio e cair no chão. Não podia ser, isso era um pesadelo, eu precisava acordar, não era real. As lágrimas desciam por meu rosto e eu não conseguia controlar nenhum dos atos feitos por meu corpo, esse rosto não era desejado.
— Alice! – exclamou se abaixando.
— Não toque em mim. – pedi com dificuldade.
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