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1• Estagiários são servos com estudo

Fourth não costumava ser uma criança muito sonhadora, ele gostava de se gabar que sempre fora alguém realista e pé no chão, ele nunca criava expectativas sobre algo que ele sabia que não daria certo e nunca se arriscava por algo sem ter certeza que era uma boa ideia.

Seu primeiro salto de coragem foi a escolha de faculdade, ir para uma área tão arriscada e incerta como comunicações com certeza não agradou seu pai, mas eles nunca foram muito próximos então Fourth não se importava muito com sua opinião, ele tinha o apoio de sua mãe e para ele isso bastava.

Ser realista e muito maduro para sua idade fez com que Fourth entrasse nesse ramo sabendo que não seria fácil conquistar seu lugar, ele não tinha grandes expectativas, mas definitivamente estar no seu último ano da faculdade e entregando café ao invés de fazer algo realmente útil não era parte do seu plano.

P’Guy era seu superior e quem vivia dizendo que Fourth era um prodígio, uma raridade em meio aos seus colegas e que tinha um futuro brilhante, mas logo depois de dizer isso ele o mandava escrever relatórios, editar postagens para redes sociais da empresa ou buscar café para todo o departamento mesmo que não fosse sua função, ele sempre tinha muito a dizer em seus relatórios para seu orientador, mas nada realmente relevante.

Era seu último ano, já estava trabalhando no seu projeto final, mas não tinha nada importante em seu portfólio exceto os vinte artigos acadêmicos que escreveu desde seu primeiro ano e vários trabalhos por fora. Fourth é um garoto talentoso e bastante centrado, ele estava apenas esperando sua grande chance de brilhar.

Porém, embora ele fosse um exímio trabalhador, ele ainda tinha que trabalhar em um pequeno problema de personalidade, Fourth tinha uma séria dificuldade em controlar sua impaciência e tolerância para qualquer coisa que ele julgava sem sentido.

— Refaça! — a mulher jogou em suas mãos a pasta, Fourth teve que agarra-la antes que caísse — Tem vários erros ortográficos, como eu vou entregar assim?

Fourth franziu o cenho inconformado.

— Você nem leu, Saraya. —  mulher deu de ombros indiferente.

— Pra você ver que são erros óbvios, apenas uma passada de olhos já fica evidente — a mulher lhe olhou de cima a baixo como se ele não passasse de uma mosca insignificante — Difícil acreditar que uma pessoa na faculdade escreva assim.

— Olha aqui! Eu-

Ele parou abruptamente antes que soltasse a maior atrocidade que já passou pela sua cabeça, ele apertou os lábios e repetiu na mente o mantra porque embora não estivesse satisfeito com o trabalho, ele ainda precisava dele para se formar e não seria Saraya que o faria desistir, ela nem era uma pessoa importante na empresa, mas estar uns dois cargos mais alto que os estagiários fazia com que ela acreditasse que podia agir assim, infelizmente ela tinha que lidar com Fourth e seu eterno olhar de julgamento para tudo.

Fourth respirou e forçou um sorriso, seu terapeuta ficaria orgulhoso por ele estar se controlando tão bem, nem mandou alguém para o inferno hoje, realmente uma evolução.

— Eu tenho certeza que está tudo correto, eu chequei 5 vezes.

— Pois cheque 5, 10, 20, faça seu trabalho direito, se não consegue fazer algo tão simples então não serve para estar aqui.

“Calma, Fourth”, ele sentiu as pálpebras tremerem, sua paciência inexistente estourou e ele abriu a boca para rebater, mas como um enviado dos céus, Poon surgiu ao seu lado abraçando-o pelos ombros e sorrindo abertamente como se isso fosse acalmar os ânimos. Fourth poderia ser o queridinho de Guy, mas não era uma certeza que ele passaria pano caso o garoto desrespeitasse um superior, e pode ter certeza, Fourth faria isso se fosse injustiçado como estava acontecendo naquele momento.

— Eu posso cuidar disso pra você, senhora. Ele pode ter se distraído um pouco, é normal, eu cuido disso. — se apressou em dizer tirando a pasta das mãos de Fourth.

Saraya lhe olhou de cima a baixo ponderando e deu de ombros, talvez tenha sido o “senhora” no final da frase que a fez se sentir muito importante e acabou relaxando, ela concordou silenciosamente e saiu fazendo barulho com o salto depois de olhar Fourth com olhos flamejantes. Ela gostava dos novatos, passivos e obedientes, assim ela podia mandar e desmandar e eles obedeciam de cabeça baixa. Fourth não era passivo e muito menos obediente então ela não gostava dele.

Apenas depois de vê-la sumir no corredor foi que Fourth extravasou tudo soltando insultos baixinhos enquanto Poon esperava ao seu lado pacientemente como se cenas como aquela fossem comuns.

— Eu tenho cara que erro ortografia? — perguntou indignado, se tinha uma coisa que o ofendia era dizer que ele não sabia escrever, era uma das poucas coisas que ele sabia que era bom e não aceitava criticas. Poon riu.

— Todo mundo sabe que não, Fourth. Você é o cara mais perfeccionista que eu conheço, mas sabe como a Saraya é, adora implicar. Talvez ela tenha uma queda por você. — Fourth rangeu os dentes e tentou acertar um tapa no rapaz, mas Poon já o conhecia e pulou para longe a tempo — Viu? É por causa desse temperamento que os outros departamentos não gostam de você, essa cara feia afasta até o Diabo.

Fourth deu as costas ao colega e tomou seu caminho de volta para o escritório, Poon veio em seu encalço falando besteiras no seu ouvido, Fourth teve que revirar os olhos indiferente.

— Então por que ela não está afastando esse encosto que ‘tá me seguindo? — Poon colocou as mãos no peito fingindo sentir dor, mas o drama não durou cinco segundos e ele estava rindo novamente. Conhecia Fourth desde o primeiro ano na faculdade, estudavam e conviviam juntos há 4 anos agora, foi uma aproximação forçada, Poon queria Fourth como amigo e Fourth não viu alternativa a não ser deixar o garoto tagarela se aproximar, mas todos os dias ele se arrependia dessa escolha.

— Sabe? É por isso que eu nunca te vi com namorada alguma, nenhuma garota saberia lidar, você não pode se garantir apenas com o seu rosto bonito, sua personalidade também precisa ser bo- — Fourth parou abruptamente e se virou, bastou um único arquear de sobrancelhas para que Poon entendesse o recado e se calasse — É pra calar a boca? Tudo bem.

Fourth achou que terminaria seu caminho em paz e em silêncio, mas Poon não esperou nem dois minutos para voltar a falar:

— Você já pensou em ir a um retiro espiritual? Sabe, aliviar o estresse, alinhar os chakras, eu acho que você deve- — Fourth virou-se sem aviso prévio pronto para acerta-lo, mas Poon já estava esperando pelo ataque e se manteve na defensiva, rindo ele começou a correr de costas para longe — Opa, acho que vou levar isso direto para o P’Guy, assim não corre o risco da Saraya te incomodar de novo. Eu sou um ótimo amigo, não sou?

— Vai para o inferno! — e lá ia toda sua evolução espiritual, ele realmente não conseguia ser manter calmo por muito tempo.

 Fourth apenas mostrou o dedo do meio e seguiu seu caminho. Seu escritório ficava no décimo andar, ali cuidavam de toda questão “visual” da empresa, a equipe de marketing, editores, roteiristas, social media, Fourth compartilhava sala com mais três estagiários — incluindo Poon —, e P’Jamie, uma veterana que era responsável por cuidar das crianças e talvez a única pessoa que Fourth genuinamente sorria e se permitir ser um pouco mais compassivo.

Jamie estava curvada sobre a mesa de Santa, outro estagiário, quando Fourth entrou e automaticamente chamou sua atenção, ela o analisou de cima a baixo até chegar numa conclusão.

— Saraya de novo? —perguntou empática, Fourth apenas suspirou e se jogou na sua cadeira exausto, Jamie deixou Santa de lado por um momento para se atentar ao garoto  — Não cai na pilha dela, Fourth. Ela age assim com você porque sabe que você tem grandes chances de pegar o cargo dela depois de se formar.

— Paciência não é o meu forte, phi — Jamie dá risada, ela se aproximou apenas para bagunçar seu cabelo gentilmente e se sentou na cadeira ao lado.

—Aguenta só mais alguns meses, daqui a pouco você será um homem formado. Estou orgulhosa do meu nong. — Fourth deixou o fantasma de um sorriso aparecer, mas escondeu comum revirar de olhos.

—E de mim, phi? Não está orgulhosa? — Santa perguntou fingindo-se de magoado, Jamie bufou.

— Você pegou DP duas vezes, garoto. Se conseguir pegar o diploma eu vou dizer “até que em fim”.

Jamie era como uma mãe que dava bronca, elogiava e consolava quando preciso. O respeito que Fourth tinha por ela foi muitas vezes mal-entendido, já desconfiaram que Fourth possuía uma quedinha por Jamie, mas isso não era verdade, a relação deles era como de uma irmã mais velha e seu irmãozinho problemático.

Santa resmungou, mas não contestou, ele não era mesmo um aluno destaque, na verdade, odiava estudar, ganharia a vida com jogos de vídeo game se dependesse dele.

Fourth sim era um aluno estrela, notas perfeitas, trabalhos impecáveis, qualquer coisa longe disso o deixava louco. Fourth rodava a cadeira distraidamente quando Jamie voltou a falar:

— Se quiserem ir pra casa, podem ir, não há nada mais a ser feito por hoje. —ela mal terminou de falar e Santa já estava jogando tudo dentro da mochila e se despedindo, mas Fourth olhou para o relógio.

— Faltam 30 minutos, tem certeza? — a mulher sorriu.

— Sim, eu vou ficar mais um pouco, pode ir antes, nong.

Fourth não discutiu sobre isso, o que ele mais queria era ir para casa e se jogar na cama depois de um banho quente. Mas antes de ir embora olhou uma última vez para Jamie.

— Phi, você conversou com o Guy sobre aquele assunto? — Jamie lhe encarou em silêncio por um segundo antes de assentir.

— Eu mandei pra ele sua ideia, mas não recebi nenhum retorno ainda. — ela suspirou quando viu os ombros do garoto murcharem — Mas não se preocupe, é uma ideia ótima, ele vai considerar ela, eu tenho certeza.

Fourth sorriu, mas não era um sorriso que chegava aos olhos, ele sabia que não seria considerado, ideias de estudantes não eram levados em conta, os mais velhos achavam que os mais jovens só precisavam sentar, ouvir e obedecer, sem ideias mirabolantes, sem questionar o inquestionável e sem mudar o que já está funcionando perfeitamente bem mesmo que seja completamente ultrapassado.

— Obrigada, Phi. — agradeceu desanimadamente.

Seu primeiro e único sorriso sincero no dia foi dado quando abriu a porta do seu dormitório e imediatamente sentiu pelos macios acariciando suas pernas e ouviu um miado longo de saudade, Fourth pegou o gato peludo nos braços enquanto fechava a porta.

— Está com saudade do papai, não é? O papai está de volta. — murmurando baixinho ele pegou sua mochila no sofá para dar total atenção ao gato, ele o levantava até poder encara-lo nos olhos. — Como está, Heart? Aquele humano imprestável te alimentou?

Heart miou como se insultasse o tal humano imprestável, era incrível que animal e tutor possuíssem temperamentos complicados e um dom de humilhar apenas com um olhar, eram idênticos, quase alma gêmeas. Heart era um gato branco com manchas alaranjadas, seu nome foi dado justamente por causa de uma mancha enorme nas costas em formato de coração, não se sabe exatamente quantos anos ele tinha, Fourth o resgatou já adulto, mas pela personalidade desconfiam-se que ele tenha por volta de 9 há 80 anos. Ele era ranzinza, não gostava de pessoas pegando-o sem necessidade, tinha restrições alimentares e parecia sempre entediado com tudo, não se sabe a quem ele puxou.

— Esse humano imprestável levou uma arranhada de graça — Fourth ninava o gato no colo e nem ao menos se virou quando ouviu a voz do colega de quarto — Esse pulguento odeia qualquer ser vivo, é sério.

Fourth esfregou o nariz do gato como um pai orgulhoso.

— Mas ele é fofo, tem passe livre pra tudo — murmurou, mas foi apenas deixar o gato livre para que tudo voltasse ao normal e Fourth finalmente se virasse para Ryu. — Você não deveria estar em um voo agora?

Ryu era modelo, viajava tanto que quase não era visto em casa, Fourth o conheceu por um anúncio de aluguel de quartos, Ryu precisava de alguém responsável para cuidar do lugar enquanto estivesse fora e Fourth precisava de algum lugar barato perto da faculdade, os dois eram extremos opostos, enquanto Fourth preferia suas camisas monocromáticas, moletons e tênis, Ryu adorava roupas excêntricas e coloridas do tipo que podia ser visto a quilômetros de distância. Ryu já estava acostumado com Fourth e seu eterno mal humor e Fourth já não se importava mais em ter o rapaz cantando 12h por dia quando estava em casa, eram diferentes, mas viviam em harmonia.

— Voo cancelado e remarcado para quinta-feira... — Ryu franziu a testa quando percebeu que Fourth não prestava atenção realmente ao que dizia, ele olhava o celular e um vinco aparecia entre as sobrancelhas, Ryu suspirou — Você está com aquela marca de tensão na testa de novo. É sério, Fourth, você precisa relaxar, você só trabalha e estuda, trabalha e estuda, isso é vida? Alguém já te falou que você exala estresse?

Fourth pensou por um segundo então sorriu cinicamente.

— O tempo todo, já é quase meu segundo nome. — Ryu balançou a cabeça em negação.

— Você precisa de um hobby. Você saiu com aquele cara que eu te apresentei?

Fourth bufou.

— Claro que não, Ryu. Pra alguém que me conhece, você deveria saber que aquele cara e eu nunca daríamos certo. Eu vejo na cara dele que ele me faria passar raiva. — Ryu revirou os olhos.

— Tudo te faz passar raiva, cara. — brincou, Fourth iria resmungar, mas não sabia como se defender — Você não precisam combinar nas personalidades, precisam apenas combinar na cama. Por isso eu apresentei vocês, não precisa namorar, mas transar seria bom pra aplacar um pouco esse estresse. Você falou que não se importava em sair com homens ou mulheres, mas parece que nenhum dos dois é bom o suficiente pra você, eu não sei como te ajudar.

— Sabe o que eu preciso? Preciso que você pare de se meter na minha vida — reclamou estressado, mesmo sabendo que o rapaz não ouviria nada, ele enfiou na cabeça que a solução de todos os problemas de Fourth era uma boa noite de sexo e passou mais de um mês lhe apresentando todos os amigos e amigas que tinha, as pessoas visivelmente eram muito atraentes e com certeza se interessaram por Fourth, mas nenhuma pareceu ter despertado desejo no rapaz, não era assim que funcionava com ele. — Eu não preciso de ajuda pra transar com alguém.

— Fourt-

— Eu vou tomar banho, já venho para o jantar.

Ele não deu chances para Ryu falar mais nada, deu as costas e entrou no próprio quarto rapidamente. Ele só tinha um objetivo atualmente, entregar seu trabalho final, terminar o estágio e conseguir uma vaga efetiva na Numone, ele não tinha tempo nem paciência para relacionamento, nem mesmo os casuais. Sua meta tinha sido estabelecida e não deixaria nada nem ninguém atrapalhar.

Enquanto se preparava para o banho ele começou a checar o celular, havia mensagem dos colegas da faculdade convidando-o para beber, havia mensagens de homens e mulheres, Fourth apagou todos sem ao menos dar uma segunda olhada, apenas uma chamou sua atenção e era de Guy.

P’Guy

|Boa noite, Fourth. Eu te procurei na empresa mas a Jamie disse que você já tinha ido embora, desculpe mandar mensagem tarde, mas surgiu algo inesperado e eu preciso falar com você amanhã assim que chegar.

 

Fourth ficou um tempo encarando o celular sem saber o que pensar, Guy nunca mandava mensagem, nem mesmo ligação, ele sempre mandava recados através de outra pessoa. Fourth não tinha um bom pressentimento sobre isso.

— Assistente? Eu achei que você me deixaria participar das reuniões, eu venho planejando uma co-

— Mudança de planos, Fourth. — o interrompeu sem dar chances para falar — Podemos discutir sobre isso em qualquer outro momento, mas agora preciso de você na produção, a agenda os artistas estão completamente apertadas esse mês e precisamos de pessoal pra cuidar e acompanhar eles.

— Mas eu pensei qu-

— Você não queria sair da área administrativa e ir pra onde realmente tem ação? Agora você tem a chance. — Fourth respirou fundo, coçou a nuca desconfortável antes de forçar um sorriso.

— Não era bem disso que eu tava falando, phi.

— Um passo de cada vez, garoto. Eu estou te dando esse papel porque sei que você é o mais capaz pra lidar com isso, não vamos tentar pular etapas tão rápido. — falou, Fourth estava parado diante da mesa apenas ouvindo tudo calado, obrigou-se a engolir a reclamação e assentir — E o seu papel também é muito importante, dar suporte aos outros é algo digno de ser feito, não acha?

Não acho” Fourth reprimiu a vontade de dizer e sorriu, ele estava ficando expert em fingir sorrisos simpáticos, no trabalho era o sorriso que mais usava.

— Eu vou te dar o cronograma do mês, já está excluso os dias que você tem aula e suas folgas — ele abriu uma gaveta na sua mesa, tirou um papel e entregou para Fourth —, a data marcada em vermelho é um pouco mais urgente porque foi combinada de última hora então temos poucos dias pra organizar tudo.

Fourth leu com pesar a agenda lotada que tinha na semana, mais de quatro eventos por dia para acompanhar artistas, dar suporte em programas e entrevistas, Fourth já conseguia ver as olheiras que ganharia porque com essa agenda seria impossível descansar. A tal data em vermelho era de uma entrevista, estava marcada já para a próxima semana, muito em cima da hora. Mas não foi isso que chamou sua atenção e sim quem seriam os entrevistados.

— “Entrevista com a Banda Lynx”? — leu em voz alta, Guy abriu um sorriso animado, exatamente como um fanboy agiria.

— Não é legal? — ele esperava animação, mas Fourth lhe encarou impassível, o que o fez desmanchar e pigarrear um pouco envergonhado — Você com certeza já deve ter ouvido falar deles, estão muito em alta ultimamente. Não foi fácil conseguir essa entrevista, a empresa deles não permitem então vai ser algo inédito, foi meses de negociações até que aceitassem. Não posso deixar passar essa oportunidade.

Fourth acenou para mostrar que estava acompanhando, mas sinceramente não entendia o entusiasmo, como alguém que trabalhava no mundo do entretenimento era claro que conhecia a tal banda, mas tudo que ouviu não era do seu interesse então nunca se importou em conhecer mais a fundo, eles podiam ser talentosos, mas sua vida pessoal chamava mais atenção do que sua carreira musical, o quão problemáticos poderiam ser?

— Então eu vou estar nos bastidores dessa entrevista? — perguntou só para ter certeza, Guy cruzou os dedos em cima da mesa e sorriu amarelo.

— E quero que você dê um suporte a mais para o Kiran, eu sinceramente não confio muito nele pra cuidar do roteiro dessa entrevista, mas você é muito bom nisso então eu confio que você não vai deixar ele fazer besteira. Eu estou apostando minhas fichas em você, Fourth.

Fourth sentiu a cabeça doer, trabalhar com Kiran era um pesadelo para alguém como Fourth, ele era irresponsável, folgado e preguiçoso, tudo que Fourth mais odiava, aproveitava sempre da sua posição para ficar na mordomia e mandar os outros fazerem as coisas por ele.

Fourth nunca choraria na frente de ninguém, mas quase lamentou de joelhos para que Guy não fizesse isso com ele, mas sabia que Guy não se comoveria com um bico inconformado e um olhar arrebatador, por mais intimidante que Fourth pudesse ser com sua personalidade difícil. Para Guy, Fourth era apenas um garoto fofo e arisco, era como ter medo de um gatinho fofo mesmo ele gostando de morder, no final das contas, continuava sendo um gatinho adorável e inofensivo.

Fourth saiu da sala com a ordem de procurar por Kiran para começarem o trabalho, mas quando o encontrou teve que respirar fundo para ganhar paciência, ele estava em sua mesa jogando um jogo idiota no celular com os pés em cima da mesa totalmente despreocupado. Fourth não se importou em ser gentil e esbarrou nas pernas esticadas obrigando-o a abaixá-las.

— N’Fourth! — Kiran cumprimentou exageradamente, olhou Fourth por um segundo antes de voltar para o celular — Esse corte de cabelo ‘tá maneiro, combina com você.

Fourth revirou os olhos.

— P’Guy já falou com você, não é? Você já planejou alguma coisa?

Como se tivesse despertado finalmente, Kiran saltou da cadeira.

— Ah claro, a entrevista — despreocupadamente tirou um papel de dentro de uma pasta em cima da mesa e estendeu para Fourth que olhou para o conteúdo então para o rapaz em completa confusão — Eu pensei nessas perguntas, o resto é com você.

— Só tem três perguntas aqui, Kiran. — o rapaz assentiu não vendo onde estava o problema.

— E são mais que suficientes, Guy falou que você me ajudaria com o roteiro, não posso fazer tudo sozinho, vão dizer que alívio pra você porque somos amigos.

— Não somos amigos. — rebateu sem hesitar, Kiran riu.

— Relaxa, pensa nisso como um dever de casa da escolinha, depois você entrega para o papai aqui checar e assinar seu boletim. — Fourth precisou juntar todo seu autocontrole para não dar um soco quando Kiran mandou uma piscadela abusada. Era por causa de pessoas como Kiran que Fourth tinha um nível altíssimo de cortisol nos seus exames de rotina e estava prestes a ter um AVC aos 20 anos de idade.

Reprimir sentimentos não era bom, reprimir a raiva pior ainda, mas se Fourth não reprimisse provavelmente ele estaria na cadeia a essa altura.

Kiran voltou a jogar como se não tivesse sendo estrangulado na mente do rapaz na sua frente, Fourth ficou uns 5 segundos parado desacreditado em como os superiores daquele lugar achavam que os estudantes eram seus servos. Discutir com Kiran era inútil, ele era filho de um dos acionistas, um idiota com privilégios que podia fazer o que quisesse, quem era Fourth na fila do pão?

Mas isso não impedia Fourth de demonstrar diariamente o quanto desgostava dele, ele saiu dali xingando Kiran de babaca em alto e bom som, não se importando se o rapaz ouviria ou não.

— Eu ouvi isso!

— Um babaca com boa audição, parabéns — respondeu sem olhar para trás.

No escritório, Fourth se surpreendeu com o tumulto em uma única mesa quando entrou, três garotos se exprimiam atrás de Jamie para também conseguirem ver o computador, Fourth arqueou as sobrancelhas curioso.

— O que aconteceu? — chegou já perguntando, Poon foi o primeiro a nota-lo.

— Aquele site de fofoca acabou de publicar mais um exposed, com fotos, vídeos e tudo que tem direito.

— Exposed seria se fosse uma novidade, toda semana é sempre a mesma pessoa, acho que eles esperam acertar pelo menos uma vez quem é a namorada desse cara. — Santa comenta e Poon dá risada concordando. — Ou todas são, eu não julgaria, se eu fosse famoso provavelmente seria pior.

— E é por isso que Deus não dá asas a cobra — Poon completa e Santa aponta para ele como se concordasse com aquele ponto.

Fourth deu a volta na mesa curioso e parou ao lado de Est, o rapaz era maio calado e na dele, seus piercings e músculos evidentes faziam com que pensassem que ele era um badboy saído de um romance, até mesmo na universidade tinham um pouco de receio de se aproximar dele, mas Fourth nunca explanaria que Est era viciado em Taylor Swift e adorava cantarolar músicas de K-Pop o dia todo no escritório. Fourth gostava dele, dois introvertidos se entendiam, quando ficavam sozinhos em um ambiente, ficava um silêncio absoluto porque nenhum dos dois gostava de falar demais, perfeito.

Ao olhar para a tela, Fourth deu de cara com uma foto não tão nítida de um rapaz usando jaqueta de couro com o braço em volta dos ombros de uma garota com vestido curto, eles estavam entrando em um hotel e o rapaz tentava esconder o rosto dela dentro da jaqueta, na manchete dizia que era simplesmente o terceiro rumor que aquele mesmo artista entrava em menos de um mês e todos com provas.

Definitivamente a causa da Banda Lynx estar sempre na boca do povo por motivos errados era boa parte culpa daquela pessoa. Gemini Norawit. Tudo que Fourth sabia sobre ele era contra sua vontade e todas elas envolviam escanda-los.

— Por que tanto alvoroço? — pensou em voz alta, ele só percebeu o que tinha feito quando todos lhe olharam, ele pigarreou desconfortável com a atenção repentina — Por que se importam tanto com quem um artista sai?

— Artistas são um produto, Fourth — Jamie começa — Eles vendem experiência, vendem uma imagem e o objetivo é que as pessoas comprem essa imagem. Os fãs gostam da ilusão que seus ídolos são intocáveis e que são deles, como se ele fosse feito sob medida pra suprir suas expectativas perfeitas, no ocidente não é muito comum esta ilusão, mas aqui é.

— Ver um artista mostrar sem pudor que não é perfeito causa mesmo um alvoroço, quebra todos os paradigmas. — Est murmura.

Gemini chamava atenção não só pela sua voz angelical, aparência bonita e carisma, mas também pelas suas atividades extracurriculares nada ortodoxas que deixavam os mais velhos de cabelo em pé, ele simplesmente não se importava e aquilo era o que a mídia precisava para encontrar nele um alvo recorrente.

Fourth não se importava com quantas mulheres Gemini pegava em uma noite, se elas eram anônimas ou famosas, se ele transava bem ou não, se seu pau era grande ou pequeno, e simplesmente não entendia como isso poderia importar para qualquer pessoa que consumia esse tipo de notícia.

Ele deixou os colegas surtarem sozinhos e se sentou em sua cadeira com o papel em mãos — porque ele tinha preocupações maiores do que saber quem Gemini Norawit beijou essa noite —, todas as três perguntas envolviam os malditos rumores, não só de Gemini, mas também dos outros integrantes, Fourth reprimiu a vontade de amassar e jogar na cabeça de Kiran aquele pedaço de papel inútil.

Fourth estava irritado e frustrado, mal havia chegado o dia da maldita entrevista e ele já sentia que poderia finalmente enlouquecer. Fourth só desejava paz, trabalhar em paz, estudar em paz, concluir seus objetivos em paz, mas ele tinha uma pulguinha incômoda atrás da orelha, uma intuição que dizia que essa paz que ele tanto queria estava cada vez mais longe.

A sala de ensaio estaria completamente silenciosa se não fosse por Perth tocando violão em um canto enquanto balbuciava uma música baixinho, no chão ao seu lado, William trabalhava em uma produção de uma música no computador, usava fones de ouvido e não prestava atenção em absolutamente nada ao seu redor, ele era sempre muito focado no trabalho. Jogada em um sofá no canto da sala havia Film, se falassem para ela que estava ali apenas vagabundeando, ela te xingaria, mas não constataria porque era exatamente o que estava fazendo, ela deveria estar trabalhando — em um workshop para uma serie, para ser mais exato —, mas ela sempre procurava os quatro garotos quando sentia que sua vida precisava de algum movimento.

Entretanto, o silêncio era ensurdecedor, estava tranquilo demais para Film que estava acostumada com a agitação da banda, ela esperava diversão, mas a pessoa que sempre dava isso a ela não estava presente. Ela bufou entediada, olhou para as unhas bem feitas, olhou para os garotos concentrados em seus afazeres e resmungou baixinho, Marc havia saído há alguns minutos e Gemini nem deu as caras o dia todo, ela já estava pensando que havia sido uma má ideia aparecer ali em meio de semana quando um barulho alto veio da porta.

Ela quase agradeceu de pé quando Gemini passou pela porta apressado e com uma cara de criança que aprontou e está prestes a ser castigado pela mãe, Film arqueou as sobrancelhas porque sentia que a diversão que procurava tinha finalmente chegado.

— Se virem Thanat procurando por mim, digam que não me viram — já chegou falando, Perth parou de tocar e apertou os olhos para Gemini.

— Que merda você fez dessa vez?

Gemini abriu a boca se sentindo injustiçado, olhou para Film esperando por apoio, mas ela também lhe olhava esperando que ele respondesse, ninguém comprava aquela expressão de cachorro sofrido.

— Por que sempre pensam o pior de mim? — Perth revirou os olhos.

— Deve ser porque você sempre atinge nossas expectativas.

Enquanto discutiam, Film o analisou silenciosamente então soube exatamente onde procurar por respostas, internet. Gemini era como um cachorro que aprontava, agia de maneira suspeita até descobrirem seu feito e quando descobriam, ele fugia para não levar bronca. Thanat, o empresário da banda agia como uma mãe pronta para puxar sua orelha e as vezes ele literalmente puxava, mas nunca resolveu realmente, cachorros sempre voltam a aprontar mesmo depois de brigarmos com eles.

Film conhecia Gemini desde o ensino médio, era mais próxima dele do que de qualquer outra pessoa, se tinha alguém que o conhecia bem era ela, e era por isso que ela sabia exatamente quando ele aprontava. Não precisou buscar muito, assim que entrou em uma rede social deu de cara com a notícia, Film não conseguiu segurar o riso.

— Cara, você ‘tá ferrado... — murmurou divertidamente, Gemini formou uma expressão exagerada de sofrimento — Thanat vai arrancar sua pele fora.

Perth não parecia tão interessado na conversa, talvez porque momentos como aqueles eram tão comuns que ele não se surpreendia mais, mas ainda assim perguntou:

— Deixa eu adivinhar, ele foi visto com mulher de novo? — quando Film deu risada, Perth soprou um riso de escárnio. Gemini fechou a cara, não gostava de ser previsível. — É por isso que ele saiu do ensaio mais cedo ontem, por causa de mulher.

Gemini apontou para o amigo, todos esperavam que tentasse se defender, mas ele apenas sorriu atrevidamente.

— Tinha homens também.

Perth ficou em silêncio por um tempo em completo estado de negação, bufou então apontou para Film.

— Eu desisto, você lida com esse idiota, Film.

— Aw? Vocês agem como se eu tivesse cometido um crime terrível. Eu só saí com alguns amigos, beijei algumas pessoas e...

— E foi visto entrando em um hotel com alguém — Film completou, sua agora mostrava um pouco de seriedade — Você ainda é uma figura pública, Gemini. Sei que não gosta desses jornalistas intrometidos, mas fingir que eles não existem não vai fazer eles desapareceram.

Gemini revirou os olhos frustrado, ele tinha 23 anos, era jovem, cheio de vitalidade e hormônios, era claro que ele tinha suas necessidades, era claro que ele encontrava pessoas para supri-las, fingir uma imagem de casto e inexperiente para os fãs e mídia nunca foi o que ele quis e sempre deixava claro sobre isso, não sabia porque ainda se surpreendiam.

Ele gostava de festas, gostava de beber — com moderação —, gostava de beijar na boca e tinha uma vida sexual bem agitada, não se importava se eram com homens ou mulheres, Gemini só gostava de ser ele mesmo, seu único problema era não ser nem um pouco discreto sobre isso.

Gemini se aproximou de Film e tirou o celular da mão dela para dar uma olhada, ficou aliviado de pelo menos o rosto da garota ter sido poupado. Gemini achava tudo aquilo patético, ele não via matérias como aquela quando ele estava acompanhado de garotos, sempre vinham acompanhados de frases como “Gemini, vocalista da Banda Lynx é visto em balada com amigo”, Gemini ria porque se tinha uma coisa que ele não possuía muito era amigos.

Film abriu a boca para continuar seu sermão, mas não foi preciso porque a porta abriu de jogo e dessa vez quem entrou foi um homem que embora estivesse no auge dos seus 31 anos, tinha uma expressão tão feia que parecia bem mais velho, ele já entrou vermelho de ódio e batendo os pés no chão, Marc vinha em seu encalço tentando acalma-lo, mas a previsão era que daquele dia Gemini não passaria.

— Gemini Norawit Titicharoenrak! Seu pirralho! — gritou Thanat, Gemini puxou Film do sofá apenas para usá-la como escudo, ignorando o fato de ele possuir 1,83 de altura e confiando cegamente que uma garota de 1,64 poderia protegê-lo.

— Por que ‘tá falando meu nome todo, phi? Não canse as cordas vocais dessa maneira.

William finalmente deixou o trabalho de lado quando notou a movimentação, estudou a situação então se virou para Perth.

— Gemini fez merda de novo? — Perth arqueou as sobrancelhas.

— O que você acha?

— Qual a gravidade dessa vez? — Perth deu de ombros como se não soubesse a resposta.

Os dois apenas se calaram e assistiram Thanat tentar alcançar Gemini que segurava Film pelos ombros e a colocava na frente sempre que Thanat se aproximava, até o momento que ela se estressou e empurrou Gemini diretamente para o lobo, restou ao garoto dar um sorriso amarelo.

— Puta que pariu, é sério, Gemini. Eu sinto que vou ter um AVC, eu nunca passei tanto estresse quanto eu passo lidando com você.

Aquilo deveria deixar Gemini sentindo-se culpado, mas ele mexeu com a cabeça concordando.

— Cuidado com o cabelo branco, acho que vi um aí-

— Cala a boca! — Gemini se calou — O chefe passou a manhã inteira enchendo meu saco sobre como eu resolveria isso porque tecnicamente eu sou o responsável por vocês, mas como diabos eu vou resolver isso?!

Gemini abriu a boca, mas Thanat levantou um dedo impedindo-o de falar mais besteiras, era logicamente uma pergunta retórica.

— Você por acaso não consegue manter seu pau dentro das calças por pelo menos até o final da promoção do álbum? — Gemini ficou em dúvida se era uma pergunta retórica ou não então ficou em silêncio, Thanat bufou de frustração, há 4 anos ninguém o avisou que cuidar de quatro jovens acabaria com sua saúde mental. Ele massageou as têmporas procurando paciência — É bom que você escute o que vai acontecer a seguir.

Thanat ponderou quando olhou em volta e viu que todos os outros assistiam e soprou um riso debochado porque com certeza eles pensavam que estavam livres.

— Podem se aproximar, seus merdinhas, essa é pra vocês também — ele esperou que os outros três garotos se juntassem, Film não se incluía na bronca, mas ela não queria se sentir excluída então se enfiou entre eles também — Graças ao bonitão aqui a repercução do álbum foi ofuscada, isso quer dizer que vocês vão ter que trabalhar pra desviar as atenções, postem nas redes sociais, interajam com os fãs, façam eles esquecerem essa merda.

Ele voltou-se para Gemini.

— Na entrevista para a Numone, quando for perguntado sobre os rumores, que é uma certeza que será perguntado, o que você vai responder?

— Phi... — tentou argumentar, mas Thanat arqueou as sobrancelhas impaciente deixando claro que não estava para gracinhas, Gemini se calou e revirou os olhos dando-se por vencido — “Eu não tenho relacionamento nenhum, estou focado na minha carreira, mas eu gosto de sair com amigos de vez em quando e as pessoas tendem a entender errado e supor coisas sem sentido”.

Thanat assentiu, não totalmente satisfeito porque ainda abria brechas para especulações, mas estava bom, negar tudo já não adiantava, então restava apenas reduzir os danos.

— A coisa toda é bem simples, vão lá e mostrem que vocês são artistas responsáveis, que trabalham duro e que não são subcelebridades que vivem em farra ao invés de fazerem música. Vocês conseguem fazer isso, não é? — os garotos se entreolharam e assentiram, Thanat suspirou aliviado — Ótimo, os preparativos para a entrevista já estão na reta final, vai acontecer aqui porque eu achei que vocês ficariam mais a vontade.

Mais calmo dessa vez, Thanat olhou para cada rosto então assentiu se preparando para sair, mas antes falou:

— Depois dessa entrevista vocês vão ter um tempo de descanso antes do lançamento do álbum, seria ótimo que passássemos por isso sem qualquer problema, por isso — ele olhou uma última vez para Gemini —, não estraguem tudo.

Quando ele partiu, Gemini sentiu-se livre para xingar livremente e reclamar tudo que não podia na frente do empresário, ele esfregava os cabelos com tanta raiva que William se preocupou que pudesse arrancar os fios fora, ele esperou que Gemini surtasse por um tempo antes de falar:

— Espero que o sexo tenha sido bom, imbecil — William rachou debochadamente — Eu odeio dar entrevista e agora vou ter que responder perguntas genéricas por sua causa.

Gemini sorriu cinicamente.

— Foi ótimo, obrigado.

— É uma boa hora para falar em disband? Assim ele se ferra sozinho — Marc falou de repente, ele parecia medroso na frente de Thanat, mas com os garotos ele sempre dizia as coisas mais idiotas possíveis.

— É a quarta vez só essa semana, supera logo que vocês não vão se separar tão cedo — Film rebateu e Marc murcha.

Fazia 4 anos desde que começaram a serem gerenciados pela Divine, e por 4 anos era Gemini quem mais causava problemas para todos, mas eles nunca sem cogitaram a possibilidade da banda Lynx não existir.

— Eu queria estar aqui pra ver a cara de otário que o Gemini vai fazer para o entrevistador — Film diz rindo e os garotos a acompanham, todos tendo consciência do quanto Gemini não possuía apresso algum por jornalistas.

— Vai se foder — resmungou irritado.

Eram 4 anos na Divine, mas foram lançados na indústria há 5, e por 5 anos sofrendo assédio constante da mídia, ele não possuía vergonha alguma de demonstrar o quanto os odiava, principalmente os intrometidos que adoravam se meter nos seus assuntos, embora ele seguisse um código de etiqueta que não permitia que ele mandasse todos para o inferno, não gostava de fingir simpatia.

E era por isso que era raro encontrar qualquer entrevista da banda por aí, todos os meninos compartilhavam uma opinião única de que quanto menos souberem melhor.

Gemini definitivamente era o sonho e pesadelo de qualquer jornalista, sempre dava conteúdos a eles, mas nunca dava mais pano para a manga. Ele estava pensando na entrevista marcada, pensando no que eles enfrentariam e que tipo de perguntas idiotas teriam que responder quando sentiu uma mão no seu ombro e Marc lhe olhando curioso.

— Você não falou quem era a garota, eu não reconheço pela foto — Gemini franziu a testa, Marc também, Perth e Film se entreolharam.

— Estou achando que nem ele sabe quem ela é — Perth murmurou desconfiado, Gemini coçou a nuca perdido quando notou que realmente não sabia ou não se lembrava — Você ao menos sabe o nome dela?

— É importante saber? — mal terminou de falar e recebeu um tapa na nuca vindo de Film.

— Você é um idiota — murmurou decepcionada — Lembra quando eu falei que um relacionamento te distrairia e te atrapalharia? Eu mudei de ideia, você precisa de alguém que te coloque no seu lugar e te ensine a virar gente.

Gemini até tentou retrucar, mas Film saiu da sala antes que ele abrisse a boca, Gemini olhou para os meninos buscando apoio, mas William sempre foi o mais responsável do grupo e era quem sempre criticava seu jeito de agir, Perth gostava de ver o circo pegando fogo e gostava principalmente de ver Gemini se ferrando, era sua diversão diária, quando a Marc? Ele ficava do lado de quem tivesse ganhando, que no caso com toda certeza não era Gemini.

— No que eu errei dessa vez? — William passou ao seu lado, deu um tapinha camarada no seu ombro e falou:

— A pergunta certa é, quando você acerta, irmão?

Todos saíram da sala deixando-o sozinho como uma criança no cantinho da vergonha que precisava pensar nos seus erros. Acontece que a única coisa que passava pela sua cabeça era que tudo era culpa dos malditos jornalistas e ele estava sentindo-se entusiasmado para descontar essa frustração em alguém. De repente ele estava muito animado para a entrevista com a Numone.

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