POV.Ally

-Eu devo ser estúpida!-resmungo após suspirar fundo e assim continuo volto a olhar para a peça na minha mão,sentindo minha cabeça doer um pouco.

Há alguns dias atrás eu havia passado perto do laboratório onde Jake fica a maior parte do tempo,nisso vi que ele havia descartado um fio grande de prata muito bonito.Ele havia me dito que não iria usa-lo para nada e que ficaria guardado,por isso eu aproveitei a chance e pedi para ele me dar,assim eu iria fazer um bom uso dele.

-Idiota por que?-Hazel pergunta de sua maneira grossa e eu a encaro,junto com Flarys e Sylver que se encontram no local.

As fadas haviam resolvido me fazer uma visita e ver como ia o processo da minha "mutação".De acordo com elas falta apenas mais um elemento para eu ter a essência total de uma fada,mesmo que não seja do meu interesse e se possível eu gostaria muito de evitar.

-O que eu pensei quando eu peguei isso de Jake?-pergunto e as três dão de ombros,mas vejo que Flarys e Hazel tinha um sorriso travesso no rosto,enquanto Sylver me encarava um pouco preocupada e com a testa franzida,meio alheia a tudo.

-Talvez você estivesse inspirada na hora para fazer alguma coisa-Flarys diz tentando soar inocente,pousando no meu ombro,andando de um lado para o outro.

Levanto minha sobrancelha e a encaro,vendo que ela cruza seus braços com um sorriso travesso no rosto,me fazendo suspirar fundo e me rendendo a ela.tenho certeza que ela irá pedir alguma coisa,só não quero ter que cumprir se não gostar.

-O que você quer?-pergunto ainda com a sobrancelha levantada,vendo ela fazer uma pose dramática e bater suas asas para ficar frente a frente comigo.

Estamos no meio da floresta,por isso não há nenhum perigo de alguém nos ver,na verdade nossa maior preocupação é Peter,pois querendo ou não,não sabemos se ele ainda tentará capturar elas,então é melhor prevenir do que remediar.

-Eu tenho cara de que quero alguma coisa?-Flarys pergunta em maior tom dramático,fazendo não só eu como Sylver e Hazel a encararem com um sorriso segurado.

-Não,você tem cara de pervertida mesmo minha amiga-Hazel responde e eu não aguento,deixando uma leve risada escapar.

Flarys revira os olhos e apenas faz um gesto com a mão,como se não ligasse e volta a me encarar,agora com um sorriso típico em seu rosto.

-Peça logo Flarys –digo em tom de despreocupação e ela suspira alegremente,pronta para me fazer o pedido.

-Então,eu queria saber se você poderia me contar como foi sua noite com Pan-pergunta com um sorrisinho malicioso e vejo tanto Hazel como Sylver me encararem com curiosidade.

Sinto meu rosto corar e desvio meu olhar um pouco,encarando as grandes arvores a minha volta e uma delas me chama a atenção pelo seu tronco retorcido.

-Ela ficou com vergonha,que bonitinho!-Hazel provoca e eu estalo os dedos nervosa

-Parem com isso garotas,se ela não quer falar é direito dela-Sylver fala e eu a encaro,agradecendo-a com um pequeno balançar da minha cabeça.

-Que estraga prazeres Sylver,só queríamos saber o que aconteceu,além do mais não é todo dia que alguém consegue a marca do infinito-Flarys fala apontando para a minha mão e eu arregalo os olhos, encarando durante alguns segundos tatuagem deposta sobre meu dedo anelar esquerdo.

-Como sabem sobre a marca?-pergunto curiosa para Flarys que coloca um sorriso no rosto cheia de orgulho.

- Quando Peter não está no quarto eu acabo invadindo ele e começo a olhar suas coisas,você sabe,para ver se ele não tem nada esquisito-diz com um sorriso travesso e eu reviro os olhos concluindo mais uma vez que a personalidade de Peter é muito bem espelhada na personalidade de Flarys.

-Mas agora eu estou curiosa sobre uma coisa-Hazel diz apontando para minha marcar,ela estava deitada de cabeça para baixo sobre uma pedra muito grande e seus pés estavam suspendidos no ar- Quando você conseguiu essa marca?-pergunta e Flarys volta a me encarar,com um sorriso malicioso e o olhar curioso.

Suspiro fundo e estalo outro dedo,tentando me acalmar e não deixar transparecer o meu desconforto,mesmo sendo algo normal não gosto de ficar saindo e falando para todo mundo,inclusive para fadas pervertidas.

-Se formos contar desde o dia,acho que tem uns três meses-respondo sem encará-la.

-Entendo-Hazel responde e coloca a mão no queixo,abrindo um outro sorriso-Teve mais vezes?-pergunta e dessa vez sinto o sangue subir todo o meu corpo.

É claro que teve outras vezes,se não tivesse até mesmo eu estranharia,pois acima de tudo Peter é uma pessoa que possui muitos hormônios.

-Vamos aceitar esse silêncio como um sim garotas-Flarys fala na minha frente e todas elas riem,me fazendo ficar ainda mias vermelha por conta desse caso.

Enquanto as risadas são ecoadas eu encaro o pedaço de prta na minha mão tentando me distrair,até que uma ideia me vem a mente e eu me lembro de um bracelete que havia visto em uma loja quando fui a Terra junto com Peter.

-Pode ser-murmuro comigo mesma,já imaginando como eu faria o bracelete e o deixaria único.

-Pode ser o que?-Sylver pergunta curiosa e eu levanto minha cabeça rapidamente,sentindo uma leve tontura,mas a ignoro e sorrio para a fada da água.

-Irei fazer um bracelete com esse pedaço de prata-falo levantando levemente o pedaço para assim indicar ao que eu estava me referindo.

Flarys,Sylver e Hazel encaram o pedaço de prata por um instante,como se assim conseguissem analisar todas as suas propriedades e ver se assim pode se rum bom ou não bracelete.

-É uma boa ideia,mas por que você faria um bracelete?-Sylver pergunta e eu paro para pensar um pouco,eu não usaria esse bracelete e não teria muita utilidade publica vinda para minha parte.

-Posso dar para alguém-digo dando de ombros,sem me importar ao certo com quem seria o remetente.

-E para quem você daria?-Hazel pergunta curiosa mais uma vez.

Penso um pouco e concluo que a melhor pessoas que eu poderia dar algo é Peter,além do mais existem tantas coisas que ele me deu que eu posso retribuir um pouco o favor.

-Peter-respondo sem hesitar e vejo Flarys abrir um sorriso travesso,me obrigando a revirar os olhos pelos seus pensamentos.

-Fada pervertida.

(...)

Estou escorada no tronco da grande arvore enquanto uso uma adaga para moldar o fio de prata,tentando a todo custo fazer o bracelete,meus dedos que antes estavam intactos agora possuem alguns arranhões e machucados devido a alguns descuidos que eu tomei durante o processo.

Minha cabeça está girando um pouco mais e eu sinto que a qualquer momento eu possa acabar desmaiando,provavelmente eu devo estar começando a gripar ou eu comi alguma fruta estragada que está me fazendo ter este mal estar.

-Ei baixinha o que você está fazendo?-a voz de Andrew ecoa e eu levanto minha cabeça para procura-lo e vejo-o a alguns metros de mim.

Andrew está com seu típico sorriso acolhedor em seu rosto e em suas mãos ele carrega uma grande quantidade de bambus,provavelmente para poder construir alguma coisa ou barrar algo.

- Um bracelete-digo erguendo o fio que agora está começando a ganhar molde.

Andrew se aproxima de mim para conseguir ver melhor o bracelete e eu obrigo a me levantar,assim para não dar muito trabalho a ele de se abaixar,só que assim que me levanto a tontura aparecer novamente e eu me obrigo a fechar os olhos,respirando duas vezes profundamente para assim conseguir me manter firme.

-Você está bem?-Andrew pergunta assim que eu abro os olhos,mas com isso eu vejo um grande clarão que me deixa enjoada.

-Não-falo e em seguida sinto a ardência em minha garganta e sou obrigada a me encurvar,vomitando tudo que eu havia comido pela manhã.

Depois desse pequeno episodio eu me encontro agora sentada e bebendo um pouco de água enquanto Andrew me observa um pouco preocupado,o mal estar continuou,mas agora que eu vomitei não sinto tanto enjoo.O bracelete que eu estava fazendo para Peter agora está guardado no bolso da minha calça,não quero ter o luxo de estraga-lo.

Uma corrente de vento passa por nós e assim meus cabelos balançam de um lado para o outro,junto com a corrente de vento vem um cheiro familiar e em seguida o par de esmeraldas que vive preenchendo meus pensamentos aparece,só que com a expressão um pouco preocupada.

-Está pálida Peter fala e eu o ignoro,tomando outro gole de água vinda do cantil de Andrew-Posso saber o que aconteceu?-ele pergunta com a sobrancelha levantada e cruza os braços em seguida,deixando-o com uma pose intimadora.

-Ela vomitou há alguns minutos atrás-Andrew explica e eu o encaro atônita,podemos ver claramente que ele é um traidor.

Os olhos de Peter vão se para Andrew,mas em poucos segundos já haviam se voltado para os meus.Ele suspira fundo e se aproxima de mim,assim se abaixando para podermos ficar cara a cara.

-Você tem alguma ideia do que possa ser?-Peter pergunta para mim e passa a mão pelos fios do meu cabelo,colocando alguns rebeldes atrás da minha orelha.

-Talvez um mal estar,posso estar gripando ou posso ter comido alguma fruta estragada que rendeu nisso-explico para ele que assente sem nenhum problema,se levantando e logo estendendo a mão para que eu me levantasse.

Aceito-a de bom grado e Peter me ajuda a ter o impulso para me levantar e assim que meus pés se firmam no chão sinto a mão de Peter se soltar da minha e passar pela minha cintura,segurando meu corpo firme,como se assim fosse evitar que eu caísse.

-Devia cuidar mais de si,se você se cuidasse não estaria com essa suposta gripe-Peter fala e eu reviro os olhos,por um lado é muito fofo ele está se preocupando,mas por outro lado é completamente irritante ter que ouvir um repreensão dessas vinda dele.

-Gripes acontecem Peter,o máximo que pode vir a acontecer é eu ficar de cama por alguns dias,não irei morrer nem nada do tipo-falo casualmente e vejo ele suspirar fundo, passando a mão pelos seus cabelos e puxando alguns fios levemente.

-Mesmo assim eu me preocupo-ele fala baixinho e vejo seu rosto um pouco vermelho,me fazendo sorrir por conta disso e perceber que Peter está com um pouco de vergonha.

Antes de eu conseguir me pronunciar ou fazer qualquer tipo de movimento,uma tosse é ouvida no local e tanto eu como Peter somos guiados para o som,vendo assim que Andrew nos encarava agora segurando os bambus novamente,mas com sua sobrancelha levantada.

-Sabe que eu ainda estou aqui certo?-ele fala e tanto eu como Peter abrimos um sorriso para ele.

-Não-respondemos em conjunto,fazendo Andrew revirar os olhos e se ajeitar um pouco.

-Que seja,mas parem com esse tipo de demonstração,é esquisito demais ver vocês dois assim- ele fala andando em direção ao rio-E se forem trazer mais algum menino para essa ilha me avisem com antecedência!-grita a ultima parte devido a distancia e eu franzo a sobrancelha.

A risada de Peter invade minha audição e eu me viro para encara-lo,vendo que seu sorriso estava em seu rosto junto com sua covinha que fica no canto direito,deixando-o com um ar de inocência,coisa que com certeza ele não possui.

-Acho que não entendi a última parte-falo para Peter que para de rir um pouco,mas o sorriso não desaparece e assim sua mão livre também vai para a minha cintura,me obrigando a encara-lo.

-Vamos dizer que Andrew supôs que você está grávida de um modo indireto-ele me explica e eu arregalo os olhos no mesmo instante-É como Andrew expressa suas opiniões a maioria das vezes-conclui e logo nega com a cabeça ainda com um leve sorriso no rosto-Mas isso seria impossível em todo caso-fala,me fazendo franzir a sobrancelha.

Não tinha como ele saber,pois eu era muito nova na época e ainda não o conhecia,quero dizer,não conhecia nem ao menos a Sombra.Também não me lembro d éter pronunciado nenhuma vez sequer sobre isso.

-Por que?-pergunto agora curiosa e levo minhas mãos para seus ombros,depositando-as por lá.

-Vamos dizer que exista um feitiço que eu uso já faz um grande tempo para que isso não aconteça,ele é bem eficiente então não precisa se preocupar-Peter explica rapidamente a última parte,me fazendo dar uma leve risada.

-E por que você usa esse feitiço?-pergunto com a sobrancelha levantada na intenção de o encurralar-Além do mais não faz um grande tempo que nós começamos a ter uma relação sexual-falo e vejo Peter arregalar os olhos e desviar suas esmeraldas de mim,indo-se para a Floresta Oeste.

-Podemos dizer que houve outras pessoas com quem eu me envolvi e eu não queria que acasos pudessem vir a acontecer-ele diz de uma maneira estranha,ele está nervoso e totalmente desajeitado ,o que me leva apenas a rir de sua cara.

Eu não ligo para o passado de Peter,não me importa quantas pessoas ele já ficou ou coisa parecida,o que me importa é o presente e agora,o passado vai continuar no passado e o futuro pertence aos presentes.

-Não se preocupe com alguma crise de ciúmes vinda da minha parte,se é o que está pensando-digo para Peter,cessando minhas risadas e aproximo mais nossos corpos-Eu já te falei antes,não irei te julgar pelo seu passado-falo,assim depositando um leve beijo em seus lábios,nada muito mirabolante,apenas um tocar dos meus lábios contra os dele-Mas acho que você não precisa mais de usar esse feitiço se você quiser-explico,vendo ele levantar a sobrancelha.

-O que você quer dizer Estrela?-pergunta com um olhar meio estranho e eu resolvo me adiantar para esclarecer tudo de uma vez.

-Como você não vai ter outras pessoas além de mim,não há necessidade,eu não posso ter filhos mesmo-digo dando de ombros e vejo ele arregala os olhos no mesmo instante.

-Como assim você não pode ter filhos?-ele pergunta com cautela agora,mas sem se extravagar demais.

-Eu não posso.Quando eu era criança acabei tendo uma doença que teve que haver uma cirurgia, a única consequência dela é que eu acabaria não tendo filhos,mas foi o melhor a se fazer,pois se a doença se agravasse eu poderia estar morta agora-explico para ele e estalo meu dedo indicador-Por isso eu nunca menstruei-acrescento esse detalhe também.

Falar sobre isso se tornou algo padrão,muitos caçadores me perguntavam sobre isso e eu acabava tendo que contar sempre a mesma coisa.Por eu se ruma criança e ter crescido contando essa historia eu acabei construindo um sentimento de indiferença contra esse fato,mas essa é a primeira vez que contar sobre isso me incomoda,me deixa angustiada.Talvez eu pudesse querer ter sido mãe.

-Ally eu não sei o que dizer-Peter fala e eu abro um pequeno sorriso puxando ele para perto e assim o abraçando.

-As vezes um abraço vale mais do que mil palavras-digo baixinho e enterro meu rosto sobre seu peito,não quero chorar.

O afago de sua mão sobre meus cabelos me tranquiliza,me deixa mais calma e segura sobre qualquer coisa,as vezes sinto que com Pete réu consigo tudo,nunca irei cair,nunca irei me quebrar,deve ser isso que as pessoas sentem com aqueles que amam.

Por alguns minutos ficamos nessa posição em um silencio profundo que foi interrompido por alguns galhos secos se quebrando,assim me obrigando a me separar de Pete re olhar em direção para aonde o barulho vinha,me fazendo encontrar diretamente com Toby que possuía seus olhos cheios de água.

Tiro meus braços do corpo de Peter e vou o mais rápido possível em direção a Toby,me abaixando para ficar da sua altura e limpando algumas lagrimas de seu rosto.

- O que houve Toby?-pergunto tentando soar o mais gentil que consigo,para não deixar ele mais triste ainda.

-Você não pode mesmo ter filhos?-ele pergunta e eu arregalo os olhos sendo pega de surpresa,não esperava que alguém estivesse escutando nossa conversa.

Suspiro fundo e desvio o meu olhar,procurando assim as esmeraldas de Peter e quando encontro-as consigo a força que estava procurando para poder explicara  situação para esse pequeno ser a minha frente.

-Não posso Toby,as coisas não deram muito certo,mas acontece-explico para ele e dou um sorriso meio triste.

-Então você não pode ser nossa mãe?-ele pergunta agora,deixando sua voz um pouco mais desesperada ao pronunciar a frase.

Meu corpo congela no mesmo instante e eu encaro a criança a minha frente,com seus olhos castanhos brilhantes sendo preenchidos por mais e mais lagrimas que trilham suas bochechas rosadas,logo se encontrando ao chão junto com a grama verde.Não consigo processar bem uma resposta coerente para ele,fui pega totalmente de surpresa e agora meu corpo se encontra tomado completamente por emoções.

Sinto um aperto sobre meu ombro e quando olho para cima encontro Peter olhando para outro lado que não seja para nós,querendo nos dar privacidade,mas querendo mostrar que está ao meu lado,me dando apoio e suporte nessas horas difíceis.

-Toby-começo,mas algumas lágrimas caem dos meus olhos assim que eu pronuncio seu nome e não consigo me segurar mais,deixando assim que toda essa minha magoa guardada saísse com esse choro-É claro que eu posso mãe de vocês-digo puxando ele para um abraço e seu corpinho se choca contra o meu,junto com suas pequenas mãos que envolvem o meu pescoço-Na verdade eu sou a mãe de vocês e vocês são os meus filhos-falo em seu ouvido acariciando seus cabelos sedosos,enquanto deixo mais algumas lágrimas caírem sobre meu rosto-E eu amo todos vocês,inclusive voc eToby,eu te amo muito-digo e ouço um soluço da parte do pequeno,me fazendo aperta-lo mais contra mim.

-Eu te amo também mãe-ele fala baixinho com sua voz embriagada por causa do choro.

(...)

Estou deitada na rede balançando de um lado para o outro com Toby dormindo em meus braços, enquanto isso espero Peter,que havia ido tomar banho no lago,pois logo estávamos indo para o navio de James.

Após aquele momento com Toby eu não me separei mais dele durante o dia,fiquei fazendo várias coisas com ele e aproveitei para terminar o bracelete que planejo dar para Peter.O meu mal estar continua um pouco,mas agora já está melhorando por causa de uma poção que Peter me obrigou a tomar,depois de muita discussão.

-Assim você vai acabar dormindo-a voz de Peter ecoa no local,mas eu não dou o trabalho de procura-lo.

-Vamos dizer que hoje foi um dia bem atípico da minha rotina-digo baixinho para não acordar Toby,que provavelmente está no seu décimo sono.

Peter nada responde,mas consigo ouvir os seus passos ecoarem cada vez que ele pisa no chão do quarto,até finalmente chegar em um lugar que eu consiga vê-lo claramente.Ele está a alguns metros de mim,parado ao lado da rede e sendo iluminado pela Lua,que está quase sendo coberta pelas nuvens da noite.

-Todos os dias são bem atípicos a sua rotina Estrela-ele fala em tom brincalhão,fazendo com que eu solte uma leve risada,que acaba fazendo Toby se remexer um pouco,saindo de cima de mim.

-Olha o que você fez,quase acordou ele-falo tentando repreende-lo,mas sei que não deu nem um pouco certo,pois Peter revira os olhos e me lança um leve sorriso.

-Ele está dormindo no meu quarto,acho que isso já é o suficiente para eu dizer que  a culpa não é minha-reponde,me fazendo revirar os olhos e com cuidado me levanto da rede,deixando Toby deitado nela,ainda em um sono profundo.

-Teoricamente ele agora é nosso,já que você não me deixou voltar para aquele quarto de jeito nenhum-digo ao cruzar meus braços,vendo assim Peter balançar a cabeça de um lado para o outro em forma de negação,se aproximando agilmente do meu corpo e rodeando suas mãos em torno da minha cintura.

Estalo meu dedo indicador olhando para Peter e consigo ver suas esmeraldas brilharem um pouco,antes que ele me soltasse novamente e fosse em direção a estantes que haviam alguns livros.

-Mesmo assim ele é nosso,não um lugar para crianças irritantes ficarem-provoca,me fazendo revirar os olhos sem conseguir esconder o sorriso em meu rosto.

-Mas essas crianças irritantes habitam essa ilha e obedecem todas as suas ordens-falo me aproximando dele com cautela,quando vejo-o se virar em minha direção e mostrar um leve sorriso.

-São irritantes e mimados por você-fala,me fazendo levantar a sobrancelha e cruzar os braços sobre o meu peito.

-Eu não os mimo,eu apenas ajudo eles para construírem coisas que irá facilitar o trabalho-repondo e Peter levanta a sobrancelha igual a mim.

-Isso não é mimá-los?-desafia,me fazendo abrir  aboca para falar,mas sou interrompida no mesmo instante.

A respiração de Toby começa a ficar um pouco acelerada,começando a fazer um barulho maior pelo cômodo.Tanto eu como Peter nos viramos para encara-lo e eu arregalo meus olhos quando vejo a Sombra a alguns metros de distância dele.Meu corpo fica imóvel no lugar vendo a terrível criatura chegar mais e mais perto do meu filho,mas não o suficiente,pois uma rajada de pozinho branco é jogada sobre ela,fazendo-a se contorcer um pouco e sair voando do quarto no mesmo instante,mas não antes de se virar e vermos um sorriso agonizante sair de sua face.

-Respire fundo,respire fundo-a voz de Peter sai abafada e ele aparece na minha frente,colocando suas mãos sobre meus ombros e tentando me firmar para que eu não caia.

Foi rápido demais e o choque foi muito grande,não esperava ver a Sombra aqui,exposta bem a nossa frente,tentando encostar em Toby.

-Peter-tento falar,mas não consigo,minha voz está bloqueada e sinto minha garganta seca.

-Só respire Ally,respire e não pare de olhar para mim-manda e eu obedeço,respirando fundo e não desviando os meus olhos uma única sequer vez dele.

A Sombra é algo que me apavora,meu corpo sabe disso,Peter sabe disso e a Sombra sabe disso,mas acho que nunca senti tanto medo na minha vida quanto agora,quando eu a vi perto de Toby,quase encostando nele.

-Estou com medo-são as palavras que me representam neste exato momento,estou com tanto medo que se não fosse Peter eu já teria com certeza tido uma crise de pânico.

-Eu sei Ally,eu sei-ele fala baixinho e me puxa para um abraço,me fazendo assim ficar entre seu corpo.

O coração dele está batendo com uma frequência maior,ele pode até não demonstrar em suas expressões,mas tenho certeza de que Peter também está com medo e inseguro do que pode vir a acontecer,a Sombra ter aparecido aqui foi apena suma de várias evidências que temos e que vem acontecendo durante o passar dos dias.

-Acho que não quero ir para o navio-sussurro baixinho e Peter me aperta contra si.

-Não vamos,mas acho melhor não ficarmos aqui por enquanto,sem contar que depois dessa precisamos de respirar um pouco-ele soa sincero e eu aperto sua blusa com força.

-Não quero deixar Toby sozinho aqui,tenho medo da Sombra voltar-murmuro e sinto Peter se afastar um pouco de mim,ficando assim cara a cara comigo.

Seu rosto está rígido e ele parece se segurar muito para não despencar,pois tanto eu como ele temos certeza de que se nós dois cairmos não conseguiremos levantar.

-Andrew está fazendo a ronda por hoje,irei pedir para que ele fique de olho no Toby-responde,me fazendo assentir levemente e suspirar fundo,olhando para o pequeno ser indefeso deitado sobre  a rede,agora sem mais pesadelos.

Eu fiquei dentro do quarto enquanto Peter fora falar com Andrew e após tudo estar resolvido ele volta e me tira do quarto,me levando para o lago.

-Precisamos ter o dobro de cuidado agora,pois sabemos que a Sombra está com sua força total e a qualquer momento pode nos atacar-Peter fala e eu suspiro fundo.

Estamos com um grande problema.

Esse cap já foi postado,mas por alguma razão o Wattpad fingiu que ele n existia, espero a compreensão de vocês e não se esqueçam de votar e comentar para ajudar, até mesmo meus outros leitores

Ufa, aqui estamos nós com mais um cap lindo e maravilhoso :3.Desculpe a demora fadinhas, é que as coisas estão um pouco corridas já que estamos na reta final do ano e a autora tem que passar de ano kkkk.

Bom é isso por hoje, espero que tenham gostado do cap, comentem e votem para dar uma força.

Gente o Toby eh uma graça dms, eu amo ele de vdd kkkk

Próximo cap temos algumas surpresas hihihihi

Bjs Mary e até a próxima ;3