Em um espelho embaçado me contemplo,

Reflexo distorcido, um enigma sem elo.

Busco nos traços do meu rosto uma identidade,

Mas só encontro a névoa da minha dualidade.

Quem sou eu além das máscaras que uso?

Além das expectativas que me acorrentam no abuso?

Na busca incessante pela minha verdade,

Me perco nos labirintos da minha própria idade.

Sou feito de sonhos desfeitos e esperanças perdidas,

De sorrisos falsos e lágrimas escondidas.

Cada camada revela um fragmento de quem sou,

Mas a verdade completa continua além do meu louvor.

Nas entrelinhas do tempo, tento decifrar,

A complexa tapeçaria do meu ser a desvendar.

Em cada desafio, em cada escolha, em cada dor,

Procuro a resposta para o enigma do meu interior.

Quem sou eu, afinal, nesta jornada sem fim?

Um eco distante no vasto universo, assim.

Mas na busca incessante pela minha essência,

Descubro que sou mais do que a minha própria presença.

Sou feito de sonhos, de lutas, de amor e de dor,

Sou a soma de todas as minhas experiências, meu calor.

E na incerteza que permeia cada passo que dou,

Encontro a beleza de ser quem sou.