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Capítulo Quarenta e Quatro: A FAMÍLIA BLACK

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Vega Katherine Black Potter

Atualmente

EU SABIA QUE O VOLDEMORT IRIA libertar seus servos mais fiéis de Azkaban, mas isso não tinha me preparado psicologicamente para ficar de frente com a minha mãe depois de tanto tempo.

O tempo em Azkaban havia cobrado o seu preço, a mulher parecia acabada, mas mesmo assim seus olhos brilharam quando me viram, ela parecia verdadeiramente emocionada de me ver e eu senti meus olhos começarem a lacrimejar. Adhara desceu as escadas da Mansão de Campo da Família Black e me puxou para um abraço apertado, de tirar o fôlego.

— Mamãe — sussurrei, retribuindo o abraço com força — eu senti a sua falta.

Tentei não pensar em como seu corpo estava magro de uma doentia enquanto a abraçava, eu só queria focar no fato de que ela estava ali.

Adhara se afastou e colocou as mãos nos meus ombros, me analisando com atenção.

— Olha só para você! — ela murmurou, parecendo maravilhada — Você se tornou uma mulher tão linda, minha estrelinha, nem consigo acreditar que isso está realmente acontecendo.

— Ela se parece com você, Adh, apesar de ter alguma semelhança com aquele traidor de sangue.

Mordi o lábio inferior com força para não amaldiçoar a pessoa que tinha falado do meu pai, minha mãe apenas suspirou baixinho e acariciou meu rosto com carinho.

— Essa é a sua tia, Bella — Adhara explicou, revirando os olhos — Seja mais legal com a minha estrelinha.

Olhei para Bellatrix Lestrange, ela tinha um ar louco que me preocupou um pouco, mas forcei um sorriso e felizmente não estremeci quando ela me abraçou.

— Uma bruxa poderosa! — ela disse, animada — E linda.

— Obrigada, tia.

Minha mãe empurrou Bellatrix para trás e voltou a me abraçar.

— Temos tantas coisas para colocar em dia! Vem, vamos subir para o meu quarto — Adhara murmurou, passando o braço pelos meus ombros e me puxando na direção das escadas — o jantar pode ser servido lá mesmo para nós duas, avise o elfo, Çissa.

Adhara Black não esperou uma resposta e apenas me puxou na direção do seu quarto de infância. Quando passamos pela porta, ela imediatamente lançou um feitiço e sentou-se na beirada da cama, dando algumas batidinhas para que eu sentasse ao seu lado. Me senti ali e ela passou o braço pelos meus ombros.

— Me conte tudo — ela disse, animada — Quero saber tudo sobre a sua vida, os seus amigos, paixões. Não se preocupa que ninguém pode ouvir o que estamos falando do lado de fora.

Concordei lentamente.

— Hã, eu fui para a Corvinal, infernizei a vida de todos os professores de Defesa Contra as Artes das Trevas, menos o tio Moony, meus melhores amigos eram Adrian Pucey e Cedrico Diggory, acabei fazendo amizade com os Weasley, que são muito legais e... Er...

Ela estreitou os olhos.

— Essa é a parte que me fala sobre namoradinhos.

Senti meu rosto esquentar.

— Então, eu estou namorando um Weasley — murmurei, desviando o olhar — o Bill, ele é incrível, mas isso é meio segredo, eu não quero o colocar em perigo apenas por estar comigo.

Para a minha surpresa, Adhara gargalhou.

— Seu pai deve estar se revirando no túmulo agora — ela disse, batendo palmas — que incrível. Quero o conhecer assim que possível, por favor.

A risada dela parecia um pouco mais quebrada e rouca, parecendo com Sirius nos primeiros meses dele após fugir de Azkaban. Aquele lugar transformava as pessoas, sugava sua felicidade e sua alma.

— Eu senti a sua falta.

Ela me lançou um olhar amoroso.

— Çissa cuidou bem de você? — Adhara perguntou, franzindo a testa — Seja sincera.

Aquela era uma pergunta muito complicada.

— Ela se esforçou muito, se é isso que você quer saber. Tive bons momentos morando na Mansão Malfoy, Draco foi como um irmãozinho mais novo para mim e Lúcio foi, bem, Lúcio.

Adhara ficou um momento em silêncio, então concordou.

— Acho que isso é bom o suficiente. Onde você está ficando agora?

— Passo a maior parte do tempo na Ordem e quando não estou lá, fico na casa do meu namorado — admiti, dando de ombros — Eu estou tentando recuperar o tempo perdido com o Harry, até fiz uma festa de aniversário para ele, acredita que aqueles tios idiotas dele nunca fizeram uma?

Ela ficou tensa, então desviou o olhar.

— Ah, Harry... Como ele é?

— De acordo com Snape, uma cópia cuspida do papai — contei, rindo baixinho — mas eu gosto muito dele, de verdade.

— Fico feliz que vocês se dão bem, James ficaria feliz com isso.

Era claro que a perda do meu pai ainda doía profundamente nela, o que partiu um pouco o meu coração.

— Ok, eu preciso te contar de quando peguei o tio Moony e o tio Sirius na cozinha, foi extremamente constrangedor, sério — comecei, querendo mudar desesperadamente de assunto — eles estavam fazendo coisas, na cozinha! Pior do que adolescentes e...

Adhara sorriu e o meu coração aqueceu.

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— AINDA NÃO ENTENDO O QUE você está fazendo — Adhara murmurou, me seguindo para dentro da propriedade — Pensei que ia conhecer seu namorado, foi o que o Severus me disse enquanto eu estava me arrumando.

Eu lhe lancei um rápido olhar, enquanto entrávamos na antiga casa da família Black, não tinha sido fácil fugir de Narcisa e Bellatrix, mas após um longo discurso triste e algumas lágrimas enquanto dizia que queria um momento sozinha com a minha mãe depois de tanto tempo, elas finalmente me deixaram em paz.

— Snape mentiu.

Uma careta surgiu no rosto de Adhara.

— Vou me lembrar disso mais tarde — ela resmungou, de mau humor — aquele traidor.

Entramos na sala e eu tentei ignorar todo o nervosismo que estava borbulhando dentro de mim, mesmo tendo tido a ajuda de Severus e Remus para planejar aquilo, ainda sentia que ia dar incrivelmente errado, como sempre acontecia quando tinha muitos membros da família Black no mesmo lugar.

Sirius estava sentado no sofá junto com Remus, o lobisomem foi o primeiro a notar nossa presença e imediatamente levantou, um sorriso doce em seu rosto.

— Adhara! — ele disse, abrindo os braços — Você fez falta.

Minha mãe congelou por um momento, então avançou na direção de Remus, o abraçando apertado.

— Remus, é muito bom ver você — ela murmurou, então riu baixinho — você ainda tem meu irmão enrolado no dedo, pelo o que vejo.

Remus corou enquanto se afastava de Adhara, resmungando palavras que não consegui compreender. Sirius se levantou e abraçou sua irmã gêmea, parecendo um pouco sem jeito.

— Ei, Adh.

— Sirius.

Caminhei na direção do bar que tinha ali e me servi de uma generosa dose de whisky, eu ia precisar de um pouco de álcool para aguentar que o viria a seguir.

A porta se abriu novamente e eu ouvi um resmungo característico, Madelyn foi a primeira a aparecer e logo atrás dela estava Régulos, que parecia querer sair correndo na primeira oportunidade que tivesse. Remus arregalou os olhos como se estivesse vendo fantasmas e eu não o julgava pela reação.

Sirius seguiu o olhar de Remus e congelou, Régulos deu um sorriso nervoso.

— Oi.

— Eu estou vendo gente morta — Sirius disse, em choque — E infelizmente não é o Prongs.

Régulos fez uma careta e Adhara finalmente se virou, correndo na direção do irmão mais novo e o abraçando apertado.

— Reg!

— Mana — ele murmurou, afundando no abraço — Quando a Vega me mandou mensagem dizendo que você tinha saído de Azkaban, quase não acreditei, eu esperei tanto por esse momento...

Remus me encarou.

— Você sabia que ele estava vivo?

Dei um pequeno sorrindo, me sentindo nervosa.

— Sim...

— E aí, Lupin? Sirius — Madelyn disse, se jogando no sofá — Continuam se pegando escondido enquanto acham que ninguém sabe?

O fato da minha tia ser um pouco caótica não ajudava naquele tipo de situação.

Adhara entrelaçou o braço com o de Régulos e o puxou na direção de Sirius, que ainda estava congelado. Eu sabia que deveria ter contado antes para ele que Régulos estava vivo, mas nunca achei a oportunidade perfeita para fazer isso sem criar ainda mais problemas.

— Eu salvei ele de Voldemort — Adhara explicou, sorridente — É o trio Black reunido de novo.

Sirius piscou.

— Eu pensei que... Não importa — ele respirou fundo, tenso — Régulos.

— Sirius.

Minha mãe revirou os olhos.

— Vamos esquecer as brigas do passado, o que importa é que estamos juntos de novo... Cada um de nós perdeu muito, então vamos aproveitar o que ainda temos.

Eu só percebi que estava chorando quando senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, rapidamente me virei de costas para a cena e servi outra dose de whisky, era surreal ver a família Black reunida de novo, eu tinha esperado muito por aquele momento.

— Vega? — Remus murmurou, passando o braço pelos meus ombros — Como você está?

Forcei um sorriso, ainda sentindo as lágrimas escorrendo.

— Teve um momento em que perdi as esperanças de ter minha família reunida de novo — admiti, em um sussurro — Eu ainda estou um pouco em choque, acho que é isso.

Ele se inclinou, beijando a minha testa.