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17 - De luto

O lema da Bernard High School era um símbolo de uma luta entre igualdade, justiça, lealdade e aceitação. Mas em tese, nada disso existia, se tratava apenas de um manuscrito que ninguém se importava. Era terça-feira à noite, a bandeira estadunidense estava hasteada a meio-mastro, os alunos ocupavam as cadeiras e o laranja fora substituído pela cor preta, a cor do luto de uma minoria, outros estavam ali por conveniência, mas a verdade é que uma grande parte foi levada ao salão principal da instituição por status. Gustavo Moore Mackenzie provinha de uma família rica, conhecida, com ideais, mas oportunistas, e apesar das lágrimas dolorosas, Michel Mackenzie estava em parte aliviado.

Laena Moore, mãe de Gustavo, era amparada pela amiga Michele Clark, enquanto Ethan e Marina choravam nos braços de Austin, e mesmo tendo sofrido horrores com a rejeição do primo, as lágrimas escorriam de seus olhos. Elas eram verdadeiras. Centenas de flores circundam o caixão, a bandeira dos Estados Unidos estava por cima, a família e amigos mais próximos se estabeleceram ao canto esquerdo, já os alunos lotaram o salão. A diretora Blanche subiu ao púlpito, levou consigo um discurso pré-pronto para convencer a todos de que a "fatalidade" com Gustavo Mackenzie não iria se repetir.

— Boa noite, família, amigos, pais e conhecidos de Gustavo Emmet Moore Mackenzie. É com pesar que discurso agora como diretora desta instituição e, apesar de não estarmos a par dos sofrimentos que o jovem Mackenzie passara, é de índole dissermos a todos vocês o quão importante ele foi para nossa escola — a diretora tentou segurar as lágrimas. — Bernard High School tornou-se famosa pelos estudantes aplicados e empenhados no futuro, Gustavo Mackenzie foi o Primeiro Campeão de Ciência na Copa do Mundo, derrotando um favorito Japonês no duelo final, trazendo uma medalha significativa para nosso Museu. Além das conquistas, medalhas e reconhecimento, Gustavo se mostrou percursor de que conquistar seu lugar no mundo não era uma tarefa fácil. Ontem a tarde foi aterrorizante, quando soube que um aluno tivera tirado a vida dentro da Bernard, nunca imaginei que fosse ele. Ultimamente ele andava perdido, sonolento, as dores e traumas que suportou o levou a tomar uma decisão justa para ele naquele momento, mas digo aqui, caros alunos, corpo docente, amigos, familiares, pais do Gustavo, ele será lembrado e sua essência viverá em cada um de nós.

Uma sequência de aplausos foi ouvida. Todos os presentes honraram a alma de Gustavo Mackenzie por cerca de um minuto de palmas.

Após o discurso, os choros podiam ser ouvidos, eram suaves como próprio amanhecer, mas carregados de uma dor que ultrapassa qualquer limite. E, com corações partidos, o caixão de Gustavo, carregado por Austin, Alec, Túlio, Ethan, Erik, Cody e Cole, foi levado para o carro da funerária da onde partiu para o sepultamento em um cemitério particular e apenas para a família.

Na manhã seguinte era quarta-feira. Nicholas finalmente havia completado dezoito anos. Em Gales já era maior de idade, mas nos Estados Unidos ainda se tratava de um jovem comum com alguns direitos a ser exercidos.

E cedo, antes mesmo dele acordar, Robert, Eleanor, Davide e Matteo entraram de surpresa no quarto, calados, sem fazer barulhos e arrumaram uma pequena festa comemorativa, já que a festa em si seria no sábado à noite, também devido ao suícidio de Gustavo, a escola não funcionaria até a terça-feira da semana seguinte.

Quando Nicholas acordou, deparou-se com um bolo médio com cobertura de chantilly e seu nome escrito nele e uma vela com o número dezoito. Ele levantou-se sorridente, pegou o bolo e desceu o lance de escadas até a cozinha onde os amigos o receberam com abraços fortes, beijos no rosto e felicitações. Robert parecia contente, tinha dado o espaço necessário para Nicholas pensar acerca dos problemas e agora que era adulto, encarar o fardo. Após os três amigos se afastarem dele e ocuparem seus lugares na mesa, Robert ergueu-se e caminhou até o rapaz. Estava bonito e formoso, lindo como da primeira vez que o pegou no colo. Ele sorriu emocionado, as lágrimas evidentes adornando seus olhos e escorrendo pelo rosto. Ele trazia um presente, estava embalado em papel especial e frente a frente com Nicholas, a emoção aflorou.

— Feliz aniversário, filhão. Muitos anos de vida, felicidades e juízo. Eu te amo. Esse é o meu presente para você, mas não é um presente para abrir agora — ele avisou secando as lágrimas. — Espero que me perdoe um dia.

Robert abraçou Nicholas, mas o homem não demorou muito ali, pegou o terno e saiu da casa, deixando Nicholas e os amigos sozinhos mais uma vez.

— Eu sei que está triste com o tio Robert, mas deve repensar bem a respeito — Matteo começou. — Como mais velho do grupo, eu acredito que ele mereça uma segunda chance.

— Vou pensar no conselho, mas eu não vejo necessidade de ser por agora — Nicholas afirmou. — Bom, eu vou subir, tomar um banho e depois eu desço para conversarmos melhor.

— Nicholas? — Davide o chamou. — Não queríamos dar essa notícia neste momento, mas vamos voltar para Gales na segunda.

— Como é que é? Meu pai tem alguma coisa a ver com isso?

— Não, Nicholas, ele ficou desgostoso quando demos a notícia. Aqui não é o nosso lugar, foi um surto, cara. A gente te ama, te ama muito, mas sério, esse trânsito é caótico — Matteo avisou. — Eu passei para fazer Mestrado na Inglaterra, Eleanor vai para a Escócia e o Davide, bom... ele quer voltar para a calmaria de Cardiff. A gente pode te visitar, mas não podemos ficar aqui.

Nicholas suspirou fundo.

— Se essa é a decisão final de vocês, eu não posso fazer nada, correto?

— Pior que não! Mas é a vida, ela tem disso, desses desencontros, mas continuaremos amigos — Eleanor disse, por fim. — Mas vamos curtir cada segundo do tempo que nos resta, vamos fazer ser inesquecíveis.

Nicholas tentou sorrir, mas não conseguiu. Foi derrotado, humilhado, sua cabeça exposta ao público, principalmente quando as lágrimas vieram e ele teve que tomar uma certa cautela ao voltar para o quarto.

Ele ainda sentia que foi culpado pelo suicídio de Gustavo, incentivar a fazer algo que não queria alterou ainda mais o problema, fora que agora seus amigos o abandonariam, porém não poderia lutar, era uma decisão que cabia exclusivamente a eles.

Foi pensando nesse e em outros tantos problemas que ele se dirigiu ao quarto, logo após ao banheiro onde mergulhou na banheira e viu o tempo passar lentamente, como se água tivesse o dom de arrancar todas as dores de seu corpo, contudo amenizou. Era uma velha terapia.



Túlio Trabelsi ainda sentia o luto. Austin tentava manter o controle sobre suas emoções, mas Alec Clark sempre estava ali para acalmar a dor. Os três estavam no quarto de Austin deitados na mesma cama e encarando o teto. Não sabiam há quanto tempo estavam ali naquela posição, mas tivera sido o suficiente para lembranças do passado consumirem seus pensamentos. Gustavo Mackenzie nunca foi aquele jovem drogado perdido na vida, em outrora sua inteligência e liderança se tornaram um objeto de desejo. Ele fazia parte do grupo de Austin, eram primos, pareciam irmãos, mas quando Gustavo conheceu Eleanor Lavoie e Crispin Von Red, as coisas mudaram significativamente. Gustavo passou a ser agressivo. Alterava-se rapidamente com qualquer assunto aleatório e foi no momento que descobriram que ele tinha cedido espaço para as drogas.

Logo isso mudou o contexto. Os mais próximos se afastaram, porém não sem lutar. Eles tentaram arrumar uma forma de colocar Gustavo como prioridade do grupo, mas o próprio Gustavo não comparecia mais nas aulas. Chegou um dia em que todos simplesmente pararam de se importar, mas isso não amenizou o carinho que supriam por ele.

O incidente na Bernard High School estava nas capas dos principais jornais de Nova Iorque e alguns dos Estados Unidos. A família Moore e Mackenzie eram afortunados, acionistas em Bolsas de Valores e donos de empresas valiosas dentro e fora do território Norte Americano. Os três estavam arrasados, é fato, no entanto deveriam começar a pensar em voltar a rotina.

Túlio rapidamente ergueu-se da cama e suspirou fundo. O rapaz de pele negra e rosto marcante, tão bonito quanto qualquer outro membro do grupo, encaminhou-se até uma poltrona próximo a janela. Alec também saiu acompanhado de Austin que estava arrasado, não apenas por ele, mas pelos seus primos e tios.

— Gustavo jamais será esquecido. O nosso Gustavo, aquele pirralho inteligente ficará sempre vivo nas nossas lembranças — Túlio avisou. — Ele se foi, talvez tenha sido melhor assim, talvez ele não suportasse a ideia de que perdeu-se na estrada. Ele queria paz e talvez agora pode ser que tenha encontrado. A gente precisa voltar a nossa vida normal, ainda com o luto é claro, mas precisamos viver ou iremos criar raízes nessa cama.

Alec abriu um sorriso.

— A gente poderia ir para a piscina — ele sugeriu.

— Tudo bem, vocês têm razão. Meu pai está no trabalho, minha mãe e o Christian estão na casa da tia Laena; o Matt foi para a faculdade, a gente tem a mansão só para nós!

Os dentes brancos e alinhados de Túlio puderam ser vistos.

— Podemos chamar algumas meninas para a diversão.

Austin suspirou fundo.

— Ah, antes disso, como vocês são meus amigos de infância, preciso contar algo. O Alec já sabe, mas é para você, Túlio.

— Finalmente transou com a Amber?

— Não, não é isso.

— Beijou o Nicholas?

— O quê? Você contou pra ele, Alec?

Alec Clark ergueu as mãos em rendição.

— Alec não me contou nada, mas eu vi a vontade vislumbrar nos seus olhos desde a primeira vez em que olhou para ele — Austin ergueu uma sobrancelha. — Eu estou feliz por ti, de verdade. Se soubesse que metade da Bernard High School queria estar no seu lugar, teria um ataque do coração.

Austin suspirou mais aliviado.

— Não vai deixar de ser meu amigo por eu gostar de homens?

— Se eu fizesse isso eu estaria sendo um otário. Mas não — Túlio aproximou-se do loiro. — Estou feliz por você e pelo Nicholas, ele é gente boa. E é bonito também, com todo respeito.

Alec mordeu os lábios enquanto os dois conversavam.

— Obrigado, Túlio.

— De nada, galego. Posso te abraçar?

Austin confirmou. Logo o corpo de Túlio envolveu o de Austin em um abraço reconfortante e pleno. Parecia mais uma promessa de sinceridade e fidelidade e quando afastaram-se, Austin chamou Alec para junto e ficaram abraçados durante alguns segundos.

O grupo que Austin prezava havia se dividido. Erik Mecena os tomou para si, no entanto, desalinhar Alec e Túlio de seu comando não seria uma tarefa fácil, Austin Moore faria questão de dificultar o avanço, mas não seria necessário, pois sabia da cumplicidade e fidelidade de ambos.

— Nesse caso, podemos inserir Nicholas no grupo — Túlio disse.

— Eu também vou trazer um membro. Na verdade, ela é a garota mais bonita da escola.

— Maíra Robinson é comum, cara.

— Mas ele não está falando da Maíra — Austin assegurou. — É da amiga do Nicholas, a Anne.

Túlio arregalou os olhos.

— Você e a Maíra terminaram?

— Civilizadamente.

— Vem cá, branquelo, qual é o seu charme, hein? — Túlio brincou. — Conte pra nós, é sério? Já pegou a Ava Madison, Emma Wolf, Maíra Robinson e agora a brasileira?

Alec gargalhou.

— Olha quem fala. Se eu não fosse hetero eu ficaria com você, hein.

— Nossa, isso foi tão gay — Túlio disse. — Mas obrigado pelo bom gosto, eu não curto moreno, só ruivos e loirinhos.

Túlio aproveitou para bagunçar os cabelos de Austin.

— Eu sou comprometido — o loiro avisou. — E eu não ficaria com você, sou superstioço em relação aos negros, principalmente os magros e altos.

Austin caminhou até a cama.

— Eu acredito que o Nicholas deu sorte! — Alec supôs.

— Sorte? Não, amigo, quem teve sorte foi o Austin. Nicholas é bonito, nunca vi um cara tão completo quanto ele, e não falo apenas de beleza estética não, e sim do caráter, da beleza interna. Ele é o oposto de nós, Austin, por isso esse relacionamento vai dar certo. Mas ele ainda tem uma tarefa a resolver: Amber Johnson.

Túlio cruzou os braços. Alec se aproximou e alinhou com ele.

— É complicado.

— Jura? — Túlio retrucou. — Só diga para ela que não quer mais e pronto.

— Não é tão simples, Túlio. O meu relacionamento com a Amber surgiu do nada, eu tenho um carinho enorme por ela — começou ele, pausadamente. — Amber nunca foi assim, sabem disso. Ela mudou quando aquele tio dela foi passar as férias na casa dos Robinson. Ele não toca no assunto, não diz o que houve, mas temo que seja algo grave que a traumatizou de uma maneira inexplicável. Faz pouco mais de sete anos.

Túlio e Alec encararam-se.

— Você acredita que ele abusou dela?

Austin assentiu.

— Tem medo dela se sentir abandonada, certo? Amber se tornou outra pessoa, provou odiar o Nicholas quando expôs a foto dele beijando meu irmão no School News. Imagina o que ela pode fazer com ele quando descobrir que estão se relacionando?

Austin ergueu-se da cama. Começou a caminhar em círculos.

— Tem uma coisa que eu nunca falei pro Nicholas.

— E qual seria?

— Amber mentiu para mim! Ela me ligou e nós combinamos de nos ver na casa dela. Estava sozinha na mansão e quando eu abri a porta, ela estava com uma navalha no pulso, parecia ter acabado de tomar banho. Transtornada seria a palavra certa para definir aquele momento — ele prosseguiu. — Ela pediu para eu escrever um poema que ela havia escrito e deixar sobre à mesa e sair devagarinho ou se cortaria.

Alec espreitou o olhar.

— Então o poema que resultou no ataque ao Nicholas, foi planejado pela Amber? — Austin confirmou. — Mas você não tem culpa disso, ela é louca.

Austin sabia disso.

— Tem mais uma coisa.

— Tem mais? — Túlio o cortou.

— Amber é apaixonada por ele. Apaixonada a um ponto que adoeceu mais. Ela quer o Nicholas — Alec comprimiu os lábios. — Tenho medo do que essa possessão doentia possa levar. Temo que ela faça a mesma besteira que o Gustavo.

Alec suspirou fundo.

— Você precisa contar a ela. Ou eu conto.

— Eu irei contar, só preciso de mais alguns dias.

— Tem até a festa do Nicholas para contar. Ele corre perigo, sabe disso.

— Eu sei! Mas a gente pode esquecer este assunto por enquanto.

Túlio caminhou até a janela.

— Parece que a piscina ficará para outro dia. Está se alinhando uma tempestade. Bem que você poderia dar uma de último romântico do mundo e convidar o Nicholas para algum restaurante, afinal de contas, hoje é aniversário dele, não? — Túlio avisou.

— Eu não iria se fosse você. Tem um cara lá, um tal de Matteo, a Amber Johnson em corpo de homem, ele me tratou mal no domingo dizendo que o Nicholas não precisava de amigos como eu.

Austin ergueu o queixo.

— É? — Alec confirmou. — Então vamos ver até onde ele há de suportar minha presença. Me ajude a escolher a melhor roupa, farei uma visita a Nicholas.

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