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CAPÍTULO 16

Jonas estava descontrolado, e devido a este descontrole emocional, a situação estava prestes a piorar, e mais uma tragédia ocorrer. 

Quem por ali passava, parava para observar o que Jonas faria. Aos poucos, uma multidão ia se formando em frente ao prédio. Quase a cidade inteira estava lá, todos curiosos para saber que fim daria a vida daquele misterioso deformado. 

No topo do prédio, continuavam sozinhos Edson e Jonas. 

Edson, desesperado, tentava impedir que o pior ocorresse, mas Jonas ameaçava que se alguém chegasse perto dele, se jogaria imediatamente. Na verdade, Jonas fazia a si próprio de refém, com o objetivo de tirar a verdade de Edson. 

Porém, mesmo sabendo que a situação poderia chegar a trágicas consequências, Edson hesitava em contar. Só restava a Jonas insistir, antes que o pior acontecesse. 

-Edson, se você não me fala logo a verdade, sua consciência pesará para o resto de sua vida, e você se sentirá responsável por duas mortes, é isso o que você quer? 

-Não seja pessimista, Vívian não vai morrer na cadeia. 

-Então viva correndo este risco, eu prefiro morrer. Estava preparado para dar um salto quando Edson gritou: 

-Espere! 

-Decidiu me contar a verdade? 

-Não. Só uma pessoa pode fazer isto. Vívian. 

Jonas decidiu esperar para ver o que Edson faria. Este, desceu do prédio e convenceu os policiais que a única maneira de se evitar tamanha tragédia, seria trazendo Vívian ao encontro de Jonas. 

E assim foi feito, algemada, Vívian foi levada ao hotel onde tudo ocorria. Logo, se encontrava no topo do prédio, ao lado de Jonas. Desesperada, perguntou: 

-Você é louco? O que pretende com tudo isso? 

-Confie em mim. 

Dizendo estas palavras, Jonas se virou, e, em um gesto estranho, olhou para a multidão que o observava. 

Todos se encontravam em um estado de suspense. Jonas pularia, ou não? 

O prédio não era tão alto. Da altura onde estava Jonas, se gritasse, todos escutariam. E foi o que fez: 

-Enganei a todos vocês. Meu objetivo não era me matar, mas sim reunir a todos vocês aqui, e principalmente, trazer neste momento Vívian ao meu lado. Ela precisa saber, assim como todos vocês, o que agora irei revelar: a verdade. 

Um grande tumulto se iniciou entre a multidão. Todos se entreolhavam e comentavam aquela absurda cena a qual presenciavam. Quando a situação acalmou, Jonas continuou: 

-Eu jamais revelaria este segredo se a vida de Vívian não estivesse em jogo. Só assim posso provar que ela jamais matou ninguém. No passado, Vívian se apaixonou pela única pessoa que não devia, seu próprio irmão. É claro que ela nem sabia da existência desse irmão. Desde que ele morreu, porém, Vívian carrega esta morte na consciência, ela acredita tê-lo matado, quando nunca o fez. 

-Como você sabe de tudo isso? -perguntou Vívian surpresa. 

-Porque eu sou seu irmão. 

A cada nova revelação, surgia um novo tumulto. Este porém, foi bem maior. Nos olhos de quem via, não se tratava mais de uma tragédia, e sim de um escândalo. 

-Vívian, eu sou Daniel. Você sabe menos do que imagina da verdade. Esta tragédia toda teve início no dia em que nasci. Há coisas que ocorreram naquela maternidade que você nem imagina. Ali era o centro de uma rede de tráfico de bebês. Alguns dos bebês que nasciam, eram dados por mortos, para depois serem vendidos para o estrangeiro. Você já era nascida quando nossa mãe me deu a luz. Cheguei à conclusão de que quando isto ocorreu, ela deveria se encontrar inconsciente, para não saber que naquele dia haviam nascido duas crianças gêmeas. Nosso pai já era falecido, e não pôde presenciar o momento, sendo assim, ninguém da família sabia que naquele dia não havia nascido apenas um bebê, e sim dois. Como os dois recém-nascidos seriam vendidos, nossa mãe recebeu a notícia de que seu filho havia morrido no parto. Nosso irmão foi vendido, porém as pessoas que me comprariam desistiram. Não podiam mais devolver o bebê a verdadeira mãe. Para ela, ele já se encontrava morto. O filho de Lorenzo e Selma Duarte também foi vendido, para a portuguesa Sebastiana, o que explica porque ela, quando teve oportunidade, jamais falou a verdade. Estes porém, ainda não haviam recebido a notícia de que seu filho estava morto, e eu não tendo para onde ir, fui entregue a eles. Alguns anos depois, o casal Duarte descobriu que eu não era filho legitimo deles. Era então mais fácil para a maternidade, alegar que havia ocorrido uma troca de bebês. 

-Algo ainda não está claro. Quem foi enterrado ao invés do bebê verdadeiro? - perguntou Vívian. perplexa com tudo o que escutava. 

-Esta é a parte mais repugnante da história. A associação criminosa que controlava a maternidade comprava cadáveres de bebês recém-nascidos, vindos de famílias muito pobres do exterior, para enterrar no lugar dos verdadeiros. 

-Credo! Que horror! E o que aconteceu com nosso irmão? 

-Desde criança, descobriu a verdade. Traumatizado por saber que fora vendido fugiu de casa, e passou o resto da vida a procura de sua verdadeira família. Só depois de muito tempo, já adulto, me encontrou e me revelou esta terrível história. No início foi difícil acreditar, mas depois, tive que encarar a realidade. Ele me encontrou porém, justamente no tempo em que ainda estávamos envolvidos em toda aquela confusão com Luiz. Nós sabíamos da história, mas não toda. Sabíamos que ele foi vendido, mas acreditávamos ser filhos de Lorenzo e Selma Duarte, nunca havia nos passado pela cabeça que algo semelhante também houvesse me separado de meus pais verdadeiros. Ele nem fazia questão da herança, só queria estar ao meu lado. Depois que Edson nos contou toda aquela história no hospital é que tudo se esclareceu, e comecei a encaixar os fatos, até chegar a esta terrível conclusão. 

-E por que não me contou sobre esse irmão na época? 

-Com tudo que passei com você, era normal que eu quisesse te poupar de mais este problema. E apesar de tudo, eu não imaginava que você também estivesse envolvida em toda esta confusão familiar. 

Deu uma pausa. Estava chorando. Com lágrimas nos olhos, se preparou para contar a pior parte: 

-Devido a tudo que passou, não era difícil de se presumir que ele não girava muito bem da cabeça. Quando soube de toda a história, enlouqueceu de vez. Me lembro como se fosse hoje, ele me dizia que era para o meu bem, me amarrou a uma cadeira, me pôs no rosto um óculos que eu nunca havia visto igual antes, dizendo que aquilo protegeria minha vista. Com uma solução de ácido sulfúrico, queimou meu rosto. Eu estava amordaçado, tentava gritar e não podia, e ele repetia várias vezes: é para o seu próprio bem. Entrei em pânico, minha aflição estava fora de controle. Em tamanha situação de desespero, foi o choque o maior responsável por esta rouquidão que hoje me afeta. Me deixou lá, e foi ao seu encontro, se fazendo passar por mim. Ele se mataria em meu lugar, para que eu depois a reconquistasse já com um rosto irreconhecível. O objetivo era fazer com que você não soubesse que namorava com o próprio irmão. Eu pensei que jamais conseguiria te ter novamente, com um rosto tão horrível, mas ele ao menos estava certo ao dizer que se você realmente se apaixonou por mim uma vez, veria o que tenho no meu interior, e se apaixonaria novamente. 

-E você concordou com esta loucura? 

-Não. Por mais que eu te amasse, não era desta forma que eu queria te ter. O ácido corroeu a corda, e imediatamente fui atrás dele, mas infelizmente não consegui chegar a tempo. Ele não poderia ter morrido em vão, sendo assim, continuei com esta farsa. Só o que me intrigava era essa sua mania de dizer que havia matado ele. Eu não entendia, pois não havia chegado a tempo de presenciar tudo. Só depois de muito pensar cheguei a uma conclusão óbvia: ele havia lhe dado o revólver em suas mãos e pedido para que você o matasse. Você o fez, mas não em um ato criminoso. Se não o matasse, ele se mataria da mesma forma. No final, lá estava eu envolvido com você novamente, com o rosto deformado e a voz rouca, mas era eu, sempre fui eu, o grande amor da sua vida. 

-Mas como é possível? Se você me contasse toda esta história, eu jamais te reconheceria. Você mudou tanto, não é mais aquele rapaz insinuante, explosivo, símbolo do perigo a quem tanto amei. Se tornou tão romântico e carinhoso! 

-Você também não é mais aquela Vívian alegre, vaidosa e cheia de confiança em sí mesma. Toda aquela alegria morreu e deu espaço a uma melancolia que você também não tinha. Nós mudamos muito desde que nos conhecemos, juntos vivemos momentos muito difíceis mas tínhamos um ao outro para se fortalecer. Foi a vida que mudou nosso jeito de ser tão bruscamente. 

Estavam todos abalados com tamanhas revelações. Porém, ninguém mais do que Vívian. Não era só a surpresa que a atingia, havia também a insegurança do que ocorreria dali em diante, afinal, ela estava grávida do próprio irmão, e a sociedade jamais aceitaria este relacionamento.

Ao menos estava "livre". Livre das grades, mas nunca do preconceito. 

Estava ainda muito confusa. O grande amor de sua vida sempre fora um só, e estava vivo, porém, impossibilitado de ficar ao lado dela. Ela então falou: 

-Jonas... 

-Daniel, este é meu nome, volte a me chamar de Daniel. 

Daniel deu-lhe então um grande beijo. 

Aquela cena enojava a todos que viam. Para o casal porém, havia outro significado. Era como um reencontro, como se uma grande paixão do passado houvesse ressuscitado, quando na verdade, sempre estiveram juntos. Cochichando, Daniel falou: 

-Me encontre amanhã a noite, no morro. 

E assim se despediram. Vívian sabia muito bem a que morro Daniel se referia: o mesmo que serviu de cenário para o momento mais louco de toda a tragédia, quando indirentemente, separaram-se e uniram-se novamente. 

Aquele grande amor já havia resistido a morte uma vez, restava saber como se safaria agora.

                                                                                       ***

Daniel foi quem primeiro chegou ao morro. Naquele local, nada havia mudado, o clima continuava o mesmo, soturno e silencioso. Ainda se podia sentir o cruzar dos ventos. Não havia nenhuma bela vista, não era um lugar romântico. 

Mesmo assim o luar era cheio, e belo. Desses que fazem se encher os olhos. Um clima perdido entre a beleza e o grotesco, assim como o amor de Daniel e Vívian. 

Logo já se era possível escutar os passos de alguém que se aproximava. Daniel já sabia de quem se tratava: Vívian. 

Caminhando a passos lentos, Vívian saiu da sombra de uma árvore, onde pela primeira vez vira o rosto de seu amado deformado. 

Porém, desta vez, a cena estava corrigida. Dali não mais saia alguém com aparência monstruosa, e sim Vívian, linda como jamais esteve antes. 

E ficaram assim, olhando um para o outro. Não se falavam, mas se comunicavam através dos sentimentos. 

Suas vidas, transformadas depois do dia em que se conheceram, passavam pelas suas lembranças como um filme. 

Todos os momentos daquele relacionamento. E que momentos! Na maioria das vezes tristes, mas que ao mesmo tempo se tornavam bons, quando estavam juntos. 

Refletiam também sobre o futuro. Eram irmãos e não podiam negar. Com toda a história revelada, toda a sociedade já sabia, a imprensa criticaria, e uma vida infeliz os esperaria. 

Assim como o filho que também os esperava. Um filho que naturalmente nasceria deficiente, afinal, o sangue condenava, seria herdeiro de irmãos legítimos. 

Sabiam que seriam perseguidos, e suas vidas seriam ainda mais difíceis do que já eram. 

Mas não havia como se negar. Ambos haviam caído em um mesmo abismo. Um abismo onde se cai despercebidamente, e assim lentamente vai se sendo sugado cada vez mais para o fundo. 

Estavam no abismo da paixão. E só agora tomavam consciência de que uma vez que se cai nele, a salvação é quase impossível. 

O único caminho até ele é a estrada do amor. Quando a estrada termina, o abismo começa. 

Um abismo repleto de mistérios, onde ninguém sabe o que vai encontrar. Alguns encontram o paraíso, outros sofrem por uma grande paixão. 

E é quando a felicidade se torna dor, que você começa a refletir, e se dá conta que talvez fosse melhor nunca ter caído naquele abismo, e assim nunca ter se apaixonado. 

Só lhe resta lutar contra o desconhecido, em um abismo tão profundo. Você olha então para cima, enxerga a saída, mas não consegue alcançá-la, pois é sugado cada vez mais para baixo.

Quando percebe que a força daquele abismo é mais forte que você, só lhe resta se conformar e conviver com aquilo. Logo as primeiras loucuras de uma pessoa apaixonada serão realizadas, o que se tornará rotina dali em diante. 

Muitos já atravessaram a estrada do amor, nem todos caíram no abismo da paixão. Os que encontraram o paraíso, do abismo não querem mais sair. Já os mais infelizes não medem esforços atrás da saída. Poucos conseguiram fugir do abismo. Outros continuam sendo sugados para baixo, em uma queda profunda, e eterna. Dentro de um abismo sem fim. 

Mais forte do que quem consegue sair do abismo, são aqueles fortes o suficiente para nele sobreviver, mesmo sem ter encontrado o tão desejado paraíso. 

Já Daniel e Vívian haviam esgotado suas forças. E choravam. Um choro silencioso, mas que simbolizava um grito da alma. Sabiam que jamais sairiam do abismo. 

Consciente disso, Daniel estendeu um braço, e com o dedo indicador fez um sinal chamando Vívian. Esta correu para seus braços, e ia lhe dando curtos beijos, um após o outro. Tinham tamanha força, pois eram beijos de desespero, como se fossem os últimos. 

A cada beijo, um passo para trás. Atrás deles, outro abismo, bem mais curto e certeiro, onde o fim é próximo. 

Um abismo bem menos cruel, onde caíram por vontade própria, e não por mero acidente.

E assim se despediram do mundo, tragicamente, porém unidos: Daniel, Vívian e o filho que esperavam. 

Foram vítimas de uma paixão, sim, mas não exclusivamente disto. Foram vítimas de pessoas que colocam o dinheiro acima da vida humana, e contrabandeiam recém-nascidos como mercadoria. Mas acima de tudo, vítimas de uma sociedade puritana que não julga os fatos, e condena qualquer ato fora do comum. Daniel e Vívian não mais poderiam conviver com o resto do mundo. E o mundo não poderia vê-los juntos. 

Seria então preferível morrer juntos, do que viverem separados. 

Para cada sentimento há um abismo. Daniel e Vívian haviam caído no mais intrigante de todos eles: o abismo da paixão.

                                                                               FIM

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