12 - Escola
Nos corredores da escola, ouço vozes em sussurros,
Risadas abafadas, o som do escárnio.
O riso não é meu, mas dos outros.
Eu vejo olhares que se cruzam, apontando dedos.
Os gestos de desdém, as palavras afiadas.
Eu faço parte disso, mas por quê?
As palavras que machucam, eu as lanço ao vento,
Como se fossem pedras, não pensando no que ferem.
Nos olhos de quem as recebe, vejo a dor que cresço,
Mas é um reflexo do que carrego em mim?
Minha própria sombra, minha própria solidão,
Que eu disfarço com riso, escondo com arrogância.
Por trás de cada insulto, há um medo latente,
Um medo de ser visto, de ser exposto.
E se as máscaras caírem, quem serei eu então?
Talvez eu machuque porque eu mesmo estou quebrado.
Talvez eu ria porque temo o silêncio,
Porque o silêncio é um espelho que não quero encarar.
Me pergunto se eles sabem, aqueles que caem na minha mira,
Se eles percebem que minha voz ecoa o vazio.
Eu crio um barulho para calar a voz dentro de mim,
Aquela que sussurra que eu também estou sozinho.
Então eu falo mais alto, rio mais forte,
Para abafar o eco do meu próprio medo.
No fim do dia, quando as luzes se apagam,
E os corredores ficam vazios, como meu coração,
Eu me pergunto por que faço isso,
Porque encontro alegria na tristeza dos outros.
Talvez seja porque não me sinto bem comigo mesmo,
Talvez seja porque, assim, eu me sinto menos só.
Mas o que eu ganho, afinal, ao ferir alguém?
O que eu perco ao deixar de ouvir a verdade?
A resposta está na minha mente, onde guardo os segredos,
Onde as perguntas se repetem, sem fim, sem resposta.
Na escola, eu sou uma sombra entre muitas,
Mas talvez um dia eu encontre a luz.
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