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33. UMA NOITE MUITO LONGA

Olívia encarou sua irmã com os olhos arregalados.

— Eu ouço, Olívia. Ouço desde a adolescência, mas agora é diferente. Sei que alguma coisa fora do normal está acontecendo. Quando o Joshua chegou aqui no vilarejo, eu senti que tudo ia mudar. Quando ele entrou no bosque e saiu, eu sabia que a hora de aceitar o chamado havia chegado. E aí ele desapareceu e você dormiu fora de casa, e depois começou a sair toda tarde no mesmo horário, sozinha. Uma noite eu te segui e te vi entrando no bosque com os rapazes.

— Violet...

— O chamado está mais forte há duas semanas. Eu sonho com o bosque, penso nele dia e noite... Preciso entrar lá. Eu quero entrar lá.

Olívia entendia o sentimento de sua irmã, a urgência em atender o chamado de Grradhy, mas ela estava ferida, e se não cuidasse disso, iria infeccionar. Ela poderia morrer sem cuidados médicos, a não ser...

Freesia! A dríade podia curá-la. Mas como conseguiria levar Violet toda ferida para o bosque e chamar Freesia? Fora o fato de que Violet tinha sangue humano, teria que pagar o preço das Almas Ancestrais, e ela já estava com dor. Talvez seu irmão não tivesse ido embora ainda, talvez pudesse chamar uma fada curandeira...

Antes que pudesse falar alguma coisa, alguém bateu na porta do quarto. As irmãs se entreolharam, preocupadas.

Olívia, abre a porta, filha”, ouviu a voz de sua mãe em sua cabeça. “Tua irmã está ferida e precisa ser levada para ser cuidada no bosque.”

Olívia abriu a porta e viu Zayan em tamanho normal ao lado de sua mãe.

— Eu já planejei tudo — Dora falou baixinho, entrando no quarto, seguida de seu filho. — O Hian acha que vocês vão dormir na casa da Alice Harrison. Vou colocar nela uma memória de ter tido uma noite do pijama com vocês. Agora vão. Eu chamei suas irmãs e elas já chamaram a atual princesa de Grradhy. Mesmo depois de curada, Violet vai precisar passar a noite no bosque para ser apresentada ao Conselho Sagrado e depois à tribo.

Violet encarava o fae de boca aberta. Sabia que não era uma garota normal, afinal, ouvia as vozes do bosque, no entanto, jamais imaginou que teria sangue de uma criatura de contos de fantasia.

Fadas. Sua mãe e irmã eram fadas. Ela era uma fada. Que loucura.

— Olá, Violet — o platinado falou com voz melódica e calmante. — Eu sou Zayan, seu irmão mais velho. Posso te carregar no colo?

Ela analisou o fae de cima a baixo. Ele tinha músculos, mas era magro. Seu corpo parecia o de um maratonista vestindo roupas de seda azul e com asas brancas quase transparentes que pareciam delicadas.

— Você consegue suportar meu peso?

Zayan sorriu, bufando.

— Não deixe minha aparência te enganar. Eu sou um dos poucos guerreiros fae da tribo de Grradhy. — Notando a careta confusa da irmã, ele completou: — E você não entendeu o que eu disse, mas tudo bem, logo vai estar familiarizada com o bosque e a cultura de seu povo, assim como a Olívia já está aprendendo.

Ele se aproximou e pegou a garota no colo, tomando cuidado para que a fratura não piorasse e ela começasse a gritar de dor. Precisavam sair da casa em silêncio.

Dora deu um beijo em suas filhas e se despediu de seu filho com uma carícia nos cabelos, então abriu a porta dos fundos para os três saírem.

— Como vamos passar pelas ruas sem que algum vizinho veja um homem com asas me carregando? — indagou Violet.

— É por isso que estamos aqui.

Uma fada cresceu na frente dos três e Violet quase gritou de susto. Outras duas fadas em miniatura pousaram nos ombros de Zayan e Violet ficou olhando a que estava perto de seu rosto. Cabelos platinados, olhos verdes, longos vestidos brancos, pele com suaves padrões florais e asas cintilantes. Linda mesmo.

— Você parece a fada do Peter Pan — falou, sem conseguir se conter.

Ouviu risadinhas e depois a voz da fada soou em sua cabeça:

"Não se preocupe. Nós não temos nomes idiotas e não morremos se os humanos pararem de acreditar em fadas. Na verdade, é o fato deles não acreditarem que nos mantêm vivas."

A garota arregalou um pouco os olhos ao perceber que elas conversavam mentalmente. A fada de olhos dourados que estava em tamanho natural soprou, e um pó parecido com pólen vermelho cobriu Violet, Olívia e Zayan.

— Zayan, encolha as asas. Sabe que é difícil escondê-las — ela disse em tom de reprimenda e depois olhou para Violet com um sorriso. — Eu sou May, a segunda filha e mais velha das irmãs. Tenho dom de camuflagem, é assim que vamos passar despercebidos pelo meio do vilarejo. A que está perto de você é a Leam, e a tímida de olhos azuis, que parece uma cópia da Olívia, se chama Hail.

"Ei! Olívia nasceu depois de mim, então é ela que se parece comigo!" Hail reclamou.

May ignorou o protesto de sua irmã e continuou:

— É um prazer conhecer nossa irmã caçula oficialmente.

— Oh, eu não sou a caçula, esse é o Mikail, de dez anos.

— Ah, eu sei. Mas a menos que mamãe produza mais uma garota, você continuará sendo a caçula entre as mulheres. Além do mais, você é a única além da Olívia que sente o chamado de Grradhy, então não seremos apresentadas aos rapazes por enquanto.

— Como assim? Os meninos não sentem o chamado? — Olívia questionou. — Quer dizer, eu pensei que sentia porque sou híbrida, mas hoje descobri que a Vio também sente, então...

"Você sentiu desde a infância porque sempre pertenceu ao bosque, Olívia", Leam respondeu mentalmente. "Não tem sangue humano, é completamente mágica. Violet começou a ouvir o chamado quando completou dezessete anos, pois essa é a idade com que as fadas amadurecem para o acasalamento".

Violet se engasgou, com um sufocado “acasalamento?” com voz entrecortada.

— Agora o chamado está mais forte por causa da profecia — Zayan continuou a explicação da irmã, ignorando o pânico da garota em seus braços. — Mas os meninos ainda estão muito novos, não são de grande ajuda em uma guerra e não têm idade suficiente para produzir descendência.

— Eles ouvirão o chamado quando se tornarem homens feitos, provavelmente a partir dos trinta anos — Hail concluiu.

Quando eles terminaram de explicar, já estavam em frente à propriedade dos Wood. O grupo seguiu até parar no limite das árvores ancestrais, então Olívia falou:

— Vio, presta atenção. O bosque tem vida própria, é protegido por entidades poderosas que analisam as intenções do coração de cada pessoa que entra nele. No passado, humanos massacraram o povo feérico em busca de poder e magia, por isso agora, todos os que possuem sangue humano precisam pagar o preço para serem aceitos aí dentro.

Violet estremeceu, assustada.

— E qual é o preço?

— Dor. — A sentença proferida por May deixou um silêncio sepulcral no ar. — Mas não tenha medo. Depois que você for aceita, vai sentir alívio. Nós não podemos interferir, por isso você vai entrar sozinha.

Zayan colocou a irmã no chão com cuidado e Hail ficou em sua forma normal para poder tirar um pente prateado que enfeitava seu cabelo. Ela estendeu o objeto para Violet e disse:

— Esvazie seus pensamentos e quaisquer dúvidas que você tiver. Deixe que Grradhy sonde seu coração, e quando começar a sentir dor, crave essas pontas com força em sua pele e arraste. Deixe o sangue molhar a terra e seu pagamento estará feito.

Violet assentiu, seu coração acelerado. Tinha medo, contudo, também estava cheia de expectativas sobre o que conheceria ali dentro. Se sua irmã tinha entrado e estava bem, então ela também ficaria.

Respirou fundo e andou pelo meio das árvores gigantescas, tentando ver qualquer coisa na escuridão que tomava conta da floresta. Mal tinha dado uma dezena de passos, começou a sentir um pânico inexplicável e a dor veio de todos os lados, como ácido corroendo suas veias. Ela sentia como se estivesse sendo queimada viva, e por causa disso, seus dedos fraquejaram e o pente caiu no chão.

Violet gritou, suas mãos segurando a cabeça, tentando afastar as imagens horrendas em sua mente. Seus piores medos tomaram forma naquela tortura.

Do lado de fora, Olívia chorou ao ver o desespero de sua irmã. Tentou avançar para ajudá-la de alguma forma, porém sua família feérica não permitiu.

— Ela precisa sentir, Olívia — Leam sentenciou. — Precisa ser purificada pela dor.

— Por quê? — ela soluçou, tentando alcançar sua irmã. — Por que eu não posso aliviar a dor dela?

— Porque esse é o preço por sua herança humana — May falou. — Você já sabia disso. Quando adentrou o bosque pela primeira vez, estava disposta a pagar o preço. Violet também precisa estar.

A garota gritava, contorcendo-se no chão. Quando pensou que não suportaria mais, sentiu em seus dedos o metal frio do pente de sua irmã. Agarrou o objeto com toda força que lhe restava e o cravou em sua coxa, arrastando as pontas até sentir a carne se rasgar e verter sangue na terra.

A dor parou imediatamente e a energia da terra fluiu por ela, entretanto, a tortura que sofreu fez com que ela se contorcesse demais e a costela fraturada acabou perfurando um órgão, o que causou hemorragia interna.

Preocupada por Violet ter desmaiado, Olívia correu para acudi-la, dessa vez acompanhada pelas irmãs. Zayan ficou em sua forma de miniatura para ir verificar por que a princesa Freesia ainda não tinha chegado à fronteira com Craobhan. Sem ela para curar Violet, sua irmã morreria.

No meio do caminho para o centro da tribo, Zayan encontrou Freesia, Joshua e Korst enfrentando oito blums. Havia um urso polar enorme abocanhando o pescoço de uma das feras e uma pantera negra maior que o normal atacando outra com suas garras e presas.

Freesia lutava contra um blum com seu punhal, tão rápida que parecia um borrão, produzindo cortes profundos no torso do animal enquanto se desviava dos ataques dele. Korst, por sua vez, esmagava outro animal com socos poderosos. Ele era tão forte que matou o primeiro blum espancado e correu para ajudar Joshua, que estava sendo atacado por três dessas criaturas, e as segurava com os galhos e raízes das árvores próximas.

Joshua matou o primeiro deles, atravessando da garganta do animal até o topo de sua cabeça com um galho vivo enquanto Korst começava a dar socos no outro. Ele parecia o incrível Hulk esmagando.

Zayan assumiu sua forma normal e se aproximou de Freesia para ajudá-la a matar o blum. Quando este não se mexia mais, ele falou:

— Minha irmã está morrendo. Precisa de você.

Freesia olhou ao redor. Joshua eletrocutou outro blum até matá-lo, mas Kmry e Noktu estavam tão feridos quanto as feras contra as quais lutavam, precisavam de ajuda. Joshua atirou um dardo certeiro no olho do blum que atacavam Kmry e bateu com um chicote de eletricidade no outro que lutava com Noktu.

— Nós cuidamos deles! — ele gritou. — Vai!

Quando Freesia afundou na terra para chegar até Violet pelo subsolo, mais três blums surgiram por entre as árvores, correndo na direção da fronteira, onde sua família estava, e Zayan rosnou, furioso:

— Ah, não vão não!

Ele deixou seu poder fluir com toda a fúria de seu ser, então movimentou os braços como se fosse abraçar alguém. Quatro paredes de puro ar se formaram em volta dos animais, que se viram presos por algo invisível que lentamente se fechava em torno deles.

Zayan forçou seu poder pouco a pouco, até ouvir os uivos de agonia dos animais que eram esmagados sem sequer verem o que os estava matando. Fechou os braços com mais força, sentindo a energia sendo sugada de seu corpo por causa do esforço. Eles eram fortes, e quanto mais tentavam empurrar a parede invisível, mais o fae precisava empurrá-las contra eles. Se fosse um só animal, já teria morrido asfixiado, mas como eram três, o esforço para matar era triplicado. Ele não aguentaria por muito mais tempo.

De repente, raízes furaram o solo abaixo dos blums e empalaram a cada um deles, espirrando sangue nas paredes invisíveis, enquanto um raio os atingia por cima, e todos morreram ao mesmo tempo. Os olhos de Joshua brilhavam, assim como suas mãos, ao mesmo tempo em que Korst quebrava o pescoço do último blum e o jogava para o lado como se fosse um bicho velho de pelúcia.

Zayan sentiu suas forças se esvaírem e seu corpo desabou. A última coisa que viu antes de mergulhar na escuridão foi um lobo branco muito peludo o encarando de cima.

Olívia suspirou aliviada ao ver Freesia saindo da terra bem ao lado dela. Seus olhos se ampliaram ao ver sangue salpicado nas roupas da dríade, assim como uma grande mancha vermelha que tomava o pescoço, ombros e colo da morena. Queria perguntar, mas não havia tempo, sua irmã precisava ser curada.

Freesia se ajoelhou para alcançar a mestiça.

Estava cansada. Não comia nada desde antes de observar o treino com armas do Joshua, já fazia muitas horas. E além de não comer, ela tinha acabado de enfrentar um blum adulto.

Mesmo assim, precisava ajudar a irmã de sua nova irmã. Estranho como até algumas horas atrás ela sentia ciúmes do Joshua perto da Olívia, e agora já pensava na híbrida como futura irmã, especialmente depois de ver como seu irmão suspirava apenas à menção do nome de Olívia. Para ele, a garota era a encarnação da beleza, a própria Afrodite.

A ninfa colocou as mãos no torso machucado da mestiça e fechou os olhos para se concentrar. Sentiu quão profundos eram os ferimentos e começou a reconstituir cada fragmento de osso, cada tecido rasgado...

Então a luz vermelha em suas mãos apagou e Freesia quase desmaiou de exaustão.

Não conseguiu. Mal tinha começado a curar Violet e suas forças faltaram.

— O que houve? Por que você parou? — A expressão de Olívia era de pânico.

— Estou fraca. Não tenho energia para continuar.

— Não! E agora? Ela precisa ser curada... — Olívia começou a chorar em desespero.

May tocou no ombro de sua irmã.

— Segure suas lágrimas, Oli. Poupe sua energia, pois precisamos ajudar a princesa. Venha, vamos partilhar nossa energia com ela.

— Isso é possível? Como faço isso?

— Apenas deixe sua energia vital fluir pelo seu corpo. Lembre-se do que aprendeu sobre Grradhy. Ele nos dá a vida e nós o alimentamos, é um ciclo constante.

Olívia imitou os movimentos de suas irmãs. As quatro moças fizeram um semicírculo atrás de Freesia e tocaram em seus ombros, duas de cada lado. Os padrões desenhados que faziam parte da pele das fadas se tornaram brilhantes e uma luz branca acendeu os olhos e mãos de cada uma delas.

Freesia sentiu a energia das fadas. Elas estavam lhe emprestando o suficiente para curar sua irmã, embora a princesa pudesse sentir mais forte a energia de Olívia, talvez porque também era ninfa ou só por ser assustadoramente forte mesmo. A híbrida possuía tanto poder dentro de si que era incompreensível. Parecia uma força da natureza se agitando nela, quase impossível de controlar. E os elementos...

Em seus trinta e dois anos de vida, jamais ouviu falar de um feérico ou ninfa que pudesse dominar mais de dois elementos. Eram raros, principalmente dríades, que podiam dominar dois, mas Freesia sentia como se houvesse uma guerra constante no corpo de Olívia. Fogo lutando contra água, ar remexendo terra, e havia outra fonte de poder desconhecido.

A dríade recomeçou seu trabalho, curando os ossos, os tecidos dos órgãos internos e fazendo o sangue voltar para os vasos sanguíneos, de onde não deveriam sair. Quando o interior estava curado, ela sentiu o exterior e restaurou cada célula do corpo da garota, fazendo desaparecerem os hematomas, arranhões e a ferida exposta na coxa de Violet, pois o pente não só cortou a pele, também arrancou pedaços de carne que derramavam sangue na terra.

Demorou cerca de dez minutos para que Violet estivesse novinha em folha, a pele perfeita como se nunca tivesse estado ferida. A única cicatriz que ficou foi na coxa, pois o pente usado para oferecer seu sangue para o bosque era feito com metal mágico. Freesia se esforçou para não deixar marcas, pois sabia que humanos não viam as cicatrizes como sinais de honra, como os feéricos viam, no entanto, a marca do pente que lacerou profundamente a carne permaneceu.

Terminado o processo de cura, ela se afastou da mestiça e as fadas pararam de lhe dar energia, por isso desabou, exausta. Mal registrou que a garota havia acordado, e a escuridão a envolveu.

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