Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

6

O primeiro período passa rápido. O clima é dinâmico e, embora eu me perca nas quadras arborizadas do campus, procurando os caminhos entre um prédio e outro, consigo dar conta do recado.

Na hora do almoço, encontro Sarah na lanchonete perto do alojamento. Ela usa o cabelo preso num rabo baixo e veste uma regata branca sem sutiã. Ela não parece se esforçar, pelo contrário, é como se ser atraente fosse tão natural para ela que sequer percebe a maneira como os caras da mesa ao lado viram cabeça para observá-la.

— Tive que tomar um analgésico — ela diz, sentando-se na cadeira vermelha em minha frente, depois de pegarmos os sanduíches. — Minha cabeça estava pulsando.

— E melhorou?

— É... — Franze o nariz. — Mais ou menos. Então... vai querer começar a sua tour por onde? Eu posso te mostrar a biblioteca, e mais tarde tem treino de Futebol, a gente pode dar uma passadinha para assistir.

— A regra do sabonete sintético — eu faço questão de lembrá-la.

— Não dá bola para o que eu digo quando eu tô meio bêbada. — Sarah cobre a boca para rir, já que está mastigando. — Além do mais, quem disse que eu vou para ver os atletas? Talvez eu esteja indo para ver as líderes de torcida ensaiarem.

— Faz sentido. — Mordo um pedaço do meu lanche também. — Mas hoje eu não vou mais poder. Apareceu uma entrevista de emprego mais tarde.

—Entrevista? — Minha amiga ergue uma sobrancelha, o interesse parece sincero. — Onde?

— Um restaurante qualquer na região de Hollywood. — Eu checo a mensagem do meu pai na tela outra vez, confirmando o endereço. — Bistrô Paris.

— Tipo o Bistrô Paris do Chefe Adrian Bertrand?

— Já ouviu falar?

— Tá brincando?! — Ela arregala os olhos, quase engasgando com o lanche. Prossegue com a boca cheia mesmo: — Nunca assistiu o programa "Cozinhando para as estrelas?", ele apresenta. O Bistrô Paris é o lugar favorito das celebridades desde que as Kardashians começaram a frequentar. Você vai mesmo trabalhar lá?

— Bom, eu tenho uma entrevista.

— A gente tem que fazer você passar nessa entrevista! — Sarah salta da cadeira com um ânimo repentino. — Você tem noção? É acesso irrestrito às fofocas fresquinhas de famosos. Você acaba de ser promovida à minha informante. Não! Informante da Garota Hollywoodiana.

— Vai com calma! — Eu dou risada. — É só um emprego de garçonete.

— Não. É uma porta, Julie... Você tem que ter a visão! Que horas deve chegar lá?

— Às duas e meia.

— Duas e...? — Ela olha para o relógio no pulso e leva um susto. — Isso é daqui uma hora! Você já viu o transporte público dessa cidade? Sem contar o trânsito caótico. Vem, a gente tem que ir agora.

Ela me puxa pelo pulso, eu passo um guardanapo na boca.

— Mas e o meu... — Olho para trás, confusa.

— A gente come qualquer coisa pelo caminho. Anda!

Eu não protesto. Seria como nadar contra a correnteza ou impedir uma tempestade. Sarah Palmer é uma força da natureza, percebo.

Dois ônibus e quinze minutos de caminhada depois, nós chegamos ao endereço que o meu pai enviou. Sei que estamos no lugar certo porque tem uma imponente réplica da torre Eiffel logo na entrada, e toda arquitetura externa remete à capital francesa — com um toldo azul marinho e janelas de vidro.

— Ok. A hora é agora. — Sarah parece mais nervosa que eu. — Vai dar tudo certo. Só pareça confiante, mesmo que não esteja. Boa sorte! — Então ela me abraça bem apertado. —Agora vai lá, antes que eles dispensem você pelo atraso.

Sou praticamente empurrada para dentro. Um sino avisa a minha entrada. Eu paro junto da entrada e analiso os detalhes do interior. As mesas de madeira maciça são contornadas por cadeiras bem estofadas, lustres pomposos pendem do teto e a parede tem um tom vermelho-terroso. A voz feminina doce canta em francês nas caixas de som, sendo embalada por um ritmo agradável que parece datar dos anos 60. O lugar tem a típica magia hollywoodiana que te faz sentir como se estivesse em um filme.

— Deixa eu adivinhar... você deve ser a garota da entrevista. — A voz de um sotaque estrangeiro carregado me traz de volta para o mundo real.

Eu pigarreio e me empertigo, encarando o homem de barba grossa que se aproxima com um sorriso amarelo. Ele veste um dólmã de cozinha branco, e carrega uma prancheta em mãos. É um homem bem apresentado, mas as discretas rugas no canto dos olhos denunciam seus algo em torno de 40 anos. Se eu ainda tinha dúvida, o bordado no peito revela que esse é o famoso Adrien Bertrand em pessoa.

— Isso.

— Julia, não?

— Julie — corrijo. — Julie Affonse.

— Tanto faz.  Vamos direto ao ponto. — Se eu me assusto um pouco com a rispidez, ele não percebe, está encarando a prancheta. Registro isso mentalmente como a famosa grosseria pela qual os franceses são conhecidos. — Então, seu currículo... 18 anos, nenhum curso relevante, nenhuma experiência e, sejamos sinceros, é isso mesmo que escolheu vestir para uma entrevista de emprego?

Eu encaro meu próprio corpo. Talvez jeans e camiseta feminista não seja um look para se andar pelas ruas de Paris, mas, qual é? Estamos na Califórnia. Ele tem que se adaptar a cultura local.

— Vim direto da faculdade, mas... claro... eu... posso... se... — gaguejo.

Bertrand faz que tanto faz com a mão e eu me calo.

— Foi só uma observação — diz, fazendo uma anotação na prancheta. — Os garçons aqui usam uniforme social. Elegância é uma virtude, lembre-se disso.  Mas diga, Juliana, por que você acha que se encaixa na vaga?

Estou plenamente consciente da minha tremedeira, mas não consigo obrigar as minhas mãos a ficarem estáveis. Educação também é uma virtude, penso em dizer, mas mordo a língua.

— Me disseram que estavam procurando mulheres jovens pro cargo.

— Bom, sim. Os meus clientes apreciam um bom vinho, uma boa comida, som ambiente, uma vista agradável, se é que me entende. — Ele corre os olhos por mim, de baixo a cima, então abre um sorriso torto. — Nesse requisito até que você não decepciona, embora essa roupa, se é assim que chama, não valorize.

Obrigada — eu murmuro, sem saber se isso foi bem um elogio ou uma ofensa. Pensando bem, acho que soa mais como ofensa, mas é tarde demais para retirar o agradecimento.

— Além disso teve uma boa indicação, parece. — Ele bate a caneta no papel algumas vezes, pensando a respeito. — O que eu tenho a perder, afinal? Estou mesmo precisando de alguém pro turno da noite. Mas quero esclarecer desde já que eu cuido desse restaurante como um leão vigiando a presa. Se pisar na bola, está fora. Eu não sou um homem de segundas chances. Estamos entendidos?

Assinto com os lábios prensados.

—Tenho mais o que fazer, mais tarde a contabilidade envia os documentos de admissão. — Ele me dispensa com um gesto rude, sacudindo a mão. — Você começa na semana que vem.

Quando eu saio pela porta da frente, Sarah corre em minha direção.

— Como foi? — Ela pergunta toda animada, agarrando minhas mãos.

Várias definições passam pela minha cabeça: horrível, medonho, traumático, pavoroso, mas o que sai da minha boca é um simples:

— Consegui a vaga!

Então ela dá um gritinho e me abraça, e eu me deixo contagiar por essa alegria, afinal EU CONSEGUI A PORCARIA DA VAGA! Para comemorar, Sarah cumpre sua promessa de me apresentar o lado bom da cidade. Nós pegamos um táxi até West Hollywood, tiramos várias fotos na Rainbow Crosswalk — que é a coisa mais linda e colorida que eu já vi na vida — todas as cores do arco íris pintadas no asfalto, combinando com as bandeiras penduradas orgulhosamente nas portas dos bares. Terminamos a noite num deles, onde Sarah jura que tem o melhor Martini do planeta, e ela não mente. É bom mesmo.

Estranhamente eu me sinto em casa, mesmo morando nessa cidade há apenas 24 horas.

Eu sou apaixonada por Los Angeles, inclusive o meu sonho é conhecer a cidade. Então nessa nova versão resolvi melhorar a ambientação e dar pra vocês um gostinho de alguns pontos de turismo de L.A.

Rainbows Crosswalk — L.A.
❤️🧡💛💚💙💜
Votem!!!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro