31_ O beijo.
Aquilo foi inacreditável. Thalia mal terminou sua frase e nós aparecemos no telão.
As pessoas começaram a olhar para nós dois esperando que nos beijassemos. Porém, eu não consegui.
Por mais que eu quisesse muito beijar a Thalia e venho tentando fazer isso, não queria que fosse daquele jeito. Thalia estava de olhos arregalados e parecia envergonhada.
Na real, ela não parecia nem um pouco a vontade com todos aqueles olhares.
Roubar um beijo dela na frente de todo mundo enquanto ela demonstrava estar nitidamente desconfortável, não seria a coisa certa a fazer.
Ela poderia ficar irritada comigo ou algo até pior.
Notei que todos ainda nos olhavam e a câmera continuava apontando para nós, então me aproximei dela.
A mesma me olhou assustada, provavelmente achando que eu a beijaria, mas eu não fiz isso. Eu sorri pra ela, toquei seu rosto e lhe dei um beijo na bochecha.
Não me importei se nos vaiariam. Soube que fiz a coisa certa quando Thalia sorriu pra mim de forma tímida e aliviada.
[...]
O jogo se passou, o time de Nova Iorque ganhou e isso fez com que a torcida comemorasse.
- Gostou? - Perguntei enquanto nos levantavamos de nossos acentos.
- Uhum. - Thalia assentiu enquanto sorria sem mostrar os dentes. - É um pouco diferente dos esportes que estou acostumada a assistir. Mas até que foi bem legal. Bem... digamos que eu fiquei mais preocupada com o fato deles estarem jogando enquanto se equilibravam no gelo do que com o jogo em si. - Ela falou rindo.
- Ah é facinho. - Falei rindo e ela me olhou com uma sobrancelha arqueada.
- Eu estava prestando bem atenção e não parecia nada facinho. Eu nem arriscaria... do jeito que eu sou? O gelo quebraria. - Ela falou me fazendo rir.
- Ok, me fez querer te levar pra esquiar. - A encarei com um sorriso.
- Eu? Esquiando? Josh, eu caio andando no chão. - Ela respondeu olhando pra mim.
- Ah, não exagera. - Ri enquanto saíamos de dentro da arena.
- Não to exagerando! Eu + esquiar no gelo = vergonha na certa. Acho que se eu entrar numa pista de gelo, minha melhor amiga olharia pra minha cara e me pediria em casamento, porque seria um pedido para ela agir com toda a liberdade. - Ela falou me fazendo rir de novo.
- Ah, Thalia... Não pode deixar o medo de passar vergonha te impedir de fazer coisas novas.
- Eu sei, mas esquiar eu to fora. Me desculpa. - Ela ergueu as mãos.
Nós dois nos despedimos do Théo e da Lousy e logo começamos a caminhar pela Times Square, já que era caminho para nossos apartamentos.
- Ta legal, acho que o meu momento favorito do jogo foi quando a câmera de " com quem você se parece " parou em você e disse que você se parecia Piu piu de Looney tunes. - Thalia começou a rir de novo enquanto andávamos na calçada.
- Aquilo não teve graça. - Falei de forma séria, mas Thalia estava rindo tanto que eu acabei rindo também.
- Teve sim. - Ela riu. - Ah encare como um elogio. A pessoa por trás das câmeras te acha fofo.
- Ah, estou me sentindo muito melhor. Estou louco para contar pros meus amigos que fui comparado com o piu piu. - Ironizei e Thalia riu mais ainda. - Não precisa contar esse grande e emocionante acontecimento para as pessoas tá? Não preciso de um novo apelido.
- Não vou. - Ela sorriu convencida. - Sei como é ruim isso de apelidos, e... garanto, minhas vergonhas já renderam muitos apelidos.
- Na adolescência, perdi uma aposta e tive que raspar o cabelo. Ficaram um mês me chamando de desodorante roll-on. - Falei e Thalia começou a gargalhar alto.
Chamamos atenção das pessoas " trabalhadoras e ocupadas " que nos olharam com um olhar de que éramos crianças imaturas e irresponsáveis, mas não me importei.
A risada dela agradava aos meus ouvidos, assim como o seu sorriso agradava aos meus olhos.
Eu me sentia bem quando a fazia rir. Tinha vontade de rir também e quase sempre sorria quando isso acontecia.
Resumindo: Thalia conseguiu me deixar hipnotizado por ela em apenas uma semana.
- É sério? Que aposta louca foi essa? - Ela me olhou com o rosto vermelho de tanto rir.
- Eu nem lembro. Só sei que eu perdi feio e tive que ficar careca. - Respondi. - Eu e meus amigos não batiamos muito bem da cabeça. - Dei de ombros.
- Percebi. - Ela riu enquanto abraçava a sacola com a boneca.
Eu não havia notado. Nós dois fomos caminhando enquanto conversávamos e de repente... já havíamos chegado no prédio dela.
- Bem... - Thalia parou a minha frente com um sorriso tímido. - Eu sei que já agradeci, mas dizer obrigado nunca é demais. - Ela sorriu de novo. E eu... me senti um bobo. Tudo nela me encantava. O jeito dela de falar, de andar, tudo. - Obrigada por hoje, Josh. Você me proporcionou um dia incrível e não se importou com as vergonhas que eu passei. - A mesma juntou o cabelo todo para um lado e colocou sobre o ombro. - Graças a você, conheci Nova Iorque sem me perder e ainda ganhei uma Barbie linda. Obrigada mesmo!
- Não precisa me agradecer, Thalia. O dia foi incrível pra mim também e isso graças a sua companhia. - Sorri para a mesma. - Você me fez rir muito.
- E não é porque sou engraçada. - Ela balançou a cabeça rindo.
- Você é engraçada. - Sorri convencido e ela arqueou uma sobrancelha. - É linda, tem uma personalidade incrível e me faz sentir muito bem com você. - Thalia parou de sorrir e começou a corar no mesmo instante. - Ta, eu não queria te deixar sem graça. Eu só...
- Eu acho o mesmo. - Ela falou de forma rápida. A mesma parecia meio sem jeito, mas mesmo assim continuou falando. - Você, com certeza, foi a melhor pessoa que conheci. É talentoso e... - Ela abaixou a cabeça. - Desculpa, eu sou péssima nisso. Mas mesmo assim saiba que te acho uma pessoa incrível.
- Eu sei, obrigado. - Sorri convencido e ela me encarou. - To brincando. Obrigado. Bem... acho que já está tarde, é melhor você entrar.
- Ok. - Ela sorriu. - Obrigada, de novo.
Thalia estava prestes a virar as costas para sair de perto de mim, mas algo estava me incomodando. Eu ainda queria beija-la.
Meus olhos focaram em seus lábios que continham um sorriso e eu não consegui pensar em mais nada, apenas no fato de que eu me sentiria um completo idiota se não tomasse uma iniciativa.
No momento em que faria algo, uma pessoa que estava passando apressada na rua esbarrou em mim me jogando para cima da Thalia.
Meu corpo parou a sua frente e eu segurei os seus braços. Thalia arregalou os olhos e eu notei o quanto nossos rostos estavam perto.
Eu analisei o seu rosto, abri um sorriso de canto de boca e me aproximei dela bem lentamente. Queria ter certeza de que ela também queria aquilo, e quando ela não fez nada para impedir, meu coração acelerou e eu a beijei.
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Continua...
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