┊Chapter Fifteen ➵ The winter prom
★ Voltaaaamos depois de muito tempo com um capítulo enorme para recompensar vocês! Vega usando o vestido da gif no baile me deixa completamente apaixonada, aaaa é surto demais para uma pessoa só.
☆ Estamos quase na reta final dessa parte de O Cálice de Fogo, em breve veremos segredos serem revelados e presença de personagens que já estamos com saudades. Me contem aqui quais cenas querem ver:
★ Sim, a Vega ainda tem uma leve mágoa envolvendo o James e vemos um pouquinho disso nesse capítulo.
☆ Aliás, qual música vocês gostariam de dançar no baile de inverno e com quem?
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Capítulo Quinze: O BAILE DE INVERNO
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Vega Katherine Black
Atualmente
NO DIA DO BAILE, O DORMITÓRIO DA CORVINAL HAVIA VIRADO uma verdadeira bagunça, os vestidos que eu e minhas colegas iriamos usar estavam perfeitamente pendurados, com sacos pretos os cobrindo, para evitar algum acidente. Alunos andavam de um lado para o outro sem conseguir conter sua animação e ansiedade, conversas altas dominavam o local.
Enquanto eu pintava as unhas de Fleur, Silena arrumava meus cabelos e assim ia, surpreendentemente, éramos uma boa equipe. Minha gatinha de estimação se encontrava deitada em cima da minha cama, parecendo completamente entretida com um dos brinquedinhos que havia ganhado na última semana, Perséfone ronronou feliz.
A tarde se passou mais rápido do que eu havia imaginado e logo já estávamos com nossos vestidos para o baile.
O de Fleur era de cetim cinza-prateado e a deixava deslumbrante, seu parceiro seria o capitão do time de Quadribol da minha casa, Rogério Davies, um corvino simpático e na minha opinião, legal.
Silena usava um vestido longo rosa claro que me lembrava uma princesa, ela iria com Adrian, o que não me deixou realmente surpresa.
O meu vestido era azul, escolhido a dedo por mim e por Narcisa, totalmente pensado para ficar perfeito com a coroa de rainha do baile - que eu provavelmente iria ganhar, graça ao incentivo dos gêmeos e a propaganda incrível que aqueles dois fizeram para os alunos - e também iria ficar bom ao lado de Cedrico.
Descemos para o corredor em frente ao salão principal juntas, onde os alunos se reuniam para esperar as portas se abrirem quando desse oito horas.
Fleur logo se juntou com Rogério Davies, felizmente Cedrico também já havia chegado e sorriu para mim ao parar ao meu lado, beijando carinhosamente minha bochecha e em seguida a de Silena.
— Vocês estão fantásticas!
Sorri para ele.
— Você também está lindo, Ced.
Um grupo da Sonserina subindo as escadas do seu salão comunal na masmorra. Draco vinha na frente usando vestes de veludo negro, revirei os olhos ao ver Pansy agarrada ao seu braço, eu simplesmente não conseguia gostar daquela garota.
Mais atrás do grupo, vinha Adrian, que tinha uma expressão entediada no rosto que logo sumiu quando parou ao lado de Silena, ele estava tão bonito quando Cedrico.
— Ced, creio que somos os homens mais sortudos do baile.
Cedrico sorriu.
— Definitivamente, temos as garotas mais bonitas como nossas acompanhantes.
Antes que eu pudesse responder, a voz da professora Minerva chamou minha atenção, agarrei ansiosamente o braço de Cedrico.
— Campeões aqui, por favor!
Silena me puxou para um abraço apertado.
— Relaxa, vai dar tudo certo e vocês vão arrasar, entendeu? — sussurrou carinhosamente — Amo você!
— Nos encontramos lá dentro, se eu sobreviver.
Adrian bufou.
— Não sejam dramáticos, vocês dois vão ser incríveis.
Estampei meu melhor sorriso Black que eu tinha e segui com Cedrico até onde os outros campeões estavam. A professora, que trajava vestes a rigor de tartan vermelho, e enfeitara a aba do chapéu com uma guirlanda bem brega de cardos – a flor nacional da Escócia – mandou a gente esperar a um lado das portas, enquanto os demais alunos entravam no baile.
Fleur Delacour e Rogério Davies pararam mais próximos às portas; Davies parecia tão aturdido com a sua sorte de ter Fleur como par que mal conseguia desgrudar os olhos dela, a garota me enviou uma piscadinha.
Abracei Cedrico e apoiei a cabeça em seu peito enquanto observava, com surpresa, que a acompanhante de Krum era Hermione, a garota estava linda.
Harry parou ao nosso lado junto com sua acompanhante que eu não sabia o nome, sorri para ele e baguncei seus cabelos, ganhando um sorriso tímido dele, para não perder a pose de garota má que todos diziam que eu era, simplesmente ignorei sua acompanhante.
Depois que estavam todos sentados no salão, a professora Minerva mandou os campeões e seus pares formarem um cortejo, de dois em dois, e a seguimos. Obedecemos sem muita escolha e todos no salão aplaudiram, quando nós entramos e nos dirigimos a uma grande mesa redonda no fundo do salão, onde estavam sentados os juízes, Cedrico começou a se acalmar lentamente assim como eu.
As paredes do salão estavam cobertas de gelo prateado e cintilante, com centenas de guirlandas de visco e azevinho cruzando o teto escuro salpicado de estrelas. As mesas das Casas haviam desaparecido; em lugar delas havia umas cem mesinhas iluminadas com lanternas, que acomodavam, cada uma, doze pessoas.
Dumbledore sorriu feliz quando os campeões se aproximaram da mesa principal, mas Karkaroff não parecia feliz. Ludo Bagman, esta noite de vestes roxo-berrante, com grandes estrelas amarelas, batia palmas com tanto entusiasmo quanto qualquer estudante; e Madame Maxime, que trocara o uniforme costumeiro de cetim negro por um vestido rodado de seda lilás, nos aplaudia educadamente. Mas o Sr. Crouch, não estava presente.
A quinta cadeira à mesa estava ocupada por Percy Weasley, o ruivo que eu mais odiava.
Não consegui evitar revirar os olhos para ele, simplesmente não conseguia entender como ele e Bill podiam ser irmãos, eles eram completamente diferentes um do outro, eu preferia mil vezes o ruivo mais velho.
Ele puxou a cadeira vazia ao seu lado para Harry sentar e eu agradeci a Merlin por não ser obrigada a sentar perto dele, pois não iria aguentar aquela tortura. Infelizmente o lugar que acabei não foi muito melhor, fiquei entre Cedrico e o diretor Dumbledore, que sorria tranquilamente para todos nós.
— Boa noite, diretor.
— Boa noite, senhorita Black! Senhor Diggory — Cumprimentou educadamente — Animados para o baile?
Cedrico concordou, foquei minha atenção nas travessas de ouro que estranhamente não tinham comida, rapidamente notei os menus ao lado de cada prato e peguei o meu, olhando cuidadosamente para as opções.
Preferia mil vezes estar sentada com Selena e Adrian.
— Costelas de Porco!
A voz alta e clara do diretor chamou minha atenção, a comida apareceu magicamente em seu prato e entendendo a ideia, os demais começaram a fazer seus pedidos.
Pedi salada e torta de carne, o mesmo pedido de Cedrico.
— Quanto tempo para a gente poder fugir? — sussurrei em seu ouvido.
Ele forçou um sorriso.
— Espero que o mais rápido possível, Vega.
— Vega Black, não é?
Olhei com tédio para Percy Weasley que tinha sua atenção em mim, uma expressão presunçosa em seu rosto que eu queria tirar a tapas.
— Sim, Peter Weasley.
O erro proposital do seu nome teve o efeito que eu queria, ele ficou vermelho e me encarou com indignação misturado com raiva, sorri inocente, como se não soubesse o motivo daquela reação.
— É Percy.
— Claro, como quiser.
Ele respirou fundo.
— Meus irmãos falam muito de você, mas não combina com a garota que conheci quando estudava em Hogwarts.
Cedrico me lançou um olhar curioso.
— Pessoas mudam, mas não posso dizer o mesmo de você — dou de ombros, entediada — Continua o mesmo desesperado por atenção e seguidor fiel de regras, seus irmãos trazem o melhor de mim.
Percy forçou um sorriso.
— Como o Bill? Ele não é velho demais para você?
Harry observava a interação com atenção, sua testa franzindo enquanto tentava entender, mas pela sua desanimação ao sentar ao lado de Percy, eu poderia dizer que ele também não era tão fã daquele ruivo em questão.
— Eu nunca gostei de pirralhos, Bill é espirituoso, leal, inteligente e diversas outras coisas que você deve saber bem — retruco, escondendo minha irritação.
Ele bufou.
— Se me lembro bem, uma vez você disse que ruivos não faziam seu tipo.
Então era disso que se tratava? Me controlo para não revirar os olhos novamente, aquilo era tudo a forma emburrada que ele estava lidando pelo fora que eu havia lhe dado tantos anos antes.
Em minha defesa, ruivos realmente não faziam meu tipo na época.
— Não faziam meu tipo porque eu ainda não havia conhecido seu irmão — digo sorrindo tranquilamente — Bill redefiniu o que eu imaginava ser meu tipo.
Cedrico bateu na minha perna com a sua, parecendo se divertir com a situação.
— Mas...
— Oh, Harry, o que está achando do baile? — Cedrico perguntou, interrompendo propositalmente o ruivo.
Sorri agradecida para meu melhor amigo, Harry aproveitou a deixa e começou a falar, sua acompanhante também, descobri que o nome da garota era Parvati e ela tinha uma irmã gêmea chamada Padma, na minha humilde opinião, os dois definitivamente não combinavam.
Meu irmãozinho merecia algo... melhor.
Oh, eu definitivamente estava me tornando o tipo de irmã mais velha ciumenta, aquilo era uma droga, vovó sempre dizia que minha mãe era assim com tio Régulus.
Em algum momento do jantar, acabei me distraindo ao me envolver numa conversa com Fleur e Cedrico, Rogério Davies apenas concordava com tudo que a loira falava, algo me dizia que ele não estava realmente prestando atenção, apenas olhando igual boba para a garota, o que era engraçado.
Quando toda a comida fora consumida, o diretor Dumbledore se levantou e pediu aos estudantes que fizessem o mesmo, ajeitei meu vestido rapidamente assim como Fleur e levantei, abraçando o braço de Cedrico, que piscou para mim. Então, a um aceno de sua varinha, as mesas se encostaram às paredes, deixando o salão vazio, em seguida ele conjurou uma plataforma ao longo da parede direita. Sobre ela foram colocados uma bateria, alguns violões, um alaúde, um violoncelo e algumas gaitas de foles.
As Esquisitonas subiram, então, no palco sob aplausos delirantemente entusiásticos; eram todas extremamente cabeludas, trajavam vestes negras que haviam sido artisticamente rasgadas, gritinhos animados dos alunos soaram e havia grandes chances de um daqueles gritinhos ter sido meu.
Elas começaram a tocar uma valsa lenta e triste, demorei alguns segundos para notar que era a hora da dança dos campeões, sorri feliz e arrastei Cedrico para a pista de dança, que me seguiu animadamente enquanto envolvia minha cintura com seus braços.
— Você parece estar adorando isso — ele sussurrou risonho.
Pisquei para ele.
— Os Black tem um sério problema de adorarem chamar atenção — expliquei baixinho — Acho que eu não escapei desse probleminha, ops.
— Vega para rainha do baile, certo?
— Vega e Cedrico para reis do baile.
Encostei a cabeça em seu ombro enquanto dançávamos, suspirando baixinho.
— Sabe, obrigado por me acompanhar no baile — murmuro — Vou guardar essa noite para sempre na minha memória, Ced.
Cedrico sorriu.
— O baile mal começou, Vega... Ainda teremos mais bailes, como nosso baile de formatura, aliás, espero que me guarde uma dança.
— Prometo que minha primeira dança no baile de formatura vai ser com você.
Ele riu e me girou, aproveitei o momento para olhar ao redor, notando que outros alunos haviam se juntado a dança, perto de nós estava Adrian e Silena dançando com perfeição, sorri feliz para os dois.
A Vega do ano anterior, assombrada pela perseguição da sua família, nunca teria imaginado que um dia teria alguém além de Adrian, mas agora olhando para o estranho grupo que havíamos formado com Silena e Cedrico, me senti estupidamente sortuda.
Será que era assim que meu pai se sentia com seus amigos? A sorte de ter eles?
Só esperava que nosso grupo de amigos não tivesse o mesmo fim trágico que meu pai e meus tios tiveram, eu não desejava aquilo para ninguém.
As Esquisitonas pararam de tocar, os aplausos encheram mais uma vez o Salão Principal, a música que iniciou em seguida era uma animada que eu simplesmente adorava, agarrei Silena e começamos a dançar juntas, pulando e cantando a música alto assim como diversos outros alunos. Cedrico e Adrian se juntaram a nós e em algum momento, Fleur também, com um sorriso tímido, puxei ela para ficar entre eu e Silena, dançando animadamente.
Na próxima música, me juntei aos gêmeos Weasley para dançar, Fred e George sabiam como fazer alguém se divertir, dancei enquanto gargalhava de algumas piadas aleatórias que eles faziam.
Fred jogou os cabelos para trás, George jogou as mãos para cima e eu pulei, cantando a letra da música com animação, algo que eu nunca pude fazer nos bailes que a minha madrinha me fazia ir com ela. Era libertador, para dizer o mínimo, se divertir sem ficar preocupada com o que os outros iriam pensar.
Gina se juntou a nós em algum momento e eu abracei carinhosamente a garota mais nova.
— Você está tão linda! — digo animada — O vestido ficou perfeito em você.
Ela corou, me dando um sorrisinho tímido.
— Sobre isso... Obrigado pelo vestido.
Sorri inocente, como se não soubesse do que ela estava falando, mesmo que fosse eu que tivesse escolhido e comprado um vestido para ela com a ajuda de Silena, que havia escolhido a cor.
— Você é uma princesa e merece parecer uma, Gina, relaxa. Aliás, o vestido parece ter sido feito para você.
Gina me abraçou novamente, me agradecendo.
— Obrigado, obrigado, obrigado!
Nunca havia visto alguém tão feliz por um vestido, aquilo aqueceu meu coração.
— Não precisa agradecer, baixinha.
Pelo canto do olho vi Severus fazendo um sinal discreto para que eu o seguisse, rapidamente me despedi dos gêmeos e de Gina, me afastando pela lateral da pista de dança. As portas estavam abertas de par em par e as fadinhas luminosas no roseiral piscavam e cintilavam quando os garotos desceram os degraus da entrada e se viram cercados de plantas que formavam caminhos serpeantes e de grandes estátuas de pedra.
O segui até o jardim de rosas onde ele parou, num canto de difícil acesso que dificilmente alunos iriam até lá.
— Sevs?
Ele bufou, parecendo mais mal humorado que o normal.
— Tira a luva, preciso ver aquilo.
Tirei a luva, onde eu tomava a poção diariamente e aplicava a pomada para esconder a marca de Voldemort.
— Está mais forte — resmungou — a minha também.
— O que está acontecendo, Sevs?
Severus Snape olhou para os lados, garantindo que estávamos sozinhos antes de enfim se virar para mim.
— Alguém está ajudando você-sabe-quem a ficar mais forte.
O medo me atravessa como um raio, entendo todas as implicações que aquela frase maldita faziam.
— Você acha que...
— Não sei, mas você precisa ter cuidado — retrucou sério — ele não desistiu enquanto não colocou as mãos no dom de Adhara e duvido que vá desistir facilmente do seu, ainda mais se ele souber o quão mais forte você é do que a sua mãe.
Voltei a colocar a luva rapidamente.
— Eu tenho certeza que tem algo errado com Moody, você investigou?
Severus cruzou os braços.
— Alguns itens do meu armário privado de ingredientes estão sumindo — sussurrou lentamente — Preciso que me ajude a descobrir quem está fazendo isso.
— Que itens?
Ele fez uma careta, mas antes que pudesse me responder, Karkaroff surgiu, parecendo extremamente nervoso, seus olhos brilharam ao notar que Severus e eu estávamos ali, juntos.
— Exatamente as pessoas que eu queria ver. Severus, Vega.
Severus ficou protetoramente ao meu lado, desviei o olhar, fingindo tédio para a presença do diretor.
— Uma pena que nós não queríamos o ver, Igor — retruquei — Está nos atrapalhando.
Igor Karkaroff nos olhou com atenção.
— Então a fofoca que ouvi é verdade e vocês dois tem um caso? Fico imaginando o que Adhara faria se descobrisse que você está se aproveitando da filha dela.
— Realmente há uma fofoca sobre isso? — perguntei incrédula — Eu disse, Sevs!
O professor de poções me enviou um olhar que dizia claramente que aquele não era o momento para discutir aquilo.
— Vamos para o que interessa, eu sei que vocês dois tem a marca e vocês sabem que eu tenho ela. A Marca está ficando mais nítida nos últimos meses, assim como a de vocês deve estar ficando.
Troquei um olhar com Severus.
— E o que lhe faz pensar que podemos ajudar? — Snape perguntou.
— Eu não sei! Qualquer coisa! — Karkaroff retrucou nervoso — Eu não sei o que fazer.
O nervosismo de Igor era óbvio e secretamente, me divertiu.
— ... não vejo com o que tem de se preocupar, Igor.
— Severo, você não pode fingir que isto não está acontecendo! — a voz de Karkaroff era baixa e ansiosa como se cuidasse para ninguém os ouvir — Tem se tornado cada vez mais nítida nos últimos meses. Estou começando a me preocupar seriamente, não posso negar...
— Então, fuja — disse Snape secamente — Fuja, eu apresentarei suas desculpas. Eu, no entanto, vou permanecer em Hogwarts assim como Vega.
Os dois professores contornaram um canto e eu os segui, ao lado de Severus. Snape levava a varinha na mão e ia estourando roseiras, com a expressão mal-humorada. Ouviam-se gritinhos em muitos arbustos e vultos escuros saíam correndo para fora deles.
— Dez pontos a menos para Lufa-Lufa, Fawcett! — rosnou Snape, quando uma garota passou correndo por ele — E dez para Corvinal, também, Stebbins!
— E o que é que vocês dois estão fazendo? — perguntei, notando Harry e Rony mais adiante no caminho.
Karkaroff pareceu ligeiramente desconfortável ao vê-los parados ali. Levou a mão nervosamente à barbicha e começou a enrolá-la com o dedo.
Antes que eles respondessem, fui até eles, agarrando seus braços e os puxando para longe dos dois professores mal humorados antes que Severus decidisse descontar sua raiva em Harry e Rony.
— Porque vocês dois sempre estão bisbilhotando por aí? — resmunguei cansada.
Harry se encolheu, mas seu olhar era afiado.
— O que estava fazendo com Snape e Karkaroff, Vega?
Revirei os olhos, os arrastando até a mesa de bebidas, onde enfim os larguei.
— Conversando, não é óbvio? — retruquei — Parem de achar que Severus é um monstro mal que está sempre bolando algum plano maligno, ele não é assim, ok?
Rony me olhou indignado.
— Você realmente está o defendendo?
— Severus tem uma longa e complicada história, que vocês não sabem nem um pequeno pedaço.
Harry me encarou desconfiado.
— E você sabe?
Dei de ombros.
— Severus era melhor amigo da minha mãe e do meu padrinho, ele é praticamente da família para mim, então sim, eu sei.
— Mas...
Coloquei as mãos nos ombros de Harry, focando minha atenção nele.
— Escute, tio Padfoot, Moony e o seu pai não eram as pessoas mais perfeitas do mundo quando adolescentes, ok? Eles eram engraçadinhos, implicantes e muitas vezes, suas brincadeiras terminavam em humilhações nem um pouquinho engraçadas, principalmente com Sonserinos — sussurrei séria — Não quero que mude a visão que tem deles ou ache que Severus é um santo, mas quero apenas que pense que talvez Snape tenha muito rancor guardado e ainda não sabe lidar com isso.
Ele me encarou surpreso.
— Vega, meu pai nunca iria humilhar alguém... Ou Remus, nem Padfoot.
Suspiro cansada.
— Harry, adolescentes muitas vezes são estúpidos e cometem erros, eles não são uma exceção.
— Você nem conhecia meu pai, só está dizendo isso porque acredita na versão do Snape e acha que tudo o que ele diz é verdade — retrucou irritado — Talvez ele esteja apenas fingindo ser a vítima.
Rony nos encarou preocupado.
— Hã, gente...
— Bom, eu sei que o seu pai muitas vezes era um idiota que só se importava com a queridinha Lily Evans que não estava nem aí para ele — sussurro furiosa — Eu sei que ele teve outra filha antes de você e spoiler: Lily não era a mãe. Ou seja, ele largou a família que tinha sem pensar duas vezes quando sua mãe decidiu que o queria, não pensando por um minuto sequer no que estava abandonado e...
Fico em silêncio ao perceber que estava derramando minhas mágoas em alguém que não entendia o assunto, suspiro cansada e largo os ombros de Harry, me afastando dele e de Rony.
— Apenas não se metam ou fiquem bisbilhotando por aí, entenderam?
— Agora iremos anunciar o rei e a rainha do baile!
Respirei fundo e passei as mãos pelo meu vestido, garantindo que estava tudo perfeito e segui até onde Cedrico estava, junto de Adrian e Silena que estavam com copos de cerveja amanteigada em suas mãos.
— Você parece estressada, o que aconteceu?
Abraço minha melhor amiga, apoiando a cabeça em seu ombro.
— Eu vou ficar chateada se não ganhar.
Silena riu.
— Relaxa, Vega — retrucou divertida — Eu votei em você, os garotos também.
O diretor Dumbledore estava em cima do palco, ele abriu um envelope com cuidado e leu lentamente, antes de anunciar.
— O rei do baile é... Cedrico Diggory!
Todos os alunos começaram a bater palmas, abracei Cedrico apertado, orgulhosa do meu melhor amigo.
— Eu nem me inscrevi pra isso — ele sussurrou incrédulo.
Adrian deu de ombros.
— Mas eu coloquei seu nome, então me agradeça depois de pegar sua coroa, lufano.
Cedrico o olhou incrédulo enquanto Silena o empurrava em direção ao palco, me fazendo rir daquela cena.
Dumbledore lhe estendeu a coroa e quando as palmas se acalmaram, abriu o segundo envelope, que continha o nome da vencedora da rainha do baile, fazendo uma ansiedade assustadora me dominar.
— A rainha do baile é... Vega Black.
Arregalei os olhos e soltei um gritinho sem conseguir me conter, Silena e Adrian me puxaram para um abraço em grupo, respirei fundo e segui para o palco, sentindo o olhar de todos os alunos focados em mim enquanto aplaudiam. Peguei a mão de Cedrico para subir as escadas e em seguida me virei para o diretor, sorrindo.
Dumbledore colocou a coroa de rainha em mim e me puxou para um abraço.
— Parabéns, seu pai ficaria orgulhoso de lhe ver usando o vestido que ele deu de presente para Adhara no baile deles.
O sussurro do diretor me pegou de surpresa, eu ainda estava congelada quando ele me soltou e Cedrico me envolveu em seus braços, minha mente estava trabalhando em velocidade máxima.
As memórias de todas as lojas que visitei com Narcisa voltaram, em seguida, lembrei de como ela negou todos os vestidos que experimentei antes de chegarmos na mansão e dizer que já havia encomendado o meu "vestido perfeito", o olhar sentimental dela quando me viu o experimentar aquele vestido pela primeira vez e...
— Vega, você está bem?
Concordei lentamente, deixando Cedrico me conduzir para a pista de dança, onde iríamos dançar a valsa dos reis.
Meu pai havia escolhido aquele vestido para a minha mãe.
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