CAPÍTULO 3
Pow Hailey
-Então, já decidiu se vai ou não para o baile? - May pergunta pela décima vez.
-Não, eu ainda não decidi, May! - Digo sentando na cadeira.
-Poxa Hailey, hoje já é quinta! Você precisa decidir logo! - Maya diz sentando na minha frente.
-Maya, minha mãe nunca deixaria eu ir para um baile! - Digo.
-Ela não precisa saber, fala que você vai dormir na minha casa!
-Não gosto de mentir, muito menos para minha mãe! - Digo.
Maya ia falar quando a professora de matemática entra na sala, junto com os outros alunos...
-Depois conversamos! Você não irá fugir de mim! - Maya fala e vira para frente.
Reviro meus olhos e abro meu caderno para começar a copiar a matéria...
1 Hora Depois
-Façam a lição! Eu irei corrigir depois do final de semana! - A professora de matemática diz, antes de sair da sala.
Levanto o mais rápido que eu posso, para tentar fugir de Maya, mais a mesma quando me ver levantando começa a me seguir.
-Por acaso, você está fugindo de mim? - Ela pergunta enquanto anda atrás de mim.
-Imagina, May! Só estou com muita vontade de ir no banheiro!
-Mentira! Amiga decide logo! - Ela diz emburrada.
Reviro meus olhos e entro no banheiro...
-May, você já sabe minha resposta! - Digo.
-Amiga, por favor! Eu te prometo que a gente vai, fica um pouco e depois vamos embora, por favor! - Ela choraminga.
-May...
-Hailey, por favor! - Ela pede com as duas mãos juntas.
Penso um pouco...
-Ok! Eu vou nesse bendito baile com você! - Digo e vejo um brilho surgir nos olhos da minha amiga.
-Isso! Eu te prometo que a gente só vai dançar um pouco! - Ela diz.
-Tá bom! - Digo dando um meio sorriso.
Maya me abraça e eu solto uma longa respiração...
Dia Seguinte...
-Mãe, amanhã eu vou dormi na casa da Maya, tá? - Pergunto tentando ser o mais convincente possível.
-Tudo bem, filha! - Minha mãe diz enquanto lava as coisas que estava suja.
-Ficou sabendo do baile de sábado? - Minha mãe pergunta e eu arregalo os olhos.
-Não, eu não fiquei sabendo não! - Digo bebendo um pouco de café.
-Hm, ainda bem! Não quero minha filha envolvida com essas coisas! - Mamãe diz.
-Eu sei disso, mãe! - Digo.
-Ainda bem que você entende!
Levanto da cadeira e mamãe me olha...
-Vai aonde? - Ela pergunta.
-Vou na casa da May, volto logo! - Digo dando um beijo na sua bochecha.
Saio de casa com a consciência pesada, não gosto de mentir para minha mãe é óbvio que eu já menti para ela algumas vezes, mais eu prometi não mentir mais.
Eu não quero ir para esse baile, só estou indo por causa da minha melhor amiga, só por isso.
Chego na casa da Maya, e bato duas vezes no portão...
-Oi? - Maya grita da janela.
-Abri aqui pra mim, vaca! - Grito colocando a mão na testa por causa do sol quente.
-Tô descendo! - Ela diz e fecha a janela.
Logo a porta é aberta e eu entro, a casa da Maya é um pouco maior que a minha, a mãe dela trabalha em fábrica fazendo shampoo ela sai as 09:00 horas e só volta as 05:00 horas, Maya praticamente não ver a mãe dela. O pai abandonou quando descobriu que a tia Helena estava grávida, desde então Maya não conhece o pai.
-Então, falou com a tia que você vai dormir aqui amanhã? - Maya pergunta sentando no sofá.
-Falei!
-Obá, vamos dançar muito nesse baile, amiga! - Ela diz saindo do sofá e fazendo um quadradinho.
Solto uma gargalhada e jogo uma almofada nela que cai de bunda no chão...
-Porra! - Ela diz colocando a mão na bunda.
Continuo a rir da cara de Maya até que ela joga a almofada de volta, só que pega na minha cara me deixando puta da vida...
-Maya, sua filha de uma boa mãe! - Digo levantando do sofá.
-Guerra de almofada! - Maya grita jogando várias almofadas em mim.
Devolvo na mesma moeda, até que caímos no chão cansadas e toda descabeladas.
-Nunca me canso disso! - May fala.
-Nem eu! - Digo rindo.
Levantamos do chão e olhamos ao nosso redor, a casa que antes estava arrumada agora está toda bagunçada por conta da nossa pequena guerra de almofada.
-Vamos ter que arrumar isso! - May fala.
-É o jeito né! - Digo.
-Mais vamos ouvir música enquanto arrumamos! - Ela diz ligando seu celular.
-Qual ritmo?
-Pagode, óbvio! - Maya diz.
-Qual cantor? - Pergunto ajeitando meu cabelo.
-O gordinho mais amado do Brasil!
-Ferrugem! - Digo sorrindo.
-Isso ai! - Maya diz e coloca uma música do ferrugem.
Amar é tão sagrado pra quem sabe amar
Jamais confunda amor com se acostumar
Tem que pulsar, tem que apostar a todo o tempo
Pra que o nosso sentimento possa renovar
Hipocrisia é pintar amor só de fachada
Quando chega em casa, cada um vai pro seu lado
Não tem cheiro, nem abraço, nem carinho
Boa noite sem beijinho, dorme junto, separado
Tem casal que expõe tanta foto na rede e não é de verdade
Tem casal que se ama demais e preserva sua intimidade
Eu ainda acredito na boda de prata, na boda de ouro
Tem amor que é pirata, tem amor que é tesouro
Quando a gente se ilude, a cabeça pira
(É mentira, é mentira)
E quando a gente se completa, é só felicidade
(É verdade, é verdade)
Quando a maré não tá pra peixe, o barco vira
(É mentira, é mentira)
Quando tá junto na alegria ou na adversidade
(É verdade) é verdade
Amar é tão sagrado pra quem sabe amar
Jamais confunda amor com se acostumar
Tem que pulsar, tem que apostar a todo o tempo
Pra que o nosso sentimento possa renovar
O ferrugem cantava e a gente arrumava a casa, depois de uns 15 minutos a casa já estava arrumada e cheirosa.
-Agora que já arrumamos a bagunça, eu já vou! - Digo vendo a May desligar o celular.
-Tá bom, te espero aqui amanhã as 16:00 horas! - Maya diz me abraçando.
-Ok! - Devolvo o abraço e saio da casa.
Caminho lentamente pela rua do morro por causa do sol quente, quando chego no meu destino entro e caminho até o caixa.
-Me ver um açaí de 4 reais com cobertura de chocolate, por favor! - Digo para a mulher.
-Já sai, o açaí é para a viagem ou para agora? - Ela pergunta.
-Viagem! - Digo e entrego o dinheiro certinho.
Sento em uma mesa vazia, e começa a ventar muito meu cabelo que estava preso em um coque frouxo, agora está solto voando junto com o vento.
Limpo meus olhos por causa da poeira que entrou nele, 2 minutos depois a mulher trouxe meu açaí dentro de uma sacola branca.
-Obrigada! - Agradeço e levanto saindo da loja.
Caminho até minha casa mais o beco em que eu passo está repleto de bandidos. Odeio bandidos então resolvo ir por outro caminho, mais o único caminho que tem para minha casa tem que passar em frente a boca principal.
Jura Deus? - Penso.
Para não passar por esses bandidos resolvo ir mesmo pelo caminho da boca, vou passando pelas vielas até chegar na boca continuo andando até esbarrar em alguém, sinto a arma da pessoa encostar na minha cintura. Imediatamente meu corpo gela.
Odeio armas!
Por conta do giro que eu dei quando esbarrei com a pessoa, fico meio tonta...
-Calma ai gatinha! - O cara diz segurando na minha cintura.
Ele não era nem tão alto nem tão baixo, tinha cabelo na cor preta com leves cachos, ele estava sem camisa exibido seu peitoral bem definido, ele tinha uma arma atravessada nas costas.
-Me solte! - Ordeno a ele.
-Nossa, que bravinha! - Ele diz rindo.
-Me larga! Eu estou mandando! - Digo com uma leve raiva.
-E se eu não quiser? - Ele pergunta com sarcasmo.
Começo a estapear seu peito nú, mais sem sucesso paro mais meu açaí cai no chão com tudo, cresce uma raiva dentro de mim...
-Olha oque você fez, seu palhaço! - Digo e vejo seu sorriso de ironia desaparecer, sua face se torna dura como se ele estivesse com raiva.
Ele me solta e no mesmo momento, ele pega o fuzil e aponta para mim, com o susto dou um pulo para atrás com medo...
-Oque você disse, sua cadela? - Ele pergunta com raiva.
-Mais não importa, você vai morrer do mesmo jeito! - Ele diz e põe a mão no gatilho.
Ponho minhas mão no meu rosto como ato de defesa...
-GABI! - Ouço alguém gritar.
Tiro as minhas mãos do meu rosto e olho para o cara, o fuzil já não estava mais apontado para mim. Olho na mesma direção em que o tal "Gabi" está olhando, tomo um susto ao perceber que é o mesmo cara que eu tombei outro dia, ele estava cheio de correntes e um grande relo.
-Mais que porra está acontecendo aqui? - O tal cara que eu esbarrei outro dia pergunta.
-Essa vadia ai que me chamou de palhaço! Eu estava pronto para dar um tiro nela, só que você chegou! - Gabi diz com desdém.
E finalmente o homem que eu esbarrei outro dia olha para mim, posso perceber que o seu olhar está diferente...
-Eu não sou vadia! Eu estava andando pela rua quando eu esbarrei em você, mais você me segurou e não queria me soltar! - Digo com raiva.
-Olha como você fala comigo, garota! - Gabi diz vindo pra cima de mim, mais um vapor segura ele.
-Chega! Marquinho leva o meu mano daqui! - O homem desconhecido fala.
-Ok patrão! - O vapor fala e sai levando o Gabi com ele.
O homem desconhecido olha para mim e começa a vim na minha direção, seu olhar é de raiva, me encolho com medo.
-Escuta aqui, essa não é a primeira vez que eu vejo você arrumando encrenca! Eu impedi meu mano de te dar um tiro, mais a próxima vez que eu esbarrar com você, eu mesmo te dou um tiro, morô? - Ele fala.
Não respondo, apenas saio andando sem nem olhar para traz...
Chego em casa soltando fogo pela cabeça, eu acredito que se botarem um ovo na minha cabeça agora, ele frita em questões de segundos.
Eu quase levei um tiro, discuti com um bandido e ainda perdi meu amado açaí...
Vou para o meu quarto, deito na minha cama e lembro do tal homem que impediu do tal Gabi me dar um tiro. Ele até que é bonito, mais se ele conhecia um bandido ele também deveria ser um.
Esqueça Hailey! Príncipes encantados não existem!
Reviro meus olhos com oque meu sub - consciente diz...
Balanço minha cabeça para espantar esses pensamentos, levanto da minha cama e caminho na direção do meu pequeno banheiro. Tomo um banho e aproveito para lavar meus longos cabelos ruivos.
Sempre quiz saber de quem eu herdei a cor do meu cabelo, mamãe sempre diz que as mulheres da família de meu pai a maioria tinha cabelo ruivo.
Saio do banheiro com uma toalha na cabeça e outra enrolada no corpo. Coloco um vestido preto confortável, penteio meu cabelo e coloco desodorante. Volto a deitar na minha cama com um livro nas mãos.
Estava lendo o livro, até que ouso um grito vindo da sala...
-Filha, cheguei! - Mamãe grita.
Levanto da cama e caminho até a pequena sala, onde só havia um sofá médio, uma estante nem tão grande nem tão pequena, onde estava a nossa televisão de 20° polegadas. No chão tinha um tapete de crochê preto.
-Oi mamãe! - Digo entrando na sala e vendo minha mãe cheia de sacolas nas mãos.
-Recebi meu salário hoje, fiz algumas compras! - Ela diz.
-Atá! - Digo vendo sua dificuldade em carregar as sacolas.
-Ande menina! Venha me ajudar com essas sacolas! - Minha mãe diz.
Me apresso até chegar nela, pego algumas sacolas nas mãos e caminho com elas até a cozinha, ajudo mamãe aguardar as coisas e pego uma maça para comer.
-Como foi seu dia hoje? - Ela pergunta.
Foi ótimo mãe! Quase levei um tiro! - Penso.
-Foi bom! - Digo sorrindo.
-Hm! Espero que não tenha passado em frente aquela boca! Não quero filha minha envolvida com bandido! - Minha mãe diz e eu dou uma leve engasgada com a maça.
-Imagina mãe, eu nem passei em frente aquela boca! E outra, eu nunca na minha vida me envolveria com um bandido! - Digo.
-Acho bom! - Minha mãe diz ao fechar o armário, onde ela tinha colocado a última compra.
Dou um sorriso e vou para a sala...
-Vai mesmo dormir na casa da Maya amanhã? - Minha mãe pergunta.
Isso me faz lembrar do baile, do maldito baile...
-Vou sim mãe!
E também vou a um baile! - Meu sub diz.
Cala a boca sub! - Digo.
-Hailey, você está bem?
-Sim mãe! Estou ótima! - Minto.
-Hm!
Ligo a televisão e começo a ver minha novela das 18:00, até que minha mãe resolve conversar de novo.
-Como vai a escola de baler, Hailey?
-Bem, aprendi alguns passos novos! E no final do ano vai ter a apresentação final, é ai que eu acabo meu curso! - Digo.
-Atá! - Ela diz.
-Seu pai teria muito orgulho de você! - Mamãe fala e eu a olho.
-É, eu sei que ele teria! - Digo sorrindo.
Dou um abraço na minha mãe e beijo sua cabeça...
-Eu nunca vou te decepcionar, mãe! - Digo.
-Assim espero, Hailey! Assim espero! - Ela diz e uma pontada no peito me invade.
Volto a dar um beijo na sua cabeça e a abraço mais forte...
Ah mãe! Juro que nunca irei te decepcionar!
•••
Já leu meu outro livro?
Já deixou sua estrelinha?
Já deixou seu comentário?
Achou algum erro?
Bjs da Naju
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro