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𝔔𝔲𝔞𝔱𝔯𝔬 𝔰𝔢𝔪𝔞𝔫𝔞𝔰 𝔞𝔫𝔱𝔢𝔰

𝔗𝔞𝔢𝔥𝔶𝔲𝔫𝔤

A minha vida sempre foi cheia de momentos que pensei serem importantes, metade de mim ansiava tudo o que o mundo poderia oferecer e a outra metade deseja coisas impossíveis de alcançar. Não me lembro exatamente quando o meu mundo mudou e quando foi que deixei de ser uma pessoa normal para ser alguém prestigiado. Nos vários caminhos que trilhei até aqui, o trabalho sempre foi estressante e nunca me deparei com momentos de introspecção intensa como faço neste momento, eu não pensei que isso poderia acontecer tão rápido. Hoje, a minha única saída é pensar que estes momentos me proporcionaram mais coisas boas do que ruins e eu pude me prender em momentos satisfatórios ao lado de pessoas boas.

Me questiono se ainda sou motivo de orgulho para alguém ou se alguém pensa em mim antes de dormir. Será que alguém se importa com o meu bem-estar e realmente deseja a minha felicidade independente da fama e sucesso que trago comigo? São estes os questionamentos que não me permitem dormir, são as perguntas que invadem a minha mente procurando por respostas, perguntas que antes eu não saberia proferir sozinho. Após sair do conforto e do carinho dos meus pais, o mundo não soube me acolher e não soube apreciar o quanto eu ainda precisava de amor.

Quando você se torna independente e passa a viver uma vida correta aos olhos da sociedade, as pessoas esquecem que você ainda tem necessidades. Mesmo não convivendo com os meus pais, eu ainda necessitava do amor que eles me davam sempre que me viam além do conforto emocional que tinha em casa. Precisava saber que ainda era importante mesmo não sendo aquele menino que eles aprenderam a amar quando era apenas um bebê. Todos necessitamos desse tipo de carinho, mesmo não demonstrando.

— Eu não aguento mais. – respondi por fim. — Acredito que estou no meu limite e não há nada que possamos fazer Namjoon.

As minhas palavras eram proferidas de uma forma única, eu procurava disfarçar a minha dor e sofrimento para que as pessoas não notassem o sangramento das minhas feridas. No fim de cada palavra proferida havia um pedido de socorro, será que alguém entenderia e salvaria a minha alma de mim mesmo? Tudo o que eu queria era ser impedido da dominância de mim em dor sobre mim necessitado de amor, e dos perigos que posso causar a mim e ao menino que os meus pais tanto amam e aprenderam a cuidar.

— Eu entendo. – sussurrou. — Espere mais um pouco, tenho a certeza de que tudo voltará ao normal e você se sentirá melhor. – isso não era verdade e ambos sabíamos disso.

Namjoon pousou a sua mão sobre o meu ombro procurando me passar um pouco de segurança e conforto. Os seus atos eram vazios e as suas tentativas não despertavam nenhum sentimento além de desespero. Respirei fundo tentando conter a raiva, ninguém se importava e eu não podia continuar nesta vida sem propósito, merecia mais. A minha insegurança e os inúmeros ataques de pânico acabavam comigo, por todos os lados havia sinais de ilusões, falsidades, mentiras, bajulações e desespero, o meu desespero. Não me reconhecia mais e sempre que me olho no espelho, não sei qual é a minha função neste caos que chamamos de mundo.

A minha privacidade foi arrancada de mim, sem a minha permissão. Assinei um contrato com o diabo e diariamente pago o preço por ter escolhido assim, o sufoco toma conta de tudo e me engole aos poucos. Apesar de amar o que faço e adorar o público que me acompanha, sinto um vazio me consumir à medida que o tempo passa, à medida que escuto o meu nome ser gritado em multidões. Me falta algo, me falta eu.

Após compreender que nada mudaria e que o vazio em mim não seria menor com o tempo, resolvi estipular um tempo para a minha vida e junto com ela toda a dor que sentia em meu peito. Não sabia exatamente quando, porém, estava decidido a deixar tudo o que me prendia para trás. Namjoon não seria capaz de me segurar ao seu lado e nem os seus atos vazios seriam capazes de me preencher novamente.

— Está tudo bem? – a voz de Jungkook ecoou, mas não fez vibrações.

— Sim. – sussurrou Namjoon. — Estamos apenas conversando.

— Isso não é bom. – comentou Jungkook sorrindo de canto. — Posso ajudar em algo?

— Você também me acha cruel? – retrucou fazendo com que Jungkook engolisse a seco. — Acha que estou sendo cruel com vocês ou que estou sendo um monstro?

— Ninguém disse isso. – murmurei.

— Não é o que sinto. – respondeu respirando fundo. — Todos vocês me olham como se fosse culpa minha, como se fosse o causador de tanto sofrimento.

Namjoon era uma boa pessoa e os seus atos eram genuínos, no entanto, não eram sentidos. Apesar de todo o seu esforço, crescemos para admirar uma vida que ele não compreende. Todos desejamos o mesmo, alguns de nós expressa e outros apenas sentem, Namjoon não compreende que isso é uma realidade e tenta de todas as formas nos manter juntos. Em vários momentos não queríamos estar juntos, apenas queríamos contemplar a imensidão das nossas almas, sozinhos.

— Por favor, faça companhia para Taehyung. – pediu a Jungkook. — Preciso conversar com Si-hyuk.

Ele não esperou uma reação, apenas se ergueu e deixou o ambiente. O seu silêncio era sinônimo de dor e compreendíamos bem. Também permiti o meu silêncio ecoar à medida que Jungkook se sentava ao meu lado, não havia nada a ser dito.

— Está tudo bem mesmo? – murmurou.

— Sim. – menti. — Só me sinto cansado, muito cansado.

— Eu imagino como você se sente. – a sua voz quase não ecoou. — Porém, eu acredito que tudo melhorará e você se sentirá melhor em breve. – o seu falso positivismo era irritante.

— O que você sente quando sobe no palco? – perguntei mudando de assunto. — Ainda se sente como no começo?

— Taehyung. – respondeu rapidamente. — Tudo é diferente e sempre que subo no palco, eu sinto algo diferente. São momentos e pessoas diferentes, não podemos esquecer dos nossos fãs e do amor que eles emanam ao nos ver. – era verdade. — Também fazemos isso por eles, não acha?

— Eu acho que se eles pudessem escolher, não sofreríamos assim. – senti as lágrimas voltarem e esse era o pesadelo diário.

— Eu te acho egoísta. – disse se levantando. — Você não é o único se sentindo mal, mas insiste em ver a sua dor como algo soberano. Todos nos sentimos perdidos no momento e procuramos juntos uma solução, você escolhe os caminhos mais fáceis e isso é injusto.

Não responderia, não havia nada para falar. Ao notar que não discutiria, Jungkook saiu da sala e me deixou sozinho. O vazio me consumia e me roubava de mim, magoando os meus amigos pelo caminho. Há meses que batalhava contra uma depressão, algo notório, mas nunca afirmado por mim. Se Namjoon soubesse da minha condição ele faria de tudo para me salvar, algo que eu não estava disposto. Os especialistas que procurei em segredo não conseguiram me ajudar e não obtinham uma explicação para o meu desejo em deixar o mundo.

Alguns tentaram me ajudar, outros nem se deram ao trabalho apenas aceitaram o dinheiro que lhes dei por horas sem significância, o problema sempre foi o mesmo. Não estou doente, apenas não sei o que me atormenta ao ponto de me fazer desistir, não sei o motivo e a fonte da minha dor.

— Taehyung? – chamou Jimin me roubando dos meus pensamentos.

— Sim. – sussurrei.

— Vamos sair um pouco? – perguntou. — Comer alguma coisa?

Jimin sorria e procurava me confortar de alguma forma, sentia o seu carinho e não seria capaz de retribuir. Ele era um bom amigo e nos conhecíamos desde sempre, sempre cuidamos um do outro. Ao notar que a minha dor aumentava, ele passava mais tempo comigo e até dormia ao meu lado, procurando me manter quente e aconchegante durante as noites frias. Todavia, nem mesmo um amigo assim conseguia acalmar a minha dor.

— Tetê? – chamou novamente.

— Sim. – aceitei por fim.

— Não precisamos ir longe. – disse sorrindo. — Vamos até o terraço.

Sorri de canto e me ergui, carregando os ossos do meu corpo até a sua presença. Jimin sorria e esperava por mim com carinho, trabalhamos o dia todo e as sessões de fotos foram intensas. Seria bom extravasar um pouco, esquecendo o momento. Os dias em gravações passavam com calma e ao mesmo tempo cheios de adrenalina. Lembro que quando terminava um trabalho tão grande, eu voltava para a minha namorada. Alguém que sentia amar, mas não consegui manter ao meu lado.

Ela era um dos motivos para o meu abismo ser tão profundo, a realidade da minha tristeza começou com ela. Caminhava ao lado de Jimin em silêncio, íamos em direção ao último andar do prédio que nos encontrávamos, onde também costumávamos passar um bom tempo à noite.

— Está tudo bem com você? – murmurou baixinho.

— Cansado. – era sempre a mesma resposta para questionamentos diferentes. — E você?

— Você sempre diz isso. – respondeu abrindo a porta do terraço. — O seu cansaço não é normal, sempre responde a mesma coisa e precisa se cuidar mais. – prosseguiu nos guiando até uma mesa cheia de comida. — Pedi os seus pratos preferidos, você precisa se alimentar.

— Obrigado, mas não estou com fome. – disse. — Não me lembro de perguntar querido. – sorri de canto.

— Sente-se. – ordenou. — Você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa, não sabe? – prosseguiu enquanto me sentava.

— Sim. – respondi tomando um pouco de água. — Não há nada para falar, mas obrigado por tudo.

— Não se despeça de mim Taehyung, não tem graça. – senti a sua dor. — Você precisa organizar a sua mente, se recompor e se ocupar com outras coisas.

— O que você sugere? – indaguei.

— Mulheres costumam ajudar. – respondeu piscando. — Elas possuem uma mágica que nos cura em poucos minutos.

Não pensava da mesma forma e nunca achei interessante usar mulheres aleatórias para disfarçar sentimentos sinceros. Após o meu último relacionamento resolvi me distanciar de qualquer pessoa que pudesse conquistar o meu coração ou até mesmo roubar a minha alma. Estar ao lado de alguém neste momento seria inapropriado e poderia deixar mais cicatrizes do que o desejado.

— Não gosto de casos de uma noite. – respondi.

Não me interessava por momentos que não me causassem intensidade. Porém, nunca vivi algo tão intenso quanto a minha alma, esse alguém não existia e aos poucos eu precisava me conformar com isso. Ninguém seria capaz de me mostrar a intensidade da minha alma através de outro olhar.

— Mulheres são terapias, você só precisa escolher o tratamento certo. – sorri de canto ao ouvir. — Sempre há um coração precisando de amor por aí, nem que seja por uma noite.

Sorri de canto e continuei em silêncio, em minha mente nada poderia ser dito para tocar a minha alma. Nem mesmo a presença de Jimin que eu tanto amava e isso também era triste. A única pergunta que gostaria de responder, não tinha resposta. Quando tomaria coragem e apressaria o meu fim? 

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