🔱 Capítulo 43 - Erick 🔱
Erick Martins
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Como eu iria imaginar que o Fabrício, o cara que eu costumava chamar e considerar o meu "amigo", iria me trair e se envolver da forma mais deslavada com a garota que eu estava gostando? No começo, eu só achei que era implicância dele, por achar que a Stella era mimada demais ou por ela está envolvida com o mar; mas com o tempo, eu pude ver os seus olhares sendo direcionados para ela e a forma como a desejava bem na cara dura. A Stella parecia o evitar, mas sempre se mostrava afetada com a sua presença. Não era difícil de se perceber o que estava acontecendo, só um tapado mesmo, que não conseguiria enxergar a atração que esses dois estavam sentindo. Pensei que com o tempo, a Stella pudesse me amar e desenvolver algum tipo de sentimento mais forte por mim, mas logo vi, que tudo o que ela sentia pela minha pessoa era apenas carinho e amizade, na qual esses eu sempre dediquei tremendamente a ela.
Não vou mentir e dizer que eu não fiquei fulo da vida com toda essa situação, mas também não era algo que eu já não esperava que fosse acontecer. E o fato de a Stella ter vindo até mim e relatado todo o ocorrido, se abrindo comigo, foi o que me fez a perdoar e entender, que brigar com ela e ficar com raiva não era bem o que eu queria para a nossa relação. Eu ainda não estava disposto a perder a sua amizade, porque acima de tudo, eu gostava de a ter por perto e imaginar que logo, ela enxergaria que o Fabrício não iria querer nada com ela, além de só brincar com os seus sentimentos.
Por isso que eu me mantive ali, na retaguarda, esperando o Fabrício vacilar. Eu sabia como ele era, ele nunca foi de se apaixonar. Sempre ficava com as meninas e depois as dispensava, ele nunca quis se envolver de verdade com alguém. Ele olhava diferente para ela, mas não imaginava que pudesse ser algo realmente sério. Está aí, a prova do vídeo no dia do baile. Como dito e feito, ele a machucou; e eu nem precisei fazer nada, para que isso acontecesse. E ali estava eu novamente, tentando ajudar a Stella se reerguer e fazê-la querer viver mais uma vez. Porém, por mais que eu tentasse, eu já havia percebido que o seu coração não mais me receberia com uma outra forma além da amizade.
É, talvez há amores que vem para nos ensinar uma grande lição e construir uma bela amizade, onde não foi possível vingar um amor verdadeiro e eloquente. Não vou dizer que estou conformado com tudo isso, mas posso dizer que estou tentando lidar dá melhor maneira possível. Ainda é difícil lhe olhar e enxergar apenas uma simples amizade na gente, mas por lhe querer tão bem, eu tento não forçar mais nada entre nós e seguir em frente, apenas lhe garantindo que ela sempre me terá como um bom amigo e fiel ao seu lado.
Ter ido até aquela corrida de Kart, não estava nos meus planos; porém, o Luke havia insistido tanto quando foi buscar o Plínio lá na empresa, que eu não resistir, ao ouvi-lo me dizer que eu precisava espairecer a minha cabeça. E ele tinha razão. Contudo, eu não esperava ficar tão mexido ao ver a mão daquele alto policial machão, se esparramando bem ao lado da cintura da Cris. Eu não me sentia atraído por ela, mas algo me dizia que aquilo não estava certo, ela não deveria estar se envolvendo com ele. Tento desmanchar a minha cara de indignação e desaprovação, mas logo sei, que nada eu poderia fazer diante daquilo; eu não tinha nem o direito de se estar daquele jeito. Não sei que porr* tinha me acontecido, mas com certeza ir até aquele Kart, não havia me ajudado em nada em espairecer a minha mente.
E quando eu penso que nada poderia ficar pior, a Cris nos avisa que a Stella havia passado mal e que agora estava a caminho do hospital com o Fabrício. O que logo me subiu nos nervos, por pensar que ele poderia mais uma vez ter ferrado com a vida dela. Ele simplesmente poderia parar de importuná-la, não? Sigo o caminho todo com os meninos até o hospital e vou tentando acalmar toda aquela minha fúria, que havia crescido automaticamente dentro de mim. Eu nunca havia sido do tipo de cara que se alterava tanto ou acabava explodindo em cima de alguém de uma hora para outra; mas se o Fabrício tivesse ferido ou machucado a Stella de alguma forma novamente, ele iria se ver comigo.
Um dia já fomos amigos, mas a partir do momento que ele nem havia me procurado para dar alguma satisfação plausível, para tudo aquilo que havia ocorrido ou se mostrado arrependido, com tudo o que havia acontecido entre a gente, a minha amizade com ele havia morrido. No dia do baile eu ainda lhe ajudei, em nome da nossa velha amizade, mas depois disso, eu nunca mais queria ter o contato com ele novamente. Amigos não fazem o que ele fez.
Assim, quando eu o ouvir chamar o meu nome, um pouco antes de eu seguir com os meninos para o carro deles, eu fiquei meio que encurralado, parado bem no meio da pista sem saber muito bem o que fazer. Ou eu o ignorava e seguia com o meu caminho sem lhe dar a devida atenção, ou eu dava voz a minha curiosidade e ouvia o que ele queria me dizer. A verdade é, que eu estava cansado de ser tratado como um trouxa e sempre agir numa boa, com tudo o que as pessoas faziam comigo ao meu redor. Eu não queria ser mais enganado ou agir normalzinho com aquilo que me afligia. Com isso, quando o Fabrício caminhou até mim e tentou falar alguma coisa ao meu lado, eu agir rispidamente ao ouvir a sua voz.
— Não vem me encher Fabrício, não temos mais nada para falar um para o outro. — Tiro uma das suas mãos do meu ombro e tento voltar a caminhar normalmente, até alcançar onde os meninos estavam.
— Erick, por favor! Vamos conversar... — Ele tenta mais uma vez e eu resmungo, impaciente com a sua insistência. Ele então vem até a minha frente e continua. — Escute, você pode me xingar e me bater se quiser... eu sei que errei com você. Porr*! Eu errei pra caralh*, eu sei que fiz merda; mas eu não quero ficar assim com você. Vamos ao menos conversar e jogar tudo o que estar entalado um no outro, antes de finalmente seguirmos em frente com as nossas vidas. Sei que eu deveria ter vindo falar com você antes.... mas era que eu não fazia ideia de como fazer isso, depois de tudo o que eu havia feito com você.
— E agora você sabe? — Lhe olho com um olhar fulminante e com a mágoa estampada na minha voz. Nós dois então paramos bem no meio do caminho e vejo ele abaixar o seu olhar, meio derrotado, antes de finalmente poder voltar a falar novamente.
— Não, eu ainda não sei..., mas eu quero pelo menos tentar dessa vez. — Eu o olho com sangue nos olhos, mas consigo ver o verdadeiro menino que um dia ele já foi, onde ele ainda lutava pelas suas amizades e as valorizava de verdade. Ele ainda existia e eu logo pude ter um pequeno vislumbre dele, quando eu o olhei bem diretamente nos olhos.
— Ok. Uma conversa apenas. Depois disso, cada um para o seu lado. — Digo cedendo um pouco naquele nosso impasse e indo com ele, para o seu carro esportivo. Me despeço brevemente dos meninos e eles me olham meio confuso, mas ainda assentem para mim.
Fomos o caminho todo em silêncio e paramos em frente a uma velha praça, onde tinha um pequeno campo de futebol com duas barras de ferro, uma de cada lado nas suas extremidades. O Fabrício então estaciona o seu carro em um canto qualquer na esquina e nós dois descemos, nos direcionando para alguns dos banquinhos que estavam ali perto da arquibancada.
— Porque me trouxe aqui? — Pergunto ao me lembrar de alguns velhos e bons momentos, onde jogávamos bola em um campo de areia bem atrás das nossas casas; o que no caso, esse, era muito bem parecido com ele. Assim, nós dois sentamos em um dos banquinhos dali de perto e ficamos olhando para frente, cada um com os seus próprios pensamentos.
— Lembra quando a sua mãe lhe disse, para você ficar brincando lá fora o tempo que você quisesse e o meu pai, me chamou dizendo que eu deveria entrar, para poder estudar e treinar algumas manobras novas para o campeonato? — Eu assinto com um pequeno sim e lhe olho de relance, querendo entender aonde ele queria chegar com tudo aquilo. — Eu tinha inveja de você... Queria poder ser livre e menos raçudo, para conquistar as coisas que eu queria. Você era tão leve e tímido, que não enxergava as meninas que se aproximavam de você e o queriam o tempo todo, além de quererem a sua bela e grande amizade. Eu lhe ajudava algumas vezes, por ser mais dinâmico e brincalhão, igualmente o Fábio também era na época; mas na verdade, isso sempre esteve na sua essência e você nem ao menos percebia que já tinha tudo isso dentro de você. Eu queria me parecer com você... Acreditava que se nós convivêssemos mais, eu poderia te ajudar de uma certa forma com as meninas e você, a me tornar uma pessoa melhor.
— Eu... eu não sabia disso. — Digo realmente surpreso com tudo aquilo que eu ouvir dele. O Fabrício sempre se mostrou tão alto confiante e realizado, que eu nunca pensei que ele quisesse ter alguma coisa de mim.
— Eu jurei que jamais quebraria uma amizade como a nossa, por causa de qualquer rabo de saia ou intrigas, que viessem a surgir na nossa frente. Mas logo crescemos e cada um foi seguindo o seu rumo, e com pouco, nós já estávamos separados. Eu e o Fábio ficamos reconhecidos nas competições, e você, veio para o Rio de Janeiro. E aí, foi como tudo aconteceu. Perdi o meu irmão, me afundei em um mundo escuro e me afastei de todos aqueles que ainda queriam o meu bem. E aí veio você, me apresentando a Stella e dizendo como estava feliz, com a sua mais nova vida. Tentei me esquivar e não reparar nela.... mas tudo me parecia me puxar cada vez mais para perto da mesma. E de uma certa forma, que eu não sei como, ela havia me feito enxergar vida onde a muito tempo eu já tinha desistido de procurar. Ela começou a curar feridas em mim, onde eu pensei que jamais pudessem ser curadas novamente. — Ele faz uma pequena pausa reflexiva e agora já tinha toda a minha atenção voltada para ele. — Droga, ela... ela me fez sentir uma paixão e um desejo tão descomunal, que eu jamais pensei que pudesse sentir isso por alguém. Eu não conseguir manter as minhas mãos afastadas dela por tanto tempo assim, a ponto de não te magoar por isso. Eu sei que errei, cara. Sei que não deveria ter feito isso com você. Mas eu não conseguir... Hoje eu a amo mais do que tudo para poder desistir dela assim. Ela foi a única coisa boa, que me aconteceu a muito tempo na vida.
Fico reflexivo com aquilo e penso se o meu sentimento pela Stella, era tão forte quanto o Fabrício demonstrava sentir por ela. Será que era tão avassalador assim, ao ponto de me tirar totalmente de um abismo e me fazer quebrar promessas, e lutar contra tudo e todos, só para poder ter ela nos meus braços? Fico revendo toda a minha história e trajetória com a Stella, e não consigo ver toda essa ligação que o Fabrício parecia ter com ela. Eu amava, eu sabia disso; mas sei também que esse amor não era o suficiente para me fazer sair completamente dos eixos. Eu a protegeria e a defenderia de qualquer coisa, a trataria e cuidaria da melhor forma possível, mas não sei se isso tudo seria o suficiente para ela.
Logo, eu me vejo em um caminho que não tem para onde correr; eu poderia lutar e insistir por um amor onde no fundo, eu sabia que não existiria um sentimento tão arrebatador quanto ao que eles tinham, ou seguir em frente com a minha vida e me dá mais uma chance de viver, ao ponto de eu ainda poder encontrar alguém e finalmente perder o chão, assim como o Fabrício havia perdido completamente pela Stella. Dessa forma, eu me vejo mais encaixado na segunda opção; eu não iria mais atrapalhar o que sei lá que eles estivessem tentando construir.
Eu só não queria que o Fabrício fizesse a Stella sofrer novamente. Enfatizo isso incisivamente para ele e nós meio que entramos em uma trégua, em relação as desavenças que havíamos criado durante todo aquele tempo. Não voltamos logo para a nossa velha e boa amizade, mas era o início para alguma coisa que havíamos perdido.
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Ufaa! Conseguir postar mais um capítulo... hahaha 😅😁😍👐🏼 E aí, o que vocês acharam? O ponto de vista do Erick foi bem necessário, não é?
Conseguiram entender toda a revolta dele e os sentimentos dele pela stella? Qual conclusão vocês tiram disso.. 🙈👀 Ele agiu certo? Concordam com o Erik, de seguir em frente?❤️
Como a minha leitora @AmandaMartins disse.. os Martins são sempre bons ouvintes. Haha talvez dê para resgatar um pouco dessa amizade deles! 🤗💙
Gostaram de eu ter colocado o passado deles como uma explicação? Acho que explicou muitos pontos da relação deles.😌💭
E o Erick com ciúmes da Cris foi o auge kkkkk.. 😂😂 coitadinho! Vamos ver no que vai dar com eles kkk... 😆
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Adorarei lê-los depois.
Se der, eu volto logo mais com outro capítulo.. inclusive, ele já está em andamento. hihi 🤭🤭❤️ tá vendo, como eu sou proativa?! Haha 💅🏻
Beijos, meus Lermores! 😘🤸🏻♀️
Deixo aqui uma fotinha deles mais novos...
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