Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

2

Quando eu deito minha cabeça para dormir à noite

Meus sonhos consistem de coisas que vão fazer você querer se esconder

Não me deixe na sua torre, mostre-me seus poderes mágicos

Eu não tenho medo de encarar um pouco de perigo, perigo

-Natalia Kills (Wonderland) 

Seria lindo dizer que, depois de aprender a dançar, Sakura encontrou a paz. Que hoje ela é uma bailarina de renome e uma boa pessoa, que mora no interior com o marido e filhos, onde faz as mesmas receitas deliciosas que Bernardo lhe ensinou.

Que a mãe adotiva lhe deu o segredo da felicidade e que quando fica com medo, dança e as coisas más desaparecem magicamente. Um verdadeiro conto de fadas.

Adoraria contar essa história de superação. Queria lhe dizer que ela nunca mais foi perturbada e viveu feliz para sempre.

Mas então, onde estaria a graça?

>>>

A pequena retomou suas atividades rotineiras no dia seguinte, brincando alegremente pelo jardim e fazendo um piquenique no parque. Um sábado agradável com a família...Algo que Sakura lutara bravamente para conquistar durante muito tempo. Tudo parecia caminhar conforme o planejado.

Mas no caminho de volta para casa, seu sono no banco de trás do carro foi agitado.

Aquilo continuava ali, na sua cabeça, gritando, choramingando, prometendo salvá-la. O homem de voz grave e aveludada implorava por entre as sombras para que fosse com ele.

Continuava dizendo insistentemente que algo ou alguém queria machucar-lhe, tirar-lhe a vida.

Quem poderia querer ferir a garotinha de pele branca como o leite e traços orientais? Ela tentava pensar em inimigos, mas sabia não ter nenhum. Era apenas uma criança!

Aquilo tudo era confuso demais e passou a atormentá-la durante todo o dia, enquanto matutava consigo mesma o que significava. A preocupação, as palavras gravadas em sua memória como se impressas em seu cérebro e os sonhos, tão nítidos que pareciam reais.

A hora de dormir era, agora, sombria. O momento em que seu corpo era coberto pela manta rosa marcava a passagem entre o real e o amedrontador.

>>>

-Você pode confiar em mim. Eu sei do que falo. Preciso de você. Preciso salvá-la.

-Mas, por quê? - perguntou,  confusa, para a escuridão ao seu redor.

-Porque ele quer você. Quer a sua vida. Tem que vir comigo.

- Eu não posso. Eu tenho uma família agora, entende? Eu preciso deles e eles de mim. Não posso abandonar meus novos pais agora.

-Ele vai tirá-los de você, mas eu posso te ajudar... - um barulho se fez ouvir em meio às sombras -Rápido, ele está próximo!

-Não posso deixá-los! Alguém me ama agora, e eu os amo também. Eles são uma família de verdade...Você sabe como é ter uma família? Eu não sabia. É como comer todos os doces que você quiser todos os dias. É maravilhoso.

A voz não respondeu.

-Moço?

Ela estava sozinha agora. Deixada no meio do vazio, abandonada. Outra vez.

Mais silêncio se fez antes que ela acordasse, confusa.

-Esse homem está maluco, eu acho -disse para si mesma em voz alta, andando pelo quarto. - Ele invade os sonhos dos outros, querendo ajudar. Desse jeito só atrapalha!

Com os pés aquecidos pelas meias de lã cor-de-rosa com estampa de coelhos, ela vagou sonolentamente até a cozinha. O ar estava abafado e o cheiro de gordura impregnava-o, grudando nos azulejos e atravessando as paredes.

Depois de tomar um copo d'água, voltou para a cama, mas a noite estava longe de acabar. Ela acordou novamente às três e trinta e três da manhã. 

Mas, dessa vez, Sakura não era realmente Sakura. Ela não se sentia ela mesma. Podia ver tudo que seu corpo fazia, mas não controlava nada. Assistia, assustada, enquanto outra pessoa lhe forçava a levantar da cama e caminhar pelo quarto.

Aquilo estava mesmo acontecendo? A pequena era sonâmbula, afinal? Ninguém nunca reclamara da menina andando à noite no orfanato. Ela nunca notara nada de estranho durante o sono até chegar à casa dos Machado - melhor dizendo, sua nova casa.

Mas se não era sonâmbula, o que se passava? Quem comandava seu corpo naquele momento? 

Quem quer que fosse lhe fez ir até o grande espelho ao lado da cômoda, a passos lentos e hesitantes. 

Sakura encarou seu reflexo fantasmagoricamente branco, com profundas olheiras roxas. Seus olhos, no entanto, estavam diferentes. Em vez das grandes bolas pretas que costumava ver, haviam íris de um vermelho intenso como sangue.

A garotinha assustou-se, fixando seu olhar no de seu reflexo - definitivamente não era ela mesma. Espantou-se mais ainda quando, aos sussurros, a menina do outro lado disse:

-Eu vou matar aqueles dois. Arrancar cada fio de cabelo moreno e loiro, e você não vai poder fazer nada.

Tentava a todo custo fazer seu corpo frear, parar os movimentos e voltar à cama. Mas os olhos vermelhos pareciam vibrar cada vez mais, acompanhados por uma risada baixa e insana.

O desespero tomou conta da garotinha que era obrigada a assistir àquele show de horrores. Se tivesse alguma autoridade sobre seu corpo, estaria tremendo e gritando.

De repente, a risada e tudo o mais parou. O quarto rodopiou rapidamente - deixando Sakura, a mera expectadora, zonza. Sentiu ser ela mesma novamente, retomar o controle das coisas, e  fechou os olhos, rodopiando junto de tudo mais ao seu redor.

Quando os abriu estava em sua cama, às três e trinta e três da manhã. Porém, algo não estava certo. Sentia-se observada.

Ali, de pé num canto escuro do quarto, havia alguém. Um homem alto, de cabelos pretos como carvão, trajando uma blusa de mangas compridas branca. 

Ele olhava fixamente para Sakura, com seus olhos azuis penetrantes. Pareciam ler-lhe a alma, ver todas as coisas ocultas em seu âmago, desde as chamas ardentes até as bulas de seus remédios amargos.

-Eu avisei que ele estava próximo, agora não temos quase tempo nenhum. - O estranho disse, com um longo suspiro.

-Q-Quem é você? - Sakura perguntou, consciente de que começara a tremer de medo.

-Eu explico depois, precisamos realmente ir.

Apesar de tudo, a voz dele era calma e convidativa, sem sequer um resquício do desespero que a situação demandava.

-Ir...Para onde? Eu não posso sair daqui. Não posso ir a lugar nenhum com estranhos.

-Eu não sou...É, eu talvez seja estranho. Mas você viu aquela coisa no espelho, não viu? Ele está atrás de você e vai acabar com a sua família. Se você vier comigo, pode haver uma chance para você e para eles.

A pequena refletiu por um momento, lembrando-se do que vira em seu reflexo. Os olhos, a voz, a risada. Ela dissera que ia matar o casal, não dissera? E não havia sido apenas um pesadelo, porque o rapaz em sua frente também vira.

Então, se fosse mesmo verdade, aquilo que ele dizia também era.

Ela não apenas podia ficar ali, ignorando todos aqueles sinais e avisos enquanto alguém ameaçava sua família. As únicas pessoas no mundo que a amavam, que a haviam aceitado do seu modo: Inútil e frágil.

-Eu...Eu preciso...Preciso pegar minhas coisas. Do que vamos precisar? - Perguntou.

Ele sorriu e tomou a menina pela mão:

-Vem, não tem que levar nada. Precisamos mesmo ser rápidos.

E desapareceram.

>>>

Oi monamourssss! Tudo certo?
O que acharam do capítulo? Agora é que a aventura começa, não?

Para onde eles foram? Façam suas apostas! Volto semana que vem.


🌟Amo vocês. E amo votos tb.🌟

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro