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Antes de continuar...
Quero pedir desculpas pelo atraso enorme na atualização, principalmente pra quem tava me pedindo capítulo nos comentários e na DM... Às vezes minha depressão me deixa totalmente desmotivada e eu simplesmente não consigo me convencer a aparecer... também não tenho conseguido escrecrever capítulos novos, mas prometo que vou fazer o possível pra seguir o ritmo das atualizações semanais, ok?
Vamos lá <3
♥
— Com açúcar ou sem? — Pedro me pergunta depois de preparar o café. Está na cozinha somente de calça jeans, com os cabelos bagunçados e o rosto um pouco amassado porque ficamos na cama até depois do horário. Sua camiseta está no meu corpo.
— Com — falo. — O açúcar fica no armário de cima.
Ele ergue o braço para pegar, proporcionando uma vista privilegiada da Los Angeles tatuada nas suas costas. Quando está voltando com as duas xícaras, Sarah surge do quarto dela e rouba uma das xícaras da mão dele.
— Eu tava mesmo precisando disso — diz. — Valeu. Não consegui dormir muito essa noite. Vocês dois transam muito alto.
Em seguida rouba o lugar ao meu lado no sofá onde ele provavelmente se sentaria. Acho que eu não tenho o direito de reclamar, já que ela não está reclamando de eu trazer meu namorado para dormir aqui umas duas noites por semana, mas meu rosto ruboriza.
Minha amiga checa as notificações no celular enquanto beberica um gole. Pedro se senta na mesinha em frente e me estende a xícara restante. Eu rejeito, deixando que ele fique com o café.
— Adrian Bertrand está nos Trending Topics do Twitter — Sarah avisa.
— O quê? — Eu puxo o celular da sua mão para checar.
— Parece que ele está sendo cancelado. As pessoas estão do seu lado. Não foi a primeira piadinha machista que ele fez ao vivo, mas com certeza foi a pior de todas.
— Vai ver o Karma realmente funciona. — Um sorriso me escapa.
— Não sabemos o que ele vai fazer agora, mas com certeza não vai vir a público pedir desculpas — Sarah faz questão de lembrar.
— Acha que ele vai contra-atacar?
— Acho melhor estar pronta, pro caso de ele fazer.
Solto um suspiro de ar longo, porque parece que essa guerra nunca vai chegar ao fim. Quando olho para Pedro, ele faz um sinal com a cabeça, apontando para o quarto. Fico um pouco tensa, porque eu sei que o tema da conversa normalmente deixa meu namorado estressado.
— É melhor eu ir trocar de roupa. — Levanto e o sigo para dentro, Pedro me segue e fecha a porta. — Tudo bem? — pergunto.
Ele balança a cabeça.
— Só odeio essa porra toda.
— Eu também não gosto.
— Quando acabar juro que vou dar uma festa. — Eu dou risada e ele chega perto envolvendo minha cintura. — Mas, sério, queria poder proteger você de todas as merdas dele.
— Eu vou ficar bem — prometo, enganchando as mãos na sua nuca. — E você devia estar preocupado com outras coisas. Tipo seu álbum novo que lança amanhã. Não tá ansioso?
— Tento não manter as expectativas muito altas.
— Vai ser um sucesso, eu tenho certeza. Posso dizer isso com propriedade porque eu já escutei todas as músicas.
— E você odiou.
— Eu não odiei! Tem que parar de dizer isso!
Ele dá um sorriso pequeno, não tenho certeza se ele acredita, mas estou sendo sincera. Eu sou apaixonada por todas as músicas que ele compôs pra mim, então fico na ponta dos pés e uno os nossos lábios para provar meu ponto. Pedro me comprime contra o seu corpo, engancha a minha perna e me coloca sentada na escrivaninha.
Agora está entre as minhas pernas, a mão correndo pelo meu traseiro, e parece usar de toda a sua força para ganhar alguma distância.
— Tenho uma entrevista no Corey Franco hoje, mas não tô nem um pouco a fim de sair de perto de você. — Ele me beija de novo.
— Não precisa sair de perto.
Pedro sorri, sem afastar nossas bocas.
— Acredite, é tentador, mas eu não posso faltar num programa ao vivo.
— Eu não disse pra você faltar.
Ele hesita, parando o beijo para me encarar.
— Lembra da regra sobre namoradas no trabalho?
— Lembro que você não liga muito pra regras.
Sorrio. Pedro sorri também.
— É melhor se trocar então, amor, pra gente não se atrasar.
— É. Tem razão.
Sem me mover do lugar, puxo a camiseta por sobre a cabeça. Pedro solta um palavrão quando me puxa de volta pra dentro da boca dele. É óbvio que a gente vai se atrasar, mas nenhum de nós está se importando nem um pouco.
***
Chegamos ao estúdio na Lamborghini do Pedro. Uma semana antes, estávamos segurando cartazes do lado de fora, mas agora o segurança abre o portão e nós somos convidados a entrar.
O prédio da emissora é enorme, não em andares, mas em extensão. Pedro segura minha mão e me leva pelos corredores altos de paredes cinzentas. Passamos pelo portão de vários programas de TV famosos, tudo me parece um pouco inédito, mas Pedro já conhece o lugar e apenas segue em passos precisos.
Sei que estamos diante do estúdio de Cozinhando Com as Estrelas porque tem uma foto gigantesca do Adrian Bertrand segurando uma travessa de espaguete na entrada, bem ao lado do nome do show.
— Isso não é meio narcisista? — comento.
— Ele é um filho da puta — meu namorado grunhe.
É bem nessa hora que Adrian passa pela porta, usando um dólmã preto. Meu corpo todo gela e paralisa. Pedro demora um instante para reconhecê-lo, mas aí os seus ombros ficam rígidos e ele aperta a minha mão com um pouco mais de força.
— Tá de brincadeira... até aqui? — Bertrand reclama com um tom sarcástico, dando meia volta.
— Não é tão macho pessoalmente, é Adrian? — Pedro fala alto.
— Moleque, não vai querer se meter numa briga comigo.
— Você não faz ideia do quanto. — Pedro ri do jeito que faz quando está irritado e solta a minha mão, avançando na direção de Bertrand.
— SEGURANÇA! — O chefe de cozinha chama um instante antes de Pedro imprensá-lo na parede, com o braço no seu pescoço.
— Lava a sua boca imunda pra falar da minha garota.
Pedro levanta o punho, mas Bertrand é mais rápido e enfia um soco no rosto dele primeiro. Meu namorado revida. Tudo acontece rápido demais, quando eu percebo, tem um segurança separando a briga. Pedro está com o lábio sangrando, mas continua gritando palavrões e ofensas enquanto o homem alto o puxa para longe de Bertrand.
— Se não se acalmar, vai ter que sair do estúdio — o segurança alerta.
— Foda-se. — Ele se livra do segurança e vem em minha direção.
Sem dizer uma palavra, segura minha mão e me puxa para fora usando o mesmo caminho pelo qual entramos. Sua respiração está pesada, seu toque em mim está firme, seus ombros, tensos. Quando chegamos ao carro, ele simplesmente recosta no capô e acende um cigarro.
Suas mãos estão tremendo um pouco.
Nós já tivemos um milhão de discussões, mas tenho certeza que nunca vi ele tão nervoso quanto agora.
— Você tá sangrando. — Eu me aproximo, passando o polegar no seu lábio com cuidado. Pedro se encolhe um pouco. — Tudo bem?
Ele assente e tateia a bolso. Seu celular está tocando. Ele me mostra a tela.
— É o Ian, porra. Tenho que atender. — Então se afasta de mim e leva o aparelho até o ouvido. — Fala... é... eu sei... eu tive um contratempo... tô no estacionamento da emissora agora... já chego lá.
Assim que desliga, ele amassa o cigarro no chão.
—O programa entra em dez minutos.
—Você vai entrar?
Pedro balança a cabeça, assentindo, então me puxa para perto. Não diz nada, mas eu sei exatamente do que ele precisa então fico na ponta dos pés e o beijo. O sangue em seu lábio tem um sabor enferrujado, ele comprime o meu corpo no seu, com a mão encaixada nas minhas costas. Sinto a tensão nos seus ombros desmanchar sob o meu toque.
Nenhum de nós parece estar disposto a encerrar o beijo, mas eu faço o esforço de me afastar primeiro.
— Acho que a gente tem que ir agora — falo.
Pedro estende a mão e segura a minha.
— Vamos dar a volta por fora e entrar pela outra porta.
♥
Obrigada por acompanharem a história sempre votando e comentando, vocês são maravis 💕
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