CAPÍTULO 9
Choro, pois é a única maneira de colocar para fora oque está dentro!
Pow Hailey
Sinto uma quentura no meu rosto e obrigo meus olhos a se abrirem, vejo que a janela está aberta e raios de sol entram por ela, ponho minha mão no rosto para tampar meus olhos da claridade, olho para o meu lado e não vejo o monstro levanto da cama e caminho até o banheiro, retiro a minha roupa e entro no box ligo o chuveiro e a água gelada cai sobre a minha cabeça molhando todo o meu cabelo, demoro cerca de 5 minutos no banho quando estou satisfeita e totalmente limpa saio do box e me seco, me enrolo numa toalha e sigo para fora do banheiro.
Entro no closet do monstro e vejo as roupas que a Mel deixou para mim ontem, visto uma calsinha preta e um sutiã da mesma cor, ponho um short de malha cinza e uma blusa branca de alça, penteio meu cabelo e escovo meus dentes, passo desodorante e saio do quarto.
Desço as escadas da casa temorosa, caminho até a cozinha quando chego não vejo ninguém ali, abro os armários em busca de algo para tomar de café da manhã...
💭 Caralho, ninguém come nessa casa não? 💭
Desisto de procurar pois sei que não vou encontrar, ouso a porta da entrada ser batida penso que é o monstro, mais quando Melinda entra pela porta da cozinha um alívio cai sobre meu ser.
—Oi Hailey, eu imaginei que aqui não teria nada para você comer, então eu vim te buscar para tomar café lá em casa! - Ela diz me abraçando.
—Eu vou sim, Mel! - Digo.
—Então bora! Como vai o inferno nessa casa? - Ela pergunta enquanto caminhamos até a porta.
—Não vejo a hora de me livrar do monstro do seu primo! - Vejo que ela fica meio assim.
—Desculpa, Mel! Mais eu odeio seu primo! - Digo me lembrando de tudo oque ele fez comigo.
—Eu sei Hailey! Meu primo nunca foi um amor de pessoa! - Ela diz.
Abrimos a porta e imediatamente um cara para a gente...
—O patrão disse que a patroa não pode sair! - Ele diz.
—Ela pode sim! Manda meu primo tomar no cú! - Mel diz.
Ela me puxa para sairmos dali, mais o cara continua nos impedindo...
—Escuta aqui, eu vou levar a patroa para minha casa, depois eu me resolvo com o teu chefe! - Ela diz encarando o homem de frente.
—Dona, eu...
O cara tentar falar mais Mel não deixa...
—Vou levar minha cunhada para minha casa, e ponto final, depois tu manda teu patrão resolver comigo! - Melinda diz e me puxa para fora.
Caminhamos pelo o morro e olho para Mel...
—Tem certeza que não vai dar problema? Eu posso voltar para casa, sem problemas! - Digo tentando conveser ela.
—Hailey, eu me entendo com o meu primo! Fica suzi! - Ela diz.
Quando passamos em frente as casas do morro, várias mulheres me olham de uma outra forma, elas já devem saber que eu agora sou mulher de bandido. Elas me olham de cima a baixo, é como se eu tivesse uma doença contagiante, abaixo minha cabeça.
Mel percebe e me faz parar de andar, ela toca no meu queixo e me faz levantar a cabeça...
—Ei, não fica assim, ruiva! Não ligue para oque os outros dizem ou pensam sobre você, o importante, é que nós duas sabemos que você não está nisso por querer! - Ela diz dando um sorriso gentil.
Concordo com a cabeça e voltamos a caminhar, chegamos em frente a uma casa branca, com duas janelas e uma porta de madeira, ela não é grande, mais também não é pequena.
Mel me puxa e entramos na casa, a sala parece ser bem aconchegante, tem um sofá grande cinza, uma estante grande de madeira com uma televisão e alguns porta - retratos. Tem uma mesa de centro, e em cima dela contém um vaso de flores simples. Do lado direito tem uma escada que sobe para o andar de cima e do lado um corredor.
—Vem, minha mãe dever está na cozinha! - Mel me puxa até o corredor.
Quando chegamos na cozinha, vejo Ingrid virada de costas para mim, ela corta algo na pia Mel faz um sinal que chama a atenção dela para nós.
—Hailey, que surpresa! - Ela diz e vem me abraçar.
—Nossa mãe, eu também estou aqui! - Mel diz abrindo a geladeira.
—Para de palhaçada menina, Hailey é visita! - Ingrid fala e Mel revira os olhos.
—Mãe, acredita que não tinha nada para ruiva comer lá na casa do imbecil do João? Sorte que eu estava passando perto e resolvi ir lá!
—Sério Hailey? Eu vou fazer umas compras e levar para lá! Mais senta ai, vou te servir algumas coisas! - Ela diz.
Assim como ela pediu, me sento na mesa que contém quatro cadeiras, logo Ingrid começa a botar várias coisas na mesa, me sirvo de uma xícara de café e biscoito maizena.
Ingrid senta na mesa assim como Mel, as duas me olham...
—Então minha linda, como vão as coisas com o meu sobrinho? - Ela pergunta.
Abaixo minha cabeça, ela entende meu gesto como resposta...
—Ruiva, oque você fazia antes de bem, antes do João fazer isso com você? - Mel pergunta.
—Eu estava o 2° ano do ensino médio, e fazia curso de balé fora do morro! - Digo bebendo um gole de café.
—Uau, você faz balé a muito tempo? - Mel pergunta.
—Desde pequena, sempre foi o meu sonho ser bailarina! Ou melhor era! - Digo colocando a xícara de volta na mesa.
—Eu quero que você saiba que sentimos muito! - Ingrid fala.
—E a sua mãe, ruiva? - Melinda pergunta.
—Minha mãe me expulsou de casa quando eu disse que estava apaixonada por um bandido! - Digo com uma voz de tristeza.
—Mais por que você disse isso? Sabemos que não é verdade! - Mel fala.
—Foi a única forma que eu achei de proteger ela! - Digo.
Ingrid põe a mão no rosto e dar um suspiro cansado...
—Aonde foi que eu errei com o João? - Ela pergunta.
—A senhora não tem culpa de nada, mãe! Sabemos que o João sempre foi assim! - Melinda fala tocando no cabelo da mãe.
Ingrid pega na minha mão que estava encima da mesa, ela me olha profundo com lágrimas nos olhos...
—Perdão Hailey! Perdão, se o João é assim, é por que eu não o criei como devia! - Ela diz.
—Você não tem culpa de nada, Ingrid! Tenho certeza que um dia isso tudo vai passar! - Digo dando um pequeno sorriso.
—Gente, está lindo esse momento, mais Hailey, eu preciso te mostrar uma pessoa! - Mel diz levantando.
Ela pega no meu ombro e eu me levanto, seguimos até a escada e subimos todos os degraus quando chegamos no corredor, paramos em frente a uma porta marrom.
—Ela está ai desde ontem! - Mel diz e abre a porta.
Quando vejo aquela menina de cabelos loiros deitada na cama, toda encolhida e chorando, meu coração se aperta...
—Vai lá! - Mel me incentiva.
Entro no quarto e a porta se fecha atrás de mim, caminho até a cama e todo no seu ombro...
—Maya? - Minha voz sai embargada.
Ela se vira para mim e no mesmo momento me abraça apertado...
—Me desculpa, Hailey! Isso tudo é culpa minha! Só minha! - Ela diz enquanto me abraça apertado.
—Shii! Isso é culpa de nós duas! - Digo já com lágrimas nos olhos.
Ela desfaz o abraço e me olha...
—Foi horrível amiga, ele entrou no meu quarto e me forçou a fazer oque eu não queria, e depois ele disse que eu era fiel dele! - Ela diz enquanto lágrimas e mais lágrimas descem pelo seu rosto.
—Comigo não foi diferente! - Digo também chorando.
—Se eu não tivesse insistindo para a gente ir naquele baile, isso não estaria acontecendo! - Ela diz.
—Isso não é culpa sua! - Digo secando suas lágrimas.
—Ele me bateu Hailey! Minha mãe ficou horrorizada, mais ela não pode fazer nada! - May fala chorando mais ainda.
—Minha mãe me expulsou de casa! - Digo.
—Como?
—Eu disse que estava apaixonada pelo o dono do morro, pois ele me ameaçou, dizendo que se eu tentasse alguma coisa ele matava quem eu mais amo! Ai eu tive que mentir para ela! - Falo derramando mais lágrimas.
—Eu sinto muito, Hailey! Como foi a primeira vez com ele?
Quando Maya me faz essa pergunta, lembranças ruins invadem minha memória...
—Tenha certeza, que foi pior que a sua! - Digo limpando o choro com o dorso da mão.
—Amiga, a gente vai ser forte e vai superar tudo isso! - May diz.
—Tomara que você esteja certa! - Digo.
A porta é aberta e Mel entra com uma cara não tão agradável...
—Ruiva, o João está lá em baixo! - Ela diz.
Meu corpo indurece que nem uma parede...
—E... Eu já vou! - Gaguejo.
Dou um último abraço em Maya e dou um beijo na sua cabeça, saio do quarto junto com Mel, descemos as escadas e já posso ver o monstro soltando fogo pela cabeça.
Quando ele me ver vem na minha direção, me encolho ele puxa meu cabelo com força...
—Quem mandou você sair de casa? - Ele pergunta.
—RESPONDE caralho! - Ele fala puxando com mais força.
—Solta ela João! Fui eu que a tirei de casa, não tinha nada para a menina comer naquela maldita casa! - Mel fala.
—Cala a porra da boca, Melinda! Não estou falando com você! - O monstro diz olhando para a prima.
—Mais eu estou falando com você! Ou você solta a Hailey agora, ou...
—Ou se não oque?
—Ou se não eu proibo sua entrada nessa casa! - Melinda diz.
O monstro solta uma risada alta e sarcástica...
—Você não manda em nada, Melinda! Esse morro é meu! Então tudo que tem aqui é meu! - Ele diz.
Mel desce os últimos degraus e fica cara a cara com ele...
—Quer pagar para ver? - Ela pergunta olhando olho a olho com o primo.
Ele revira os olhos e solta meu cabelo, um alívio no meu couro cabeludo cai sobre mim...
—Avisa pra tia Ingrid que eu meti o pé! - Ele diz.
—Ok! Se amanhã quando eu for ver essa menina, e ela tiver um arranhão, eu te dou uma surra de cabo de vassoura! - Mel fala.
Monstro revira os olhos de novo e dá o dedo do meio para a prima, ela retruca fazendo o gesto com as duas mãos...
Ele pega meu braço e me puxa para o lado de fora da casa...
💭 Custava ter deixado eu me despedir das pessoas? 💭
Quando ele abre a porta, aquele mesmo cara que quase me deu um tiro está entrando...
—Pow mano, é eu entrando e você saindo? - Ele pergunta.
Os dois fazem um tipo de toque com as mãos...
—Já vou rapa! Depois a gente ser ver! - Monstro fala.
O tal Gabi me repara e me olha de cima a baixo...
—Olha se não é a esquentadinha que virou minha cunhadinha! - Ele diz com sarcasmo.
Fecho a cara pra ele...
—Pow respeita minha mulher tá ouvindo? - Monstro diz botando o dedo na cara do primo.
—Ai ai, vai na Fé mano! - Gabi diz e entra.
O monstro continua a me puxar até chegarmos num carro todo preto, ele me joga no banco do passageiro e fecha a porta com agressividade, ele entra no carro e sai catando pneu...
—Se eu falar que é pra você ficar em casa, é pra você ficar em casa! - Ele grita comigo.
Encolho num ato de medo...
—Desculpa! - Peço baixo.
—Não adianta pedir desculpa, sua vadia! A tua sorte foi a Mel!
Ele faz uma manobra que me faz bater com a cabeça no vidro, sinto uma fisgada indicando que cortou... Ponho a mão no local e vejo meus dedos com sangue...
—Você me machucou! - Sussurro.
—Não estou nem ai! - Ele diz antes de sair do carro e me puxar para fora.
E lá estamos nós de novo nessa maldita casa, os vapores quando veem o patrão me puxando ficam com uma cara de medo...
—Por que não pararam a minha mulher quando ela estava saindo? - Ele pergunta.
Os dois caras que estavam de vigia só faltam se cagar de medo...
—Não foi culpa deles! - Digo.
—Cala a boca, SUA CACHORRA! - E mais uma vez ele grita.
—Desculpa patrão! - Um dos caras fala.
—A próxima vez eu mato vocês! - O monstro fala.
Ele me puxa para dentro da casa, me joga no sofá e eu caio deitada, me levanto e recebo um tapa na cara meu rosto vira como se fosse um carrossel, ponho a mão no local e recebo outro tapa, dessa vez caio no chão como um saco de batata.
—A próxima vez que você sair sem minha permissão, eu vou quebrar uma perna sua, só pra você aprender a me obedecer! - Ele diz e sai batendo a porta com força.
Levanto do chão e me encosto no sofá, deixo as lágrimas cair sem impedimentos... Choro como se só isso fosse tirar a dor que estou sentido...
—Eu te odeio! ODEIO! - Grito em meio a solidão que estou.
As vezes o ódio pode transformar uma pessoa no que ela não é!
•••
Já leu meu outro livro?
Já deixou sua estrelinha?
Já deixou seu comentário?
Achou algum erro?
Bjs da Naju
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro