Pow Hailey

A moto para em frente a casa de Ingrid, salto dela e caminho até a porta dou duas batidas e ela é aberta por Mel.

-Minha ruiva chegou! - Ela diz me abraçando.

-Oi meu amor! - Digo devolvendo o abraço.

-Vem, entra! - Ela diz me puxando pra dentro.

Ingrid estava sentada no sofá junto com o filho, a mesma quando me ver se levanta e vem me abraçar...

-Hailey, demorou! - Ela diz dando um beijo em cada bochecha minha.

-Desculpa pela demora! - Digo.

Logo o monstro entra pela porta, Mel olha pra cara dele e faz uma careta...

-Azedou minha noite! - Ela diz bufando.

-Também te odeio sua pentelha! - Ele diz abraçando a tia.

-Fala coroa! - Ele diz levantando ela no ar.

Logo depois ele vai até o primo e o comprimenta com um toque deles... Mel senta do lado do monstro que está sentado do lado do Gabi.

-Vou ver a lasanha! - Ingrid diz e sai em direção a cozinha.

Me sento do lado da minha amiga e ela se inclina pra falar no meu ouvido...

-Maya tá lá em cima! Ver se você consegue tirar ela do quarto um pouco! - Sussurra.

Concordo com a cabeça, me levanto e vou até a escada, monstro olha para trás para conferir aonde vou.

-Ih, ela vai lá em cima! Quer proibir a mina de ver a amiga dela também? - Melinda pergunta.

Ele não diz nada, apenas volta a olhar pra frente...

Mel pisca para mim, subo a escada até chegar no quarto do monstro número 2 abro a porta e vejo Maya olhando pela janela... Entro e fecho a porta.

-Sei que tá difícil aguentar essa barra, mais vamos descer, Ingrid fez uma lasanha! - Digo.

-Não finja que está tudo bem, Hailey! - Ela diz sem olhar pra minha cara.

-Acha que está sendo fácil para mim? Sou espancada praticamente todos os dias! Sou obrigada a fazer sexo com um homem que eu odeio e tenho nojo! Sou obrigada a mesmo estar sofrendo abrir um sorriso! Assim como você, também estou presa nessa vida miserável, odeio ele, odeio o cheiro dele, odeio a voz dele, eu odeio tudo nele! Mais eu sei que um dia tudo isso vai acabar, então sabendo disso, eu sou obrigada a levantar a cabeça e encarar meus problemas! - Digo e finalmente ela me olha.

Seu olho está com um roxo e sua boca com uma rachadura...

-Não se assuste! Aposto que ele faz pior com você! - Ela diz e sai do quarto batendo a porta.

Respiro algumas vezes e saio do quarto, desso a escada e vejo todos na sala...

-Aonde você estava? - O diabo pergunta.

-No quarto! - Digo.

-Sua amiga já desceu! Por que não desceu junto com ela? - Ele pergunta vindo na minha direção.

Maya estava do lado de Gabi, e Mel e Ingrid estavam no outro sofá...

-Eu fiquei olhando o morro um pouco pela janela! - Digo.

Ele pega meu queixo com força...

-Não minta pra mim! - Ele fala com fúria.

-Na minha casa não, João Pedro! - Ingrid diz levantando do sofá.

-Larga ela, porra! - Mel diz.

Ele me olha por alguns segundos, ele logo solta meu queixo ponho minha mão no mesmo e acariciou.

O monstro sobe em direção aos quartos...

-Aonde você vai meu filho? - Ingrid pergunta.

-Aliviar minha mente! - Ele diz e some.

Gabi sobe logo atrás...

-Lá vai o Maria vai com as outras! - Mel diz e recebe um tapa da mãe.

-Ai merda! - Ela diz massageando o local.

-Vamos meninas jantar! Deixa esses dois pra lá! - Ingrid fala e segue pra cozinha na nossa frente.

Mel segue logo atrás, Maya me olha e vai logo atrás de Mel, sigo atrás dela. Chegamos na cozinha e o cheiro de lasanha é bem presente, me sento do lado da Mel pois minha melhor amiga está de cú virado pra mim.

Ingrid põe a lasanha na mesa, todas nós nos servimos e comemos em meio a uma boa conversa.

-Hailey, sábia que na casa do João tem uma piscina! Ele não usa muito então ela estar abandonada! - Ingrid fala.

-Eu sei! Vi ela hoje! Poderia me dar uma ajuda para arrumar, Mel? - Pergunto comendo um pedaço de lasanha.

-Claro! Vou adorar! - Ela diz.

Maya olha para nós duas e volta a comer...

💭 Ciúmes 💭

Como meu pedaço e bebo meu refrigerante, dá uma vontade doida de fazer xixi...

-Ingrid, aonde é o banheiro? - Pergunto.

-Lá em cima, a segunda porta a direita! - Ela diz.

-Obrigada! - Digo e levanto.

Subo pela escada e entro na porta que Ingrid disse, desabotou o short e sento no vaso sinto um alívio quando o xixi sai de dentro de mim.

Quando termino, me seco e ponho o short de volta dou descarga e fecho o vaso, saio do banheiro fechando a porta.

Já estava pronta para descer quando ouso um suspiro, a curiosidade fala mais alta e sigo o som ele para na última porta do corredor, a porta está entre a aberta então posso ver oque está acontecendo. Ponho meu olho e a cena que vejo faz meu corpo arrepiar, o monstro está puxando uma coisa de um papel branco, ele suga aquilo como se fosse sua vida.

Logo depois ele põe a mão no nariz e olha...

-Está sangrando! - Sussurro.

💭 Porque não vai o ajudar? - Meu sub-consciente diz 💭

💭 Está doido? Ele só me maltrata! Tenho certeza que ele não quer minha ajuda! - Devolvo 💭

Resolvo sair dali, mais eu acho que o destino não gosta muito de mim pois eu bato com a mão na porta fazendo um barulho chato ecoar, o monstro vira o rosto mais eu sou mais rápida e me escondo na parede ao lado da porta.

Com cuidado saio do corredor e desso em disparada, no final da escada meu peito subia e descia num ritmo acelerado, minha respiração estava acelerada por conta da corrida. Lembro da cena do seu nariz sangrando e me arrepio, balanço a cabeça para afastar esses pensamentos, volto para cozinha e encontro Maya e Mel numa conversa animada e Ingrid lavando a louça.

-Voltei! - Digo.

-Caraca, tu demorou! - Ingrid fala.

-Devia tá cagando! - Mel diz.

Dou língua pra ela, o irmão dela chega na cozinha todo perfumado...

-Coroa, sobrou comida? - Ele pergunta.

Olho para Maya por um instante e posso ver ódio no seu olhar...

-Não! - Ingrid fala grossa.

-Koe mãe, faz um rango rápido ai pra mim! - Ele pede.

-Não! Vai comer na rua! - Ela diz.

Logo o outro monstro chega na cozinha, sinto sua presença sem nem precisar olhar para trás, assim como o primo ele está perfumado olho por um instante e vejo seus olhos totalmente vermelhos.

-Bora parceiro! Vamo rangar no bar do Jair! - Ele diz batendo no ombro do primo.

-Vai pagar? - Gabi pergunta.

-Mais é um cuzão mermo!

-Ih a Hailey, João? - Mel pergunta.

-Vou mandar um moleque levar ela pra casa! - Ele diz e sai acompanhado do primo.

Quando os dois saem, Mel me olha e eu desvio o olhar...

-Então eu vou dormir meninas! Boa noite! - Ingrid fala saindo da cozinha.

Ouso batidas na porta e Mel vai atender, me deixando sozinha com Maya na cozinha... Ela me olha e eu olho de volta...

💭 Eu amo essa rapariga! 💭

-Me desculpa, Hailey! Eu não queria te falar aquilo, foi no calor do momento! - Ela diz levantando.

Vou até ela e a abraço forte...

-Nós vamos sair dessa vida juntas! - Sussurro no seu ouvido.

-Nós vamos! - Ela fala.

Desfaço o abraço e sorrio para ela, Mel entra na cozinha se abanando...

-Mel, não está tão calor assim! - Maya fala.

-Mais oque eu vi agora me deixou num calor! - Ela fala se abanando mais rápido.

Não entendo e vou até a sala, quando chego encontro um vapor de costas ele se vira e consigo entender o motivo de Mel está com tanto calor.

-Patrão mandou te levar pra casa! - Ele diz com as mãos pra trás.

Ele era forte, moreno, tinha algumas tatuagens que cobriam os dois braços, ele tinha uma barba rala e estava com uma arma na cintura.

-Ok! - Digo.

Mel e Maya chegam na sala, me despeço de Maya e quando vou me despedir de Mel ela me puxa...

-Pego ou não pego? - Pergunta.

-Sei lá! Tu que sabe! - Sussurro.

-Pego! - Ela fala sussurrando e eu solto um sorriso de lado.

Saio do abraço e caminho até a porta, saio da casa e vejo um carro preto parado em frente... O tal vapor abre a porta de trás pra mim.

-Patrão disse que não quer ninguém sentado do lado da patroinha! - Ele diz e eu crispo a testa.

💭 Como alguém que me bate, estrupra, tortura e humilha tem coragem pra ordenar quem senta e quem não senta do meu lado? 💭

-Tá, né! - Digo e entro.

Ele caminha até o banco do motorista e dirige rumo ao topo do Alemão... Durante o caminho passamos em frente a casa da minha mãe, imediatamente a saudade bateu e as lágrimas começaram a cair, a luz da sala estava ligada e a janela aberta. Me deu vontade de pedir pra ele parar para mim poder vê - lá, mais eu sei que ela não me receberia.

Seco meu rosto e encosto a cabeça no vidro, quando chegamos ele para o carro e antes que ele abra a porta para mim sair eu mesma abro e saio. Na frente da casa tinha dois vapores que eu não conhecia, passo direto e entro na casa.

Como eu imaginava, ela estava vazia e silenciosa... Subo para o quarto, entro no banheiro e tiro aquela roupa, prendo meu cabelo num coque e entro dentro do box. Ligo o chuveiro e a água morna cai sobre minha cara, termino o banho e saio enrolanda na toalha.

Pego uma calcinha branca e uma camisola preta, me visto, passo desodorante e escovo os dentes. Deito na cama e fecho os olhos na tentativa de pegar no sono. Acordo as 03:00 horas da manhã, olho para o lado e a cama está do mesmo jeito, levanto e vou até o andar de baixo.

A sala está escura, caminho até a cozinha e a luz está ligada o monstro está sentado na mesa bebendo uma latinha de cerveja. Ele me olha e eu tampo meu colo que estava nú.

-Acordou porque? - Ele pergunta meio grogue por causa da bebida.

-Como sabe que eu estava dormindo? - Pergunto.

-Não responda uma pergunta com outra, caralho! - Ele diz com a sua voz grossa.

-Tem um saco ali no chão, pega e joga no lixo! - Ele fala.

Reviro os olhos mentalmente e pego o saco, sem querer o balanço fazendo tudo oque tava dentro dele rasgar o saco, uma coisa afiada e pontuda passa pela minha mão arrancando a pele e fazendo uma bela linha reta de onde começa a sair muito sangue.

-AI! - Meu grito é fino e agudo.

-Droga! Porque não me avisou que era vidro? - Pergunto tampando o ferimento com a minha outra mão.

A dor é fina e aguda, arde e dói muito... O sangue mesmo eu tapando continuava saindo em grande quantidade.

-E perder toda a diversão? - Ele diz rindo alto.

Ele levanta e bebe o resto da cerveja, joga a lata no chão e me olha...

-Por que me faz sofrer tanto? - Pergunto num sussurro enquanto as gotas de sangue cai no chão.

Ele olha bem no fundo de seus olhos...

-Por que me dar prazer! - Ele fala e sai da cozinha com um sorriso sarcástico na boca.

Acredito que a dor da alma seja pior que a dor física!

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Bjs da Naju