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003 • intrusa

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

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— Será que alguém pode começar a me explicar por que diabos esta mulher está a bordo no meu navio?

Olho bem sério no rosto dos homens em que mais confio nesse mundo, vendo suas expressões mudarem de desconfortáveis para preocupados em um segundo. Kellan e Reil se entreolham como duas crianças que foram pegas fazendo algo que não deveriam, mas isso não me amolece. A intimidação deixou de estar em nossas conversas quando meus marinheiros passaram a serem meus irmãos, mas isso não significa que não consigo impor autoridade. E sempre que estou descontente, os dois sabem muito bem disso. E acho que a culpa que eles sentem causa mais efeito do que qualquer outro castigo.

— Desculpe, Lionel — Kellan começa, lançando um olhar nervoso por cima do ombro para onde a mulher está amarrada a uma viga do convés enquanto é observada por três outros homens. — Nós estávamos bêbados ontem e...

— E queríamos uma noite com ela — Reil completa quando seu amigo não termina.

Pressiono a ponte do nariz entre o indicador e polegar, juntando paciência.

— Vocês estão me dizendo que a trouxeram a meu navio para transar? Colocaram nosso trabalho, nossas vidas em risco por uma mera transa? — rosno, muito além da raiva. Eles mais do que ninguém sabem o quanto prezo por segurança e anonimato no que fazemos, e vê-los agindo assim é uma ofensa pessoal. A primeira regra que aprendem antes mesmo de pisarem em meu navio é que nunca, jamais e em hipótese alguma devem trazer alguém desconhecido para dentro dele.

Kellan e Reil se mexem, desconfortáveis.

— Nós não queríamos trazer problemas, capitão. Ela disse que era emocionante transar onde pudéssemos ser descobertos e...

— Pelo amor dos deuses, cale-se.

Isso estava ficando pior a cada segundo.

Os dois, por terem sido criados na mesma casa a vida inteira apesar de não serem irmãos, tinham a mesma mania de tagarelarem pelos cotovelos quando ficavam nervosos, o que claramente estavam fazendo agora. Eu não queria saber o que aquela mulher falou. Só queria que me explicassem a merda do motivo para a trazer aqui.

Juntando toda força de vontade que tenho antes que jogue esses dois idiotas para fora do navio, apoio minhas mãos na minha mesa e me levanto, os encarando de perto. Tão de perto que posso ver o movimento na garganta de Kellan quando engole em seco.

— E vocês ao menos transaram com ela? — pergunto, olhando de relance para a mulher em questão sobre o ombro dele. Ela está mexendo os pés para espantar um pequeno rato, o que quase me faz sorrir. Quando o bicho avança mais uma vez, a tal Stormy solta um gritinho e vai tão longe quanto as cordas permite. Os homens que mandei para observá-la soltam risadas quando ela respira fundo em alívio quando o rato vai embora.

Enquanto os dois à minha frente estão mais desconfortáveis que nunca.

— É... hum... — Reil gagueja.

Ergo uma sobrancelha.

— Então os dois simplesmente se embebedaram e trouxeram uma mulher à bordo. Uma mulher desconhecida.

Eles se entreolham mais uma vez.

— Acho que... sim — finalizam finalmente, ao mesmo tempo.

Os encaro sem falar nada por um longo momento, deixando a expressão severa que costumo usar para assustar marinheiros parrudos e criminosos bem à mostra. Não sei se considero engraçado ou fico ainda mais furioso quando, para fugirem de meu ataque, os dois olham para trás várias vezes, olhando para Stormy, que está falando alguma coisa para os homens perto dela.

— Nós pedimos sinceras desculpas, capitão — Kellan fala, sempre o mais sensato dos dois. Reil ecoa seu pedido, e eu os observo atentamente. As expressões atormentadas, postura meio curva que indica sincero arrependimento. Eles conhecem muito bem a política do navio; sabem que trazer qualquer pessoa para cá sem meu conhecimento resultaria em graves consequências. Mas eu sabia que podia confiar neles. Eles eram meu braço direito, e jamais fariam algo para me prejudicar de propósito.

— Tudo bem — respondo finalmente, abrindo um leve sorriso quando escuto seus suspiros aliviados. — Mas quero que me digam o que ela lhes disse para convencê-los.

— Hã? Mas nós já dissemos.

Minhas sobrancelhas se erguem em questionamento e eu volto a me sentar em minha poltrona, me recostando e cruzando as mãos sobre a barriga.

— É mesmo? Então, foi apenas por aquele motivo? Ela gosta de transar em locais públicos, então vocês a trazem para cá? Interessante.

— Nós não estávamos pensando com a cabeça de cima, acho — Reil coça a cabeça.

— Você acha? Eu tenho certeza.

— É... hum... ela estava bêbada também. E as pessoas não batem muito bem da cabeça quando estão bêbados, não é? — Kellan solta uma risada sem graça.

Não respondo. Apenas continuo com o olhar sério, o que o faz se levantar num pulo da cadeira.

— Eu tenho que ir. Estão me chamando, ouviu?

Bufo para sua fraca tentativa de escapar.

— Podem sair, os dois. Vão ter turno dobrado na cozinha e limparão o convés todas as noites até chegarmos em Arielle. Entendido?

Como eu esperava, ambos fazem caretas de irritação e soltam gemidos de sofrimento. Escondo o sorriso. Sei muito bem que Kellan odeia chegar perto da cozinha e que Reil preferia levar um tiro do que limpar o convés inteiro.

— Entendido? — repito, erguendo uma sobrancelha quando eles não falam nada.

— Entendido — resmungam e saem arrastando os pés como duas crianças birrentas. Balanço a cabeça e sorrio. Os dois sempre foram uma grande dupla de reclamões; não imaginei que fossem mudar agora.

Mudando meu olhar para a mulher que está causando um rebuliço entre meus homens, me faço ainda mais confortável na poltrona e observo sua postura. Ela está usando um chapéu depois de ter dito a Alaric que o sol estava cozinhando seu cérebro e precisaria de proteção. Agora, ela tagarela sobre algo que não consigo ouvir enquanto tenta puxar as amarras fora da viga para se libertar. Ninguém percebe porque estão ocupados demais olhando para sua beleza estonteante do que para qualquer outra coisa.

Me inclino na mesa, observando-a com mais atenção. O constante movimento de suas pernas me provam que ela está nervosa e talvez um pouco assustada, mesmo que não queira mostrar. O modo como puxa as amarras mostra que ela detesta estar presa, o que é bem compreensível. E ela não para de provocar quem entra em seu caminho, o que pode ser mais um sinal do nervosismo que ela luta para esconder. Eu não estou reclamando, porém. Adoro ver meus homens desconcertados por causa de uma mulher.

Stormy tem um longo e volumoso cabelo ruivo com um brilho dourado, provavelmente devido ao tempo que ela deve passar sob o sol. Isso também explica o bronze em sua pele, o que enfatiza ainda mais seus grandes olhos azuis cristalinos que chegam a ser ainda mais claros que a cor da água que nos cerca e as sardas pontilhando seu nariz, bochechas e testa. Na verdade, acho que é uma mistura de azul com verde água, como pude observar mais cedo ao vê-la de pertinho.

Seu corpo está coberto por uma camisa branca com um corset preto e calças de couro pretas. Nos pés botas de couro que parecem grande demais e que parecem ser um pouco caras; então a garota deve ter dinheiro.

E apesar da pose de valentona, Stormy tenta não deixar isso abatê-la pela altura, um fato que parecia irritá-la. No pouco tempo em que conversamos antes que fosse arrastada para longe, percebi que o topo de sua cabeça chegava no topo de meu peito, fazendo-a ter que erguer o queixo para me encarar nos olhos. Agora, fazendo o mesmo para tentar falar com meus homens — que, de forma inteligente, usam sua própria altura para intimidá-la —, ela luta para não ficar na ponta dos pés.

Sorrio brevemente quando a ouço guinchar mais uma vez quando outro rato passa correndo perto de seus pés e me aproximo para ouvir o que está falando.

— ... eles são tão nojentos. Você tem ideia da quantidade de doenças que um rato pode possuir e transmitir? — Ela está dizendo isso tudo sem tirar os olhos do chão, atenta para qualquer aproximação de um roedor.

— Tenho certeza que essa é a sua maior preocupação — Alaric responde, sorrindo.

Stormy se afasta ainda mais quando um ratinho passa ao seu lado.

— Sério, imagine um exército dessas coisas. Eles poderiam te comer vivo! Roer seus ossos e tudo mais.

Alaric revira os olhos.

— Vou me arriscar. Não é como se pudéssemos nos livrar deles com facilidade mesmo.

— Ah, mas eu tenho uma receita de veneno que funciona perfeitamente. Você nunca mais vai... AI! — ela grita quando um rato gigante corre bem por cima de suas botas. Seguro a gargalhada, mas Alaric está rindo tanto que segura a barriga. — Ah, meu deus do céu, esse foi o maior rato que já vi. O que diabos vocês dão a eles para comer?

Meu amigo tenta responder, mas continua rindo tanto que não consegue formar uma frase coerente. Já Stormy o encara com raiva. Vejo isso como uma deixa para me aproximar.

— Nós não damos nada a eles. Eles que roubam toda a comida da nossa despensa — digo enquanto caminho ao redor de Stormy para encará-la de frente. Ela ergue a cabeça para me olhar, as bochechas coradas pelo sol.

— Bem, então eu acho que deveria dar a vocês minha receita infalível para matar todos esses... demônios. — Olha para o chão mais uma vez. Seguro o riso.

— Garanto a você que nenhum veneno será capaz de acabar com a praga dos ratos.

Ela olha para mim, estreitando os olhos.

— Então talvez você deva parar de colocar comida no chão, onde qualquer rato pode alcançar. Sério, naquela despensa havia mais coisas espalhadas pelo chão do que nas prateleiras. Esses bichos são nojentos.

Cruzo os braços sobre o peito, observando a careta de nojo que ela faz.

— Eu posso pensar nessa possibilidade se você me disser o que diabos veio fazer no meu navio — rebato. Chegamos ao X da questão. Sua atitude despreocupada não me engana em nada; é óbvio que está escondendo alguma coisa.

Stormy inclina a cabeça e sorri para mim.

— Sabia que seus amigos são uma péssima companhia? Tudo o que eu queria era uma boa noite cheia de diversão, mas aqueles dois mal aguentaram um gole de tequila antes que desmaiassem.

Olho para os homens em questão, que pararam atrás dela. Stormy segue meu olhar e sorri para Kellan e Reil, que se encolhem um pouco e me olham com culpa.

— Ah, vejam só esse olhar. Entraram em problemas, meninos? — ela pergunta alegremente.

Seguro um revirar de olhos.

— Eles conhecem bem as regras e sabem que não deveriam trazer ninguém para dentro de meu navio sem a minha permissão. Ainda mais uma mulher.

— Qual é o problema com mulheres?

— Elas são tagarelas e dão duas vezes mais trabalho.

— E, mesmo assim, você não transa com homens.

Silêncio toma conta do convés, quebrado apenas pelo som das ondas do mar batendo sobre o casco do navio. Mas então, ouço um som engasgado ao meu lado. Quando me viro para ver o que é, encontro Rubio com uma mão sobre a boca enquanto tenta conter a gargalhada. Ele está tão empenhado em não rir que seus olhos se enchem de lágrimas e seu rosto cheios de manchas de sol fica vermelho como um tomate.

Abro um ínfimo sorriso para Stormy.

— O que veio fazer aqui? — pergunto mais uma vez, calmamente e acentuando a expressão ameaçadora.

Ela não parece se intimidar.

— Bem, eu tenho um grande interesse em navegação, sabe? Pensei que poderia viajar com vocês até Arielle e encontrar outro capitão para irritar.

Ergo as sobrancelhas.

— É mesmo? Por que não acredito nisso?

— Não faço a menor ideia. — Ela dá de ombros. — Você bem que podia me dar umas dicas, sim? Eu bem que queria ser a capitã de meu próprio navio.

Alaric, atrás de mim, engasga. Olho para ele rapidamente, vendo-o olhando em choque para Stormy. Ela ergue uma sobrancelha.

— Que foi? Acha uma mulher menos capaz?

O rosto dele fica vermelho, e tenho que conter um revirar de olhos. O que está acontecendo com esses idiotas?

— É... uma mulher como capitã é... incomum.

— Mas não impossível, não é? — Ela inclina a cabeça. — Não acho justo viver dentro de casa pelo simples fato de ter seios. Acredito que você concorda comigo, Kellan, já que não tira os olhos deles, não é?

Todo mundo que ouviu o que ela disse olham para Kellan que, como eu temia, se moveu para o lado de Stormy e agora estava encarando os seios em questão, que estavam mais marcados agora que ela tinha as mãos amarradas para trás. Ele simplesmente abre um sorrisinho safado e dá de ombros.

— Eu nunca vou negar nada a uma mulher com seios tão espetaculares — ele diz, desavergonhado.

Dou um tapa na sua cabeça.

— Comporte-se, homem. Não quero ter que jogá-lo deste navio.

— Vamos lá, todos os homens são assim. Caem de joelhos por uma mulher em instantes — Stormy diz, um sorriso conhecedor nos lábios. — Se eu puder observar como vocês todos se comportam quando estão navegando, tudo bem.

Mas o que diabos se passava na cabeça dessa criatura? Será que ela ainda estava sob efeito de álcool ou era simplesmente doida em achar que eu faria uma coisa dessas?

— Não pode — disparo, cruzando os braços. — Aqui não é uma escola, e você é uma invasora. Francamente, estou surpreso que tenha invadido meu navio e ainda age dessa maneira.

— Hmm, palavras bonitas para um pirata. Diga-me, capitão, antes de se tornar o menino prodígio de James, era filho de um nobre?

Gelo sobe pela minha espinha com a menção de James e o fato de que ela sabe disso. É claro que minha relação com ele era bem famosa, afinal ele ficou muito conhecido depois de me abrigar. Adotar é uma palavra muito forte.

Os meus companheiros, ao sentirem a tensão começando a penetrar no ambiente, se dispersam rapidamente. Stormy me observa, os olhos azuis tão intensos que é como se ela estivesse tentando me desnudar até a alma bem ali.

— Você é uma espiã, garota? — Estreito os olhos ameaçadoramente, minha mão vindo a descansar no topo da pistola no coldre em meu quadril. Ela não perde o movimento.

— Fiz minha lição de casa — responde.

— Então, acaba de confessar que não entrou aqui por acaso e porque queria transar. — Não foi uma pergunta.

Ela dá de ombros como pode com as mãos amarradas.

— Quem é você e quem te enviou aqui? — pergunto, frio. Stormy apenas sorri.

— Ninguém me enviou aqui, capitão. Sou apenas curiosa. E eu sei que você teve o melhor... professor.

Estreito os olhos novamente.

— Pare de mentir e diga o que veio fazer aqui.

Ela solta um longo suspiro, fazendo uma profunda irritação se alojar em mim.

— Não sei o que você espera com essa voz grossa e tal, mas não vai funcionar comigo. Já enfrentei homens bem maiores e mais assustadores que você, mas, se quiser mesmo saber o que vim fazer aqui, eu direi.

Espero que continue, mas quando a diaba não abre a boca e, ao invés disso, sorri maliciosamente para mim, sinto minha paciência começando a estalar.

— Responda logo, porra!

Ela não responde. Ao invés, começa a assobiar. Olho para seu rosto em choque, tentando decidir se a parabenizo pela ousadia ou a sacudo para parar com isso. Havia algo por trás dessa atitude, eu sabia que sim. Mas o que era?

Ela podia ser uma espiã. Tinha uma cara bem angelical para isso, justamente pelo fato de que ninguém jamais desconfiaria.

Eu estava começando a me irritar, e o sorrisinho que se formou em seus lábios enquanto continuava assobiando mostrou que ela sabia bem disso. Respirei fundo para não perder a compostura na frente dessa mulher que parecia saber bem aproveitar todas as oportunidades que vinha pela frente e me aproximei de seu corpo até quase colar nossos peitos. Dessa distância, seus olhos parecem ainda mais claros.

— Se não quiser ser levada para a primeira delegacia quando estivermos em terra firme, é melhor começar a falar, garota — digo calmamente, em voz baixa. Ela para de assobiar e me encara.

— Se não parar de fazer essa careta, vai criar rugas, sabia?

Ela era absolutamente inacreditável. Mas eu não estava disposto a perder a paciência na sua frente e lhe dar esse gostinho da vitória, então apenas sorri.

— Eu tenho observado você, sabe — começo, falando ainda mais baixo e olhando para seus braços arrepiados. — Você esteve seguindo os passos de todos os meus homens. E enquanto fazia seu pequeno show com os ratos, percebi que usava esses momentos para olhar ao redor, como se procurasse algo. Então, você pode se achar bem valente e inteligente, menina, mas eu garanto que sou mais. — Aproximo o rosto do seu, vendo que toda a expressão alegre saiu de seu rosto. — Então, eu vou perguntar apenas mais uma vez. O. Que. Veio. Fazer. Aqui?

Ela me encara por tanto tempo que acho que não vai responder, mas me surpreendo mais uma vez com sua ousadia quando Stormy se inclina e, antes que eu possa impedir, me dá um selinho bem na boca, me fazendo recuar com o susto. Os lábios dela se curvam em um sorriso malicioso e então ela despeja a maior loucura que já ouvi na vida.

— Eu não vim aqui para aprender a navegar como disse antes, capitão. Isso eu já sei fazer. Mas eu vim propor um acordo. Eu levo você até o Reino do Grande Mar, o ajudo a encontrar o tesouro que as sereias deixaram escondido e, em troca, você me ajuda a matar James Marshall.

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