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006 • plano idiota?

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

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Eu só podia estar maluco para concordar com os planos daquela mulher.

Olho para ela atentamente, vendo-a treinar alguns movimentos com há espada um pouco distante dos meus homens, e fico surpreso ao perceber que sua técnica não é nada ruim como eu esperava. Ela se move com a destreza de quem já fez aquilo dezenas de vezes, e que passou muito tempo treinando. Olho ao redor do navio e encontro vários olhares surpresos a encarando, e Stormy parece fazer o seu melhor para ignorá-los.

Eu a liberei das amarras uma hora atrás, e permiti que ela treinasse durante esse tempo pois sabia que seus braços deveriam estar duros depois de passarem tanto tempo preso. Eu só não imaginava que ela mostraria tanta habilidade que eu comecei a achar seriamente que ela podia ganhar nossa luta.

Kellan, ao meu lado, também assistindo-a, solta um assobio.

— Você viu como ela é boa? Não estava mentindo sobre isso, pelo menos — ele diz, não tirando os olhos dela. Quero acreditar que ele está apenas observando seu punho segurando a espada, e não o fato de que ela está vestindo roupas tão coladas que não deixam nada para a imaginação.

Balanço a cabeça e desvio o olhar dela para minha própria espada em minha mão.

— Acho que não. Mas estou surpreso — respondo a Kellan.

— Com o quê?

— Como uma mulher aprendeu a lutar assim? Seria necessário anos de treino, não apenas uma brincadeira aqui e ali. E ela tem experiência.

Quando meu amigo passa muito tempo em silencio, olho para ele e o descubro me encarando com um sorrisinho sacana.

— E por que você está tão interessado por isso de repente? Não é surpresa e nem um mistério que algumas mulheres treinam escondido em aulas particulares, você sabe.

Estremeço com esse pensamento, por mais que seja verdade. Não sou nada contra de mulheres aprenderem a se defender, tanto que já participei de algumas aulas para ensiná-las alguns movimentos que derrubariam um adversário com o dobro do tamanho e peso delas. Mas meu medo era que nos últimos anos o número de mortes femininas em todo o mundo aumentou drasticamente, o que pode ser ou não uma comprovação de que muitos já descobriram sobre esse pequeno segredo delas. As mulheres estão cada vez mais procurando alguém para treiná-las, seja para manejar uma espada ou para o simples combate corpo a corpo. Mas tenho que dizer... a experiência que Stormy mostra ao rodopiar com a espada e acertar um golpe no ar que arrancaria a cabeça de alguém vai muito além disso. Ela mostrava ser a destreza de anos de treino, não era desengonçada e não hesitava.

E eu não tinha certeza se isso me alarmava ou me deixava orgulhoso.

— Só não acho que tenham muitas pessoas interessadas em ensinar tanto a alguém – principalmente a uma mulher – como usar uma espada. Quero dizer, olhe para ela. — Aponto, e Kellan segue meu olhar. — Ela é quase tão boa quanto todos vocês.

Seu olhar cético se fixa ao meu.

— Por que não suas habilidades? Está se achando melhor do que nós?

Mais leve, abro um sorrisinho para seu tom de indignação.

— Eu não me acho melhor. Eu sou melhor.

— Oh, então talvez eu e você devamos ter uma luta de espadas e ver quem é o melhor aqui.

Ouvindo-o distraidamente enquanto Kellan lista os golpes mórbidos que pretende me dar, tento não olhar para Stormy. Mais especificamente para a roupa que molda suas curvas como uma segunda pele. Encontrei essas malditas roupas enfiadas dentro do meu armário que pertenceram à uma antiga prostituta que as deixou ali. Era certamente de um número menor que o dela, então lhe envolve como uma luva, deixando pouquíssimo para a imaginação.

A calça de couro marrom abraça suas coxas com perfeição, o que causou certa comoção entre meus homens quando ela apareceu na frente deles vestida assim. E ainda está causando; percebo isso quando os vejo não encarando mais seus movimentos com a espada e sim os músculos em suas pernas se flexionando a cada ataque. A camisa branca também é menor, mas ficou bem melhor nela. E presa dentro da calça, com aquele corset preto maldito moldando sua cintura e erguendo seus seios para criar um decote ousado é a minha perdição. Tudo isso combinado com seus cabelos vermelhos refletindo a luz do sol, enfatizando o brilho dourado da queimadura e tornando seus olhos azuis ainda mais claros. Tão claros que não parecem reais. O bronzeado em sua pele a deixa ainda mais atraente e...

— ... tenho certeza que não está ouvindo nada.

Viro a cabeça para Kellan, tentando manter a expressão em branco como se não estivesse secando o corpo de Stormy como um maldito adolescente em plena ebulição de hormônios. Acho que não deu muito certo, dado o olhar de deboche que meu amigo me lança.

— É claro que eu estava ouvindo — afirmo com a maior convicção que consigo assumir, mantendo os olhos propositalmente bem longe dela para não me distrair novamente.

Ouço Kellan falando alguma coisa novamente, e acho que é uma pergunta, por isso respondo:

— Hum... claro que sim.

— Eu sabia que você queria transar com ela.

Olho para ele tão rápido que meu pescoço quase tem um torcicolo. Devo estar com uma expressão de completo assombro, porque o babaca gargalha até agarrar a barriga.

— Merda, você devia ver sua cara agora! — exclama, limpando algumas lágrimas no canto dos olhos.

Quando olho ao redor, vejo que a gargalhada escandalosa de Kellan chamou a atenção de vários homens e Stormy, que nos encara com a testa franzida. Quase como se soubesse que era o assunto do momento.

— Quer parar de rir, porra? — sibilo para Kellan, voltando a olhar para ele, que está abanando o próprio rosto vermelho com a mão.

— Eu estava precisando de um pouco de diversão, meu amigo, e você me proporcionou exatamente isso. Não tinha certeza até agora que queria mesmo dormir com a nossa... convidada.

— Eu não quero dormir com ela, porra. — Agarro o braço do idiota ainda rindo e o levo até a porta de meu escritório. Não entro, no entanto. Paro na frente da porta e estreito os olhos para ele, sentindo os olhares dos outros sobre nós. — Já cansou de rir?

Kellan respira fundo algumas vezes, ainda rindo aqui e ali. Maldição. Ele parece um maldito adolescente quando se trata de fazer piadas com garotas.

— Tudo bem, estou calmo — afirma, mas não parece muito certo disso. — Mas estou curioso para saber como você vai lidar com sua fome sexual, capitão. É por isso que esteve tão mau humorado desde que ela chegou?

Fecho a cara.

— Não estou mau humorado. — Ou estou? — De qualquer forma, vou chamar todos para o convés. Essa conversa idiota está me dando nos nervos;

— E, mesmo assim, você não negou. — Kellan abre um sorriso ridiculamente grande. — Vou reunir todos. Estou ansioso por isso.

Antes que eu possa falar qualquer coisa, ele sai correndo, falando com Stormy por um momento antes de seguir para falar com os homens que se reuniram ao redor dela. Pelo visto estavam esperando apenas que eu me afastasse para chegarem com as asinhas para cima dela.

Quando a vejo caminhar diretamente em minha direção, ergo as sobrancelhas em surpresa ao ver um sorriso largo se abrindo em seus lábios rosados.

Maldição. Concentre-se, Lionel.

— O que foi? — estalo quando ela para na minha frente e continua calada, apenas sorrindo como uma maluca que sabe todos os meus segredos;

Stormy balança a cabeça.

— Seu amigo disse que você quer transar comigo, capitão.

Quase engasgo, e meu olhar aterrorizante voz imediatamente para Kellan, que está conversando com Alaric e Reil. Como se sentisse meu olhar, ele vira a cabeça e me encontra lhe encarando com lasers nos olhos. Ele para subitamente de falar e ergue as mãos, nos dando as costas. Mas não antes de esconder o sorriso idiota.

Não confio nada na expressão atrevida e bastante convencida da mulher à minha frente.

— Você me acha gostosa? — ela pergunta, ainda sorrindo.

— Kellan te disse isso também? — rebato, seco.

— Disse. Mas estou ouvindo isso dos seus homens desde que cheguei. Perguntei se você me acha gostosa.

Não respondo. Stormy parece genuinamente curiosa para saber, mas ao mesmo tempo sabe muito bem do efeito que causa nos homens, dado o sorriso convencido e brilhante sendo esfregado na minha cara. E ela não teria conseguido se não fosse consciente de seus tributos. Que, no momento, estão transbordando do decote da camisa. Parece até que ela os colocou para fora só para me testar. Preciso desviar o olhar.

— A luta vai começar. Melhor se preparar — digo, mas assim que as palavras saem da minha boca, me arrependo amargamente. Um olhar exultante e cheio de zombaria se forma no rosto de Stormy, e nem o fato de que ela está rindo de mim me faz achá-la menos atraente.

— Tá bom. Você quem manda, capitão. — Com um movimento da mão sobre a cabeça, como se estivesse tirando um chapéu para me cumprimentar, ela vai embora rebolando o quadril, atraindo não só o meu olhar para a sua bunda, mas de vários homens por quem passa.

Dando-lhes um olhar, todos logo arrumam o que fazer. Tento ignorar o que a afirmação dela fez comigo e sigo Stormy para o centro do convés, onde um semicírculo se formou para a nossa luta. Quando chegamos no meio, o círculo se fecha, mas como são poucos homens, ainda consigo ver Reil encostado em um barril um pouco mais longe observando nós dois com um sorriso.

— Então, como vai ser? O primeiro golpe fatal vence? — Stormy pergunta. Balanço a cabeça em negativa.

— Três golpes fatais. Quem fizer mais pontos, vence.

Ela assente e puxa o cabelo longo para trás e mexendo nele por um momento. Quando tira as mãos dos fios ruivos, eles estão presos em um coque no topo da cabeça. Pisco várias vezes.

— O que você fez? — pergunto, olhando para o amontoado de ruivo que ela fez. Stormy franze a testa.

— Hã?

— Você nem pegou aquelas coisas que prendem o cabelo, só mexeu nele e pronto, estava preso. Como fez isso?

Pareço um idiota que não sabe nada de mulheres, mas nem ligo. É verdade mesmo. E Stormy está se segurando para não rir.

— Eu fiz um nó. É mais fácil prender assim do que usar uma braçadeira. Agora, onde estávamos?

Balanço a cabeça para me livrar do desejo de saber o que mais ela sabe fazer e agarro minha espada ainda na bainha com mais força. Agora com o cabelo preso, todas as feições de seu rosto estão perfeitamente visíveis, todas as sardas pontilhando seu rosto inteiro e as finas linhas de expressão no cantinho de seus olhos.

— Ainda acho que você deveria simplesmente me deixar ganhar — Stormy diz.

— Ah, é mesmo?

— Sim. — Ela sorri. — Você quer o tesouro para comprar sei lá quantos navios e não morrer nas mãos de James, eu quero matá-lo. Nós dois saímos ganhando.

— E eu ganharia um bom dinheiro entregando uma criminosa. O suficiente para comprar o navio.

O rosto dela fica vermelho de raiva e o sorriso some de seu rosto, e não posso explicar a onda de exultação que me preenche.

— Eu não sou uma criminosa! Você é quem me trata como uma.

— Pode me culpar? Preciso citar novamente os motivos que me levaram a achar isso?

— Não, mas pode me chamar assim, já que serei a nova capitã desde navio.

— Se sentindo confiante?

— Sim. — Sorri novamente.

— E se você perder? — pergunto. Ela dá de ombros despreocupadamente.

— Daqui há alguns anos, quando sair da prisão, volto para atormentar você novamente. Porque tenho certeza que um punhado de moedas para comprar um navio jamais será suficiente para você. Ou estou errada?

É claro que ela não estava. A maldita. Estreito os olhos, me perguntando pela milésima vez como diabos ela sabe tanto sobre mim. É quase como se tivesse vivido a vida inteira na minha cola para aprender meus trejeitos e desejos mais profundos. Abro a boca e...

— Muito bem! — Kellan grita, aparecendo ao meu lado do nada e quebrando nosso momento. Ele sorri para minha carranca e encara nós dois alternadamente. — Vocês já sabem as regras. Sem ferimentos graves, e preferimos sem sangue. Hematomas são aceitáveis e lesões leves também. Na verdade, Stormy, você tem permissão para fazer o capitão sangrar. Adoraria ver sangue saindo de uma ferida causada por uma mulher — o maldito graceja. Quase arranco minha espada da bainha para lhe mostrar o quanto eu gostaria de ver sangue saindo dele, mas Kellan me interrompe. — Aquele que completar três pontos primeiro, vence e está responsável pelo navio e pela rota que vamos tomar. Prontos?

Stormy assente, e eu também. Vejo-a se colocando em posição de luta e erguendo a espada enquanto eu calmamente puxo a minha da bainha, vendo-a encarando a lâmina longa e grossa brilhando no sol.

Kellan se aproxima de nós e coloca dois protetores de borracha na ponta de nossas lâminas, apenas para evitar ferimentos graves demais. Não que isso ajude muito, mas vai evitar um estrago pior.

Soltando um suspiro mudo, imito a posição de Stormy quando meu amigo termina, e não posso deixar de notar quando ela percebe a diferença de altura entre nós. Claro, ser mais baixa tem suas vantagens, mas em uma luta de espadas elas são bem menores. Stormy poderia se sair melhor em uma luta corpo a corpo, mas foi ela quem propôs isso, então quem sou eu para questionar agora. Mas minha altura a está intimidando mesmo assim. Há uns bons trinta centímetros entre nós; o topo de sua cabeça chega em meu peito. E pela sua testa franzida, ela acaba de perceber que suas chances diminuíram.

— Podem começar — anuncia Kellan, e meus homens ao nosso redor gritam em entusiasmo.

Por um momento, não nos movemos. Ela não tira os olhos dos meus, e a seriedade em seu rosto quase me faz sorrir. Sua postura não fica rígida como eu esperava; ela está calma e concentrada, respirando da forma correta e apenas esperando a hora certa de defender e atacar.

Tudo bem. Se ela não vai dar o primeiro movimento, eu dou. Avanço com a espada, girando um braço no ar antes de mirar em sua barriga em um golpe que certamente a estriparia. Stormy recua e bate a espada contra a minha, defendendo meu golpe com uma força que me surpreende. Meus homens começam a gritar enlouquecidamente, e isso me dá um pouco mais de gás para atacar novamente. Pelo menos estou lutando contra alguém forte.

Ela continua com os olhos cravados em mim e pouco parece se importar ou distrair com a algazarra ao nosso redor. Sua postura ainda está firme, e a mão que segura a espada sequer treme. A garota é mesmo experiente...

Stormy ataca, seu braço rodando no ar enquanto mira um golpe certeira em meu coração. Mas em uma falha grave, deixa o lado direito do corpo desprotegido ao erguer o braço para me atingir. Com um golpe da espada, atinjo a sua e a envio quase fora de sua mão. Agarro seu braço que a segurava em um movimento rápido e torço seu pulso para trás. Ainda assim ela não a solta, por mais que tenha feito uma careta de dor. Toco o cabo de minha espada contra suas costelas e mesmo com ela de costas para mim e longe de tocar meu corpo, sinto que endurece.

— Primeiro ponto para Lionel! — grita Kellan, e alguns homens comemoram, gritando e batendo palmas. Outros me olham como se eu fosse um idiota por não deixá-la ganhar de primeira. Quase reviro os olhos quando empurro minha oponente para longe.

Stormy se equilibra, mas não faz nada para tentar conter a dor que sei que está machucando seu braço. Franzo a testa levemente quando a vejo erguer a espada.

— Você está...

Ela quase pula em mim.

Ser menor tem suas vantagens, penso quando ela salta no ar com um grunhido e tenta afundar a espada em meu pescoço. Saio de seu alcance com um pulo para o lado e uso minha espada para bloquear seu golpe, sentindo a adrenalina percorrer minhas veias. Meu coração pulsa rapidamente em emoção. Ouço grunhidos vindos de meus homens e gritos encorajadores quando Stormy gira o corpo e fica de frente para mim, sem parar de atacar, nossas espadas colidindo incessantemente. Recuo um passo e ela me acompanha. O círculo ao nosso redor se abre quando recuo mais, vendo o fogo brilhar nos olhos dela quando percebe que não vou desistir tão facilmente.

Seus olhos estão injetados de fúria e determinação, então também sei que não vai facilitar em nada. Ela quer ganhar. E está colocando tanta força no punho que segura sua arma que pode causar uma lesão mais séria, porém não parece se importar. Também não parece perceber o tamanho do erro.

Nossas espadas fazem barulho quando a empurro para trás novamente, mantendo-a longe de meu alcance.

— Vamos lá, pessoal, mais intensidade! — Kellan grita.

Assumo a posição de luta inicial novamente, já sentindo uma fina camada de suor se formar sobre minha pele. Avanço um passo, sem atacar, e Stormy recua, sem tirar os olhos dos meus.

Ataco, e vejo com surpresa ela usar a espada com escudo e apoiar a outra mão na parte plana da lâmina para parar meu movimento e me empurrar para trás, me fazendo quase derrapar no piso de madeira. Os homens vão à loucura.

Ela nem me deixa respirar e avança novamente, sua espada cortando o ar em um golpe que arrancaria todas as minhas tripas em um segundo se eu não tivesse pulado para trás. Ela vem atrás de mim, grunhidos escapando de sua boca quando ataca e usa o braço bom para agarrar a ponta do cabo da espada, dando mais apoio e força.

Gritos dos meus homens me seguem conforme recuo mais, defendendo todos os seus golpes e tentando não manter nenhuma área importante descoberta. E justamente quando penso quão chata nossa luta vai ser se ela continuar fazendo apenas isso o tempo inteiro, percebo que estou profundamente errado.

Ao recuar novamente para me defender, ergo o braço para lhe golpear, mas Stormy encontra uma brecha pequena entre nossos corpos onde meu peito fica indefeso e não perde tempo em mirar a espada ali, a ponta de borracha parando a centímetros de onde meu coração bate acelerado.

Congelo. Ela respira ruidosamente quando me encara, mas não vejo presunção ou exultação em seus olhos por ter me vencido agora. Ela ainda não está comemorando, por mais que meus marinheiros estão quase sem voz de tanto gritar por ela.

— Ponto para Stormy! — grita Kellan, batendo palmas e rindo como um lunático.

Minha oponente se afasta e passa a mão na testa para enxugar o suor.

— Belo ataque — digo. Ela não sorri ao dizer:

— Seu também.

— Estão prontos? — Kellan pergunta. Quando nos vê acenar, grita: — Vão!

Desta vez, Stormy não perde tempo.

Em um movimento de girar o corpo e atacar ao mesmo tempo, ela roda na ponta dos pés e traz a espada em cheio em direção a mim. A ponta pode estar protegida, mas todo o resto, não, e ela quase acaba de arrancar meu pescoço. Defendo usando a minha espada, empurrando a sua com força para longe e mandando-a quase fora de sua mão.

— Sem ferimentos fatais, Stormy. Sei que quer matar nosso capitão, mas nós gostamos dele — Kellan diz, mas então faz uma pausa e acrescenta: — Na maior parte do tempo.

Nem me digno a lhe dar um olhar. Stormy ataca novamente, dessa vez usando uma técnica de enganação que eu conheço bem ao começar a atacar meu peito e, em seguida, muda o alvo, abaixando-se no chão e girando para cortar os tendões das pernas. Felizmente eu conheço esse truque muito bem e paro seu movimento antes que ela tenha a chance de abaixar. E justo quando ela recua a espada e está quase dobrando os joelhos, eu giro o punho no ar e me aproximo bem dela, tocando a lateral afiada da lâmina bem abaixo de seu queixo. Ela congela completamente com a espada no ar, e vejo a fúria tomar conta de seu olhar.

— Ponto para Lionel! Se ele fizer mais um, vence!

A ovação é maior desta vez. Berros, gritos de encorajamento e o que parecem ser colheres de pau batendo em panelas soam em meus ouvidos. Mas não olho para eles. Minha oponente está me encarando muito intensamente para que eu sequer pense em desviar os olhos.

— Quer fazer uma pausa? — pergunto a ela, me afastando lentamente. Vejo o modo rígido com que segura a espada quando a abaixa. Seu braço deve estar doendo como inferno, mas ela nega com a cabeça.

— Não, obrigada.

— Tem certeza? Você pode colocar gelo no seu...

— Não preciso. Vamos acabar logo com isso.

Dou de ombros e não insisto mais, por mais que a preocupação ainda não tenha ido embora completamente.

— Você foi previsível — aviso a ela quando nos abaixamos na posição de luta novamente. Stormy franze a testa.

— Como é? — Ela soa tão ofendida que não posso deixar de sorrir.

— No seu movimento anterior. Você deixou bem claro o que ia fazer e qualquer outra pessoa podia ter rasgado o seu pescoço por isso. Tornou bem fácil para mim.

Ela ergue uma sobrancelha.

— Me achou previsível?

— Sim. Eu, como seu oponente, poderia ter te matado sem dificuldade.

— Vocês dois vão ficar conversando ou vão lutar? — A voz irritada de Kellan chega até meus ouvidos. Quase reviro os olhos para a impaciência brilhando nos dele.

— Vamos lutar.

Solto o ar lentamente quando me ajeito. Stormy faz o mesmo no outro lado. Quando o grito de Kellan soa, iniciando novamente a luta, nós dois atacamos ao mesmo tempo e nossas espadas fazem um barulho alto ao colidirem bem no centro de nossos corpos.

Stormy ataca incansavelmente, provavelmente querendo me vencer pelo cansaço ou procurando alguma brecha para me atingir. Eu defendo seus ataques e ataco de volta, fazendo-a recuar. Seus movimentos retrocedem, mas ela não desiste. Não, não ela. Rodando para longe, ela gira a espada no ar e a traz diretamente em minha lâmina. O barulho do metal com metal cessa os gritos ao nosso redor, e é a única coisa que pode ser ouvida no silêncio que toma conta do navio. Quase consigo sentir a expectativa de meus homens e ansiedade para ver quem vai marcar o próximo ponto.

Quando afasto o braço momentaneamente para recolher minha espada, sou parado por um chute forte nas costelas. Stormy aproveita a brecha que encontrou para me atacar com o punho esquerdo ileso, dando-me um soco forte na mandíbula. Mal tenho a chance de grunhir quando sua espada vem para cima de mim novamente, desta vez com o apoio de seus pés, que dão um chute em minha coxa. Ouço distraidamente alguém perguntando alguma coisa e Kellan respondendo que chutes são permitidos.

O suor escorre por minhas costas quando defendo golpe após golpe, rejeitando mentalmente a ideia de atingi-la com os punhos e chutes. Tenho certeza que os meus doeriam bem mais e acabaria não se tornando uma luta justa. E eu que achava que Stormy era presunçosa sobre suas habilidades quando ela é boa. Realmente boa. Seus movimentos são frios e calculados, seus olhos fugazes não perdem os meus nem por um momento e ela sequer deixa a perna vulnerável quando a ergue para me chutar, sabendo muito bem que eu a agarraria e lhe daria um golpe que me faria vencer a luta.

Solto um rosnado ao sentir um novo chute nas costelas, este bem mais forte do que o outro. Noto que ela deixa a espada paralela à coxa com a lateral para cima, de modo que se eu tentar agarrá-la, deceparia meu próprio braço. Mas quando levanto o outro braço para empurrá-la par longe, sinto o gelo da lâmina batendo em minha coxa. Bem em cima da artéria que, caso cortada, me mataria em minutos.

Paro totalmente, e todos no navio ficam em silêncio olhando para ela.

— Isso seria um golpe fatal? — Ouço alguém perguntar.

— Ah, com certeza — Kellan responde. — Se a espada ultrapassar a artéria, você sangra até morrer. Parabéns, Stormy! Estão empatados!

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