About Bathroom, Heros, Cancer and Caterpillar.

Lá estavam os dois menininhos. Seis e sete anos cada um.

Eles não se conheciam, mas trocaram olhares, enquanto as mulheres conversavam sobre coisas que eles não faziam a mínima idéia do que significava.

Cada um dos garotinhos se encostou na parede, enquanto as moças diziam que eles eram fofos.

Aquele era o banheiro feminino do hospital.

A mãe do maiorzinho vomitava em uma das cabines, enquanto a outra arrumava o cabelo em frente ao espelho.

- Ei - o de olhinhos quase vesgos chamou o outro, com a boquinha formando um bico inconsciente. - Sua mãe também não te deixa ir no banheiro dos meninos?

- É, não - o moreninho sentiu as bochechas ficarem rubras. - Ela não vê que já sou um homem.

- A minha também não deixa - ele olhou para a mulher que lutava contra os apliques. - E o meu pai não sai de casa, então...

- Chato, né? - o outro menininho abaixou a cabeça. - Ele deixa sua mãe vir sozinha?

- Sim. É minha tia quem traz a gente. - o menino juntou as mãozinhas em frente ao corpo. - Seu pai está aí?

- Sim, mas ele fica no carro - o outro respondeu. - Ele não gosta daqui.

- Eu também não gosto - o menor disse, suspirando. - Mas mamãe gosta da minha companhia.

- Ela também perdeu o cabelo? - o de pele mais escura perguntou, olhando para a mulher perto do espelho.

- Sim, mas não tudo - o menino disse. - Ela usa cabelo falso.

- Ela não devia se preocupar - ele o respondeu, espirituoso. - Mamãe continua linda, mesmo careca.

- Sério? - perguntou o menor, surpreso. Este temia que a sua mãe fosse ficar esquisita com a cabeça toda raspada.

- Juro - o garotinho riu. - Mas mamãe está muito fraca.

- Por quê? - o outro perguntou.

Eles sabiam que elas estavam mal, mas eles não entendiam o que realmente estava acontecendo.

- Não sei - bufou o mais alto. - O médico disse que é "terminal", mas eu não sei o que significa.

- Wa, eu também não - o menino tentou pensar no que poderia ser. - Não sei mesmo. Mas quer ir lá fora brincar?

- Vou perguntar pra minha mãe - o garoto correu até uma das cabines. - Posso ir lá fora brincar com o menino, mãe?

Ela deixou, ambas as mães deixaram, os dois correram para o exterior do hospital, e foram para o jardim, onde se sentaram nas pedras.

- Minha professora perguntou o que eu queria ser - o mais velho comentou, assistindo o outro desenhar na terra com um graveto.

- E o que você quer ser? - ele o questionou.

- Eu queria ser como o Tony Stark! - ele esticou a mão, imitando a pose do herói.

- O Capitão América é mais legal - o garoto resmungou. - Ele ficou congelado, e sobreviveu!

- Mas o Homem de Ferro tem dinheiro - ele retrucou.

- Você quer dinheiro? - o mais novo o olhou.

- Quero - ele disse. - Assim meu pai pararia de reclamar das contas do tratamento da mamãe...

- Oh - o entendeu. - Eu posso te dar um pouco.

- Pode? - ele o olhou surpreso.

- Eu tenho quase mil e oitocentos won (cinco reais) guardados - o moreninho lhe contou.

- Tudo isso?! - o garoto deixou o queixo cair.

- Eu trago pra você na próxima vez - ele combinou.

- Obrigado! Isso é demais! - o menininho se moveu para perto e o abraçou.

- Quando eu crescer eu vou ter bem mais - o outro menino disse, abrindo um sorriso que lhe trazia furinhos nas bochechas. - Quando a mamãe sarar do "câncer terminal", nós vamos vender bolos.

- Eu vou comprar vários pedaços - ele disse, rindo. - Eu amo bolo.

- Ah, vamos falar pra sua mãe levar você na minha casa um dia - o garoto sugeriu. - E eu te mostro meus brinquedos, e a gente pode comer um monte de bolo.

- Ya, vai ser tão legal - o mais velho riu.

O outro garoto achou aquela risada engraçada, então riu junto.

- Eu vou contar pra pisicologuia' que eu achei um novo amigo - ele disse, passando o braço pelo pescoço do garoto. - Como é seu nome? Preciso dizer pra ela.

- SeokJin! - o menino disse - E o seu? Pra eu dizer pra minha mãe, depois.

- Namjoon - ele contou, sorrindo. - Já caçou lagarta?

/Oi tudo bom?

Uma namjin :0

foi bem curtinha, mas eu gostei de escrever.

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