Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 10 - Ártemis

                       |Ártemis|

    Ele merecia sofrer muito mais.
   Enquanto a Nix contava sobre o que aconteceu com ela e o que aquele homem fez, senti um pouco de culpa por não ter achado ela antes disso acontecer, mas esse sentimento logo é consumido pela certeza de que fiz meu melhor. Não foi fácil, mas fiz jus ao meu título de melhor caçadora e a encontrei.
   Na hora, fiquei com vontade de matar aquele maldito homem, eu tinha em mente mil e uma formas de fazer ele sofrer, mas me controlei pois a Nix tinha que ter o privilégio de tirar a vida daquele infeliz. Ele morreu, mas não acho que ela vá deixar só por isso mesmo, matando apenas a forma física dele. Tenho total certeza de que ela vai atrás dele no submundo e causar as piores punições que se pode existir, porque o corpo físico tem seu limite, mas o espiritual não, ainda mais quando o psicológico ainda pode ser torturado.
   Mas ela vai deixar isso para depois, Nix tem coisas mais importantes para fazer no submundo. Que é o local para onde estamos indo agora.
   Desde que eu conheci a Sara, não consigo deixar de pensar nela. Não nela especificamente, mas em seus poderes. Fiquei sabendo que eles estão bloqueados por uma trava mental, mas ainda assim consegui sentir. A energia vindo dela, uma força incontrolável, parecido com os da mãe dela. A energia dela pulsava e rugia para ser libertada, e isso me deixou desconfortável. Se algum dia a trava for desbloqueada e seus poderes libertados, ela não vai conseguir controla-los. E tenho pena de quem tiver ao redor para lidar com aquilo descontrolado.
   Se algum dia ela estiver sabendo usa-los, terei o prazer de fazer ela testar os seus limites.
   Depois que a Sara e o pai foram embora do salão pelo portal, Nix finalmente contou o que aconteceu; Hades foi quem lançou a maldição nela. Não fiquei surpresa, Hades sempre teve inveja dela, desde que Érebo, irmão gêmeo e marido da Nix, foi preso e seus poderes viraram a escuridão do submundo, ela se tornou um tipo de segunda rainha submundo, o que deixou Hades irritado.
   E no fim, a louca da Momo estava realmente certa, Nix planeja realmente se vingar de Deuses, especificamente, Hades. Apoio ela por isso, Hades não deveria ter feito aquilo.
   Nix nos reuniu no salão para conseguir aliados, e eu como não sou tola, aceitei. Tenho raiva dele, desde o tempo em que ele sequestrou a Perséfone, estou esperando por algum momento em que ele cairá. O único Deus que recusou a oferta e bateu de frente com a Nix e ameaçou contar tudo para Zeus foi Selene, mas Hipnos fez ela dormir, até decidir o que fazer com ela.
   Apesar de não confiar totalmente na Nix, tenho meus motivos para apoiar ela. Aliás, é bom que uma deusa primordial, tenha uma dívida com você.
   O caminho para o submundo não pode ser aberto por um simples portal, então o máximo onde conseguimos chegar pelo portal que a Nix abriu é no encontro dos rios Estige e Aqueronte. Os rios que separam o mundo dos vivos e dos mortos. Eles são completamente diferentes, enquanto o Aqueronte é cinza, o Estige é azul vívido, com a superfície reluzente, os dois se tocam, mas as suas águas nunca se misturam.
   Carontes já nos espera, o barqueiro que leva as almas para o submundo. Ele é um dos filhos da Nix. Porém, eles não mantém contato.
   Ele é alto e esguio, usa um véu branco que cobre a cabeça toda, mas mostra os contornos do seus lábios e do nariz e que desce em uma capa esfarrapada e fantasmagórica. Seu tronco é magro, dando a impressão de que seus ossos vão pular de dentro de seu corpo. Ele usa uma saia branca, da cor do véu, que desce até seus joelhos e é pinicada, como se rasgada e mordida por ratos, mostrando pernas finas.
   Ele me dar arrepios, ainda mais com a neblina por aqui e sobre o rio.
   Ele não se mexe quando nos aproximamos com a Nix na frente. Ela para alguns centímetros perto dele, que está de cabeça baixa.
   — Cinco passagens – ela diz. A voz dela ecoa pelas paredes de pedra e faz cair alguns flocos de neve no teto.
   A caverna onde estamos é embaixo do monte Everest, a montanha mais alta do mundo. Quase no topo dela, há uma caverna, dentro dela, há uma escada longa que desce em espiral fechado nas laterais, chegando em baixo da montanha, há uma caverna enorme, e é onde começa o rio dos mortos. As poucas pessoas que já escalaram a montanha e encontraram esse lugar, foram ao submundo mas nunca voltaram. E é por isso que muitas pessoas “misteriosamente” somem quando tentam escalar o monte Everest.
   A ironia me faz sorrir por dentro. É preciso ir para o topo do mundo para chegar ao inferno abaixo de nós.
   — Você tem sua passagem garantida, mas não posso dizer o mesmo de seus convidados – diz Caronte, ele levanta a cabeça e fica de frente para a Nix. A voz dele é áspera, parecendo arranhar a garganta. - nem mesmo para a dama da noite.
   Ela então ergue o braço direito e ela gira levemente o pulso, e no ar surge um portal. De dentro dele, cai um corpo feminino. Preciso semicerrar os olhos para perceber quem é. A Selene cai do portal, atingindo o chão pedregoso. A pele branca, parecendo neve, e seus cabelos lisos e prateado se espalham ao seu redor como uma poça. Ela está jogada no chão, inconsciente, como uma boneca, mas não morta, vejo seu peito subindo e descendo, ela está respirando. Carontes se aproxima do corpo dela e se abaixa, seu corpo curvado de uma forma estranha, como um graveto prestes a se quebrar. Ele ergue as mãos finas e rugosas, com dedos longos e retorcidos e a pega no colo, segurando as pernas e costas da Selene.
   Carontes caminha devagar na direção do rio, surpreendentemente, aguentando o peso dela. Ele para na margem do rio e joga o corpo dela na água cinzenta e calma. Estremeço preocupada, se um mortal ou semi-mortal cair no rio, a alma dele se esvai, sumindo completamente. E a Selena agora é uma mortal por causa da maldição. O local onde caiu o corpo dela começa a borbulhar e a ficar preto, a cor se espalha ao longo do rio, logo se misturando com o cinza.
   Os outros deuses soltam suspiros de surpresa.
   Nix teve coragem de fazer isso, eliminar a existência da Selene por completo. A determinação dela deve ser poderosa, e isso é bem instigante, já que a primordial noite está usando métodos estranhos para seu objetivo.
   Selene já não estava mais forte, eu fui muito cultuada como a deusa da lua, e acabou que o astro serve a mim, Selene ficou esquecida e enfraquecida. Não nos dávamos muito bem por causa disso, mas não queria que as coisas acabassem assim para ela.
   A passagem para o submundo deve ser pago por moedas Óbolo ou Dânaca, que é colocado sobre os mortos. Mas para deuses é diferente, nossas visitas ameaçam o submundo, por isso a viagem deve ser paga com almas, que são jogadas dentro do rio Aqueronte, que é o rio dos mortos, alimentando-o.
   — Imagino que a alma de uma deusa seja suficiente para a entrada de seis deuses – diz a Nix com a voz calma e firme.
   Carontes ergue a mão esquerda e de repente a água começa a se mexer e a ter pequenas ondulações, logo em seguida de dentro do rio, surge o barco dele, junto com o remo.
     Ele sobe devagar e pega o remo, ficando na proa de costas para nós. Logo em seguida entra Nix e depois eu. Fico com medo de cair, mas o barco nem se mexe. Hipnos sobe atrás de mim, seguido por Éolo e Hécate. Hemera e Héstia não vieram, a primeira teve de ir lançar o dia no mundo mortal e minha tia, foi atender um chamado do Olimpo e também distrair os outros deuses, para que não suspeitassem do que vai acontecer. Além disso, Hemera não está muito forte, enquanto a Nix estava sumida, ela teve que aguentar manter o dia durante todo o globo terrestre por quinze dias, e isso consumiu muito dela.
   Outra coisa que me instiga é o fato da deusa Héstia fazer parte do complô da Nix. Ela é a deusa mais bondosa do Olimpo, não sei o que a faz motivar para que apoie isso. Talvez ela não saiba os limites de sua bondade ou assim como eu, ela é uma deusa virgem e a notícia do que aconteceu com a Nix sobre o ato forçado a tenha deixado furiosa. Não sei, é algo que irei conversar com ela em outro momento.
   O barco começa a deslizar suavemente pela água. Nix fica em pé atrás de Caronte, enquanto o resto de nós nos sentamos em duplas pelos bancos de madeira ao longo do barco. Não gosto da odeia de viajar para o submundo, ninguém gosta na verdade. Esse lugar é estranho. Nunca vim aqui, mas se tivesse que vim, teria que ser por motivos de força maior, não por passeio.
   O Que aconteceu com a Selene me atormenta mais do que eu quero. Será assim? O que ainda vai acontecer? De repente sinto um peso na consciência, mas também um determinação estranha. Não sei quantos deuses vão pagar pela raiva da Nix, mas tenho a certeza de um que vai pagar caro. Por isso estamos indo para o submundo. Vamos matar Hades.

              <                                          >

      O caminho é longo.
   A caverna já ficou para trás, saímos de dentro dela após passar por um corredor fino do rio. Mas logo em seguida saímos a céu aberto, que está acinzentado. Sinto as nuvens pesadas e brilhando, com relâmpagos dentro delas. Como se o próprio Zeus estivesse controlando-as.
   Estamos navegando por um trecho do rio que é cercado por duas montanhas, a neblina nos impede de ver muito a frente, ela é densa e pesada, pairando sobre nós, deixando minha pele pegajosa. A iluminação é curta, mas na frente do barco, tem uma lamparina pendurada sobre um pequeno mastro, onde está empalhada uma caveira. As laterais do barco estão sendo envolvidas pelas ondulações longas do rio cinzento, dando impressão de que dedos de uma mão fantasmagórica estão tentando nos puxar de volta para a caverna. Como se nem mesmo o rio quisesse que a gente fosse para o submundo.
   Ninguém fala nada, e isso me irrita. Tudo parece pior quando todos parecem preocupados. O ar está tenso, por mais estranho que pareça, sinto frio. As montanhas vão diminuindo a medida em que chegamos perto de um túnel que passa por dentro de uma montanha. A vegetação é cinza e seca, as árvores são finas e sem folhas. Entramos dentro do túnel e tudo fica escuro, e antes que eu consiga me preparar para algo vejo a luz do fim do túnel. A claridade me faz colocar a mão sobre os olhos.
   O céu antes cinzento está agora vermelho e cheio de fumaça, como sangue derramada em uma tela cinza. A neblina já se dissipou, deixando apenas uma Leve névoa em nosso encalço, as nuvens são grossas e escuras. Ao longe escuto murmúrios e gritos, o ar parece sufocante. O vento é pegajoso e quente, passamos por uma vala enorme, com uma descida íngreme ladeada por caminhos de pedra presos a parede, que descem em espiral, Deve ser a vala que leva ao segundo círculo do submundo. E dentro eu consigo ver sob rochas na encosta, uma variedade de ossos, cada um junto de uma chama bruxuleante, pouco maior que uma vela.
   A vala desce em um imenso buraco irregular, dentro dela vejo silhuetas de pessoas, caminhando em fila, descendo pela lateral fina de pedra. O lado esquerdo da margem do rio é completamente fechado por um muro grande, que mesmo levantando a cabeça, não vejo o topo. Ele é grosso, e é de dentro que consigo ouvir lamúrias e chamados, que não consigo decifrar o que dizem. De dentro consigo sentir um cheiro forte no ar, uma mistura de podridão e sangue. Aqui fede a enxofre, minhas narinas ardem. O som é torturante.
   Mantenho o corpo ereto e a cabeça levantada, movendo apenas os olhos para observar. Não posso me deixar intimidar por esse lugar. O rio passa apenas pela fronteira do submundo, de modo que a pior parte fica atrás do muro e mais para o horizonte do lado direito. Agradeço por isso. Logo fazemos uma curva e consigo ver uma plataforma de madeira, onde descem as almas, imagino. Ele leva a um portão imenso, feito em um arco pontudo, que felizmente está fechado. Cérbero não está por aqui.
   Fecho os olhos e respiro devagar, tentando não me concentrar mais nesse lugar. Minutos depois consigo sentir o barco parando, abro os olhos e estamos em um cais. Todo mundo desce, e Carontes vira o barco e volta pelo percurso que viemos. E olhando para cima vejo o palácio do Hades.
   Ele está em cima de uma montanha. De modo que temos que subir uma escada longa na lateral para chegar no topo. Somos rápidos e chegamos lá em cima em menos de cinco minutos. Em cima da montanha, consigo ter uma visão mais ampla do submundo. Consigo ver a vala ao fundo e o grande muro, que vai até onde minha visão alcança. O lado direito é coberto de montanhas, e ao redor delas, percebo mais valas e o rio Flegetonte, que é o rio de lava, suas margens são margeadas por chamas altas e intensas.
   Mais ao fundo, perto das montanha mais baixas, consigo ver silhuetas de pessoas com asas de morcego, voando, rondando o lugar. As fúrias. Daqui consigo ouvir os latidos e os uivos dos cães infernais.
   Viro-me e deixo para trás todo aquele cenário.
    Chegamos no topo da montanha. O chão é de algum tipo de rocha lisa e vulcânica, vítrea em alguns pontos. O ar está frio, mas não o frio de inverno, é um frio seco. Estamos no começo de um longo caminho de pedra, cercado por flores brancas e arbustos podados, com fileiras de jarros polidos com floreiras cheias, e pequenas árvores e plantas altas e decorativas, enfeitam o jardim da Perséfone. Não sei como isso cresce nesse tipo de solo, ou nesse tipo de lugar para ser mais exato. Percebo no meio das plantas, ervas e cogumelos venenosos. Perséfone herdou o talento de sua mãe com as plantas e flores.
   O palácio do Hades é imenso, com várias torres fechadas em cúpulas pontudas e salas térreas imensas. O teto é preto e as paredes de tijolo cinza. As janelas são largas e fechadas.
   Cérbero, o grande cão de três cabeças, está sentando ao lado do portão. Eu tento sentir seu cérebro, mas não consigo, sinto apenas um vazio dentro dele. Meus poderes de controlar os animais não se aplicam a ele. Cérbero é grande e possuis três cabeças coladas uma ao lado da outra, seus dentes são tão grandes e afiados, que não cabem dentro das boca. Os olhos deles são pretos e profundos, mas atentos, e as garras são afiadas como navalhas. Um monstro de respeito, que eu sei que se eu tivesse tempo, conseguiria domar.
   Chegamos no grande portão de portas duplas, Cérbero não se levanta, sua atenção está na Nix. Ela passa por eles sem encara-los e nós fazemos o mesmo. Antes que alguém possa bater, a imensa porta dupla se abre, e somos recebidos pela Perséfone. Ela é linda, tem cabelos negros como carvão e ondulados. Seus olhos são azuis intensos, ela usa um vestido preto com diamantes cravados. O vestido é curto na frente com uma cauda longa atrás. As duas alças do vestido descem sobre seus ombros e apertam seus seios, deixando-os volumosos.
   — Consegui distrair ele por enquanto para que não percebesse a presença de vocês ao entrar no submundo – ela diz rápido, sua respiração está ofegante e sua expressão preocupada. – então se apressem – assim que a Nix dar um passo, Perséfone coloca o braço para impedi-la. – nosso acordo ainda está valendo, não é? 
   — Claro – Nix diz sem olhar pra ela.
   Perséfone tira a mão da frente dela e todos nós seguimos atrás da Nix. Não sinto hesitação, nem medo. Meu sangue corre rápido pelas veias. Me sinto até ansiosa, é algo arriscado, porém quero fazer isso. Nunca achei Hades realmente ruim, mas ele fez a Nix virar uma humana por ganância, o que ele poderia fazer com outros?
   Mas será se esse é o verdadeiro motivo? Não sou de questionar meus atos, então tento ignorar essas questões. Estou seguindo cegamente uma deusa querendo vingança? Não, eu sigo aos meus princípios. Tenho uma missão e vou cumprir, porque é o que eu quero. Sinto raiva só de lembrar o que a Nix sofreu, e isso começou com ele.
   Entramos no covil do leão. Penso. E nós somos os leões.

  

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro