attention: jimin+jungkook
Attention
Você me olhou com aqueles olhos, sob aquela blusa de lã azul bebê, com aquele cabelo castanho bagunçado.
Eu sorri internamente, e de propósito, continuei focado em meu computador, enquanto você se encolhia na poltrona.
- Você já está terminando? - você me perguntou, me julgando, com sua carinha zangada.
- Faltam três páginas - eu lhe disse, e não era uma mentira.
Perdão, babe.
Você bufou, revirando os olhos, formando, sem seguida, um biquinho com os lábios.
Você estava bravo, e oh meu Deus, que medo. É linda, a sua carinha quando está irritado.
Ah, mas não tem como você ficar feio. Vai contra as leis da física.
- Terminou? - você perguntou, forçando um sorriso. Tão falso!
- Não - eu disse, e você fechou a cara. - Você quer alguma coisa?
- Eu não - você se fez de desentendido.
Você quer sim, amor.
Eu continuei a minha redação, e por cima da tela do computador, eu pude ver você batucar os dedos contra a mesa, suas unhas causando um som chato, qual você sabia que me irritava.
- Pare com isso, por favor - pedi, vendo você parar, com um sorrisinho vitorioso no rosto.
Você adora me irritar.
- E agora, já terminou? - você tentou não parecer interessado.
- Ainda não - eu suspirei, e vi você prender a respiração, suas bochechas grandes inflando e adquirindo um tom de rosa escuro.
Você estava tentando se controlar.
- Podemos sair pra comer, depois - eu sugeri.
- Não, obrigado - você pareceu tão contragosto.
Você adora comer. Mas também adora ser orgulhoso.
- Você quer ver algum filme? - perguntei, e vi você esconder um sorriso.
- Não, estou bem - você disse, mas hesitou.
Você gosta de ir ao cinema. E também gosta de me fazer correr atrás.
- O que acha de jogarmos Mario Kart? - fiz a pergunta, somente para ver seus olhos saltarem.
Você ama Mario Kart.
- Não, estou com preguiça - você disse, totalmente forçado.
Você também ama me deixar sem saída.
- Você vai terminar quando? - você me perguntou, seu corpo todo transbordando impaciência.
- Mais umas duas horas e pronto - eu menti, porque queria ver sua carinha de espanto.
- Mas - você fez uma caretinha triste, misturada com raiva. - Engole esse trabalho, então!
- Se eu engolisse - eu te disse. - Eu teria que refazê-lo.
Nós ficamos em silêncio, e eu pude me concentrar no trabalho. Não que eu não ouvisse você suspirar, impaciente, de vez em quando.
- Você passa tanto tempo nesse computador - você disse, analisando as unhas, como quem não se importa.
Mas você se importa.
- Faculdade - eu disse à você, e em resposta, você torceu o nariz. - Eu quero me formar, sabia? Você deixa eu me formar? E conseguir um emprego e ter dinheiro para comprarmos uma casa?
- Ah, fica aí com sua redação boba! - você se levantou, e seus pés tocaram o piso frio, o que fez você gemer de dor. - Fica aí, com seu computador!
Você andou rápido até a porta, sem olhar o caminho, e acabou se chocando com a parede. Você soltou um gritinho irritado, levando a mão até o nariz, para tentar aliviar a dor.
Você saiu da sala, com um bico enorme nos lábios, os olhos lacrimejando um pouco.
Eu suspirei, sorrindo sozinho, e desliguei o computador. Fui até a cozinha, peguei um pacote de marshmallows e caminhei até o quarto.
Eu parei na porta, para ver você deitado na cama, virado de costas para mim, abraçado ao travesseiro, murmurando coisinhas.
- Ele nunca olha na minha cara - você resmungava. - Aquele bundão! Eu sou o namorado dele, ele tem que preferir à mim e não ao computador.
Eu prefiro você, dez, vinte, trinta vezes mais. Pabo.
- Será que ele não gosta mais de mim? - você perguntou, sua voz saiu preocupada. - Será que é porque eu engordei? Eu devia voltar pra academia.
Seu corpo é lindo do jeito que é. Sem tirar ou pôr.
- Ou será que ele encontrou outra pessoa? - você questionou, parecendo nervoso. - Aquela faculdade está cheia de meninos bonitos... E se ele encontrou alguém melhor que eu?
- Ninguém é melhor que você - eu te disse, e você saltou na cama.
- Aaa - você apontou para mim, com seu dedo gordinho. - Você não pode ouvir as conversas das pessoas!
- Você estava falando sozinho - eu me sentei ao seu lado na cama. - E eu continuo te amando, fique tranquilo.
- Mas - você abaixou a cabeça. - Já faz sete anos, você deve estar cansado.
- Você é dramático - eu disse, e você me lançou um olhar de repreensão. - Eu amo tudo em você.
- Mas por que você não fala comigo? - eu pude ver seus olhos brilharem com lágrimas. - Você só faz trabalhos o dia todo.
- Faz parte da faculdade - eu lhe disse. - Eu preciso te ignorar, porque eu não consigo pensar em outra coisa senão em você.
- Ah, e aí eu fico largado - você desviou o olhar, tentando não chorar.
- Meu Deus, mas você é tão carente - eu lhe puxei para um abraço, e o escondi em meus braços, você hesitou, mas devolveu o gesto.
Você me apertou tão forte, e inalou o perfume da minha pele com tanto desespero.
- Eu te amo, eu juro - eu beijei o topo de sua testa. - Amo desde que tinhamos 15 anos, então, não tenha medo.
- Então, fica comigo - você pediu, deitando a cabeça em meu ombro, acariciando meu pescoço, com a pontinha do nariz. - Diz que eu sou bonito, que minha comida é gostosa, que minha bunda é boa, que você ama a minha voz, que...
- Que eu adoro o seu cabelo, e sua pele é macia, que você faz o melhor sexo, você é tudo pra mim. - eu continuei. - Que eu te amo. Que meu amor é muito, muito, muito maior que o planeta Terra.
- Maior que o universo todo - você me corrigiu. - Eu te amo.
Eu sei que ama.
Eu abri o pacote de marshmallows, e joguei um para o alto, para que você pegasse com a boca, mas você errou, e então ficou todo sem graça.
- Você tem uma mira tão ruim - eu tive que dizer, e você estava pronto para dizer um palavrão, eu te conheço.
Mas eu lhe roubei um beijo, para te calar. E você me agarrou, para que pudesse beijar o meu rosto todo.
No final, eu segurei suas bochechas, e uni nossas bocas. Eu pude sentir o típico gosto de bala de framboesa, pude sentir a típica textura dos seus lábios, e pude sentir o típico amor.
Eu nunca vou cansar de você. Você nunca vai ficar feio. Eu nunca vou preferir um computador à você. Mesmo com todo o seu drama e ciúme.
- Eu te amo - você repetiu, mas eu fingi não prestar atenção. - Olhe para mim, Jeon Jungkook!
- Ah, estou olhando, estou sempre olhando - e te beijei. - Por que você precisa de tanta atenção, Park Jimin?
//yay, está aí. espero que tenham gostado. se gostaram, por favor, votem e comentem. muito obrigada.//
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