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Mas podemos vencê-lo se apenas acreditarmos
Eu não posso sentar aqui e assisti-lo
Se nós não pararmos com isso, ninguém mais vai
-Thousand Foot Krutch (We Are)
-Lutar? Mas eu sou minúscula e fraca! Como poderia lutar contra um...demônio? - Perguntou a garotinha, encolhendo os ombros.
-Sim, eu sei. Não sou um idiota completo. Além do mais, do que adiantaria usar apenas armas e punhos contra Lilith? Ele acabaria com você com um simples empurrão. Mas aí é que está! Você tem algo muito mais poderoso que isso, Sakura.
-Tenho é?
A resposta saiu de forma automática da pequena, arrancando uma risada de Gael. Infelizmente, ela apenas dizia, em sua inocência, o óbvio: Que mal uma criança de oito anos poderia infligir a um monstro? Para a sua sorte, Gael tinha a resposta.
-Sim, tem. Mesmo sendo difícil de acreditar, você pode ser ainda mais poderosa que Lilith, se quiser, porque tem uma vantagem esmagadora aqui. - Ele fez uma pausa dramática, fazendo Sakura inclinar-se para frente e arregalar os olhos - Estamos dentro da sua mente, menina! É você aqui, o seu subconsciente! Pode fazer o que quiser com ele e criar de tudo, só com a força do pensamento, da alma.
-Jura?
-Sim. Só precisa treinar muito para poder usar isso em combate. Mas nós podemos dar um jeito nisso. Não vai ser fácil, mas pode dar certo se dermos o melhor de nós.
A ideia de poder, finalmente, fazer algo para acabar com um mal que lhe causavam era atrativa para Sakura. Enfim poderia lutar contra o que atormentava-lhe, em vez de ser condenada apenas a uma observadora passiva, como ocorrera em toda a sua vida. Não deixaria aquela chance escorrer por entre os seus dedos.
Ela deu um sorrio radiante para o homem, antes de responder com sinceridade:
-Eu prometo me esforçar. Quero muito ir para casa.
Ele retribuiu o sorriso, começava a gostar da garota.
>>>
Mais tarde, lá estavam eles, nas entranhas da floresta. O céu acima de suas cabeças era limpo, sem sequer uma nuvem. Um símbolo material da determinação e coragem de Sakura.
-Certo, agora apenas imagine com toda a sua força. Qualquer coisa que queira que as árvores façam, só visualize que elas estão fazendo e vai acontecer.
-Qualquer coisa? -indagou.
-Qualquer. Coisa.
Com um aceno positivo, ela fechou os olhos e tentou se concentrar. Imaginou a coisa mais fantasiosa e impossível em que conseguiu pensar. Imaginou que os galhos da árvore a sua frente curvavam-se e formavam um coração.
Abriu os olhos novamente, porém nada havia acontecido. Gael, no entanto, meneava a cabeça, encorajando-a a tentar novamente.
Tornou a fechar os pequenos olhos pretos, desejando quase desesperadamente que a árvore lhe obedecesse. Visualizou a cena exatamente como queria que acontecesse - a copa da árvore alinhando-se perfeitamente, um galho de cada vez, até formar um redondo coração.
Ao abrir os olhos, no entanto, a decepção foi tanta que a garota deixou escapulir um suspiro audível. Nada acontecera. Sequer uma misera folha mudara de lugar.
Uma nuvem surgiu no céu, exatamente em frente ao Sol - deixando todo o ambiente mais escuro.
-Você precisa acreditar que pode, Sakura. É a sua mente, você manda nela. Lembre-se disso - aconselhou o homem.
Tentou novamente. Começava a sentir um desânimo esmagador. Precisava fazer aquilo. Precisava conseguir para que pudesse voltar para casa o mais rápido possível.
Pensou nos pais adotivos, na comida cheirosa de Bernardo e na dança majestosa de Ana Clara. Daria o melhor de si por eles, para vê-los novamente e se sentir amada mais uma vez. Ela faria aquilo. Podia fazer, acreditava nisso. Podia quase ver a árvore mover-se sozinha.
Aguardou uns segundos, os olhos ainda cerrados, com medo de olhar e encarar a realidade. Respirou fundo.
Quando abriu os olhos, deparou-se com um Gael imensamente sorridente e uma árvore que chegava a lembra-la de um conto de fadas, com os galhos unindo-se na figura desejada.
Aquilo era impossível, lindo e mágico. Ela jamais pensara que pudesse fazer algo parecido, mesmo em sua mente.
-Eu consegui! Consegui!
Pulava de felicidade, indo de encontro ao amigo. Ele lhe afagou os cabelos e parabenizou, abraçando a pequena.
-Sabia que você conseguiria. Olhe para isso! Nem parece de verdade. Uma obra de arte. - Fez uma pausa, apontando para a árvore. - Como se sentiu?
-Muito bem! Por um momento eu achei que não fosse conseguir, mas aí: BUM! Deu certo. Foi incrível.
A felicidade mútua parecia deixar tudo ao redor dos amigos mais colorido e vivo. Talvez porque Sakura estivesse feliz e, por aquele espaço ser a sua mente, reagisse às sua emoções. Demoraria para que ela acostumasse-se com tudo aquilo, mas pela primeira vez na vida, ela acreditava fielmente em si mesma. Estava conectada com cada planta e rocha daquele lugar e podia sentir isso. Queria mais, estava pronta para o que fosse.
O que era bom, porque logo depois Gael anunciou:
-Bom, sinto dizer que não bastarão algumas árvores e flores para derrotar Lilith. Precisamos continuar o trabalho duro. Próximo passo: Materializar objetos.
Sua jornada estava apenas começando.
>>>
Olá queridos! Tudo bom com vocês?
Esse capítulo foi bem mais curtinho que os outros, porém essencial para a história e para a trajetória da pequena Sakura. O empenho e força de vontade dela são incríveis, né non?🤗
Pergunto então para vocês:
Acham que ela vai conseguir?
Estamos nos aproximando do desfecho dessa históriazinha. Espero que continuem gostando. Deixem as opiniões e críticas construtivas nos comentários para eu saber como melhorar.😍
Até semana que vem, amo vocês.🦄
🌟( A Anneliese Michel vale o seu voto, não vale? ) 🌟
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